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História O novo Romeu - 2.0 - Ethan's phone?


Escrita por: HugoDiaz

Capítulo 3 - 2.0 - Ethan's phone?


GRAYSON:

Eu cheguei em casa sem encontrar ninguém dentro, imaginando que Ethan novamente havia corrido por aí e tivesse feito aquela coisa secreta que jamais contou para mim e que sempre o fazia sair como um condenado da escola com sua bicicleta prateada .

Entrei pela porta da frente e subi as escadas de madeira, pulando os degraus de acordo com a musica direto para o quarto. Encontrei como normalmente encontrava, minhas roupas jogadas para fora com o armário aberto. Sapatos espalhados por todo o cômodo e um cheiro muito forte de desodorante. Obra do meu irmão.

Comecei a recolher tudo bem devagar porque estava cansado demais para espera-lo chegar para arranjar alguma briga. Fui dobrando as camisas, organizando os sapatos, abrindo as janelas... Tudo demorou cerca de meia hora.

Então o ouvi chegar. Para desvendar o tão famoso mistério, resolvi fazer de conta que nem estava lá, sentando-me na cama e ficando extremamente silencioso só para saber o que tanto ele fazia.

E ele entrou no quarto, fazendo barulho e bagunça. Arrumou os cabelos embraçados no espelho e ficou alguns segundos se admirando.

Somente depois que jogou os livros na cama que percebeu da minha existência e, com os olhos arregalados de surpresa, deu um pequeno pulo para trás que só prestando muita atenção para notar. A essa altura eu prendia o folego para não gargalhar.

– Então é isso que você faz, mano?  – Pergunto com um sorriso sarcástico no rosto – Você gosta de ler?

Ethan não lia uma revista a mais de anos. Mal conjugava os verbos corretamente, quanto mais ler o velho Bukowski que foi atirado com grande indiferença.

Continuei a encara-lo em busca de uma resposta que não existia... obviamente que ela não veio.

– Ah... sim – Ele levou uma das mãos para afagar os pelos da nuca, observando o teto a procura da mentira perfeita ou de alguma lembrança – É um velho safado que escreve muito bem.

Então baixei ambas as extremidades dos lábios, avaliando-o por inteiro já que realmente se tratava do autor que estávamos falando. Ele não tinha conseguido me convencer, mas eu não o pressionaria.

Depois disso o dia se passou num piscar de olhos, sem nada muito interessante para ser narrado. Jantamos todos juntos enquanto assistíamos a nona temporada de Grey's Antomy na televisão, tomei um outro banho demorado para tirar o suor antes de deitar-me e acabei com a água quente.

– Conheci uma menina nova hoje – Ele comenta enquanto arrumava os novos exemplares debaixo da cama. Não era só eu que escondia segredos onde durmo.

– Ah, é? – Virei-me para ele, a ponto de observa-lo mexendo no celular atual e me questionar o que estava fazendo.

– Ganhei até o telefone dela – Ethan me respondeu antes mesmo que pudesse fazer a pergunta – Só vou adicionar aqui para conseguir o número da amiga.

Revirei os olhos.

– Por que não pediu o número da outra direto?

– E deixar de criar esperanças para essa? – Pude ver Ethan sorrindo e ao mesmo tempo recebendo o contato da tal eleita e desligar o celular logo em seguida.

– Não vai nem agradecer?

– Ah, A Jazz vai sobreviver – Ele dá de ombros antes de se virar para dormir.

Tive sonhos estranhos. Lembro-me de que a menina do ônibus estava no meio deste sonho, mas apenas isso que me recordo de verdade dessa noite.

           **

Diferentemente de Ethan, eu nunca me interessei realmente por tecnologias além das auditivas. Na verdade, tinha a tendência até mesmo a preferir antiguidades.

Isso quer dizer que mal meu celular era touch, quanto menos tinha tempo para whattsapp.

De qualquer maneira, quando novamente entrei no ônibus escolar rumo a mais um dia de colégio sem meu irmão, tive uma surpresa. Depois que sentei-me ao lado da loira, ouvi ela tomar a iniciativa de uma conversa:

- Por que você não me mandou mais mensagens? - Ela disse com os olhos semicerrados.

Eu encarei-a sem entender muito bem do que se tratava. Uma covinha formou-se entre minhas sobrancelhas antes que pudesse responder.

- Por que eu iria querer mandar uma mensagem para você, garota? - Ignorante, eu não conseguia enxergar sobre o que nós estávamos conversando e, mais do que isso, não sabia identificar as expressões faciais da menina na janela. Então tentei uma abordagem menos agressiva - Quero dizer... eu nem sem o seu nome...

- Jessie. Meu nome é Jessie e você já sabe disso - Ela cruzou os braços e as pernas. Empinou o nariz arrebitado e voltou a atenção para o que tinha pelo vidro à fora.

Jessie tinha algumas sardas um tom mais escuro do que a pele perto das maçãs do rosto e das duas bochechas, deixando-a mais parecida com uma caipira do que seu sotaque fazia-me suspeitar.

Eu suspirei enquanto revirava os olhos. "Que garota marrenta!".

- Sou Grayson - Eu cruzo  os braços - Mas aqui me chamam de Dolan. Meu sobrenome, sabe? - Comento, ignorando o mesmo teatro matinal que Jessie estava gradativamente se acostumando a realizar.

Pressionei o play no MP3 e fui trocando lentamente, afim de identificar e curtir os sons que se mesclavam dentro da cabeça.

- Você não tem nada dos Beatles?  – E mais uma vez, ela tomou ambos os fones da minha mão mesmo não querendo nem conversar comigo, mas conversando depois de bufadas de ar e muitos sons trocados – Você não vai mesmo me mandar mensagem?

Encarei toda aquela galáxia negra das íris dela e disse com toda a sinceridade que tinha em mim.

– Não sei do que está falando.

– Eu não vou mais insistir nisso, Dolan – Ela ameaçou.



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