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História O Passado Sempre Volta - Lembranças compradas.


Escrita por: BananaArt

Notas do Autor


Desculpem a demora, mas saiu outro capítulo maravilhoso ou nem tanto para todos vocês <3

Capítulo 11 - Lembranças compradas.


Estava sentando na sala. Meu irmão olhava a TV sem realmente encarar a imagem. 
Me sentia tão devastado, por ter deixado o Aki ir para aquele local horrível, por não ter tido forças de ir antes e salva-lo, que métodos cruéis usaram a ponto dele esquecer da vida toda?

O médico saiu do quarto onde Aki estava instalado. O rosto do homem parecia preocupado.
- Irei precisar fazer exames mais específicos. Mas, aparentemente foi devido a estresse, além da exposição de algum trauma de forma excessiva, fizeram a mente dele colapsar. - O médico falava dirigindo-se ao meu irmão. 
- Irei leva-lo ao hospital amanhã mesmo. Tem alguma medida que deva ser tomada? - Jun indagou tentando ser profissional, mas era óbvio que estava surpreso. 
- Ele vai ficar bem? - Pergunto timidamente, sentindo o rosto quente. Meus olhos inchados devido ao choro de alguns minutos atrás, tentava resistir bem, mas era difícil, sobretudo depois de saber disso.
- Com tratamento adequado creio que sim. - O médico sorria simpático. - Só precisamos saber se o problema é interno também.
- Sim, entendo. - Jun cruzou os braços esperando as instruções médicas.
- Apenas repouso, nenhum barulho excessiva, as comidas que estão nessa lista. - O maior entregava a lista ao meu irmão. - Nada de esforço, não comentem tanto sobre o passado.

Engulo em seco, não posso falar de nós dois? Dizer que tentou me matar definitivamente estava fora de cogitação. 
Meu irmão e o médico vão na direção da porta. Acabo andando até o quarto, vendo Aki sentado na cama, olhando pela janela.

- Oi. - Falo baixo, mas o maior parece ouvir, me encarando em seguida, estreitando o olhar.
- Aquele cara disse que me resgatou daquele lugar, acho que devo te agradece. - Aki falava aquilo de forma fria e indiferente. 
Não era amoroso ou cuidadoso, nem mesmo com malícia. 
- Sim, sou Yuki, mas não vai demorar a lembrar de mim. - Vou me aproximando aos poucos, tomando cuidado para que o maior não me rejeite tanto.
- É, sei que meu nome é Aki agora. - O rapaz revirou os olhos ainda irritado.
- Acho que não deve tá muito bem...- Digo aquilo ficando de frente para o maior.
- Não lembro de nada, não sei nem da onde vim, acha mesmo que está tudo bem? - Aki parecia extravasar sua raiva sob mim, isso me assustou, acabo me afastando bastante, até quase no meio do quarto. 
Aki suspirou, ficando mais frio com tudo aquilo, relaxando os ombros. Ao menos não parecia querer me machucar.
- Foi mal. Acabei descontando em você tudo isso... Mas, me diz aí, o que você é pra mim. - Aki ainda estava impassível, lembrava do olhar de quando era criança as vezes.
- Nós somos amigos de infância, mas, algumas coisas aconteceram, nos separamos. Porém, nas últimas semanas nos encontramos e nos tornamos mais que amigos. - Falo de forma impulsiva, ficando com o rosto todo vermelho, parece que aquilo tinha simplesmente saído, não conseguiria conviver com o maior ao menos sem que soubesse disso.
- Eu sou gay?! - Aquilo surpreendeu o maior. - Bom, até que você tem uma cara bonita. Me atrai de certa forma...
- Aki! - Fico muito vermelho com aquilo. Como poderia dizer algo assim tão facilmente? Parecia que a personalidade continuava tão tenebrosa quanto antes.

O maior deu um leve sorriso, parecia querer dizer alguma coisa, mas se absteve. Fico calado, apenas aproveitando sua presença.
Infelizmente não pude ficar com o Aki o tempo todo, ainda tinha que ir para a escola e foi uma promessa ao meu irmão.

Jun prometeu que cuidaria da saúde do maior. Então fico mais tranquilo, no entanto, viver ainda era angustiante, sentia que estava com o coração apertado.
Sempre depois da aula me dirigia ao apartamento, ficar com Aki, o mesmo já havia feito os exames, só faltava sair os resultados.

