História O Nome Dela é Agatha - Família Marinho

POV Agatha

David sai me deixando totalmente maluca por ele. Não sei como ele pode apenas ir embora depois de me dizer que da próxima vez que nos vermos ele vai me "fuder" - Jesus como isso foi excitante - ele simplesmente poderia ter feito o que falou de uma vez, nem que fosse uma rapinha. Eu pensei mesmo isso?

Depois do pedido de namoro parece que minha paixão e meu desejo por ele só aumentou.

Reviro os olhos enquanto me obrigo a levantar para vestir roupa, de preferência um quentinha já que as noites aqui ultimamente estão geladas.

Fico pensando em como vai ser encontrar os pais de David amanhã, como eles vão me tratar e como vou segurar o choro se eles não me aceitarem.

Afinal de contas, quem me aceitaria como nora depois de tudo que a mídia espalhou por ai? Nem eu ia me querer como nora.

Quando vou pra cozinha vejo a porta da sala se abrir e Sophia entrando cheia de sorrisinhos, ela parece não me notar e se joga no sofá depois de um longo suspiro, mas parece pensar em algo e então seu semblante já muda para algo mais triste.

Vejo quando ela pega o celular e começa a digitar algo ainda com a carinha triste, depois suspira e joga a cabeça pra trás.

Pigarro para chamar sua atenção e ela me olha assustada.

- Você estava ai há muito tempo? - ela pergunta se sentando reta no sofá e forjando um sorriso despreocupado.

- Não. Acabei de vim aqui para pegar uma água. - respondo indo até a geladeira.

- David está dormindo aqui?

- Não. Ele foi embora pra casa, os pais dele estão na casa dele. - respondo bebendo um gole da minha água enquanto caminho até o sofá ao seu lado.

- O que achou do pedido super fofo? - ela pergunta super interessada.

- Ai Soph... foi tudo tão maravilhoso! Me senti realmente feliz. - falo dando um longo suspiro. - É cedo, mas eu o amo. David me completa.

- Hum... toda romântica essa garota. Vocês merecem ficar juntos depois de tudo que passaram.

- Eu sei. - suspiro longamente. - Amanhã ele quer que eu vá assistir ele jogar.

- Legal! E porque tá triste? - Sophia pergunta me olhando confusa.

- Porque não sei se é a hora ainda. Confesso que ainda tenho um pouco de medo de algo acontecer e termos que terminar.

- Isso é bobeira Agatha.

- Não, não é. - me defendo bastante séria. - Fora que vou ter que conhecer os pais dele. Imagina se eles não gostam de mim? Eu vou chorar muito.

- Se eles não gostarem o problema é deles, o David vai continuar te adorando amiga.

- Não sei não... Estou me sentindo muito insegura de ir sozinha.

- Bom, se for esse o problema, eu tenho uma solução. - ela diz revirando os olhos com um sorrisinho no rosto.

- Que seria?

- Ir com você nesse tal jogo.

- Sério Soph? - pergunto animada. - Faria isso por mim? Jura?

- Claro que faria! Somos amigas lembra? - ela brinca me dando uma cotovelada. - Agora vê se anima e vamos sair pra espairecer um pouquinho.

- No bar da esquina de novo? - reclamo e ela ri.

- Não sua boba. Lá é reservado para as bad da vida.

- Ah, legal. - solto ainda a olhando confusa.

No final acabamos indo para um restaurante Tailandês. A Sophia simplesmente ama comida tailandesa, e eu simplesmente detesto todo aquele tempero. Mas devo uma a ela por ter se oferecido para ir comigo ao jogo.

Quando chegamos em casa já é bastante tarde e já me jogo na cama exausta. Durmo feito uma pedra e acordo antes de Sophia, o que me faz ter que ser a responsável por ir até a padaria.

Enquanto atravesso a rua em direção a padaria um monte de gente fica me olhando, principalmente dentro do local. Deve ser porque estou de pijamas, mas fala sério, eu sempre venho aqui de pijamas. Fecho meu sobretudo em volta de mim enquanto vou escolhendo o que levar para o café da manhã, que confesso que deveria ser um almoço já que são quase 12h.

Pego as sacolas que a Amy me estende e pago por tudo.

Quando saio da lojinha ainda estão todos me olhando e é como se um dejavú passasse por mim.

- Hey, Ariel! - July grita assim que saio da padaria.

Olho em sua direção e a vejo descer a rua em cima do seu skate, os garotos estão descendo ao lado dela. Alex de skate e Eduardo na sua inseparável bike.

Fico olhando para eles paradinha no meu lugar enquanto espero que se aproximem. July é bem parecida comigo no jeito maluco e engraçadinho, a Soph e a Jasmin até a chamam de mini Agatha.

- Esperamos você a manhã inteira para darmos uma volta por ai. - Alex diz parando em minha frente e empurrando o skate em minha direção.

- Desculpa, acordei tarde. - reclamo dando um longo suspiro.

Subo em cima do skate que aprendi a dar apenas umas voltinhas depois de anos tentando incansávelmente. Fico me equilibrando na prancha enquanto tiro um saco de esquine e abro para dividirmos.

