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História O Nome Dela é Agatha - Troca de malas


Escrita por: Valentinabarry

Notas do Autor


Espero que gostem meus amores!
Beijooos 😘

Capítulo 2 - Troca de malas


Fanfic / Fanfiction O Nome Dela é Agatha - Troca de malas


POV Agatha
A viagem é demorada mas bem tranquila. Vez ou outra o avião tem uma pequena turbulência mas nada que precisamos  nos preocupar. Viajo tanto de avião que até me acostumei com essas coisas. Já até perdi as contas.
Acordo com o piloto pedindo para colocarmos o cinto pois ele vai pousar. Faço o que ele pede e suspiro sentindo o avião descer lentamente e então finalmente pousar em solo firme. Solto o cinto e desembarco junto com os outros passageiros. Vejo um pequeno montinho na sala de desembarque mas não me preocupo muito, ao que parece deve ser algum famoso.
Dou de ombros e caminho até a esteira para pegar minha mala. Vejo a mala menor e a pego, depois pego a azul de rodinha. Nem me preocupo em olhar o nome.
Ando até o saguão e então vejo meus pais, minha irmã Virgínia e o meu cunhado Pedro com o meu lindo sobrinho Jorge no colo. Os cinco gritam quando me vêem e sorrio emocionada, faz quase um ano que não os vejo.
Como nunca fui muito normal, eu jogo os cabelos pra trás fingindo ser uma dessas patricinhas metidas e vou rebolando até lá.
- Avisa pro pessoal que tá fazendo montinho na sala de desembarque a famosa aqui sou eu. - falo pra um segurança que passava e ele me olha como se fosse uma doida.
- Amor da mamãe! - Dona Laura diz assim que me abraça. - Que saudades de você meu bebê!
- Mãe para de me chamar assim na frente do Pedro, ele fica me atormentando com essas coisas sabia? - reclamo os escutando rir. - Também senti saudade mãe.
- E do papai?
- Do senhor Paulo também. - brinco o abraçando forte. - Que abraço bom papai.
Me afasto para abraçar minha irmã, meu sobrinho e o retardado do meu cunhado que fica me chamando de bebê.
Depois de muitos abraços vamos embora pra casa dos meus pais.
Eles estão tão diferentes que nem parecem aquelas pessoas sérias que eu convivia quando morava aqui.
Eu e meus irmãos fomos criados com pulsos firmes. Meus pais sempre pegavam no nossos pés para tudo que fazíamos.
Quando o assunto era escola então nem se fala.
Minha irmã por ser a mais velha sempre penou mais com eles. Fez a faculdade de engenharia, se formou em primeiro lugar da turma e se casou com um ricasso, mas não durou muito e os dois se separaram com partilha de bens. Eu o odiava e graças a Deus ela não teve filhos com ele. Conheceu o Pedro numa de suas obras e os dois se apaixonaram intensamente, estão casados a três anos e me deram o sobrinho mais lindo do mundo inteirinho.
Já o Henrique que é o irmão do meio já nasceu querendo agradar os nossos pais. Era sempre o Nerd da sala, o que chamava atenção no ensino médio por ser bonito e inteligente. Tão inteligente que estuda medicina em Harvard.
E tem eu, a caçula revoltada que fez tudo diferente do que os pais queriam. A culpa não é minha se sou a louca da família.
A primeira decepção dos meu país comigo foi quando eu tinha completado dezesseis anos e fiz minha primeira tatuagem bem na costela. Os dois até pensaram que eu estava sendo usuária de drogas e me botaram de castigo. Foi engraçado, devo admitir.
Entramos em casa e a primeira coisa que faço é subir pro meu quarto - que continua a mesma coisa de quando eu tinha dezessete - para tomar aquele banho relaxante e tirar o suor que só consigo aqui no Brasil, é incrível uma coisa dessa.
Em Londres tomo o banho mais quente possível e aqui já é o contrário, tenho que tomar o banho mais gelado pra ver se consigo me refrescar um pouco.
Saio do banheiro torcendo meus cabelos com a toalha e caminho em direção a minha mala azul, a pego e a jogo em cima da cama para abrir ela.
Mas quando abro levo um susto. Não tem nada meu dentro e sim um monte cueca e roupas masculinas, só eu pra me meter na porra de uma confusão como essa. Custava eu olhar o nome antes de pegar a mala?
