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História O novo Romeu - 1.0 - New girl


Escrita por: HugoDiaz

Notas do Autor


Ola! essa é a minha primeira história no spirit! Espero que gostem

Capítulo 1 - 1.0 - New girl


"As pessoas apaixonadas, em geral, se tornam impacientes, perigosas. Perdem o senso de perspectiva. Perdem o senso de humor. Ficam nervosas, tornam-se chatas, psicóticas. Podem virar assassinas."

GRAYSON:

Posso te dizer que sempre gostei de música.

Desde muito pequeno, costumava furtar dos parentes fitas cassete dos mais variados tipos e, mais tarde, colocava para tocar baixinho depois que meu irmão, irmã e meus pais finalmente pegavam no sono. Ao terminar de ouvir, colava uma etiqueta na caixinha e escrevia nela a frase que mais tinha gostado da canção. Dessa maneira, se eu me lembrasse, ninguém mais saberia de que música se tratava além de mim.

Então, as guardava debaixo da cama junto com todas as tralhas que gostaria de esconder dos outros membros da família. Principalmente do meu irmão. Com o passar do tempo e com a cama se enchendo progressivamente, meus pais acabaram notando o meu interesse e me deram um MP3 Player. Estava feito! Tamanha foi a festa que não larguei o pequeno aparelho até os dias de hoje.

- Você vai mesmo levar isso para o Newark? - Cameron, a minha irmã mais velha, perguntou para mim, erguendo uma das sobrancelhas enquanto falava. Ela tomava seu leite com cereais como em toda manhã. Vestia calça jeans e a camisa desleixada do uniforme do trabalho, que deixava ainda mais aparente as olheiras que ela conseguiu depois de passar horas estudando para tentar passar na faculdade no dia anterior. Como não tinha passado no ano que deveria, metade das manhãs da minha irmã se passavam dentro de um mini mercado da rua de cima. Mas isso não a incomodava.

Enfiei os fones de ouvido nas orelhas e resolvi ignorar. Pensava que talvez se a ignorasse por mais de um minuto, ela voltasse a atenção para outra pessoa como Ethan, meu irmão, que não iria à aula hoje. O que deixava meu humor bastante animado para dizer o mínimo. Há algum tempo desejava aquele assento duplo do ônibus só para mim e ninguém mais. Desci as escadas da varanda com certo ritmo nos pés, seguindo a trilha sonora barulhenta que tinha selecionado especialmente para o transporte que me levaria até a East Newark School.

Cumprimentei o motorista alegremente, com um sorriso enorme e os olhos castanhos brilhando, imaginando como seria poder dormir mais meia hora antes de chegar ao meu destino - jogado num banco duplo aconchegante.

Então essa alegria se desfez em pó com algo que me fez pausar a melodia. Sentada no banco vermelho, havia uma garota de rosto que eu nunca antes tinha visto com o traseiro enorme ocupando o meu maravilhoso lugar. A única coisa relevante que consegui encontrar que servisse como característica para descreve-la - além do enorme traseiro - eram seus cabelos loiros curtos levemente encaracolados que cobriam as sobrancelhas e por pouco seus olhos negros enormes.

Umedeci os lábios e, com o cenho franzido, disse:

- Posso te ajudar? - eu perguntei. Os olhos da menina ainda desconhecida evidenciavam tanto sua curiosidade quanto seu desconforto de estar falando com outra pessoa. Logo imaginei que ela fosse uma aluna nova.

- Você deveria me ajudar? - Ela respondeu com uma outra pergunta. Sem sair do banco, deslizou para o lado da janela e gesticulou para que eu me sentasse ao lado dela. Eu não sabia dizer não. E aceitei apesar de estar ligeiramente incomodado.

Então apoiei a cabeça no banco e fechei os olhos, tateei o MP3 até apertar o play novamente e ouvir a familiar voz que gritava palavras no meu ouvido do Green Day, que abafava o ranger do ônibus e tapava qualquer interação com o mundo a minha volta. Seria assim, então. Se ela mantivesse a distância de quinze centímetros entre os corpos e continuasse daquela maneira, quieta do meu lado, poderia até quem sabe imaginar o próprio irmão no lugar da moça.

- O que você está escutando? - A menina que eu ainda não sabia o nome perguntou.

Ela não era o Ethan, definitivamente. E não estava seguindo os planos. Eu pensei em ignora-la do mesmo modo que ignorei Cameron um pouco mais cedo, mas por entender que a menina era uma garota nova em um colégio totalmente diferente e imaginar como poderia estar sendo complicado para ela, doeu-me a alma ignora-la. Logo me fiz entregar os dois lados do fone de ouvido na mão dela.

- Uma banda de rock - Pedi para que não mais me incomodasse depois disso. Lembro-me de ver a breve dificuldade dela de colocar nas orelhas, então tive de mostrar qual era o certo para cada ouvido e de revirar os olhos ao fazê-lo - Você nunca usou um desses, não?

Ela novamente me encarou com antipatia no olhar por alguns segundos. Apos o contato visual, apoiou seu rosto na janela do veículo, respirou bem fundo teatralmente para que eu entendesse que não a agradei e parou de falar comigo definitivamente durante todo o percurso.

Virei-me para o centro do ônibus, tentando ignorar o fato de estar sendo ignorado tão no inicio do dia e, em pouco tempo, acabo por cair no mais breve sono alto de toda história da humanidade.



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