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História O Nome Dela é Agatha - Em casa


Escrita por: Valentinabarry

Notas do Autor


Acho que vocês nunca me viram postar tão rápido kk
Boa leitura!

Capítulo 15 - Em casa



POV Agatha
 
Sinto uma dor insuportável na cabeça, pequenas coisas parecem arranhar minha pele, mas não sei o que são. Uma umidade está bem presente em minha testa e sinto escorrer até meu pescoço.
Meu rosto arde, a boca e a testa principalmente. Meu peito também dói muito, a costela incomoda também, mas nem uma dessas dores parecem ser motivo de preocupação. Bom, talvez a dor que eu sinta no pulso deva me preocupar.
Abro meus olhos e a primeira coisa que vejo é o para-brisa do meu carro arrebentado, os erbergues agora murchos estão pra fora, com exceção do meu que parece não ter aberto na hora da colisão. A parte do passageiro da frente está bem pra dentro do carro e provavelmente se eu tivesse carregando alguém comigo a pessoa estaria esmagada agora.
Olho para meu corpo e vejo sangue nas minhas roupas, toco meu rosto e faço uma careta ao perceber que a sangue nele também. 
- Aí! - resmungo de dor assim que tento me sentar direito no banco.
Lembro que estava sem cinto de segurança e que bati minha cabeça no para-brisa, uma pancada muito forte mesmo.
Na rua algumas pessoas me olham com curiosidade, uns curiosos até chegam a encostar no carro para me observar melhor.
Vejo luzes vermelhas, muitas, duas de viaturas de polícia e mais duas de ambulâncias.
Três paramédicos se aproximam e antes que eles me impeçam já estou fora do meu carro. Olho pro estrago e abafou um gemido de angústia.
A lateral está muito amassada e a frente também está esmagada contra uma BMW, na esquina a direita vejo um ônibus com um pouco do para-choque amassado e deduzo ser o automóvel que colidiu com o meu.
Os paramédicos me fazem sentar no assoalho da ambulância enquanto me examinam e fazem perguntas aleatórias para me manterem acordada.
Um saco de gelo é entregue para mim e coloco na minha testa.
Um dos policiais ligaram pra Jasmim e já sei que ela está a caminho.
- Senhorita. - um policial magro e com um bigode grosso aparece ao meu lado. - Podemos conversar?
- Claro.
- Queremos saber a sua visão dos fatos. - ele diz e depois pergunta. - A senhorita viu que estava furando um sinal vermelho?
- Eu vi, mas não foi de propósito. Na verdade eu não estava prestando atenção, estava muito distraída com... Com outras coisas. - volto a chorar. - Quando percebi o sinal vermelho já senti um baque na lataria do meu carro, depois senti uma pancada forte na cabeça e desmaiei.
- Tudo bem. - ele diz enquanto vai anotando tudo.
Ele me faz outras perguntas, depois sai me dizendo que me encontra no hospital que eu for levada.
- Mais alguém além de mim se machucou? - pergunto ao paramédico enquanto ele guarda seus pertences na maleta.
- Não muito. Você foi o caso mais grave. - ele diz me deixando tranquila. - O motorista do ônibus bateu a cabeça e tem um minúsculo arranham na testa e uma outra passageira torceu o pé, os outros estão ilesos, o carro que você bateu estava vazio, ele estava estacionada então nada muito preocupante aconteceu.
- Só o fato que provavelmente vou perder o direito de dirigir. - reclamo e ele ri.
- Talvez não. Ninguém se machucou realmente, a não ser seu bolso.
- Nem fale. Tô muito ferrada. - reclamo choramingando.
- Hey Agatha, meu Deus, quase morri do coração quando recebi a ligação! - Jasmim diz me abraçando.
Abraço minha amiga e choro em seus braços. Foi um susto danado e acho que se não fosse Deus me dando uma nova chance eu nem estaria mais aqui pra contar história.
Antony está atrás dela e ele me olha preocupado, fugi dele hoje cedo e me sinto um monstro por isso.
- Como ela está? - ele pergunta ao paramédico que nos olha com um sorriso tranquilo no rosto.
- Aparentemente está ótima, só uns arranhões, mas vamos precisar levar ela ao hospital para fazer uma bateria de exames.
- Tudo bem. Amor, vou com ela na ambulância, você segue a gente com meu carro? - Jasmim pergunta ainda grudada em mim.
- Claro. Vejo vocês lá.
 
