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História O Olho de Jade - Shae


Escrita por: xPrimrose

Notas do Autor


Adivinhem quem achou que tinha postado capítulo faz tempo e acabou de perceber que não tinha feito? Eu mesma. Vou deixar dois capítulos pra vocês hoje e espero que eu me lembre de voltar aqui logo. Me desculpem (é que ta tudo bem corrido esse ano, EU TO ENLOUQUECENDO)

Capítulo 16 - Shae


Shae não tinha gostado de Esmée. A mulher em si era um tanto estranha, mas o fato de ela querer a qualquer custo mostrar sua irmã louca para Eve havia feito Shae detesta-la.

A ruiva já estava assustada com aquilo, ela fazia de tudo para disfarçar, mas a outra garota percebia. Fazê-la ver aquilo era cruel e sem necessidade, ela já sabia o que ia acontecer, para que fazer isso?

—  Pois bem, cerca de vinte anos atrás um homem passou pelo Quarto Reino atrás da espada, ele a conseguiu e usou para uma vingança pessoal. Não há registros disso, porque ele não a usou para ir para guerra, foi apenas um caso isolado contra um homem e também em alguns furtos.

— E onde ele está? — Shae queria que ela fosse direto ao ponto para que pudessem sair dali logo.

— Cersey me mandou uma visão, ele vai morrer essa noite e a espada estará abandonada. Há outras pessoas que tem interesse nela, assim que descobrirem sua morte irão procura-la.

— Onde? — ela insistiu.

— Um momento, vou desenhar um mapa. — Esmée passou pelas cortinas e voltou para o quarto da irmã.

— Como você está? — sussurrou para Eve, que estava calada, mas assim que a menina a olhou, viu em seus olhos que ela não estava nada bem. — Nós já vamos embora!

Eve concordou, ainda sem dizer nada.

A mulher voltou com um pedaço de papel e o entregou para Shae.

— Não é muito longe daqui. Vocês chegarão lá em pouco tempo.

— Obrigada — ela disse já saindo da casa, quanto mais rápido saíssem dali melhor.

— Podem voltar aqui se precisarem da minha ajuda, eu ficarei feliz em ajudar.

— Até parece — sussurrou para Eve que acabou abrindo um sorriso fraco.

A mulher estava certa, não era muito longe dali. Apenas duas horas andando.

— Tenho vontade de voltar lá apenas para esganá-la — confessou.

— Pelo menos ela nos ajudou. — O olhar de Eve ainda estava meio perdido, mas Shae percebeu que ela tentava parecer bem, por isso resolveu fingir que estava dando certo. A garota virou novamente para trás, desde que saíram da casa de Esmée dizia que achava que alguém as estava seguindo, Shae achava que ainda era por conta do choque.

— Se era para ajudar desse jeito, nem precisava.

— Pare de reclamar, encontramos a casa. — Ela apontou para um pequeno barraco de madeira.

Elas estavam novamente na parte mais pobre da cidade, o terreno do homem era enorme, mas a casa minúscula. Shae observou pela janela, um idoso estava sentado numa cadeira no meio da cozinha, os olhos fechados, do cabelo branco restava apenas alguns tufos. A mão direita estava apoiada numa espada que estava de pé.

— Vamos entrar.

— Ele ainda deve estar vivo! — Eve tentou impedi-la.

— Está imóvel, ela disse que ele morreria essa noite. Já deve ter partido.

Após alguma discussão, Shae abriu a porta de madeira. A cozinha estava quase totalmente vazia a não ser por uma mesa e uma pia. Assim que as duas entraram, os olhos do homem se abriram. Estavam completamente verdes, não apenas a íris, todo o globo ocular era cor de esmeralda.

A temperatura na sala baixou vários graus enquanto sombras se acumulavam às costas do homem.

Shae estava com medo, antes que percebesse ela e Eve apertavam as mãos uma da outra.

O homem abriu a boca.

— Vocês vieram pegar minha espada. — A voz não era nem um pouco humana. Soltou uma gargalhada. — Boa sorte! Levem essa maldição com vocês.

Os olhos novamente se fecharam e a postura rígida deu lugar há costas curvadas. A espada caiu no chão com um barulho alto e as sombras ao redor se encaminharam na direção das garotas.

— E agora? — O coração de Shae estava acelerado, ela conseguia ouvir o sangue sendo bombeado. — Eles não vão nos atacar, vão?

As sombras, ou espíritos, o que quer que fossem, carregavam espadas, arcos, lanças e clavas e os apontavam ameaçadoramente para as meninas, Shae sabia que sua pergunta havia sido estúpida.

— Vão.

— Para trás! — Shae gritou, mas isso só fez com que eles se aproximassem mais rápido, elas tentavam se afastar, mas já estavam com as costas na parede.

— Eles só obedecem ao dono da espada. Tente distraí-los, eu vou pega-la.

Shae assentiu, elas soltaram as mãos, mas Eve voltou.

— Não. Você pega a espada, vai!

Ela ficou confusa com a mudança inesperada de planos, mas não tinha tempo para dizer nada. Correu ao lado da parede e esperou enquanto Eve começava a jogar panelas que estavam no chão nos espíritos, enquanto gritava com eles. Nada daquilo estava funcionando e eles continuavam avançando na direção das duas, haviam se dividido para isso.

“Tudo bem”, pensou, “posso fazer isso”.

