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História O Pacto - O verdadeiro monstro


Escrita por: Mallagueta

Notas do Autor


Bom, é o seguinte: eu estou com uma nova fanfic para publicar, então vou dar um jeito de terminar essa. A história já está concluída mesmo, então é bobagem ficar amarrando. E parece que o pessoal também não gostou muito, sei lá. Acho que ficou diferente demais. Ou então as pessoas tem por hábito ignorar tudo aquilo que está relacionado ao Xaveco. De qualquer forma, vou ver se termino logo essa fic para poder começar a outra.

Capítulo 15 - O verdadeiro monstro


Denise gritava, chorava e se descabelava como louca enquanto Xaveco tentava conversar de forma civilizada. Ao seu redor, outras pessoas se reuniam gravando toda aquela confusão e dando risadas da situação ridícula em que a maior fofoqueira de todo bairro estava se colocando.

 

- Denise, pára com isso, tá todo mundo olhado!

- Eu não ligo, deixe que olhem! Por favor, não termina comigo não! Eu vou morrer!

 

O pessoal dava risadas e ele se arrependeu amargamente por ter marcado aquele encontro no parque do bairro. O melhor teria sido ir até a casa dela, onde eles teriam mais privacidade.

 

- Denise, vai por mim: isso não tá dando certo!

 

O rosto dela estava banhado em lágrimas, o rímel escorria pelos seus olhos, o batom estava totalmente borrado e o nariz escorrendo como um chafariz.

 

- Eu faço o que você quiser, juro! Tenho que mudar em alguma coisa? Se quiser, eu até arranco fora essas marias-chiquinhas!

- Não tem que fazer nada, eu é que preciso dar um tempo. Por favor, levanta daí! Eu não sou santo pra você ficar se ajoelhando desse jeito!

- Você é o meu santo, o meu deus! Fica comigo, fica! Senão eu me mato! Eu juro que me mato!

- Ah, cala a boca sua ridícula! – uma garota gritou atirando nela uma lata de refrigerante, deixando Xaveco indignado.

- Ei! Não mexam com ela desse jeito não, estão pensando o quê?

- Essa baranga tem mais é que enfiar o rabo entre as pernas e sair de fininho! – outra garota falou, sendo apoiada pelo resto do grupo.

 

Ele se colocou na frente da Denise, tentando defendê-la das bolas de papel, pedaços de comida e latas de refrigerante que as pessoas tentavam jogar nela.

 

- Denise, levanta daí e vai embora pra sua casa que o troço aqui tá feio!

- Eu só vou se você for comigo.

 

Como não teve escolha, ele saiu dali levando-a pelo braço com o grupo ainda atrás vaiando e assoviando.

 

- Deixa essa mocréia e fica comigo!

- Você é bom demais pra ela!

 

Foi com grande alívio que, depois de muito correr, eles chegaram até a casa da Denise e ele a colocou rapidamente para dentro apesar dos protestos e choros da ruiva. Mesmo cansado e mentalmente esgotado, ele saiu dali correndo antes que ela fosse atrás e começasse toda a choradeira. Em momento algum ele imaginou que terminar com ela pudesse ser tão difícil e desgastante.

 

- Credo, o que deu na Denise pra ficar desse jeito?

- Não pense mais nisso, meu bem. Pelo menos você conseguiu se livrar dela.

- Sei não... ela ainda vai pegar um monte no meu pé.

- Nada que não possa ser contornado, pode ter certeza.

 

Tudo parecia estar indo bem quando eles se encontraram com Cebola e Cascão, que ia pelo lado oposto.

 

(Cascão) – Xaveco? Tá fazendo o quê aqui?

- Estou vindo da casa da Denise. É que eu terminei com ela, sabe...

 

Os dois ficaram surpresos. O Xaveco dando o fora na Denise? Desde quando?

 

(Cascão) – Sinistro, véi!

(Cebola) – O que tá pegando? Achei que gostasse dela.

