História O Nome Dela é Agatha - Noite chuvosa

POV Agatha
 
O tribunal está com poucas pessoas. Jasmim está sentada ao meu lado, ela agora debate um  argumento de uma das pessoas que viram o acidente. A juíza observa os dois mas quando me olha se demora mais em mim. Um dos advogados diz outra coisa mas não consigo prestar atenção.
Estou com sono pois não consegui dormir a noite inteirinha, não era preocupação pela audiência mas sim porque fiquei pensando sobre a ida do David lá em casa.
Eu mal consegui me levantar de manhã para poder ir a psicóloga que a juíza determinou para eu me consultar.
A audiência termina as duas horas, o veredicto é que vou perder o direito de dirigir por seis meses e vou ter que pagar cinco mil de indenização, legal meus pais vão me matar. Bom, ao menos não fui presa.
- Obrigada amiga, sério mesmo. - agradeço Jasmim enquanto entramos em meu apartamento.
- Tranquilo, não foi nada difícil. - ela responde com um sorriso e se senta no sofá. - Antony está querendo falar com você, ele sente muito por você estar magoada com ele. Espero que se acertem, não gosto de ver meu marido e minha melhor amiga assim.
- Eu sei Jas. Percebi que ele não tem culpa de eu ter sido demitida, e juro que quando eu o ver vou tratar ele bem. Eu nunca o trataria mal.
- Obrigada Agatha. - ela pisca pra mim e suspira relaxando mais no sofá. - Vai na festa na casa da Ludy e do Oscar?
- Infelizmente sim, Sophia está praticamente me amarrando para me levar a força. - falo enquanto tiro minha bolsa e me jogo no outro sofá. - Não quero ter que olhar para o David.
- Sabe que um dia isso vai ter que acontecer, então enfrenta logo.
- É, você está certa.
O dia da festa chega e queria simplesmente poder ficar doente para não ir, mas conhecendo a Sophia como eu conheço, duvido que ela me deixaria em paz mesmo assim.
Tirei minha tala anteontem e agora tenho as duas mãos livres! Aleluia amém!
Aproveitei pra dar uma geral na casa porque a situação já estava feia, nem parecia casa de duas mulheres, se bem que eu e Soph não servimos de referência pra esse tipo de coisa.
Meu telefone vibra e sorrio ao notar que é uma notificação de um direct que meu irmão mandou. É uma foto dele fingindo que está mordendo um braço de um esqueleto falso que eles usam pra estudo. A legenda é bem simples "era assim que eu me sentia quando mordia aquela garota que eu namorava no ensino médio".
Meus irmãos são meus amorzinhos e sinto falta de passar um tempo conversando com eles. Principalmente com o idiota do meu irmão, eu e ele éramos um grude, muita gente até admirava nossa relação de irmãos, afinal era quase impossível ver a gente se desentendendo.
Me olho no espelho pela milésima vez e adoro o que vejo, a roupa está bem moderna e despojada (roupa nas notas finais), mas optei por usar apenas um rímel, um blush bem leve e um batom no tom de vinho. O cabelo está solto e ondulado o que me deixa com uma aparência mais sexy devo confessar.
Quis me arrumar bem só pelo fato de que o David está lá é que não quero que ele pense que estou desleixada por conta de tudo que passei por ele. Na verdade eu quero que todos pensem o quanto estou bem, não que estou sofrendo ou algo do tipo.
Passo um perfume e sorrio. Pego meu celular e tiro uma selfie piscando, depois aponto a câmera para o espelho e tiro do look. Posto as duas no direct do Instagram e finalmente saio do meu quarto.
- Mulher, você tá muito gostosa! - Jack diz me olhando boquiaberto. - Quer impressionar alguém?
- Sim, você e parece que deu certo. - pisco e ele ri.
- Achei legal da parte da sua amiga deixar você e a Soph me levar.
- Ludy é tranquila. Ela jamais negaria algo assim, vai gostar muito dela. - falo enquanto me sento ao seu lado. - Cadê a Sophia?
- Estou aqui e... uau! Que gostosa! - ela diz me olhando.
- Foi isso que eu disse. - Jackson concorda me abraçando.
- Você estava certa, essa roupa ficou melhor do que o vestido.
- Eu sempre tenho razão. - pisco e ela ri. - Você também está linda, aposto que o William vai concordar.
