Ondas nadam até a areia cantando a música do mar. Não há ninguém na praia, deixando-me sozinha à meia-noite. A luz da lua toca a superfície da água e ilumina a noite escura junto às estrelas. Apenas o som das ondas pode ser ouvido, as pessoas estão muito longe, ninguém se importa com meu paradeiro, ninguém está considerando. O vento sopra por minha face rudemente e faz minha saia esvoaçar. Ambos mar e lua estão cheios em perfeita harmonia.
Caminho até a ponta, me certificando de deixar para trás essas pegadas, e mergulho o primeiro pé na água, ela está fria, assim como meu coração. Não me importo com o próximo dia, neste dia, irei me afogar, me afogar, afogar todos os meus problemas e preocupações. Posiciono o segundo pé na água e vou andando vagarosamente até que a água esteja ao redor dos meus calcanhares.
Reflito em minha rota, isso está certo? Rendo meu coração e continuo caminhando em direção à lua. A água vai ficando mais profunda a medida que me locomovo. Mergulho minha cabeça na água salgada. As bolhas que saem de minha respiração flutuam e desaparecem. Sinto como se o fundo do mar fosse infinito, mesmo que haja uma tampa. Me lembro dos cenários e ilusões da janela do carro.
Eu preciso escapar do aquário, mesmo que tenha que me afogar. As memórias azuis descolorem e derretem. Uma voz me chama. “Por que não se afoga comigo neste dia?”. Escuto a doce voz, enquanto espero aqui em vão.
“Enquanto esperamos aqui, em vão”.
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