*****
 
Destranco a porta do meu apartamento e entro mancando com Antony e Jasmim em meu encalço. Sophia está sentada no sofá e quando me vê corre para meus braços.
- Meu Deus amiga, você está bem ? Fiquei tão preocupada. - ela diz e sorrio para tranquiliza-la.
- Estou ótima amiga, foi só um susto.
- O médico disse que foi um milagre. Ela nasceu de novo. - Jasmim diz se sentando conosco no sofá.
-E olha que essa doida bateu a cabeça com tudo no para-brisa. -  Antony diz rindo. - Uma verdadeira cabeça dura.
- Ha-ha-ha, como você é engraçado. - respondo irritada.
- Agora nos diga Agatha, o que aconteceu pra você ultrapassar o sinal vermelho? - Sophia pergunta acariciando meu cabelo ensanguentado e com resquícios de vidro.
- Eu... Eu tava chorando, acho. Na verdade não me lembro muito bem.
- Tudo por causa das notícias sobre você e o David?
- Então vocês duas já sabem? Claro, o mundo inteiro sabe, sou uma idiota mesmo. - resmungo. - Sim, tem a ver com isso também. Tinha acabado de ter um pequeno desentendimento com o David uns minutos antes do acidente acontecer.
- Que tipo de desentendimento? - Jasmim se preocupa. - Ele não te insultou né? Não te machucou ou...
- Para! Claro que ele não fez nada disso. Ele nunca faria! - Eu o defendo.
- Tudo bem, se acalme. - Antony pede e assinto.
- Antony tem razão, depois a gente fala sobre isso. Agora não é a hora. - Sophia diz calmamente. - A bonitinha aqui vai tomar um banho urgente, jogar essa roupa no lixo e a gente vai tacar desinfetante nesse sofá.
- Se reclamar eu vômito nele. - ameaço fazendo a pobre me olhar com nojo.
 