- Droga droga droga. - resmungo batendo na minha testa. - Porra Agatha, você é muito burra.
Pego a etiqueta de identificação e leio o nome David Luiz Marinho e em baixo confiro o número. Sem opções pego o meu iPhone pra ligar pro cara.
Não queria resolver isso eu mesma mas até a agência resolver vai demorar mil anos.
Quando eu pretendia discar o número meu celular começa a tocar. É um número desconhecido e atendo sem ao menos ter noção de quem poderia ser.
- Alô?
- Agatha Pilares? - uma voz de homem pergunta, parece que eu já ouvi em algum lugar.
- Sim. Quem gostaria? - pergunto me sentando na minha cama.
- Eu estou com sua mala, uma azul. Peguei na esteira por engano. Sinto muito. - ele se desculpa envergonhado e olho a etiqueta da mala mais uma vez.
- Por acaso você é David Luiz?
- Sim. Você já deve ter me visto na...
- Não, acho que nunca te vi. - respondo rindo. - É que peguei sua mala por engano também. Abri e vi um monte de roupas masculinas, assustei.
- Nossa que bom. Vai me poupar bastante de ter que ligar pra agência resolver tudo. - ele suspira aliviado. - A gente pode marcar de se encontrar em algum lugar para destrocarmos as malas?
- Claro. Preciso da minha com urgência. Fui abrir ela depois que sai do banho, agora não tenho  nada pra vestir. Acho que vai ter que me emprestar uma roupa sua. - brinco como sempre faço. Sou uma otária.
- Se você tiver no mínimo um metro e oitenta talvez as roupas caibam em você. - ele brinca de volta me fazendo rir.
- Posso fazer uma camiseta sua como vestido.
- Boa sorte com isso.
- Você está em São Paulo? - pergunto. - Preciso saber para podermos fazer a troca.
- Estou sim.
- Ótimo. - dessa vez sou eu que suspiro aliviada. - Será que podemos fazer a troca hoje? Tenho um evento importante amanhã e preciso muito de um vestido que está na mala.
- Por mim tudo bem. Posso levar na sua casa se quiser.
- Acho melhor não em. Você pode ser um psicopata, não te conheço.
- Tá... - ele diz como se me achasse maluca. - Você também pode ser uma.
- Talvez, quem sabe, tudo pode acontecer aqui no Brasil. Vai ter que arriscar. - falo como se fosse natural e escuto ele rir. - Tem um restaurante no centro da cidade, costumo ir lá as vezes e se quiser podemos nos encontrar lá.
- Pode ser, me passa o endereço.
Passo o endereço com todas as coordenadas direitinho e ele concorda em me encontrar as seis da tarde lá. Vou aproveitar pra passar no shopping antes.
- Eu vou ser a garota que está com uma mala grande e azul. - brinco novamente.
- Eu também. Tirando a parte de ser uma garota é claro.
Depois ele desliga e sem alternativa vou procurar alguma roupa que deixei aqui no ano passado.
O resultado final é uma camiseta branca, um short jeans de lavagem clara e uma alpagartas rosa bebê. Deixo meu cabelo solto e depois de passar um perfume leve desco pra sala encontrando meu pai lendo um jornal.
- Onde tá todo mundo? - pergunto estranhando o silêncio na casa.
- Sua mãe foi no mercado com sua irmã. Pedro e Jorge estão na piscina. - ele diz me puxando para sentar ao seu lado. - A sua mãe quer fazer uma pequena festinha hoje. Vai chamar seus amigos de escola.
- Legal. Gostei da idéia. - sorrio feliz.
- Como está a faculdade de Marketing? - ele diz o nome do curso revirando os olhos.
- Vai tudo muito bem, cada dia me apaixono mais pelo curso tá senhorzinho. - pisco e ele sorri.
- Você é a ovelha negra da família Agatha.
- Eu sei. - rio junto com ele. - Pai me empresta seu carro para eu ir no shopping e depois resolver uma coisa?
- Tenho tanto medo quando você diz que tem que "resolver uma coisa". Não vai fazer outra tatuagem né? - ele pergunta me entregando a chave do carro.
- Confie mais em mim homem. - finjo estar brava e beijo seu rosto. - Mas a idéia da tatuagem foi muito boa em?
- Nem ouse Agatha.
- Agora que deu a idéia já era. - brinco subindo a escada correndo para pegar a mala.
