História O outro lado do lago sem fim - O tropeço

     Minha vida era de casa para escola, da escola para casa, era uma vida bem monótona, “meio deprimente” eu diria... Meus pais quase não paravam em casa, minha mãe (Marcy Peter) era enfermeira e na sua folga só sabia falar do seu plantão e elogiar as veias do meu irmão e as minhas, meu pai (Marcos Peter), ele é um amor, sempre muito calmo, me contava histórias para dormir até os meus  13 anos de idade, por mais que eu falasse que eu era grande para histórias, ele sempre me contava e se eu insistisse que era grande pra historinhas, ele me fazia cócegas até eu dizer o contrário, muita crueldade. Ele passou a não ter muito tempo quando começou a trabalhar no corpo de bombeiros... Pois é eu vivia com dois “super heróis “ em  casa... Eram tão heróis, que  pareciam mitos pra mim, eram tão “mitos” pra mim que não saiam do papel, nem pareciam reais. Meu irmão (Dylan Peter) é o tipo de irmão que é o “crush” de toda garota, é o cara mais sensível , ao mesmo tempo bruto, é o tipo de cara que fica do seu lado e te defende quando preciso, fora que ele é tão lindo, não é por acaso que é meu irmão... Pois é tenho beleza de herança, não temos tanta diferença de idade, ele tem  17 anos e eu tenho 16 anos.

    -Acorda preguiçosa! Tem cereais na mesa, a mãe e o pai já foram trabalhar, hoje vou te levar para a escola. –Diz Dylan, enquanto me chacoalha. –Acorda Cloe, qual é? Eu não quero me atrasar para a escola hoje, por favor?! Tenho treino e outras coisas. –Ele completou fazendo seu biquinho de cachorrinho que caiu da mudança.

    Eu mal abro os olhos, a luz parece me cegar.  –BOM DIA PRA QUEM TEM QUE ACORDAR ESSA HORA DA MANHÃ? Acho que eu não te entendo mais, qual seu incentivo pra acordar essa hora cara? –Pergunto  indignada.

     - Digamos que o incentivo tem nome e é uma garota. –Dylan responde quase babando com o sorriso bobo que ele estava.

     - Ai, para ta me assustando com essa cara... –Assustada, porém rindo daquela expressão dele.

     Ele pegou o travesseiro e começamos uma breve guerra. Me arrumei, tomei o café rapidamente e fomos no carro dele, um carro antigo de colecionador super conservado.  Desci do carro e falei. –Você não presta Dylan, quero saber mais sobre essa garota!! Quem ela pensa que é pra conquistar meu irmão? –Fiz minha famosa cara de brava e super protetora.

     - Sua “pirralha”, vai logo! Vai se atrasar pra sua aula, vou para o treino...  –Dylan diz quase gritando.

    Parecia tudo muito feliz, tirando o fato de acordar cedo... Mas o dia ainda mal começou. No corredor  encontro com Alex Harper, minha melhor amiga desde o primário, ela corre e me abraça forte, quase fazendo com que meus ossos da costela perfurassem meus órgãos, ela chora descontroladamente, e eu sem entender pergunto. –O que aconteceu Alex? Por que esta chorando?

     -  Cara, eu... –Respondeu quase não conseguindo completar.  –Você já assistiu “Hachiko:  A Dog’s  Story” ?

      -  Já, por quê? O que isso tem a ver Alex? –Respondi.

      -  É que me disseram hoje que é baseado em fatos reais, que triste!! –Alex responde.
                  - Esta brincando né?  Ata, já entendi... Esta de “TPM”,  é claro! Trágico! Trágico! –E começo a rir, amigas são assim, não fiz  mais que o meu papel.    

      Fomos para a sala. Quando chego em frente da sala a porta esta fechada, já logo sinto a bronca que levarei do professor. Espero um pouco, tentando formular uma desculpa e tenho a brilhante ideia de me esconder no banheiro até a próxima aula para não levar uma advertência, quando viro um cara tropeça em mim, nunca tinha visto aquele garoto na minha vida, ele era lindo, seus olhos eram castanho-avermelhados, misturados com um mel, seus cabelos tão negros e compridos... Ele rio muito da minha cara e da própria, já que tínhamos caído no chão.

    - Desculpa, é... Qual seu nome? Sou novo aqui. –Disse o garoto que até então não sei o nome. –Nossa me desculpa mesmo! –Insiste envergonhado.

    - É... meu nome é... –Penso naquele momento “droga! Qual o meu nome?”

     Ele então continua. –Meu nome é Chris, Chris Martin.

    - Cloe Peter, prazer! –E me levanto.

    O professor abre a porta e diz. –Deve ser o tal aluno novo Sr. Martin, primeiro dia e se atrasa, ótimo! –E completa... –Cloe atrasada, novamente... vá para a diretoria!!

    - Não, é... A Cloe estava me mostrando a escola, por isso ela se atrasou, desculpe professor. –Aquele Deus Grego disse ao professor.  Que foi? Ah, foi mal deixa eu elogiar ele, a história é minha poxa...

      Depois disso, não me lembro de muita coisa daquele dia, só sei que me senti meio retardada, mas por incrível que pareça até que foi bom!