- E gosto, mas sei lá! Ela fica, tipo assim... deixa eu ver...

(Cebola) – Te enchendo o saco o tempo inteiro e te exibindo por aí como um troféu?

- Tá tão na cara assim?

(Cascão) – E como! Tava demorando pra você enxergar isso!

- Só que agora eu tô um caco, viu? Acho que vou aproveitar que hoje é domingo e dormir pelo resto do dia.

 

Cebola ainda estava preocupado com o estado dele e quis saber.

 

- Aqui, você não foi no médico não? Sua cara tá bem ruizinha, heim!

- Eu não tive tempo. Minha agenda tá muito lotada, cheia de coisas pra fazer e...

- Esse cara tá é te explorando, isso sim! Por que você não vem com a gente? Estamos indo jogar vídeo-game na casa do DC. Faz tempo que você não sai com a gente.

 

Os olhos dele brilharam. Passar o dia jogando vídeo-game com os amigos, rindo, contando piadas e comendo pizza... há quanto tempo ele não sabia o que era aquilo? Antes que ele aceitasse o convite, Melina entrou em ação sugando-o um pouco mais. Aquilo seria suficiente para fazê-lo desistir da idéia.

 

- É claro que eu... eu... – os olhos dele foram se fechando e seu corpo amoleceu. Se não tivesse sido amparado pelos amigos, ele teria caído no chão.

(Cascão) – Rapaz, você tá no pó da rabiola!

- Eu só quero ir pra casa...

(Cebola) – A gente ajuda, você não pode andar sozinho desse jeito. Vamos.

 

__________________________________________________________

 

Quando virou a esquina e viu aquela multidão em frente a casa do Xaveco, ela logo mudou de idéia e deu meia volta. Mônica e Magali tinham razão, estava impossível entrar na casa do Xaveco daquele jeito. O que tinha dado naquele pessoal? Será que eles não tinham mais nada de útil para fazer na vida?

 

Maria resolveu ir embora contrariada. Ela bem que queria conversar um pouco com o Xaveco. Falar com ele lhe fazia bem e lhe ajudava a perceber que não era a vaca gorda que imaginava antes. Talvez, quem sabe? Ela não poderia pensar em buscar ajuda profissional para o seu problema com a comida? Era sobre aquilo que ela queria falar com ele.

 

- Tá fazendo o quê aqui, sua piranha? – Denise, que vinha na direção oposta, perguntou quase partindo para cima dela.

- Eu só tô passando, que coisa! Sai pra lá!

- Ele é meu e você não vai tirar ele de mim!

- Ué, se ele é seu, então porque te deu um chute?

 

Denise desferiu um tapa, que por pouco não acerta o seu rosto.

 

- Você é que deve estar enfiando coisa errada na cabeça dele, sua vadia! Foi tudo culpa sua!

- Eu heim! Você tá é doida, isso sim! Ó, fui!

 

Ela saiu dali correndo antes que Denise resolvesse partir para violência. Para sua sorte, a ruiva não tinha lhe seguindo, preferindo ir para a casa do Xaveco. Mesmo querendo ir embora, Maria ficou preocupada com Denise porque sabia que ela estava sendo hostilizada pelos outros fãs do Xaveco. O que ia ser dela se entrasse no meio daquela multidão? Problema na certa!

 

“Ai, que droga! Se eu não for lá, eles vão linchar aquela doida!”

 

- Vai embora, ele não quer mais nada com você!

- Eu sou a namorada dele e vou entrar! Saiam da minha frente!

- Toma isso, vagabunda! – uma garota lhe desferiu um soco, jogando-a no chão. Outras garotas foram para cima dela, lhe dando vários chutes. Apavorada com tudo aquilo, Maria conseguiu dar as voltas pelos fundos e entrou na casa se aproveitando que o resto do pessoal estava distraído com o início de linchamento.

 

- Xaveco! Você tá aí? Me ajuda! Xaveco! – ela foi chamando enquanto andava pela casa e a mãe dele apareceu, assustada com toda aquela agitação.