Quando desco meu pai me olha preocupado.
- Agatha não me diga que você vai acampar com os hippies de novo.
- Claro que não pai. Tenha mais fé em mim. - reclamo.
- E o que tá fazendo com essa mala?
- Vou levar ela pra dar uma voltinha coitada. Ela tá pálida,  Londres fez mal pra saúde dela, ela precisa de vitamina D. Um solzinho vai fazer bem.
- É sério Agatha.
- Tá pai. - reviro os olhos e explico o acontecimento pra ele.
Depois entro no carro e dou partida.
Primeiro vou ao shopping porque preciso comprar roupas para o verão daqui, poucas coisas mesmo. O suficiente pra passar duas semanas e não vejo problema algum em repetir as roupas um monte de vezes. Tomo um sorvete também e depois vou para o restaurante.
Quando chego peço uma mesa qualquer, o restaurante está com pouca movimentação mas não deixa de ser um dos mais seguros de São Paulo.
Enquanto espero peço um suco de laranja. Nunca fui de beber bebidas alcoólicas, já sou doida naturalmente, não preciso de ser mais. Fora que da última vez que fiquei bêbada as coisas não saíram como esperado.
Olho para a entrada do restaurante  e vejo um jogador da seleção brasileira entrar. Nunca fui muito ligada em esportes mas já vi ele em alguns jogos e sei que é o queridinho da galera, só não lembro o nome. Sempre chamo ele de jogador do cabelo enrolado.
Ele me olha de longe, depois seus olhos seguem para a mala que está ao lado da minha cadeira e ele sorri se aproximando. Fico confusa e então me lembro do nome dele. David Luiz.
Vejo minha mala em sua mão  e fico de boca aberta enquanto ele se senta na cadeira de frente pra minha.
- Acho que você é a Agatha. - ele diz e assinto.
- E você é o jogador do cabelo enroladinho.
- Que?
- Nada. - forço um sorriso pra ele.
Fico o observando um tempo, ele é bonito, até a voz é bonita e sinceramente não imaginava que ele fosse isso tudo.
O vejo me observando por um longo momento e então ele sorri largo. Será que meu rosto tá sujo?
- Acho que você é a moça que esbarrou em mim no aeroporto de Londres. - ele diz e fico totalmente envergonhada.
- Me desculpe por aquilo. - peço quase me enfiando em baixo da mesa. - Estava tão apressada que nem pensei em parar pra pedir perdão.
- Tudo bem. Acontece.
- Então, aqui está sua mala. - a arrasto em sua direção e ele me entrega a minha mala. - Desculpe pela confusão.
- Não tem problema.
- Achei que estaria com uma camiseta minha. - ele brinca passando seu olhar pelo meu corpo.
- Pois é. - rio junto com ele.
- Estava em Londres passeando?
- Não. Na verdade moro lá tem três anos. - respondo e um garçom se aproxima.
- Os senhores desejam fazer os pedidos?
- Agora não, obrigado. - David responde educado.
Uma moça morena bonita se aproxima vindo em nossa direção, ela me olha um longo momento e sorri. Se senta ao lado de David e já devia imaginar que ele tem uma namorada.
- Olá. - ela diz sorrindo. - Então você é a moça da mala.
- Sim. Tudo bem?
- Tô bem e você?
- Aham. - sorrio. - É... Tenho que ir, meus pais estão preparando uma festa pra mim e sabe como que é quando a gente vem visitar os pais. Eles grudam feito carrapicho.
- Sei como é. - David diz sorrindo, pago o meu suco e me levanto.
- Me desculpe mais uma vez. - peço estendendo minha mão para ele e depois para a namorada. - Foi um prazer.
- Tchau Agatha. Tenha cuidado nos aeroportos. - David brinca sorrindo de lado e retribuo o sorriso enquanto me afasto arrastando a minha mala.
Ainda confusa entro no carro, dou partida e dirijo até a casa dos meus pais.
Como fui burra, eu devia ter desconfiado que era David Luiz o jogador que estava com a minha mala. Fui toda desarrumada.
Assim que chego em casa vejo minha mãe e minha irmã conversando com a Dona Maria governanta da casa, aceno pra elas e corro para meu quarto. Pego meu computador e a primeira coisa que faço é pesquisar sobre David Luiz, o cara do sorriso cativante.


Notas Finais


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