Durante esse tempo levei vários livros para que Aki se distraísse, filmes, conversamos bastante. O pior de tudo que comecei a me sentir carente, parecia que tudo convergia para sentir desejo pelo maior, as vezes tinha que me aliviar no banheiro.

Depois de uma semana meu irmão chegou no apartamento, tinha o rosto preocupado.
- O médico disse alguns resultados. Aki terá que frequentar o psicólogo para amenizar o efeito.

Não parecia ser apenas isso. Aki parou o que estava fazendo para encarar meu irmão. 
- Existe uma substância no seu sangue que ela ajuda inibir a parte responsável pela memória. O neuro nunca ouviu falar. Nós estamos entrando em contato com a antiga clínica, mas eles não querem colaborar, podemos ir para justiça, porém pode demorar anos.

Sabia o que significava, que Aki poderia demorar anos sem lembrar de mim, poderia até voltar a ter psicopatia e ter que ser internado. Comecei a entrar em pânico, no entanto, meu irmão tocou no meu ombro.
- Vou fazer todo o possível para agilizar as coisas, talvez o efeito da substância possa ser diluída, essa é a perspectivas positiva, vamos pensar assim.

Ouço aquilo, no entanto não consigo acreditar. Encaro Aki do meu lado que encarava meu irmão, mas voltou a fazer o que estava fazendo, parecia conformado.

Levantei de repente, sinto que atrai ambos com o olhar. Fui na direção do banheiro, me fechando, as lágrimas desciam sem nenhum controle.
- Yuki. - Jun bateu na porta algumas vezes, mas estava soluçando demais para responder.

Não consegui fazer mais nada além de lamentar. Por isso decidi ir na clínica no dia seguinte, tentaria dar um jeito, sabia quem poderia me ajudar ou melhor, tentaria fazê-lo me ajudar.

O resto do dia fiquei ao lado do Aki, mas meus pensamentos estavam distantes. O maior não parecia tão preocupado em recuperar a memória. Iria entrar em contato com Jian Li, o amigo de Aki que deveria ter morrido no incêndio, se ele foi o responsável para que o outro perdesse suas lembranças, poderia me ajudar a traze-las de volta.

- É sábado, não deveria ficar aqui? - Aki indagou quando percebeu que estava me dirigindo ate a entrada do apartamento.
- Preciso resolver algo. Diga ao meu irmão que volto logo, tudo bem? - Aquele Aki não iria se importar se fosse atropelado por um caminhão, então não teria que me preocupar em sair até a outra cidade.
Meu irmão só aparecia depois do trabalho, o que me faria algum tempo.

- Então, até mais. - Digo, mas Aki não se indignou a falar comigo, parecia absorto em ler seus livros. 
Aquilo me deixava mais triste e abalado, tinha que resolver esse problema. Gostava do outro, não deixaria que esse sentimento fosse unilateral.

Fiz o caminho novamente, pensei que não voltaria aquela clínica novamente, que Aki estaria livre daquele local, no entanto, era mais complicado do que imaginei. 
Claro que me senti nervoso quando vi novamente os portões, mas o taxista não teve problema em avançar. Pessoas caminhando nos jardins me faziam pensar quantos poderiam sofrer os mesmos traumas que o Aki.

- Para. - Digo antes de chegarmos a entrada. Dou o dinheiro ao homem, saindo rapidamente. Passo pelo jardim na direção do coreto que haviam algumas pessoas. Seguro o pulso do rapaz que havia aparecido na escola a alguns dias atrás e posteriormente conversado com meus pais.

- Jian Li. - Minha voz está alterada, mais do que gostaria de admitir. Além de ofegante pela pequena corrida.

O maior me encarou surpreso, contudo, logo sua expressões relaxaram até o sorriso compreensivo fazer parte do seu rosto.

- Ainda demoraram para me procurar... Apesar de que não imaginei que liberariam o Aki tão cedo da clínica, achei que poderiam tornar o processo irreversível. - Jian Li sorriu de forma perversa. Soltei seu pulso, assustado com aquele homem.
- Então.... Tem jeito, da pra voltar ao que era. - Percebi isso pela última frase do Jian Li. 
- Sim, mas com procedimentos médicos normais irá demorar anos. - O maior não parecia estar mentindo sobre isso, ainda mais com o tom de deleite que sua voz se encontrava. 
- N-não, o que posso fazer para trazer o Aki de volta? - Pergunto mais desesperado do que deveria. Minhas emoções deixam aflorar meu desespero na frente do rapaz que sorri ainda mais. Segurando no meu queixo.
- Porque deveria te ajudar? - Não sabia o motivo, se foi ele que tentou prejudicar o Aki nunca iria me ajudar realmente. Tinha que ter um jeito. - Aki sempre falava de você... Algumas coisas que queria fazer com seu corpo também...