- Como foi a manhã hoje? - pergunto colocando um monte de batata na boca.

- Muito legal! - Eduardo responde rindo e olhando para a July. - Essa falastrona levou um baita tombo tentando competir com a Hannah.

- Não! - exagero no tom de voz e July revira os olhos. - Aquela vaca... desculpa Deus, sei que ela é só uma criança mas é uma criança que a July odeia e me pede para eu falar assim dela. Enfim, aquela mini vaca te deu uma lavada?

- O que? Claro que não... Quer dizer, ela ganhou, mas quem diabos liga pra isso? - ela responde fazendo o mesmo gesto que eu para pegar as batatas. - Foi pura sorte daquela lá, todos sabem que eu sempre ganho dela e que sou a melhor.

- Eu sei. - concordo ainda chocada. - Você é melhor e mais velha.

- Só um mês de diferença. - Alex se pronuncia e nós duas olhamos feio para ele.

- Cala a boca Alex! - Dizemos em unissom e ele coça a cabeça sem graça.

- Desculpa.

- Ela tem muita inveja de mim. Lembra quando eu pintei meu cabelo de azul e duas semanas depois ela fez o mesmo?

- Lembro. Maior vaca invejosa. - falo assim que dois rapazes passam por nós, me olham e sussurram algo um para o outro. - Vão se fuder.

- Quem? - Eduardo pergunta arregalando os olhos.

- Aqueles dois babacas que acabaram de passar é o resto do quarteirão. - reviro os olhos irritada. - Porque estão todos me olhando? Eu sempre ando de pijama nessa rua Jesus.

- Vai ver que é porque um certo jogador... chamado David Luiz... assumiu que está namorando uma certa ruiva... - July diz lentamente e maliciosa.

Eu me assusto tanto que escurrego do skate com ele parado mesmo. Caio com tudo no chão batendo primeiro os dois joelhos.

- Cacete! - reclamo com uma voz de dor.

- Meu Deus! Você está bem? - Alex se apressa em me ajudar.

- Será que vocês podem me explicar isso direito? - peço me levantando com ajuda de Alex.

Olho para meus joelhos e os dois estão ralados feito o de uma criança arteira.

- Merda. - os três estão me olhando ainda sem entender meu tombo, então sem aguentar começam a rir do nada chamando a atenção das pessoas. - Que porra vocês estão fazendo seus delinquentes?

July está rindo tanto que se senta na calçada, Eduardo encosta no guidão da bicicleta e a Alex mesmo rindo ainda me segura pelo braço.

- Ela... ela caiu que nem... aí meu Deus... ela caiu que nem uma... - July não consegue falar por conta da risada.

- Por favor, alguém me diga que filmou o tombo dessa maluca? - Eduardo grita chamando mais atenção pra nós.

- Deixem de ser idiotas e me digam que história é essa que acabaram de me contar! - choraminga fazendo os três rirem mais. - Esses meninos eles estão usando algum tipo de droga, eu tenho certeza.

Um tempo depois eles estão mais controlados, apenas olham do meu rosto para o joelho com sorrisos idiotas nos rostos idiotas.

- Olha. - July estende o seu celular é pego rapidamente.

Levo um baita de um susto quando vejo o Instagram de David, depois mais um susto quando vejo uma foto minha conversando distraída com ele na noite passada. Ele tirou a foto e nem percebi. Sinto um pouquinho de raiva porque estou mal arrumada, apenas vestindo a camiseta dele que fica gigante pra mim, o meu cabelo tá todo bagunçado e estou com a cara muito esquisita porque ele me contou algo muito engraçado e ri que nem uma doida.

A pequena raiva logo dá lugar a um risinho assim que leio a simples legenda "Uma namorada linda dessas bicho... #minharuiva".

- Então é verdade? - Alex pergunta quando devolvo o celular pra July.

- Claro que é, olha o sorrisinho dela. - Eduardo diz revirando os olhos castanhos.

- Seus pirralhos bobões cuidem das suas vidas que eu tenho que cuidar da minha. - brinco com eles antes de ir pra casa tentando andar o mais normal possível por conta dos joelhos ralados.

Quando chego em casa Sophia vem correndo me mostrar o Instagram, ela faz vários tipos de piadas sobre eu estar com os joelhos ralados mas a ignoro.

Eu confesso que gostei do David assumir nosso namoro assim, mas acho que ele devia ao menos me informar antes.

Pego meu celular e tento ligar pra ele mas o mesmo nem atende e sei que é porque está em preparatório pro jogo tão importante.

Me arrumo da melhor maneira possível, uso a camiseta do time com o nome de David. Deixo meus cabelos ruivos soltos e uso um short por conta dos joelhos ralados.

Sophia vai dirigindo em direção ao estádio, meu coração falta parar enquanto aperto minha pequena bolsa onde tem os ingressos que David me deu.

Uma certa insegurança me abate e só queria poder estar dirigindo pra dar meia volta pra minha casa. Tenho certeza que os pais de David me odeiam, quem gostaria de uma pessoa que praticamente fez o filho deles separar da namorada que eles tanto admiram?