 
POV David
 
A porta se fecha e então estou sozinho na enorme sala de Ludy e Oscar.
Eu não sei que merda deu em mim pra ter ficado tão sem paciência com Agatha, ela só estava assustada e eu acabei estragando tudo de vez.
Que merda deu em mim para eu manda-la embora da minha vida? Que merda deu nela pra ela ir sem ao menos lutar?!
Eu devia ter corrido atrás dela, ter pego ela pela cintura e a beijado, depois eu diria que nada nem nenhuma merda iria mudar a minha decisão de querer ficar com Agatha.
Oscar entra e fica me observando um longo momento, sei que todos os meus amigos e parentes devem estar muito assustados com isso tudo mas não quero tocar nesse assunto enquanto ele não estiver resolvido.
- Não quero falar sobre isso. - aviso e ele dá de ombros.
- Não quero escutar. - ele se defende. - Só vim dizer que queremos que fique pro jantar, Ludy fez e strogonoff, sei que adora.
- Não quero incomodar mais do que já incomodei.
- Isso não é incomodo, você é nosso amigo e adoramos receber amigos para o jantar.
- Tudo bem, estou mesmo com fome, não como desde que fiquei sabendo da notícia.
- Muitas horas sem comer pode atrapalhar todo seu metabolismo.
Quando me sento na mesa Ludy não diz nada, sei que ela não é do estilo intrometida e agradeço a Deus por ter uma pessoa assim nesse momento, se fosse outra esposa de algum amigo meu ela já iria querer saber tudo.
Ela se altera em dar comida pra filha, comer e mexer no celular.
- É falta de educação mexer no celular enquanto come. - brinco dando uma garfada no frango.
- Desculpe mamãe. - ela diz cínica e volta a prestar atenção no celular.
Ele toca em sua mão e ela logo atende.
- Oi Soph! - ela diz bastante animada, mas logo seu rosto se transforma em uma carranca preocupada e ela me olha. - Como ela está? Ela se machucou muito?
- O que aconteceu?  - pergunto já preocupado de ser algo com Agatha. - Responde Ludy.
- Espera! - ela pede irritada. - Ela está no hospital?
-Ludmilla...
- Calma cara. - Oscar avisa. 
- Aí que bom! Estou aliviada. - ela suspira tranquila. - Fala pra ela que desejo melhoras e amanhã vou aí vê-la. Tchau gatinha, obrigada por me avisar.
Ela desliga e me olha.
- O que aconteceu?
- Agatha sofreu um acidente.
- O que? Onde ela está? - pergunto me levantando.
- Calma David, calma! - Ludy grita brava. - Ela está bem, já está indo pra casa.
- Mas...
- Parece que o acidente foi logo após dela ter ido embora.
- Então é culpa minha. - falo suspirando. - Se eu não tivesse...
- Para de paranoia, não começa. - Oscar pede. - Foi um acidente, você não teve culpa e se ela já está em casa então é porque não foi nada grave.
- Oscar está certo David.
- Vou ver ela agora.
- David, acho melhor esperar, foi um susto grande e vocês já estão  em tudo que é site de fofocas,  se aparecer agora na casa dela vocês nem terão como negar que estão tento um caso.
- Não estou nem aí Ludy, eu nunca tive intenção de esconder a Agatha, por mim já estaria namorando publicamente com ela.
- David...
- Esquece, eu vou e pronto. - reclamo caminhando até a porta. - Obrigado por tudo, vocês são os melhores amigos que tenho. Mando notícias da Agatha.
- David...
- Esquece amor, quando esse cabeludo coloca uma coisa na cabeça não tem quem tire. - escuto Oscar dizer assim que atravesso a porta e corro em direção ao meu carro.
Não tem mesmo.
Entro no meu carro e de longe vejo um fotógrafo estúpido, sem pensar muito eu lhe mando meu dedo no meio como sinal de toda minha irritação.
Ok, pode ter sido errado essa atitude, talvez minha imagem fique até manchada, afinal nunca fui dessas coisas, nem nunca gostei, sempre me dei bem com esse tipo de profissional mas é que estou furioso por toda essa merda. Se não fosse a intromissão de algum desses paparazzis esse maldito acidente da Agatha não teria acontecido.
Acelero por conta da vontade de ver aquele rosto que amo. Não, não amo. Não ainda.
- Cuidado com o que fala David. - resmungo bufando.
Quando passo por uma das avenidas mais movimentadas de Londres vejo o carro que suponho ser de Agatha. Ele está sendo guinchado e fico um bom tempo olhando para o que a lataria do carro virou, está muito danificado e duvido que isso terá concerto.
Quando desço do carro o porteiro já me reconhece e sorri. Peço gentilmente para subir sem ser anunciado mas ele insiste que tem que avisar as meninas e ele interfona para o apartamento delas.
- A senhorita Sophia disse que o senhor pode subir. - ele diz gentil.
- Obrigado Harry. - aceno antes de entrar no elevador e apertar o décimo primeiro andar.