- Me solta! - O tom de malícia que aquele homem usou me assustou. Por isso dei alguns passos para trás. - Porque odeia tanto o Aki se ele tentou te tirar dessa merda de lugar?

- Acha que as coisas foram desse jeito? Aki fez a escolha dele, ou me deixaria para trás ou nós iríamos ser capturados.... Preferiu que morresse no incêndio. Essa instituição ou clínica, como preferir chamar, me tirou do meio do fogo e me deu um novo significado. - Jian Li sorriu. Não parecia ser mentira, imaginava que Aki faria algo assim, mas não conseguia abandonar o outro e ter qualquer simpatia pelo rapaz a minha frente.

- A-apenas quero trazer a memória do Aki de volta.... Depois vocês podem viver a vida de vocês em paz. - Não tinha como convencer aquele garoto.
Antes que continuassemos o diálogo, segurou no meu pulso, puxando meu corpo. Tentei relutar, contudo, não fui muito eficaz.

Alguns médicos olhavam, mas não pareciam se importar com Jian Li sequestrado uma pessoa para uma parte mais reservada. Abaixo de uma enorme árvore frondosa, com sombra. Finalmente o maior largou meu braço.

- Vou te ajudar. - Jian Li simplesmente dizia, mas antes que me sentisse alegre com aquilo. - Então.... O Aki já transou com você? Não pense em mentir, porque é a memória do seu namoradinho que está em jogo.

Abro a boca para protestar, no entanto, parede que estou encurralado. Sinto minhas bochechas tomando cores avermelhadas.
- Sim, estávamos namorando antes de tudo isso acontecer. - Comento com a voz baixa, mas alta o suficiente para o outro ouvir.
- Ele não tentou te matar? - Jian parecia se divertir com aquela narrativa. 
- Aki mudou. - Falo rispidamente. - éramos crianças e...
- Porém, ainda deve ser um maldito psicótico obsessivo, dava para notar como falava de você. - Jian levou a ponta dos dedos até meu rosto, erguendo meu queixo, analisando minha face com interesse. - Entendo um pouco a razão, você é lindo.

- Pare com isso. Você iria me dar o antídoto. - Falo rapidamente. Afastando a mão do outro de mim.
- Sim, vou, posso pegar uma amostra na clínica sem problemas. - Jian ainda me encarava com o olhar depravado de um maníaco.

- Então me dê. - Digo rapidamente, tentando parecer mais seguro do que trêmulo e assustado, o que era muito difícil.

- Claro, mas, vamos fazer um pequeno acordo. Vou na clínica agora, irei pegar o antídoto, você enviará ao seu irmãozinho, lá eles irão constatar se é verdadeiro ou falso. Então quando ficar tudo bem, você irá cumprir sua parte no acordo. - O maior sorria da mesma forma maníaca de antes.

- Qual... Minha parte do acordo? - Indago sentindo que estou me mantendo em algo ruim.
- Ficará comigo por duas semanas, avise seu irmão, não me importo, só não irá falar sua localização, pode ligar todos os dias para mostrar que está vivo. Só quero usar o que é do Aki por alguns dias. - Aquilo me surpreendeu negativamente, como poderia dizer como se fosse algo simples?

- Eu não sou um objeto de ninguém para ser usado como moeda de troca! - Tento soar mais indignado do que assustado. 
- Ora, pode negar, não tem problema. Então o processo vai se arrastar durante meses e anos até conseguir a amostra. - Jian deu de ombros, começando a sair do meu alcance, indo na direção do coreto com alguns adolescentes.

Seguro em seu braço rapidamente, sentindo a respiração ofegar, tentando não perder o controle. Era pelo Aki, por nós dois.

- Tá, pegue o antídoto, mas ficamos aqui até confirmar se é verdadeiro, então vou para onde quiser. - Sinto meus olhos marejados, não sei o que Jian pretende com isso. Mas o sorriso perverso que abre quando aceitei o acordo, só me faz comprovar que não será nada bom.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, fiz com todo o carinho e crueldade <3


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