- Que é isso? E como você entrou aqui?

- Desculpa, mas minha amiga tá apanhando lá fora e acho que vão matar ela! Cadê o Xaveco?

- O que foi, mãe? Maria?

- Xaveco, estão dando a maior surra na Denise lá fora, você tem que fazer alguma coisa!

- Essa não!

 

Ele desceu correndo as escadas e ganhou o quintal. Conforme Maria tinha lhe falado, havia muitas garotas dando chutes em Denise que tinha se encolhido toda tentando se proteger dos golpes.

 

- Gente, pára com isso agora mesmo! Eu disse AGORA!

 

O grupo parou o que estava fazendo e todos começaram a gritar o nome do Xaveco. Maria se esgueirou entre eles e se ajoelhou ao lado de Denise, que gemia e chorava de dor.

 

- Denise! Me responde! A gente tem que sair daqui! Me ajuda, Xaveco!

- Vou chamar a ambulância e...

- Não, você é nosso! Deixa essas duas pra lá!

- Vamos dar uma surra nessa magrela também!

 

Maria se encolheu toda, tentando proteger a si mesma e a Denise. As duas não iam ter a menor chance diante daquele grupo raivoso.

 

- Xaveco, traz as duas pra dentro de casa! Eu vou chamar a polícia! – Sua mãe gritou da porta e várias pessoas cercaram o caminho, fazendo com que a mulher voltasse para dentro, gritando pelo nome do filho.

 

“Melina, por favor! Para com isso! Faz eles pararem!”

 

- Eles não irão parar, querido! Essas pessoas te amam e não irão te deixar ir a lugar nenhum! Fique com eles!

- Eu não posso! Tenho que ajudar as duas! – ele falou em voz alta, sem se preocupar com quem estivesse ouvindo.

(Maria) – Xaveco? Está falando com quem? O que tá acontecendo?

- Melina, deixa a gente sair daqui! A Denise precisa ir pro hospital!

- Se elas quiserem sair, que saiam. Você fica, o seu lugar é com seus fãs!

- Você é louca! Olha como a Denise tá machucada! A Maria não vai dar conta de levar ela sozinha!

 

Maria olhava para o amigo, que parecia falar com alguém que ela não conseguia enxergar. Ele teria ficado louco por acaso?

 

- Isso não é problema seu, querido. O seu problema é continuar lindo, famoso e amado por milhões! Essa é sua vida agora, deixe essas duas para lá!

- Quer saber? Eu vou tirar elas daqui, tá bom? Vem, Maria! Pega pelo outro braço!

 

Os dois levantaram Denise e tentaram passar pela multidão, que tinha cercado os três e gritavam feito loucos.

 

- Você não vai sair daqui! Nós te amamos! Você é nosso!

- Gente, deixa eu passar pelamordedeus!

 

Antes que alguém tentasse investir contra Maria e Denise, ele gritou.

 

- Não vem não, se alguém encostar um dedo nelas, vai ver só uma coisa!

- Você não pode fazer isso, Xaveco! – Melina bradou – Eu te dei tudo o que você queria e agora está jogando fora desse jeito?

 

Ele não respondeu nada e conseguiu levar Denise e Maria até a calçada. A multidão continuava atrás deles, como monstros raivosos apenas aguardando uma ordem para atacar.

 

- Acabem com essas duas agora mesmo! – Melina gritou.

- Melina! Não! Maria, corre!

 

Eles tentaram correr, mas com o peso de Denise estava difícil e Maria não tinha muita força física. Algumas pessoas estavam indo para cima deles com pedaços de pau tirados sabe-se lá de onde e Xaveco viu que a coisa ia ficar feia. Aquelas pessoas estavam ensandecidas e ao olhar para o rosto de Melina, ele se assustou com aquela expressão demoníaca. Aquilo não tinha nada a ver com o anjo que ele tinha conhecido há tempos atrás, lhe prometendo um paraíso de felicidade.



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