História O Nome Dela é Agatha - Sophia e Amanda

POV Sophia

Me jogo novamente no Sofá depois de acompanhar Amanda até o térreo, desligo a TV que ainda passava os créditos da série Teen Wolf, começamos a assistir ela semana passada e estamos viciadas, é simplesmente maravilhosa. Acho que se Agatha ficar sabendo que eu e Amanda começamos a assistir uma série juntas é capaz dela surtar de ciúmes.

Falando em Agatha ela saiu daqui tão puta de raiva que me sinto um pouco culpada, sei que não tenho sido uma melhor amiga muito boa ultimamente, mas tem tantas coisas acontecendo que eu só queria um pouco de espaço para pensar em tudo, ainda é estranho eu estar emocionalmente confusa em questão aos meus novos sentimentos. Nem quero pensar nesse assunto agora, tudo que quero é um bom banho porque noite passada me esgotou 99%.

Entro no meu quarto já tirando a camiseta que eu usei para dormir, entro em baixo do chuveiro e sorrio sentindo a água quente entrar em contato com meu corpo.

Ontem bebi demais, não fiquei bêbada mas hoje de manhã estou sentindo uma ressaca daquelas.

Eu e Amanda ficamos na festa do Jackson até as três da manhã, chegamos no meu AP nas pontas dos pés porque meu extinto sabia que Agatha estava fazendo uma festinha particular com o boy, e meu extinto se confirmou quando vi as luzes do quarto dela acesas e respirações ofegantes. Jesus, esse apartamento está parecendo uma fraternidade.

É claro que eu não estou falando mal deles por estarem transando, até porque eu fiz o mesmo, é claro que em circunstâncias diferentes, eu não transei com um homem.

Sim sim, eu e Amanda estamos tendo "algo especial", ainda acho estranho mas um estranho bom, diferente.

Achei que eu era hetero, mas a conheci em uma festa e descobri meu outro lado digamos assim. Por isso quando Agatha queria saber quem era o "boy da vez" eu não falava nada, afinal como vou contar pra minha melhor amiga que sempre me achou uma pegadora de homens gostosos que estou "namorando" uma mulher?

Eu ainda acho estranho, ainda tenho medo de dizer a todos e não ser aceita mais pelos meus tios, ainda há muito preconceito e não sei se consigo passar por isso.

Meus sentimentos por Amanda são diferentes, eu não acreditava em amor à primeira vista, mas ele existe, e eu o sinto. Ainda não entendo como as pessoas podem condenar as outras simplesmente por amar uma pessoa do mesmo sexo.

Depois do banho volto para sala e me encolho no sofá novamente, a noite está fria e nem parece que hoje a tarde foi ensolarada.

Escuto a tranca da porta girar e nem precisa ser muito inteligente para saber que é Agatha.

Ela entra e para uns segundos na porta, me encara sem esboçar reação alguma. Acho que ela está com raiva de mim e sinceramente queria saber o porque.

Então Agatha fecha a porta com uma certa força.

- Você está bem?

- Ótima. - ela responde a contra-gosto enquanto caminha em passos firmes até seu quarto.

- Como eu pensei. Ciúmes. - resmungo me levantando e indo até seu quarto.

Bato na porta e escuto ela bufar, acabo rindo da situação.

- Podemos conversar? - pergunto através da porta.

- Não.

- Porque não?

- Desde quando precisa ter um porquê? Eu só não tô afim de papo. - ela reclama e reviro os olhos.

- O que está acontecendo com você Agatha? Porque está agindo estranhamente? - pergunto confusa e ela ri.

- Eu agindo estranhamente? - sempre irônica essa garota. - Cadê sua amiguinha loira azeda? Foi embora? A festa do pijama já acabou ou é só um intervalo pra você vim aqui e fingir que se importa comigo?

- O quê? Está maluca Agatha? - me irrito e ela revira os olhos sorrindo. - Esse seu ciúme está demais.

- Demais? Ata! - ela grita tentando fechar a porta mas eu coloco meu pé para impedir. - As duas bff agora saem sempre juntinhas, assistem série juntinhas e ontem dormiram juntinhas na festa do pijama das solteiras safadas. - ela é inacreditável, maluca e idiota, me faz rir até. - Está rindo do que sua amiga da onça?

