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História O Passado Sempre Volta - O passado volta


Escrita por: BananaArt

Notas do Autor


Bom dia, Galera, vou postar os capítulos dessa história pelo menos uma vez por semana.

Capítulo 2 - O passado volta


- Será que ele não se sente sozinho? - Ouvi um grupo de meninas comentar próximo o suficiente para chamar minha atenção.

Sim, estava sozinho, não queria amigos, fiquei muito tempo enclausurado em casa, apenas com meu irmão como professor durante sete anos, não precisava de mais ninguém. Preferia dessa forma, não iria me envolver com pessoas. Aki deixou marcas profundas em mim, admitia isso, mesmo que o psicólogo dissesse que deveria tentar se socializar, o máximo de aproximação era cumprimentos, nada mais que isso.

A escola a qual estudava era para quem tinha determinado recurso, então a maioria dos estudantes vinha de famílias ricas, com exceção dos bolsistas, que sempre precisavam se manter no topo. Nunca fiz questão de estudar mais que o necessário, por isso minhas notas sempre foram razoáveis, apenas suficiente para passar.

Encarei o quadro por longos minutos antes de voltar na direção do meu obento. Preferia estudar em casa, mas era impossível continuar avançando dessa forma. Faria faculdade para literatura, durante os anos que fiquei enclausurado, tomei gosto por ler e escrever, talvez lecionar possa me ajudar a conversar novamente com pessoas.

Alguns rapazes tentaram, mas minhas respostas foram secas e tímidas demais para se manter algum diálogo. Estava no colégio a alguns meses, havia feito a prova antes do início do verão e o resultado havia saído no quadro de avisos. Porém, não queria ir olhar o que quer que estivesse escrito. Minha falta de vontade era imperdoável, estava tentando me obrigar a viver, não queria voltar a ter sessões no psicólogo. Se meus pais soubessem que não me esforcei, talvez tudo voltasse a ser como antes.

Ergui o corpo no maior sacrifício do mundo. Caminhando na direção do quadro de avisos no corredor, alguns olharam na minha direção curiosos, mas logo voltaram a falar sobre qualquer coisa que não me interessava. Deixava os cabelos negros um pouco mais longos, para encobrir meus olhos, assim não precisava ter que olhar diretamente para as pessoas. Era pequeno, com aspecto mais frágil, porém, sabia que tinha um rosto bonito, apesar de não o mostrar, então as pessoas acabavam me achando estranho e se afastavam.

- Olha, ficou em primeiro Shimaki. - O rapaz que dizia estava ao meu lado, era alto e atlético, sorria de forma animada. Tive que levantar a cabeça, deixando os cabelos caírem um pouco para trás, vislumbrando o nome em primeiro lugar geral da escola, com a pontuação quase perfeita. Shimaki Aki. Respirei fundo algumas vezes, abaixando novamente o olhar, tentando não transparecer minha palidez.

Minha mão soava bastante, senti a vertigem, voltei a encarar a lista, sem acreditar que era realidade, poderia ter me enganado e embaralhado os nomes, contudo, era tão real quando poderia ser.
- Parabéns. - O rapaz ao meu lado voltou a se dirigir ao outro.

O maior erro da minha vida foi virar o rosto e encarar. Fazia sete anos, poderia ser difícil para reconhecer alguém depois de tanto tempo, contudo, estava ali ao meu lado, sorrindo debochado para alguém que presumia ser seu amigo, a diferença era o cabelo pintado de loiro, os olhos continuavam com o mesmo brilho de antes, não mudará praticamente nada. O que Aki estava fazendo em Tokyo?!

Senti a vontade de vomitar vindo, o gosto ruim de bile inundou minha garganta. Levei imediatamente a mão até minha boca para impedir que aquilo saísse, contudo, chamou a atenção de todos ao redor.
- Ei, você tá legal? - O rapaz que exaltará a capacidade de Aki me segurou.

- Eu... - Precisava correr, me afastar o máximo que poderia, voltar ao meu quarto, me afundar na escuridão. Mas, parece que a escuridão veio mais cedo do que o previsto. Começo a perder a consciência. O choque foi tão forte que simplesmente apago.