- Não sei porque está falando isso, eu só gosto dele como amigo e vai continuar sendo assim. - Sophia diz bastante séria.
Ela tem mudado nos últimos meses, não sai com frequência com outros homens. Sai apenas com o William de vezem em quando e estou até suspeitando que os dois estão de casinho. É claro que os dois negam e não sei pra que Isso.
- Será que podemos ir agora? - ela diz mexendo na bolsa e então tirando sua chave.
- Claro, já que é pra eu passar por essa merda que seja logo então.
Entramos no táxi porque Soph não quis dirigir e Jackson também não, o que é bom já que eles vão beber. Quem dera se eu não tivesse tido minha carteira de motorista suspensa.
O carro estaciona em frente a casa de Ludy, pagamos o taxista e saímos do carro.
Olho para a rua e vejo vários carros estacionados.
Fico imaginando todos lá, sabendo tudo que já aconteceu entre a gente. Tantos olhares me julgando, não sei se aguento.
- Eu vou... voltar pra casa. - falo e os dois me olham perplexos.
- O que? Nem pensar, você vai entrar agora. -  Sophia diz me agarrando pelo braço.
- Eu não consigo enfrentar todos os olhares que vão recair sobre mim.
- Para de besteira Agatha. Você não pode ficar se privando sempre. - Jackson diz me fazendo o olhar. - Nós vamos estar lá com você. A anfitriã da festa te adora, ela quer você aqui mais do que qualquer outra amiga dela.
- Tudo bem, eu vou, mas não quero ficar muito tempo. - peço e eles assentem sorridente.
- Vamos embora quando você quiser.
- Então vamos entrar logo.
- Vamos.
Assim que entramos a primeira pessoa que vejo é Oscar conversando com William, os dois nos olham e vamos os cumprimentar. William e Sophia se abraçam como dois moleques e acabo rindo, com certeza eles são bons amigos.
- Vocês estão lindas. -  William elogia piscando.
- Esse é o Jackson, um amigo meu e da Soph. - eu os apresento e eles apertam as mãos.
- Oscar cadê a Ludy? - pergunto e ele ri apontando uma direção.
- Ali, conversando "amigavelmente" com uma peguete do Diego.
Quando olho vejo uma mulher morena com um vestido bem elegante que cola bem em seu corpo, valorizando muito suas curvas. Ela ri mexendo nos cabelos enquanto Ludy finge se agradar com a conversa.
- Que tal ir salvar minha mulher?  - ele pede e assinto rindo.
Quando chegamos perto dela, Ludy praticamente nos beija de tanto alívio.
- Que bom ver vocês, estou tão feliz que veio meu amorzinho. - ela brinca me abraçando forte. - Querem beber algo?
- Com certeza. - Sophia e Jack respondem juntos.
Em menos de três minutos um copo com uma bebida azul está em minha mão. Os bonitinhos que disseram que me fariam companhia sumiram e eu estou apenas perambulando pela pequena e elegante festa enquanto recebo vários olhares curiosos.
A casa está linda e o som abafa o barulho da chuva lá fora. Vejo Sophia e Jackson conversando animadamente com William e Ludy. Olho para a entrada da casa e então o vejo entrando. Já estava demorando mesmo.
David está indo em direção aos nossos amigos, ele parece não ter me notado ainda e agradeço.
Preciso enfrentar ele uma hora ou outra, mas não sei se estou preparada. Ele ainda parece ser minha fraqueza e não queria que fosse assim.
Olho para minha bebida intocada e suspiro, cheiro o que quer que seja isso e tomo um gole bastante generoso.
- Melhor ir com calma. - o susto me faz engolir um bloco de gelo.
Olho para David que está parado em minha frente. Ele me olha enquanto agoniada espero a porra do gelo derreter. 
- Você precisa de ajuda? - ele parece se preocupar.
- Não... Estou bem. - falo com a voz esganiçada. - Não preciso da sua ajuda.
Sinto meus amigos nos olhando e quando os olho minha suspeita é confirmada. Eles estão assistindo como se estivessem vendo seu seriado favorito, babacas.
-  Só queria ajudar.
- Não precisa. - respondo praticamente recuperada. - Se me der licença eu vou...
- Espera. Vamos conversar um pouco.
- Não quero conversar, quero ir até os meus amigos.
- Por favor, vamos conversar. Agatha eu sinto sua falta, todos os dias. - David tenta me tocar mas dou um passo pra trás. - Por favor não se afasta. Sei que gosta de mim assim como eu gosto de você, então não deixa nossa história terminar assim.