- De você, das suas loucuras e do quanto é cabeça de vento! - falo ainda rindo. - Você e Jasmim são minhas melhores amigas, não a Amanda. Mas eu e ela somos bem amigas e gosto muito dela, muito mesmo.

- Muito mesmo? Ainda tem a cara deslavada de dizer isso! - Agatha, sempre Agatha a maluca.

Agatha sempre foi uma pessoa mente aberta, decidida e sempre ficou do meu lado e da jasmim, odeio esconder segredos delas e se ficar escondendo ai sim corro o risco de perder minhas melhores amigas.

- Já terminou? - ela pergunta irritada. - Vou quebrar esse seu pé com a porta se não o tirar daí para eu poder fecha-la.

- Quero te contar uma coisa antes, chega de segredos. - falo e ela me olha confusa. - Posso entrar?

- Si-Sim, entra. - Agatha me dá espaço e entro me sentando em sua cama em seguida. - Essa conversa é pra finalmente dizer quem é o boy da vez?

- Sim. Quer dizer, tem uma certa diferença. - falo sentindo minhas mãos soarem. - Não é um homem, é uma mulher. Estou ficando com a Amanda e acho que estou apaixonada, então desculpa esconder algo tão grande de você, só fiquei com medo da sua reação.

Então ela se cala complemente, olha para mim e depois desvia deixando seu olhar perdido em algo que está pensando. Vejo ela abrir e fechar a boca umas quatro vezes tentando dizer algo que não consegue.

- Por favor Agatha, diz alguma coisa? - peço um tanto assustada. - Nunca quis te enganar, eu juro. Nunca vou dar em cima de você por conta disso, juro.

- Quê? Está maluca garota? - ela me olha confusa e então sorri ainda com a cara de confusa. - Agora tudo faz sentindo, espertinha você em? Me escondendo o jogo...

- Não escondi, só não sabia como contar. Entende que esse sentimento é novo pra mim? Nunca tinha ficado com uma mulher antes, quer dizer, não assim.

- Então a Amanda não é sua melhor amiga? É namorada?

- Não namorada, ainda. Mas quero pedir. - falo constrangida e ela pega minha mão o que me tranquiliza demais.

- Muito boa essa notícia que são namoradas...

- Não somos ainda. - falo de novo e ela ri.

- Então estou muito feliz por ela ser sua "Não namorada", isso muda muito as coisas.

- Muda?

- Claro, ainda tenho meu posto de melhor amiga.

- Agatha, você é tão maluca, eu estava com medo de ficar horrorizada e só se preocupa com o seu posto de melhor amiga?

- Claro ué, quase que tenho uma síncope só de imaginar eu não estando mais nesse posto. - ela diz e olha pro teto pensando em algo. - Agora até que gosto da Amanda.

- Não gostava antes né? - rio da careta que ela faz.

- Não mesmo. Ela é uma loira bem gatona e estavam grudadinhas demais. - a doida me olha com seus olhos claros arregalados. - Desculpa eu só elogiei ela, meu tipo é um certo cabeludo que me fez transar com ele na dispensa.

- Quê? - pergunto boquiaberta. – Transaram na dispensa? Quê isso em?

- Não tire o seu assunto do foco. - ela pede revirando os olhos. - Sinto muito mas vai ter que me ver nua pela casa ainda, estou nem aí se é lésbica.

- Agatha, sem querer te decepcionar, mas você não faz meu tipo. - brinco e ela se finge de ofendida. - Na verdade, acho que só Amanda é meu tipo, não sinto atração por outras mulheres nem outros homens.

- Alguém está amando... - ela contrasta cantarolando então pula da cama sorrindo. - Vou abrir um vinho agora, não é todo dia que te vejo apaixonada.

- Então tudo bem por você eu estar namorando uma mulher?

- Eu em? Desde quando tenho que aprovar ou desaprovar? - ela pergunta enquanto vamos pra cozinha. - É livre e independente, pode se decidir sozinha.

