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História O Olho de Jade - Eve


Escrita por: xPrimrose

Notas do Autor


Nossa, Amanda, já voltou a demorar pra postar?
É... Então, tava corridão aqui, sério. Terminando TCM, eu tava passando uns dias indo dormir de madrugada pra terminar esse trabalho do inferno.
Enfim, to de férias agora. Vou poder postar tudo rapidão pra vcs [não tão rápido, pq eu ainda tenho metade da história pra escrever, mas assim q eu terminar vou postar tantos caps q vcs nem vão conseguir ler]
Enfim, espero que estejam gostando.
Mais um cap da Eve, pq depois do anterior ela merecia uma continuação.

Capítulo 5 - Eve


Eve acordou com a sensação de que algo estava errado.

A noite anterior havia sido a melhor da sua vida, mas agora ela era obrigada a encarar a realidade. Ela havia quebrado seu mais importante voto com Cersey, algo ia acontecer e ela sabia que não ia gostar nada do que quer que fosse.

Era cedo e Kaylan ainda estava dormindo, ela colocou suas roupas apressadamente enquanto o garoto acordava.

— Já está indo? — ele perguntou, meio sonolento.

— Tenho que voltar para o templo antes que as outras acordem e percebam que não estou lá.

— Sobre ontem, Eve... Eu não queria, eu juro que tentei me controlar, mas...

— Não é sua culpa, Kaylan. Eu queria. Eu queria isso há muito tempo.

Ele permaneceu em silêncio, estreitou os olhos enquanto a encarava.

— Eve...

— Chega, preciso ir. — Ela começou a sair pela porta do quarto.

— Espera Eve, tem algo de errado... — Ele continuou falando, mas ela não se importou, saiu da casa o mais rápido possível e começou a caminhar de volta para o templo. Havia chegado tão rápido ali no dia anterior, mas a volta sempre parecera mais longa, talvez por que não tivesse vontade de voltar, principalmente agora.

No fim das contas ela não se sentia nada diferente e a noite havia sido incrível. Talvez Cersey não estivesse nem aí para o que ela fazia ou deixava de fazer com seu próprio corpo, todo esse voto podia ter sido inventado por alguém que não tinha nada melhor para fazer do que se preocupar com a vida alheia.

Eve pulou o muro e passou novamente pela janela, dessa vez para voltar para dentro do quarto. Se jogou na cama ao mesmo tempo em que ouvia batidas na porta.

— Quem é? — ela perguntou fazendo a voz mais sonolenta que conseguiu.

— Sou eu, Ellie.

— Já vou abrir. — Eve se arrastou para a porta e a abriu. Os olhos de Ellie se arregalaram no momento em que a viu.

A garota loira soltou todos os palavrões que Eve conhecia e mais outros. Ela nunca pensara que ouviria uma garota do templo dizendo aquelas coisas.

— O que você fez?

— Como? — Eve paralisou, não tinha como Ellie saber o que havia acontecido, ou tinha?

— Você já se olhou no espelho hoje?

— Não — ela disse ao mesmo tempo em que corria para o espelho ver o que tanto assustava a outra garota.

Agora ela entendia. Eve sempre tivera os olhos de um verde incrivelmente vivo, eles chamavam atenção aonde quer que ela passasse, mas agora eles estavam completamente negros. Ela esfregou os olhos várias vezes, testando se estava realmente vendo aquilo.

— Como isso aconteceu? — ela perguntou apesar de já ter uma ideia da resposta.

— Você sabe por que Cersey só aceita garotas de olhos claros para segui-la? — A outra garota se aproximou, Eve não conseguiu evitar de encarar os olhos azuis da outra no reflexo.

— Não.

— Para que, caso elas a desobedeçam, ela possa mostrar para todos que elas a traíram pela cor dos olhos. Seus olhos não ficaram negros sem razão, você fez algo para isso. E a julgar pelo fato de eu ter te visto pulando o muro do jardim ontem à tarde e tê-la visto subindo a rua hoje de manhã acho que tenho uma ideia do que você fez. Estou certa?

— Eu o conheço há tanto tempo, Ellie. E o amo a quase a mesma quantidade de tempo. Você não entende...

— Você não é a primeira seguidora de Cersey a se apaixonar, Eve. Todas já passamos por isso, Cersey sempre coloca algum homem em nosso caminho para nos testar. Você falhou. — Seus olhos se tornaram tempestuosos, era uma expressão que a sacerdotisa quase nunca adotava.

— Desculpa, desculpa. Mas você realmente não me entende, Ellie. — Eve se sentou na cama. — Você se tornou seguidora de Cersey por que quis, eu não tive essa escolha.

— Todas tivemos uma escolha. — Ela continuava com uma expressão carregada.

— Eu não. — Eve fitou o chão, toda a animação pela noite anterior havia sido substituída por medo, se Ellie que era quase sua amiga ficara naquele estado quando descobrira, o que as outras fariam? — O que vai acontecer agora?

— Isso é algo que não pode ser perdoado, você sabe. Jamais será aceita nos templos novamente e as pessoas te conhecem, elas não vão deixar você passar impune disso. Todo o Segundo Reino vai te caçar e não vão ficar felizes até estarem diante da sua cova.

Ela não respondeu, não tinha o que dizer.

— E você sabe que isso não é o pior, enquanto você viver Cersey irá te amaldiçoar. Você nunca vai conseguir se safar de sua ira e ninguém sabe se vai conseguir se livrar dela ainda que esteja morta.