- Nossa história David? Que história? - eu pergunto irritada. - Nunca existiu algo que fosse nosso.
- Agatha, por favor.
- Você sabe o quanto foi difícil passar por tudo isso? - eu falo sentindo minha voz embargar. - Largar tudo feito boba pra ficar com um cara que simplesmente me enganou.
- Eu não te enganei, a Sarah está grávida e eu não estava raciocinando bem. Achava que teria que casar com ela porque...
- Acorda David, nós estamos no século 21 não no século 19! - falo e então começo a andar em direção a saída, vou me esquivando das pessoas e ele me segue.
- Espera Agatha. Onde você vai? - David pergunta e me viro bruscamente para olhar em seus olhos.
- Vou embora, não aguento ficar no mesmo lugar que você. Então te peço uma coisa: me deixa em paz! - falo bem próxima dele. - Adeus David, espero não te ver nunca mais.
Então lhe dou as costas e saio apressada da mansão. Quando chego do lado de fora uma chuva cai, mas não ligo e saio me molhando em menos de segundos.
Olho pra rua na busca de um táxi mas nenhum está circulando. Droga!
- Agatha! - escuto David me chamar e quando me viro dou de cara com ele. - Entra você vai ficar doente.
- Não me diz o que fazer! - eu grito com ele. - Entra você e me deixa em paz.
- Não vou entrar. Não vou te deixar sozinha, não vou. - ele diz e começo a rir.
- Engraçado. Porque parece que eu já ouvi isso vindo de você? - pergunto e ele suspira.
- Eu não vou te deixar como já fiz uma vez. Não vou. - David me pega pelo braço, tento me soltar mas ele não deixa.
- Quero ir embora!
- Eu te levo então.
- Não! Será que você não percebe que quanto mais você está por perto mais eu me sinto fraca?
- Agatha, eu gosto de você! Gosto mais do que imaginaria gostar de alguém! Você é meu pensamento vinte e quatro horas por dia, até quando estou dormindo. - ele diz pegando meu rosto com as duas mãos para que eu o olhe. - Me deixa provar que é com você que quero ficar! Que é de você que eu gosto! Por favor.
- Eu tenho medo tá legal? - desabafo fazendo com que ele me olhe confuso.
- Medo de que?
- De confiar em você de novo e você simplesmente me deixar. - confesso fechando meus olhos e suspirando. Quando os abro, David está me olhando fixamente. Ele parece pensar em algo e então diz.
- Me dá uma chance de provar que eu e você somos a combinação perfeita. - ele diz parecendo bastante sincero.
Eu gosto tanto dele. Mal consigo ficar longe, queria conseguir, mas não consigo e ponto.
Então junto toda minha coragem e o puxo pela nuca, encosto nossos lábios em um selinho demorado. David parece ter sido pego de surpresa porque reage só segundos depois.
Suas mãos envolvem minha cintura enquanto ele me pede passagem e concedo sem nem pensar.
Sinto sua língua em contato com a minha, em uma dança urgente e voraz, estava sentindo tanta falta que me aperto mais a ele, puxo seu cabelo de leve e David aperta minha cintura com uma mão e a outra desce pra minha bunda. Ainda bem que a rua está deserta por causa da chuva.
Separamos o beijo por falta de ar, mas não nos soltamos. Os lábios de David  descem pelo meu pescoço, causando uma chama de calor em minha pele. 
- Você não vai se arrepender. - David diz me olhando.
- Espero mesmo. - falo enquanto nos afastamos um pouco para nos olhar.
- Acho melhor sairmos daqui, antes que fiquemos muito gripados. - ele diz voltando a beijar meu pescoço.
- Ainda quer me levar pra casa? - pergunto passando minhas mãos por suas costas.
- Sim, mas só se for pra minha. - David me dá uma leve mordida e deixo escapar um gemido. - Topa?
- Bom, você me tem presa aos seus braços então pode fazer o que quiser. - sussurro de forma sensual.
- O que eu quiser? - ele pergunta malicioso.
- O que quiser. - respondo beijando seus lábios.
- Nesse caso, vamos. - ele diz entrelaçando nossas mãos e me guiando até seu carro maravilhoso.
- Já disse que eu amo seu carro? - pergunto assim que entramos. - E droga, estamos encharcados.