Sei que vir aqui pode me custar um problemão mas eu simplesmente não iria conseguir ficar em casa sem ter uma notícia de Agatha.
Assim que estou no corredor vejo Sophia abrindo a porta, paro em sua frente e ela me examina um longo momento.
- Ela está tomando banho, mas pode esperar ela lá no quarto. - ela diz me dando espaço para entrar.
Jasmim e Antony estão sentados na sala e me acenam rapidamente.
- Sei que vão precisar de privacidade.
- Espera David, só te peço para não ficar insistindo em um assunto com ela, o médico disse que ela precisa de descanso. O acidente foi grave e se não fosse Deus ela teria morrido.
Assinto sentindo um arrepio de medo passar por mim e escuto um murmúrio de dor vindo do banheiro.
- Ela está só um pouco dolorida, os arranhões ardem no contato com a água. - Antony diz me tranquilizando.
- Ela se machucou muito?
- Não. Na verdade é um milagre que ela não tenha quebrado nada. - Jasmim responde depois de um longo suspiro. - Ela estava sem cinto de segurança e os erbergues não abriram, ainda não sei como ela não foi arremessada pra fora do carro.
- Sem cinto? - me alarmo.
- Sim. Ela bateu a cabeça com força mas o médico fez exame e graças a Deus não deu nada. - Antony diz.
- Ela está sentindo bastante dor no peito, na costela e na cabeça, o médico passou uns remédios para isso mas ele disse que ela pode ficar sentindo dores por até dois meses. - Jasmim completa.
- Nossa. Eu fiquei tão assustado, nem sei o que faria se ela... Nossa, não quero nem pensar sobre isso. - falo sentindo um nó se formando no meu estômago. 
- O pior passou, mas agora ela vai ter que arcar com a irresponsabilidade dela. Ela atravessou um sinal vermelho e causou um acidente enorme, ninguém se machucou gravemente mas eu duvido que o juiz vai deixar isso passar.
- E agora?
- Jasmim é advogada e disse que vai cuidar do caso dela, fazer de tudo para que ela não vá presa nem perca o direito de dirigir... - Sophia diz me assustando.
- Presa? Mas ela não teve culpa.
- Teve David, pior que teve.
- Enfim, acho que esse não é o momento para conversarmos sobre isso gente. Agatha precisa do nosso apoio e ela precisa de um pouco de felicidade hoje, não esse clima triste. - Sophia diz e assinto.
- Vou esperar ela no quarto. - aviso e elas assentem enquanto vou para seu quarto.
Me sento na cama macia e suspiro me lembrando de ontem, o exato momento em que trocamos carícias e fizemos sexo.
Eu me sinto um garoto apaixonado perto dela, talvez seja esse sentimento que me desperta tanta coragem para tentar ficar com ela.
A porta se abre e levo um susto ao vê-la me encarando confusa.
Seu rosto tem um corte grande um pouco abaixo do olho esquerdo, outro pequeno na altura do nariz, um no queixo e dois minúsculos na lateral da testa. Um dos cortes na testa tem pontos e me levanto indo até ela.
Vejo um corte no braço, apenas um arranhão, um roxo no ombro e outro na altura do peito. O pulso tem uma tala ortopédica o envolvendo.
Seus cabelos molhados lhe dão um ar de menininha e seus olhos transmitem medo.
- Eu sei que estou horrível. - ela diz com a voz embargada.
- O que? Não! De jeito nenhum! - nego rápido e chego mais perto dela .- Você é linda e nada conseguiria te deixar horrível,  olha pra você, mesmo nesse estado é capaz de deixar qualquer homem louco.
- Eu...
- Espera. Eu só estou te olhando assim porque por um momento passou pela minha cabeça que talvez eu nunca mais veria você de novo. - explico pegando a sua mão. – E isso me assusta tanto! Disseram que você não tinha se machucado muito, mas mesmo assim...
- Eu entendo David. - ela me corta quase sorrindo. - A tala no meu pulso não é nada grave, tiro em quinze dias, os pontos em sete. Estou bem, foi só um grande susto.
- Ainda estou assustado, olha meu coração, tá quase saindo do meu peito. - falo colocando sua mão em meu peito.
- David. - Agatha cora como se nunca tivéssemos feito mais que isso. - Porque está aqui?
- Porque não queria estar em outro lugar, só aqui. Meu lugar preferido é onde você estiver. - falo sem pensar e ela sorri abertamente, quando vejo estamos nos abraçando.
- Estou feliz que esteja aqui Jogador.
- Eu também cabelo de cobre, eu também.  - confesso a apartando mais a mim, mas logo ela resmunga de dor e a solto. - Muita dor? 
- Sim, muita. Estou quebrada psicologicamente, financeiramente e fisicamente.
- Que tal conversarmos sobre isso? - pergunto e ela me olha suspirando.
- Talvez seja melhor. Temos que esclarecer algumas coisas.


Notas Finais


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