Sonho com o lago de gelo, está muito frio, Aki me encara sorrindo, com a mão no meu peito, empurrando meu corpo contra a água. Estou me afogando, não consigo respirar. De repente puxo o ar e tudo volta, ergo o corpo, aquilo me deixa tonto, meu corpo cai contra a cama.

- Vai com calma Yuki. - Aquela voz. Arregalo os olhos ao me deparar com Aki sentado na cadeira ao meu lado, como se ainda fôssemos íntimos. Afasto meu corpo por instinto, até encostar na parede, não tinha mais como me afastar.

- Sai de perto de mim. - Minha voz saia como se estivesse entalada na minha garganta, sentia ela seca, queria gritar por socorro, mas de alguma forma sentia um pavor crescendo. Lógico que Aki notou, sorrindo de leve.

- Porque todo o medo? Não vou tentar te matar, não mais. - Era estranho como aquilo soava, Aki não parecia arrependido do que fez, parecia mais falta de interesse sobre tentar algo, o que me deixou mais assustado. - Desculpe pelo que fiz quando criança...
- O que? Não. - Aquilo era muito insensível, como ele acha que enfrentei tudo aquilo? Os traumas que me deixou e simplesmente pede desculpa como se não tivesse sido importante?! -  Não deveria estar em algum reformatório?!
- Oh, isso. Eu me curei, ou ao menos eles acham isso. Não é difícil mentir se quer saber, foram anos difíceis, mas minha mãe finalmente conseguiu um bom emprego. - O garoto se levantou, isso me exaltou, tentei proteger mais o corpo como reflexo. - Quando passei na prova da bolsa integral, ela ficou muito feliz, até alugou um apartamento bem econômico para mim, manda uma grana que dá para sobreviver.

Respiro fundo por alguns momentos, queria ir embora, não era possível que estivesse na mesma escola que Aki.
- Só me deixe em paz. - Digo com a voz fina, quase sumindo em meio ao murmúrio sem força que demonstrava diante daquele garoto que parecia ter uma frieza enorme por trás do sorriso.
- Ora. Vamos Yuki, vim para essa escola só por sua causa. Acha mesmo que seria coincidência? - Aki colocou um dos joelhos na cama, se aproximando perigosamente. Senti o coração doer de tão forte que batia contra meu peito. Não conseguia me afastar mais, a parede impedia. Fiquei praticamente grudado nela.
- O-o que quer dizer? - Sussurro, não sei da onde tirei forças, porém só queria sumir.
- Yuki, você foi meu único amigo de verdade. Mas, acabei fazendo uma coisa muito ruim e graças aos remédios e tratamento percebi que foi idiota, realmente, quando te afastaram de mim senti um vazio muito estranho... - Aki dizia isso confuso, era difícil saber se estava mentindo. - Por isso decidi que seria só meu. Por isso "melhorei", finalmente estava recuperado, ou os médicos pensam assim. Mas, realmente não tenho vontade de matar meu pai por exemplo. Sabia que pensava muito sobre como matá-lo,  até, sei lá, os dez anos?
- S-seu louco. Me deixa em paz. - Nesse momento Aki encostou o corpo no meu, tentei empurra-lo, mas o maior colocou meus braços para cima, segurando meus pulsos com certa força.
- Não, custou muito para chegar até aqui. Agora, definitivamente não vou deixar voce ir. Prometo cuidar muito bem de você. - O sorriso do Aki me assustava, tentei não demonstrar, mas óbvio que o maior percebeu.