Ela sabia, sabia de tudo isso, mas não tinha se preocupado o suficiente com isso para impedir que passasse a noite com Kaylan.

— Eu estou com medo, Ellie. Eu não sei o que fazer.

— Você devia ter pensando nisso antes de ter feito o que fez. — Apesar das duras palavras seu rosto estava se suavizando.

— E agora?

— Agora, você precisa fugir daqui antes que mais alguém te veja.

— E para onde eu vou?

— Para o primeiro lugar que conseguirmos te despachar. — Ela passou a mão pelos cabelos. — Tenho quase certeza que daqui a uma ou duas horas sai um navio para o Terceiro Reino, podemos tentar isso.

— E Kaylan? — O desespero começava a domina-la.

— Acredite em mim, você não vai querer levar o motivo de sua desgraça com você.

— Por quê? Como sabe disso, aconteceu algo com você, Ellie? — Ela estava perdendo tempo, mas sua curiosidade era maior que qualquer outra coisa. Não entendia por que Ellie a ajudaria se seria muito mais fácil entrega-la as outras sacerdotisas, se Ellie tivesse um motivo seria mais simples se assegurar de que realmente tinha boas intenções.

— Eu ouvi histórias, nada demais. — Sua voz denunciava a mentira óbvia. — Comece a empacotar suas coisas, rápido!

Eve pegou uma sacola e jogou alguns vestidos lá dentro, além de algumas roupas íntimas e duas sandálias. Ellie a havia abandonado, mas logo voltara com outra sacola com pães, queijo, suco e frutas, além de uma bolsinha com moedas de prata e de ouro.

Eve olhou novamente seu colar antes de sair do quarto que a abrigara por tantos anos, se não podia levar Kaylan com ela pelo menos teria isso para se lembrar dele. A garota loira observou seu pingente, mas não comentou nada a respeito.

As duas seguiram pelos corredores ainda um tanto desertos tentando chegar até a saída dos fundos, Ellie havia se recusado a sair pela janela de Eve.

“Vou ajuda-la, mas prefiro não me machucar para isso”, ela havia dito.

Ellie já havia passado pelo portão quando Eve ouviu alguém a chamando, virou para trás e observou uma sacerdotisa mais nova que acenava, quando seus olhos pararam no rosto do oráculo ela pareceu aterrorizada e saiu correndo.

— Jane me viu — disse à Ellie quando elas começaram a caminhar pela rua estreita.

— Temos que ser rápidas então, logo mandarão pessoas atrás de você e vão perceber minha ausência.

 

[...]

 

O porto do Segundo Reino era enorme, Eve havia estado poucas vezes lá e sempre se surpreendia com seu tamanho. Havia todos os tipos de embarcações, desde pequenas canoas até navios com metros e metros de comprimento. Pescadores e maltrapilhos caminhavam de um lado para o outro, o cheiro de peixe impregnava tudo.

— Aquele é o seu transporte. — Ellie apontou para um navio de tamanho médio inteiramente pintado de preto. No casco se lia “Mensageiro de Omir”.

— Tem certeza que é uma boa ideia?

— Sim, o capitão é um velho conhecido da minha família, se bem me lembro me deve um ou dois favores.

Ellie se afastou enquanto falava com um homem que deveria ter pelo menos o dobro da sua idade e uma barba branca manchada. Eve evitou encara-lo como fazia com todos os homens ali, ninguém se atrevia a mexer com uma seguidora de Cersey, as histórias sobre como seriam amaldiçoados faziam bem seu trabalho, mas ela ainda se sentia intimidada com seus olhares.

A garota loira que por anos tomara para si a tarefa de cuidar de Eve a abraçou rapidamente e ela finalmente percebeu que Ellie já havia se transformado há muito numa mulher.

— Você cometeu um erro, mas não quer dizer que não possa fazer mais nada da sua vida. Um erro não pode destruir todo o seu futuro.

Eve assentiu, emocionada demais para dizer qualquer coisa e subiu no navio.

Não pôde deixar de soltar algumas lágrimas enquanto começava a se afastar. Tinha nascido no Segundo Reino e jamais saíra de lá, seus piores momentos haviam acontecido naquelas terras, mas seus melhores dias também. Agora olhava pela última vez, sabendo que nunca mais voltaria a ver aquele porto, o templo que a abrigara por tanto tempo, sua antiga casa, sua família. Nada disso importava mais, por que ela havia desobedecido Cersey e se relacionado com um homem e a deusa fizera questão de deixar estampado em seu rosto sua traição.

A garota havia pedido por anos sua liberdade e agora conseguira. Não iria mais precisar servir a nenhum deus, não tinha mais responsabilidades e pouco importava os votos que tinha feito, havia quebrado um e poderia quebrar os outros. Talvez terminasse seus dias dominada pela loucura, mas até que isso acontecesse podia aproveitar sua vida.

Sorriu, não fora como imaginara, mas finalmente estaria livre para viver do jeito que queria, poderia até mesmo se casar e ter filhos. Quebrar sua promessa não tinha sido tão ruim assim afinal, seu único arrependimento era não ter se despedido de Kaylan, queria que ele fosse para o Terceiro Reino com ela, mas não era egoísta de pedir isso a ele, não podia condena-lo a uma vida fugindo ao seu lado, porque agora era isso que ela era: uma fugitiva do Segundo Reino.


Notas Finais


Uma perguntinha aqui, o q vcs acham de capítulos grandes? Tipo 2000, 3000 palavras(ou até mais?), vocês gostam ou preferem capítulos curtos?


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