- Posso. - sorrio pra ela.

- Além do mais, qualquer tipo de amor é válido, o importante é amar. As pessoas deviam se apegar nisso não se as pessoas se relacionam com outras pessoas do mesmo sexo.

- Te amo amiga.

- Também te amo bebezinha. - nos abraçamos e ela sorri.

- Está tão alegre... deu né? - falo assim porque sempre tivemos esse modo de brincar.

- Como eu disse, na despensa. Foi tão bom, não melhor que ontem a noite mas foi bom demais. - Agatha diz se lembrando da noite. - Sexo devia ser considerado remédio de tão bom que é.

- Concordo, mas me diz uma coisa? - pergunto e ganho sua atenção enquanto ela serve duas taças de um vinho barato que sempre compramos. - Porque diabos transaram em uma dispensa?

- Tínhamos brigado e o clima ficou quente sabe? Aquela vontade doida mesmo... - Agatha conta de sentando em minha frente. - Detalhe a briga foi quando estávamos na cozinha lavando a louça do almoço, íamos transar lá mesmo, mas acho que minha sogra ficaria traumatizada de nos pegar no flagra então ele me arrastou pra despensa.

- Uma ninfomaníaca mesmo, lembra que disse que era e disse que não? - ela assente bebendo um gole. - Te disse que ainda não tinha encontrado alguém que despertasse isso em você mas agora encontrou.

- Sophia a profeta. - ela brinca e eu rio. - Pode profetizar que vou ser uma milionária fodona?

- Mas você é e namora um cara que também é.

- Eu? Hahaha. - ela diz irônica.- Já disse que sou pobre pobre de marre marre, meus pais que são ricos. O dinheiro é todo deles ainda não construí minha fortuna.

Eu e Agatha nos divertimos bastante, rimos de tudo que é sobre nossos relacionamentos e adoro que agora deixei tudo claro para ela. Agora só falta Jasmim e minha família, espero que todos entendam.

POV Agatha

Duas semanas se passam e tudo está perfeito. David dorme na minha casa quase todas as noites e quando ele não dorme lá eu que vou pra sua casa. Sua família foi embora tem uns dias e confesso que estou meio que com saudades deles, mesmo da dona Regina que aos poucos está me aceitando.

- Oi amor. - falo entrando na casa de David e ele sorri me olhando.

Guardo as chaves que ele me deu na semana passada e caminho até David que está jogado no sofá, aposto que chegou do treino a pouco tempo.

- Cansado?

- Pra você? Nunca. - ele responde me puxando para junto dele, ganho um beijo.

- Está bem?

- Agora sim. E você?

- Bem. Estou na maior fome. - falo e ele ri me beijando de novo.

-Que tal sairmos para almoçar?

- Acho bem bom. - me senti sobre ele.

- Bem bom?

- Aham... - prendo meu cabelo em um coque e rio quando ele aperta minha bunda. - Sem distrações jogador, temos que sair para almoçar e comprar o presente da filha de Oscar.

- Deixa pra depois.

- Amor, o aniversário dela é amanhã de manhã. Temos de ir hoje.

- Tá bom. - ele revira os olhos e se senta me beijando.

Nos levantamos com David resmungando sobre a vida injusta dele e só posso rir da cara de pau dele.

Desde que a família de David esteve aqui Sarah não desgruda do pescoço dele, vem sempre falar sobre as consultas e sobre como foi seu dia. Ainda acho estranho as consultas dela sempre ser agendadas para quando ele tem algum jogo ou algo parecido.

Minhas dúvidas só tem aumentado cada dia mais. A barriga dela ainda está chapadinha, mas também só tem três meses.

Será que ela está grávida? E se estiver será que o David é mesmo o pai?

- Está tão pensativa. - David diz enquanto comemos em uma churrascaria brasileira.

- Eu? Não, só estava distraída, desculpa.

- Tem certeza?

- Tenho. Agora que tal sairmos logo e comermos um hambúrguer bem grandão?

- Namorada inteligente. Adoro isso. - David brinca me beijando e me envolvendo em seus braços. Eu o amo.