História O Nome Dela é Agatha - Apresentação

POV Agatha
Finalmente!
É a primeira coisa que penso quando saio da faculdade às onze horas da manhã. Estou finalmente de férias e agora posso curtir uns dias no Brasil, meu país maravilhoso. Esperei ansiosamente pra esse dia e ele FINALMENTE chegou!
Nem consigo esconder a minha felicidade, o meu sorriso de felicidade não deixa.
Passo pelo campos da faculdade cumprimentando algumas pessoas que conheci desde que vim fazer meu curso de marketing em Londres.
Sempre sonhei em construir uma vida aqui e quando passei na faculdade não pensei nem duas vezes pra vim correndo pra cá à três anos. Não foi fácil convencer meus pais mas no fim eu consegui.
Eles sempre quiseram que assim como meu irmão Enzo eu fosse para Harvard estudar medicina. Bom, é claro que eu fiz um drama daqueles para finalmente fazer os dois acordarem e verem que eu iria seguir o meu sonho, por mais simples que fosse.
A neve cai fina e começo a andar mais rápido em direção ao estacionamento, preciso chegar em casa cedo para poder terminar de fazer as minhas malas. Espero que Sophia ainda esteja em casa assim ela pode me dar uma ajuda.
Destravo meu Mercedes e assim que entro jogo meus materiais no banco do passageiro. Dou partida e dirijo em direção ao centro da cidade.
O trânsito não costuma ser ruim por aqui e chego em casa em menos de quinze minutos.
Sophia não está em casa e deixou um bilhete dizendo que volta pra casa às cinco da tarde.
Tenho muitos amigos em Londres e não podia ser diferente já que sempre fui muito comunicativa. Mas Sophia e Jasmim com certeza são minhas melhores amigas.
Desde que cheguei aqui as duas sabem de cada detalhe da minha vida. No começo Jasmim morava com a gente mas se apaixonou loucamente por Antony e os dois se casaram uns meses depois de ela ter terminado o curso de Direito.
Entro no meu quarto tirando minhas roupas e vou para meu banheiro tomar um banho quente e relaxante.
Depois vou pra cozinha e preparo uns legumes cozidos para eu comer, não estou com fome mas sei que preciso me alimentar um pouco. Saco vazio não para em pé.
Sophia chega depois das cinco e começa a me ajudar com as malas. Ela parece cansada e sei que é por conta do estágio.
- Não está sendo fácil trabalhar naquele jornal. O redator acha que sou a escrava dele. - ela reclama fechando a última mala. - Acredita que ele quer que eu trabalhe na manhã de natal enquanto ele ronca na cama dele?
- E você vai?
- É o jeito. Sou apenas um estagiária.
- Sinto muito.
- Mas eu deixei bem claro que aos meio dia eu vou pra casa dos meus tios, preciso passar o natal com eles.
- Está certa.
- Eles me criaram e são a únicas figuras paternas que tenho. Não quero passar o natal longe deles. - ela diz se jogando na minha cama junto comigo. - Por falar nisso, quando vai começar um estágio?
- Vou tentar assim que meu sétimo período começar.
- Já sabe onde vai tentar?
- Em todos os lugares possíveis. - brinco a fazendo rir. - Até no bar da esquina se necessário.
- Tenta ver com o Antony se ele consegue pra você lá naquele time de futebol que ele trabalha.
- Vou tentar.
- Vou sair com o Victor hoje. Quer ir? - ela pergunta se levantando.
- Não. Eu não quero ir ao motel com vocês. Não gosto de sexo a três, sinto muito.
- Nossa, como você é engraçada Agatha. - ela joga uma almofada em mim enquanto rio. - Eu e ele nem transamos ainda pra sua informação.
- Sério? - pergunto espantada e ela assente.
- Estou me fazendo de difícil pra ver se ele valoriza mais.
- Não se ilude Sophia. Tu sabe a fama que ele tem. - falo bastante séria. - Ele só quer te comer.
- Graças a Deus né. - ela responde rindo. - Só quero isso dele mesmo. Tá achando que eu não sei que ele é um perfeito galinha?
- Você é doida.
- Vou tomar um banho, escolher a lingerie mais sexy, ligar pro boy me buscar e quem sabe fuder a noite inteira.
- Você é tão depravada. Me mata de vergonha.
-  Você também é amor, só não encontrou um cara que desperte esse seu lado ainda. Quem sabe o Ray não desperte isso em você?
- Sai daqui pervertida! - jogo meu travesseiro nela que sai rindo. - Maluca.
Só a Sophia mesmo para querer sair com um cara sabendo que ele não presta. Tô começando a suspeitar que ela seja uma ninfomaníaca.
E da onde essa maluca tirou que eu possa ter algo com o Ray? Nada a ver.
Eu e ele nunca tivemos uma conversa, nós só nos cumprimentamos quando pegamos o elevador junto. Ele é apenas meu vizinho e nada a mais que isso.
Mas devo confessar que é um daqueles caras de tirar o fôlego de qualquer mulher.
Me ajeito na cama e me cubro com a coberta branca. O sono logo vem e me deixou ser levada por ele.
- Agatha. - escuto Sophia me chamar enquanto me chacoalha mas ignoro. - Agatha acorda!