Correu por entre os espíritos, desviando de espadas que desciam devagar demais. Sentia o frio em sua pele quando encostava no braço de algum deles, mas continuou. Percebeu que eles estavam fracos, pois a espada estava sem dono. Uma flecha fantasma passou zunindo por seu ouvido, a poucos milímetros de distância, se jogou no chão quando percebeu que outra flecha se aproximava. Agarrou o cabo da espada enquanto caia no piso de madeira com um baque.

Os espíritos continuavam vindo em sua direção. Havia algo no seu livro sobre assumir a posse da espada com sangue. Fez a primeira coisa que passou por sua mente: a utilizou para fazer um corte na palma de sua mão esquerda e então a espremeu até que o líquido vermelho se derramasse pelo gume da espada. Era como se uma voz interior a estivesse dizendo para fazer aquilo. A Invocadora de Almas brilhou com um verde intenso e então voltou ao normal.

Quando Shae olhou ao redor, todos os espíritos estavam ajoelhados em sua direção.

— Você conseguiu! — Eve constatou o obvio.

Mas havia algo de errado.

“Saia daí!”, uma voz feminina falava no interior de sua mente. Seria NaKagiso?

Shae olhou em volta, havia algo de errado com o homem morto. Sua pele brilhava como se ele estivesse em chamas. Ele iria explodir, de alguma forma Shae sabia disso.

Levantou correndo e puxou Eve para fora da casa.

— Temos que ir, agora!

Elas estavam no meio da rua, a poucos passos da casa quando esta explodiu. Havia fogo para todos os lados, inclusive algumas pequenas chamas no cabelo de Shae. Ela observou o fogo consumir tudo, as labaredas subirem em direção ao céu.

— Quem usa a Invocadora de Almas só possuí lugar no inferno — Eve sussurrou enquanto observava a casa. — Seu próprio inferno. — Shae tentou não se assustar com aquelas palavras.

Uma gargalhada tomou conta do corpo de Shae. Ela havia conseguido: Tinha pego a espada, seu plano daria certo, ela tomaria o Primeiro Reino. Podia sentir isso dentro de seu ser.

— Quem é aquele? — Eve a tirou de seu momento de êxtase.

Shae se virou, uma figura masculina descia a rua. Estava tão escura, contra as chamas que por um momento ela pensou que fosse um espírito, mas logo ela reconheceu os cabelos loiros.

— Stev? — chamou o estranho.

O garoto loiro se aproximava cada vez mais, com um grande sorriso nos lábios.

— Então vocês realmente conseguiram a Invocadora? Eu estou surpreso.

— Era você quem estava nos seguindo, não era? — Eve acusou.

— Então você percebeu? — Stev estava vestido com roupas pretas e com todo o fogo em volta parecia maligno.

— O que está fazendo aqui? — Shae ainda não entendia o que estava acontecendo. — Veio nos ajudar?

— Na verdade, eu vim me ajudar. — Seu sorriso se abriu mais. — Veja bem, quando vi vocês entrando em meu museu, vi uma oportunidade de ouro. Um oráculo arruinado, eu tinha certeza que vocês não estavam ali à toa. E eu estava certo, não é? E então vocês disseram que queriam saber sobre a Invocadora de Almas, ah, mas nesse momento eu tive certeza que a sorte tinha sorrido para mim. Contei a vocês tudo o que eu sabia sobre a espada.

Shae olhou para a espada de lâmina esverdeada em sua mão.

— Parece que errou na cor, não foi?

— Detalhes. — Stev deu de ombros. — Continuando, deixei que vocês fossem procurá-la. Fiquei realmente decepcionado quando vocês voltaram das montanhas de mãos vazias. Mas eu não esperava que a espada estivesse aqui com esse velhote. Se eu soubesse já a teria pego há muito tempo. De qualquer forma, vocês facilitaram tudo para mim. Agora, me dê a espada, Shae.

— Não.

— Como?

— Não! Não tive todo esse trabalho para pegá-la, para depois dar de mãos beijadas para você. Essa espada é o que vai garantir a minha vingança e eu não vou perdê-la para ninguém!

— Eu não sou o único que quer essa espada, você vai perdê-la de qualquer jeito, a diferença é se vai se machucar ou não. A entregue para mim e nada de mal vai acontecer com vocês.

— Não! — Ela jamais soltaria essa espada.

Ele se aproximou mais e sacou uma espada que Shae não havia percebido até então.

— Acalme-se Stev, não precisamos disso! — Eve tentou interceder.

Ele a ignorou.

— Se você não me der a espada, irei matá-la, Shae! É a sua última chance. Vai me entregá-la ou não?

— Não! — ela disse se ajoelhando, novamente ela ouvia uma voz dentro de si a explicando o que fazer.

— Não tente me assustar, você não tem capacidade para usá-la.

Shae olhou para a espada, no pomo estava escrito “NaKagiso”. Concentrou seu olhar ali.

— Eu te invoco. A ti e a teus poderosos guerreiros!

Ela sentiu como se algo estivesse explodindo dentro dela, a Invocadora de Almas começou a tremer enquanto os espíritos aprisionados escapavam. Eram apenas cinco, a própria espada sabia quanto de poder precisava dispor para cada inimigo.

— O que você disse? — Shae se levantou. — Meus guerreiros silenciosos, ataquem!



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