Quando entramos no estádio me sinto cada vez mais trêmula. Paramos para procurar onde a familia do David está e meu coração acho que para por uns segundos quando os vejo.

Quando nos aproximamos os pais de David e a irmã com o filho no colo me olham por uns segundos e sinto meu rosto queimar feito brasa quando eles se levantam e o pai de David é o primeiro a me estender a mão.

- Você é mesmo muito linda. - é a primeira coisa que ele diz antes que eu aperte a mão da mãe de David que força um sorriso.

- Muito obrigada. - sorrio para eles.

- Tudo bem com você? - a mãe dele pergunta.

- Tu...tudo ótimo. E a senhora?

- Estou bem. Parece nervosa...

- Eu? Não não... quer dizer, um pouco. - confesso coçando a nuca.

- Não precisa cunhadinha, a gente não morde, eu prometo. - a irmã de David diz vindo me abraçar. - Meu nome é Isabelle e esse pequeno rapaz incansável é o Abner. - ela diz apontando pro pequeno que sorri sapeca.

- Ele é Lindo! O David é apaixonado nesse garotão. - falo apertando sua bochecha e ele ri.

- Não vai nos apresentar sua amiga? - a mãe de David pergunta me olhando confusa.

- Ah, claro. Me... me de... desculpa pela falta de educação. - gaguejo totalmente sem graça. - Essa é a Agatha.

Todos me olham confusos e só então percebo a burrice. A idiota da Sophia acaba rindo.

- Quer dizer, eu sou a Agatha como já sabem. - respondo fingindo uma risada. - Ela é a Soph. Sophia, na verdade. Mas podem chamar ela de Soph... ou não... Bom, a maioria das pessoas cha...chamam ela assim então acho que vocês podem, se quiserem é claro.

Os quatro se olham, a familia de David está me olhando como se fosse uma louca - na verdade todos que conheço me olham assim - e a idiota da Sophia ri mais.

- Legal! - o pai de David diz pra quebrar o gelo. - É um prazer conhecer você e a Soph.

- Obrigada e me desculpa todo esse embaraço. - peço me sentando e todos fazem o mesmo.

- Não tem problema. - dona Regina diz tranqüilamente mas um pouco séria, já o senhor Ladislau está sorridente e Isabelle assim como Soph está rindo.

Quando todos se sentam em seus assentos noto que fico entre Sophia e Isabelle, as duas já começam a conversar e tento ao máximo ficar por dentro do assunto, o que logo dá certo e em menos de meia hora já estou num papo super animado com minha cunhada e meu sogro. Dona Regina me trata bem, é educada mas algo parece a incomodar, no fundo eu posso entender ela e juro que ainda irei conquistar sua confiança.

- O que aconteceu com seus joelhos? - Dona Regina pergunta olhando para os mesmos que estão com curativos.

Tá, confesso que não achei que alguém iria reparar neles, e isso conseqüentemente faz com que eu não também não tenha pensado numa desculpa adulta suficiente para joelhos ralados. Afinal de contas não tem muitas adultas por aí que brincam com crianças de 14 anos. A família de David esperam uma pessoa madura que possa pensar do mesmo modo que ele. A Sarah com certeza sabia acompanhar o raciocínio do David.

Olho pra cara de todos que me encaram esperando uma resposta, olho pro campo verde do estádio, paras as pessoas ao redor e por último para Sophia, o que me desperta uma ideia meio maluca devo confessar.

- É... Eu e a Sophia... - pigarro para disfarçar a voz esganiçada. - Estávamos andando de bicicleta como costumamos fazer durante três vezes na semana, coisa de adulto saudável, sabem como é. - sorrio nervosa, a familia dele também sorri mas Soph me olha confusa. - Um carro passou muito rápido por nós, a Soph se assustou e nem viu quando a bike dela atingiu a minha, o que me fez levar um pequeno tombo e ganhar essas belezinhas aqui. Não é mesmo Soph?

- Que? - ela diz mas eu a olho feio e então a mesma ri. - É mesmo, coitada fiquei até com remorso.

- Nossa. E você se machucou muito? - meu sogro pergunta pra sophia que ri.

- Não, nenhum pouco. A Agatha amorteceu minha queda.

- Vocês moram juntas?

- Sim.

- A quanto tempo? - Dona Regina pergunta me analisando.

- Quase quatro anos.

Não sei porque mas a minha sogra me deixa sem graça e totalmente nervosa. Algo me diz que a convivência não vai ser fácil, eu espero mesmo que eu esteja bem errada.

- Que merda de desculpa é essa? - Sophia pergunta sussurrando. - A gente nem anda de bike.

- Eu sei, mas eles não sabem então fica quieta e colabora.

O locutor anuncia a entrada dos jogadores e meu coração pula feito louco quando vejo meu cabeludo entrar em campo.

Ele fica todo sério é bem persistente durante toda a partida, e não sabe o quão sexy e gostoso ele está correndo pelo campo suado. Me faz pensar em várias coisas, várias coisas boas que eu queria fazer com ele... e que eu queria que ele fizesse comigo.

Isso só me faz lembrar da tal promessa dele e aposto que estou babando, mas foda-se, ele é mesmo muito gostoso.