- Tudo bem, depois eu mando lavar o carro. Amanhã uso outro. - ele diz sem intenção de causar.
- Uau! Que cara poderoso. - pisco e ele ri enquanto dá partida no carro.
Enquanto David dirige sua mão descansa em minha perna e adoro o quanto isso parece íntimo.
Quinze minutos depois ele está estacionando o carro em uma de suas vagas. Quando ele desliga o carro fica me olhando por um longo momento, então tira o cinto e toca meu rosto.
- Nem acredito que está aqui. - ele diz beijando meu pescoço.
- Estou... agora que tal entrarmos? - pergunto também tirando meu cinto.
- Saudades?
- Muita. - respondo quando saímos.
Quando entramos no elevador, David já vem me agarrar. Estamos descabelados, molhados e nos agarrando feito dois adolescentes cheios de hormônios.
As portas do elevador se abrem na sua cobertura, então ele me ergue pelo bumbum e enrolo minhas pernas ao seu redor. Aposto que quem está na segurança tá adorando a cena.
Separamos o beijo apenas para nos olhar enquanto David está nos guiando para algum lugar.
- Linda. - ele me tira do seu colo e volta a me beijar. - Que tal um banho quente?
- Nós dois juntos? - pergunto quase envergonhada.
- Com certeza. Não quero te levar pra cama ensopada e correr o risco que gripe. - ele diz malicioso. Morde meu lábio inferior e puxa de leve.
- Ah claro.
- Além do mais, sei de cada detalhe do seu corpo então não se envergonhe. - ele pede erguendo minha camiseta e a tirando.
- Justo. - respondo enquanto ele me beija de novo.
Então me afasto e começamos a nos  despir um tanto apressados.
David me observa atentamente e faço o mesmo com ele. Os músculos amostra me excita tanto.
- Vem. - eu o chamo o puxando pela mão quando finalmente estamos livres de tecidos.
- Não sabe o quanto é gostosa. - ele sussurra em meu ouvido enquanto eu ligo o chuveiro e a água quente cai sobre nós, deixando tudo mais atraente.
- Te digo o mesmo. - falo me virando de frente pra ele que me olha de baixo a cima.
- Vem cá. - David me puxa para um beijo.
Um beijo urgente e nem um pouco inocente.
Suas mãos me apertam contra ele e sinto seu membro roçar em minha intimidade, o que me faz arfar em sua boca.
As coisas agora não são nada calmas, passamos muito tempo sem nos tocar e tudo que queremos é sentir um ao outro da maneira mais instintiva e humana possível.
Os lábios de David descem para meu pescoço enquanto minhas mãos descem obedientes de seu abdômen até o membro.
Ele geme sentindo meu toque e desce seus beijos para meus seios.
Cada célula do meu corpo parece se acelerar e se David não estivesse me segurando eu provavelmente cairia por conta das pernas bambas.
Não quero preliminares agora, quero ele dentro de mim, quero ele me fazendo sentir tanto prazer que não vou conseguir pronúncia qualquer palavra. A noite é longa e podemos ter preliminares depois.
- David, eu quero você. - sussurro em meio a um gemido que solto quando ele toca meu clitóris. Misericórdia, esse homem ainda vai me enlouquecer.
- Agora? - ele me lança um sorriso tão sensual que quase tenho um orgasmo só com essa cena.
- Nesse exato momento.
- Você quem manda. - ele diz me virando de costas e quando eu pretendia dizer algo ele me invade fazendo que eu gema longamente.
- Isso... é t-tão bom...
Os movimentos são rápidos e as estocadas fortes. Eu o sinto ir fundo e é a melhor sensação que já tive em anos.
Encosto minha cabeça no box e fecho os olhos enquanto me movimento junto com David. Sua mão direita aperta minha cintura enquanto a força ir mais contra ele. A esquerda vai para minha bunda e mordo meus lábios quando sinto ele me dar um chupão na minha nuca.
- Gostosa... - David diz aumentando os movimentos.
Tudo fica mais intenso e preciso me segurar quando sinto que aquela sensação gostosa está me invadindo. Meu corpo treme, uma sensação boa sobe por meu ventre e quando vejo estou tendo um orgasmo que me enfraquece. Mas David me segura com firmeza enquanto continua a se movimentar. Segundos depois ele se junta a mim na sensação arrebatadora e adoro o modo como ele me abraça e beija meu pescoço.