História O outro lado - Qual será o plano?

No fundo eu já esperava. Mesmo eu não querendo acreditar, eu já esperava. Voltei para casa ainda pensando naquela idiotice. No caminho eu encontrei a Samantha, distante como sempre.
—por quê essa cara de depressivo?
—não aconteceu nada.
—você é meio frouxo. Preciso te mostrar algo, talvez te anime.—ela segurou o meu pulso mas eu hesitei por um momento
—podemos ir?—disse ela dando um largo sorriso. Achei meio estranho vindo dela, não sabia o que poderia vir daquela garota.
Andamos e andamos. Notei que fazíamos o mesmo caminho que naquele dia e pouco tempo depois, voilà. Estávamos naquela mesma casa bizarra. Entramos e ela pediu para que eu esperasse na sala, e assim o fiz. Os minutos se passavam e eu admirava as mobílias da velha casa. Haviam muitas poeira, aranhas e fungos, era realmente bizarro (como todo lugar que Samantha gosta). E então Samantha me chamou e disse para eu subir as escadas que levam para o segundo andar. Ela estava sentada no chão de uma varanda que tinha uma visão boa da vizinhança. Me juntei a ela e sentei ao seu lado, ela parecia estar feliz, mas de um jeito estranho. Como posso dizer? era o jeito Samantha de ser feliz.
—o que foi?—perguntei
—eu vi um otário com o meu bastão hoje
—hã? O bastão que...
—esse mesmo. Ainda falam sobre o que fizemos, e por sua culpa meu bastão caiu na mão daqueles babacas. Era só ter um pouco mais de calma e poderíamos ter feito muito mais e sair ilesos. Ah, e também descobri que o otário com o meu bastão é tipo um shipp da Rafaela. Tava todo cheio de si dizendo que ia enfiar o bastão no pervertido hahahahaha. Conveniente, não?
—o que!? A Rafa tem um namorado?
—não sei. Mas parece que sim
—ah...—falei abaixando a cabeça levemente
—por que? Qual o problema?
—nada! nenhum.—Samantha se jogou em cima de mim enquanto me fitava com aqueles olhos.
—o que sente por ela? está decepcionado?
—err... Não
—não minta pra mim, sei que está mentindo. Olha só! seu coração está batendo feito louco.
—sai de perto de mim!—e por sua vez, ela colocou um canivete perto de meu pescoço
—se não quiser falar ta tudo bem—disse Samantha junto de um sorriso perverso
—ta bom. Eu falo. Eu... eu... gosto dela. É o que queria?
—sim. Não se desanime. Eu te ajudarei.
—o que? não precisa, eu não quero.
—não se preocupe. Odeio quando te fazem de idiota. Esse é um trabalho só meu.—Ela saiu de cima e voltou a fitar a paisagem.
—tem algo que quero te perguntar
—o que?
—sobre a ligação
—ligação?
—é. Não se faça de idiota
—do que você ta falando?
—nesse fim de semana. Você me ligou dizendo umas coisas estranhas.
—deve ser coisa da sua cabeça. Pare de pensar em mim dessa forma. Odeio ser o sonho de um pervertido—respondeu. Isso me deixou muito confuso. Afinal, se não era ela, quem era?
Perdemos um tempo ali. Após aquele estranho diálogo, Samantha só voltou a abrir a boca para falar sobre um estranho cheiro que ela insistia em pensar que exalava de suas mãos, e também perguntou se eu sabia algo sobre combustão espontânea (WTF?! Pois é). O céu estava prestes a escurecer. Samantha se despediu com um "cuidaremos de tudo. Tenha uma boa noite", foi até estranho vindo dela, mas beleza, poderia ser pior.