Aki puxou meu braço, fazendo com que meu corpo se debruçasse sob a cama.
O mesmo se posicionou por cima de mim ainda segurando minha mão para cima com firmeza, encarando meu rosto. Com uma mão pressionou meus pulsos, com a outra desceu até meu rosto, tirando os cabelos da frente, exibindo o mesmo. Senti a vermelhidão tomar conta, me sentia tão exposto.
- Continua lindo como antes. - Aki dizia analisando meu rosto. - Foi tão difícil te identificar, por causa desse cabelo todo na frente, mas continuará assim, não quero que fique chamando atenção.
- Q-quem pensa que é para mandar em mim?! - Tento novamente me soltar, mas ele pressiona mais meu pulso com força.
- Você me pertence. - A voz era firme, realmente acreditava nisso. Aproximou do meu pescoço, sentindo meu cheiro. - Como senti saudades disso... Yuki, me arrependo tanto de ter tentando te matar, poderíamos ter brincado bastante.
- P-para, por favor. - Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, tenho tanto medo, quero meu irmão. 
- Gosto do seu choro. - Aki se afastou um pouco, erguendo o corpo, com a mão livre tocou minha bochecha, as pontas dos dedos passavam pelo meu rosto até minha boca.
- Daqui para a frente Vamos ser muito felizes juntos. - Aquilo era loucura. Aki tinha tentado me matar, estava me perseguindo até conseguir entrar na mesma escola que eu. Tinha que sair daquela situação. - Nunca vou deixar você sair do meu lado.
- P-para. - Antes que possa falar qualquer coisa os lábios dele encontraram o meu, aquilo era estranho, tentei virar o rosto, mas ele segurou minha bochecha. Nunca havia beijado ninguém antes. Agora estava beijando o meu antigo melhor amigo que tinha tentado me afogar. Acabo mordendo seu lábio.

- Yuki. - Ele dizia irritado, lambendo o lábio inferior que estava levemente cortado agora. - Logo você vai gostar disso e parar de lutar tanto. - Aki revira os olhos vendo meus olhos ainda mais cheios de lágrimas. 
- Me deixe ir. - Tento novamente. Todavia, Aki simplesmente não me ouvi, descendo a mão até minha calça começando a retirar. Aquilo me assusta mais do que antes.
- Calma. Nunca fiz isso, fiquei pensando em você  todo esse tempo, me masturbava imaginando seu corpo, sua boca, suas lágrimas, então não toquei em ninguém até agora, por isso vou aproveitar esse tempo de reclusão. - Antes que pudesse falar, o maior segura meu membro por dentro da cueca, acariciando. A mão dele estava quente, massageando, infelizmente comecei a reagir aos seus toques.
- Imagino que você também não. - Ele sorri orgulhoso.
- Aki... E-eu não quero isso, por favor...- Tento segurar o choro, mas fecho os olhos muito vermelho, enquanto ele continua me masturbando, aquilo endurece meu membro, nunca tinha sido tocado.
- Não fique assim, logo vai gostar disso. Então podemos nos formar e viver juntos, podemos fazer tudo o que quisermos para sempre. - Aki estava louco desejando isso. Beijando o topo da minha cabeça como se isso fosse me acalmar de alguma forma.
- N-não. Ahm....- Deixo o gemido escapar quando acelera os movimentos, tentado não ceder ao prazer. Aquilo era melhor do que fazer sozinho. Tenho leves espasmos e Aki nota, sorrindo.
- Bom menino. - Deslizou a boca até a minha, beijando, enfiando a língua, não consegui resistir pois estava prestes a gozar. Até ele se afastar e fazer mais rapidamente, aquilo foi o fim, cheguei ao ápice de forma forte, todo meu corpo estremeceu.

Estava arfando de olhos fechados, quando notei uma luz. Abri os olhos  e notei que Aki tinha tirado fotos minhas. Aquilo era errado, fiquei assustado com a possibilidade dessas fotos serem espalhadas. Meus pais, meu irmão, o que eles iriam pensar?
- Calma, não precisa ficar desde jeito Yuki. isso é só uma garantia que vai me obedecer e ficar do meu lado para sempre. - Aki se distanciou, ainda não consegui acreditar no que havia acabado de ocorrer. Tinha gozado com ele.

- Aki. - Praticamente Sussurrei aquilo. Pensei que havia superado tudo, mas agora o garoto estava ali, na minha frente, mostrando o quanto era impotente diante dele.
- Eu te amo Yuki. - O maior se aproximou, novamente tomando minha boca. Fechei os olhos. Aquelas palavras poderiam me deixar feliz a sete anos atrás, agora só me deixavam com medo e insegurança.


Notas Finais


Espero que comentem e gostem do estilo de narrativa :3


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