- Me deixar dormir em paz. - reclamo sonolenta.
- Você precisa acordar. Agatha!
- Sai daqui cão.
- Você vai perder seu vôo! - ela diz me fazendo acordar.
- O que? Quantas horas são? - pergunto me levantando apressada na cama e indo pro banheiro.
- São dez horas, Agatha. Quantas horas sai seu vôo? - ela pergunta entrando no banheiro enquanto tomo um banho rápido.
- Porra. Que droga dormir demais. - reclamo saindo do box e me enrolando na toalha branca. - Meu vôo sai às onze e meia.
- Se apressa então que eu te levo. - ela diz saindo do meu quarto.
Corro até meu closet e pego a primeira roupa que vejo. Me visto, pego minha mala de mão e a de rodinha e saio do meu quarto toda apressada.
Sophia me ajuda e entramos em seu carro.
- Eu não devia ter dormido tanto. Nem te ouvi chegar.
- Você não ouviu muitas coisas minha querida. - ela pisca maliciosa enquanto dirige.
- Você levou o tarado pra nossa casa?
- A gente nem saiu. - ela responde rindo. - Estava cansada de me fazer de difícil. Só  fui abrir a porta de lingerie e ataquei o boy.
- Nossa.
- Mandei ele ir embora de madrugada e ele já tá me ligando louco pra me ver.
- Nossa de novo. Pode aproveitar enquanto tô de férias e aproveita o apartamento. Só não usa meu quarto nem meu banheiro.
- Vou tentar.
- Se usarem meu quarto eu mato os dois.
Sophia apenas ri.
Em menos de meia hora ela estaciona em frente ao aeroporto, sei que estou atrasada mas não posso viajar sem antes apertar bastante minha melhor amiga.
- Se comporta Sophia. É sério. - ela ri e me abraça mais forte. - Qualquer coisa liga pra Jasmim, ela é uma boa advogada e pode te tirar da cadeia.
- Você é tão otária. Boa viagem e juízo.  - ela diz se afastando. - Qualquer coisa me liga.
- Pode deixar. - sorrio saindo do carro e entro correndo no aeroporto.
Sei que estou atrasada e até fazer todos os procedimentos de viagem eu vou me atrasar bastante.
Seguro minha mala de mão na mão esquerda e com a direita vou arrastando a de rodinha.
As pessoas me olham enquanto eu passo, mas também tô parecendo uma maluca descabelada correndo assim.
Esbarro em uma pessoa alta mas não paro pra me desculpar, apenas continuo correndo. Estou apressada demais pra pedir desculpas.
Faço o checkin, depois entrego minha mala e finalmente entro no avião.
POV David Luiz
Não tem muito tempo que voltei para Londres mas já consegui uma pequena folga e finalmente vou poder ir para o Brasil visitar minha família.
Tranco meu apartamento e pego o elevador.  O táxi está esperando eu e Sarah e quando entramos o senhor sorri.
Sei que estou um pouco atrasado mas nada que eu precise me preocupar muito.
Me mudei de volta pra cá à pouco tempo e Sarah veio para me ajudar com algumas coisas.
Ela é minha namorada e está sempre me acompanhando nos lugares mesmo agindo de modo diferente comigo.
Talvez seja a distância ou ela tenha assim como eu se tocado de que não nos amamos mas que a companhia um do outro é boa e que somos felizes juntos mesmo não tendo amor e sim um carinho eterno.
- Seus pais devem estar loucos pra te ver.
- Estão. Acredita que minha mãe já tá preparando uma festa pra quando eu chegar?
- Dona Regina é um amor mesmo. Eu adoro ela. - Sarah diz depois de me dar um selinho demorado. - Vamos nos divertir bastante no Brasil.
- Vamos sim.
- É uma pena que eu tenho só quatro dias pra ficar lá.  
- Verdade. Mas mesmo assim vamos aproveitar cada segundo.
- Eu sei que sim.
- Tenho só duas semanas de folga mas sei que serão as melhores.
O táxi para em frente a entrada do aeroporto. Pago o taxista que agradece com um sorriso e saímos carregando nossas malas.
Logo na entrada uma ruiva que corria apressada esbarra em mim mas não para pra pedir desculpas. Só vejo seus longos cabelos balançando enquanto corre.
- Que garota louca. - Sarah reclama brava.
Ignoro o acontecimento e continuo o meu caminho.
Eu só preciso mesmo é de um bom descanso.
Entrego minha mala e embarco no avião.
A viagem é demorada mas tranquila e quando finalmente chegamos no Brasil sou recebido com muita alegria pela minha família. Eu os amo muito!
Minha mãe convidou a família toda pra ficar aqui em casa hoje para fazermos aquela farra que só os brasileiros sabem fazer.
Enquanto Sarah toma banho eu aproveito para desfazer as malas.
Mas assim que abro levo um susto.
Não são minhas coisas ali e sim um monte de lingerie e roupas femininas.
- Não pode ser a mala da Sarah a dela é vermelha. - resmungo pra mim mesmo.
Olho a etiqueta e vejo o nome Agatha Pilares escrito no pequeno papel de identificação e abaixo seu número de celular. O jeito é ligar e marcar um encontro para devolver sua mala. Só espero que ela esteja por perto.