História O Outro Lado (Em Hiatus) - E Deveria?

Passou-se um tempo, e não me desconcentrei em nenhum momento para escrever, até mesmo quando Thomas começou a tentar conversar comigo, dizendo que a atividade era ''coisa para garotas.'' Murmurei um ''cala a boca e faz, garoto.'', e voltei a me dedicar totalmente à escrita. Percebi que Thomas ficou com cara de bobo, mas nem liguei. Bem quando eu tinha acabado, a professora disse:

[Professora]:- Pessoal, não darei mais tempo. Vocês já estão grandinhos demais para demorar mais de vinte minutos para fazerem uma redação.- Seu tom estava calmo, mas autoritário. Deixei meu lápis para o lado, e dei uma olhadinha na folha do Thomas. Ela só tinha escrito três linhas, e parecia estar rezando para a professora não olhar para ele. Revirei os olhos.- Vou escolher algumas pessoas para ler. Hum...- Ela passou os olhos pela turma, e apesar de eu ter certeza de que tinha ido muito bem, tentei não chamar muito sua atenção.- Jade! Venha aqui na frente ler seu texto.- Ela tomou um susto, e foi até a frente da sala meio indignada, com o caderno em mãos. Finalmente, começou a ler. (N/A: se quiser ver como foi o texto, dá uma passadinha no cap Redação, da história que faz crossover com a nossa, da minha amiguinha. <3 Não sei se já disse para vocês, mas muitas coisas daqui, se quiserem saber mais, estão bem detalhadas lá!)

[Jade]:- Você fez falta.- Estranhamente, todos calaram a boca pra prestar atenção no que ela falava. Bom assim. Não se passou muito tempo, e a história de Jade acabou. Todos bateram palmas, e realmente, tava muito bom. Sorri para ela enquanto voltava para seu lugar. 

[Professora]:- Muito bem, querida! Vejamos outra pessoa agora...- Ela olhou mais uma vez para a turma, e escolheu uma garota que não cheguei a conhecer. A mesma leu sua história, e todos bateram palmas novamente; palmas menos intensas do que na vez da Jade, percebi. Mais uma vez, era vez dela escolher outra pessoa.- Bem... um garoto, agora.- Ela pensou mais um pouco, e para o desespero de Thomas, parou seu olhar por uns cinco segundos nele. Ela desistiu, e voltou a analisar os garotos da sala. Depois de um tempo que pareceu infinito, ela pareceu ter tomado uma decisão.- Resolvi escolher uma pessoa diferente do que estão acostumados. Espero que não me decepcione, Tom.- Ele fechou a cara, ficando emburrado ao extremo, já que ele já tem uma cara fechada naturalmente. Me segurei extremamente para não começar a rir, e Thomas ficou balançando a cabeça, como que dizendo... ''Tadinho do cara, mas ele merece.'' Relutante, Tom pegou seu caderno e foi para a frente da sala de aula. Percebi que todos estavam se preparando para um desastre natural, segurando-se, claro, para não começarem a rir. Tom deu uma última olhada para a professora, como que a perguntando se precisava realmente fazer aquilo. Ela arqueou a sobrancelha, como resposta. Com uma revirada de olhos discreta, ele começou a ler.

E Deveria?

''Vamos deixar vocês sozinhos, agora.'', foi o que ela disse. Todos foram embora, e fiquei sozinho com...

- August, o que podemos fazer agora?

- Não sei, Rose. Você sabe que não sou bom com escolhas.- Abri um sorriso.- Escolha você, sempre é assim, afinal.- Cruzei meus braços, esperando sua escolha. Finalmente, ela decidiu:

- Bem... que tal... Aquela brincadeira lá, que a gente tem que ficar escondido um do outro...- Arqueei uma sobrancelha.

- Esconde-esconde, você quer dizer?- Ela bateu uma palma, apontando para mim.

- Isso mesmo! Eu sei que é infantil, mas...-Fiquei de costas para ela, apoiado em alguma parede. Comecei a contar.

- 1... 2... 3...- Ela pareceu um pouco desorientada, mas não se passou muito tempo e logo foi se esconder.- 4... 5... 6... 7... 8... 9... 10... 11... 12... 13... 14... 15... 16... 17... 18... 19... 20... Pronta ou não, lá vou eu!- ''Não acredito que estou gritando isso'', pensei. Comecei a procura-la, ficando atento aos mínimos movimentos.- Você não pode ter ido tão longe!- Verifiquei atrás de uma moita.- Rose... cadê você?! Você sabe que não pode fugir de mim, né? Só não quero trapacear.- Se passaram cinco minutos, e eu não a achei. Quando eu ia gritar bandeira branca, ouvi um grito vindo do labirinto de folhas, que era realmente longe. Bem, isso não é problema para mim. Cheguei lá em pouco tempo, e ouvi outro grito: ''August! O cen...!'' Ela pareceu ter sido interrompida. Comecei a correr em direção do centro do labirinto; sabia o caminho de cor. Chegando lá, encontrei Rose empurrando para longe um cara que não reconheci. Nem fiz questão, já que já fui dando um soco na sua cara, o desnorteando. Com a barulheira, um segurança chegou ao local, carregando quem quer que tivesse tentando fazer algo à Rose. Olhei para ela, que estava um pouco suja de grama. Tinha caído no chão, pelo jeito. Olhando para mim, meio assustada, ela disse:

- Não é a primeira vez que isso acontece, mas nunca vou me acostumar.- Fui em sua direção, envolvendo-a em um abraço. Apoiei minha cabeça no topo da sua.

- E deveria?

Olhando de modo sacana para todos, Tom anunciou:

[Tom]:- Acabei.- Meus olhos estavam esbugalhados. Olhei para a turma. Todos estavam do mesmo jeito. A professora? Nem precisa falar. Por mais estranho que pareça, eu mesma comecei as palmas. Sério, eu não esperava isso dele. Definitivamente não esperava. Tom, ao som das palmas, apenas foi para sua cadeira, se sentando naturalmente. Thomas olhou para mim, e falou sem som:

[Thomas]:- Meu Deus. Eu realmente ouvi isso?- Olhei para ele, concordando.

[Melissa]:- Você realmente ouviu isso.- Falei, do mesmo jeito que ele. Aos poucos, a sala foi ficando mais movimentada, e Tom simplesmente ficou mexendo em seu caderno. Esse garoto realmente é estranho. Quando faz algo legal, nem liga. E quando faz algo ruim... também não liga.