História O pecado de nós dois - Decisão

Eu acordei no meio da madrugada sem saber onde estava, apenas tinha a certeza de que aquela não era minha cama, mas passados os primeiros segundos da minha confusão eu me lembrei de que tinha ido esperar o Léo na cama dele então eu só podia estar... foi aí que me dei conta do peso de uma das pernas dele sobre mim e do seu braço segurando minha cintura, eu sorri animada, estava dormindo com ele! Nossa, de repente meu coração ficou acelerado, eu estava realizando um sonho antigo que eu tinha de dormir abraçadinha a ele e aquela sensação era maravilhosa! Virei um pouco minha cabeça para ver seu rosto e ele respirava baixinho, tranquilamente, seus lábios levemente abertos, tive vontade beijá-los, mas me contive. O quarto ainda estava com a luz acesa, e o Léo ainda estava usando a roupa que tinha saído de casa, ele devia ter ficado tão chocado ao me ver ali deitada em sua cama, que nem se preparou para dormir, como de costume, e eu não podia deixar que ele dormisse de mau jeito por minha causa. Então eu tirei o braço dele de cima de mim, bem devagar para não o acordar e com cuidado saí debaixo de sua perna, ao sentir o vazio, inconscientemente ele se remexeu na cama tentando me encontrar novamente, mas eu saí depressa antes que ele me segurasse outra vez. Com cuidado comecei a desabotoar os botões de sua camisa e ele acabou se mexendo um pouco, facilitando meu trabalho, pois ele parou de barriga para cima e com os braços abertos ao lado de seu corpo. Então eu terminei de abrir os botões e gentilmente flexionei seu braço para conseguir tirá-lo de dentro da camisa, não foi fácil e ele quase acordou enquanto virou seu corpo de lado suspirando, assim eu consegui livrar seus dois braços e retirar de vez a camisa. Ele estava tão lindo dormindo, não consegui resistir e passei as mãos em suas costas, mas logo as retirei quando ele se mexeu novamente voltando a ficar de barriga para cima enquanto coçava o rosto ainda dormindo. Abri então o botão de sua calça e desci o zíper, engoli em seco, o corpo dele era lindo demais!

- O que você está fazendo?... – Seus olhos confusos me olharam sem focar.

- Te ajudando a dormir melhor.

- Humm... – Ele fechou seus olhos novamente me esquecendo.

Segurei no cós de sua calça e puxei para baixo, ele gemeu enquanto se movimentou novamente e eu mal tinha conseguido baixar a calça até sua coxa. Fiquei esperando uns segundos para que ele voltasse a respirar tranquilamente de novo, indicando que tinha voltado no estágio do sono pesado e quando achei que era hora tentei puxar sua calça novamente:

- Hummm... – os olhos dele se abriram um pouco – me deixa dormir...

- Já vai, Léo – sussurrei baixinho – Só me ajude a tirar sua roupa para que possa dormir melhor.

Ele estava meio confuso, meio sonhando acordado e nem se quer entendeu o que eu disse, então eu me esforcei e consegui finalmente retirar aquela calça, nossa cheguei a me cansar! Coloquei suas roupas sobre a cadeira e fui apagar a luz...eu podia ter ido para meu quarto, mas eu não quis, dormir com o cheirinho e o calor dele seria muito melhor!

Voltei para a cama dele e puxei o cobertor novamente sobre nós, me aconcheguei ao lado dele e o abracei fazendo um carinho em seu peito, ele respirou mais forte e apertou seus braços ao meu redor. Descansei minha cabeça na curva do pescoço dele e ali, em poucos minutos, adormeci novamente nos braços do meu amado.

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Ouvi alguns passarinhos, ainda tímidos, piando lá fora em algum lugar sobre as árvores, suspirei baixinho agora ciente de onde estava e com quem estava! Olhei para ele, que agora me abraçava ainda embalado em sono profundo e dei uma olhada no relógio de parede, ainda faltavam alguns minutos para que meu celular, esquecido em algum lugar da casa, despertasse me avisando inutilmente que já era hora de começar um novo dia. Nem me preocupei com isso, pois já me encontrava bastante desperta e adoraria aproveitar uns minutinhos felizes ao lado do meu irmão antes de termos de nos voltar para nossas obrigações.

Passei minhas unhas levemente sobre o braço dele que estava possessivamente sobre a minha barriga, ele mexeu o braço de leve e seu rosto se aprofundou mais na curva do meu pescoço fazendo minha pele se arrepiar com a sua respiração quente sobre a minha pele. Virei meu corpo de frente para ele e encostei meus lábios aos seus enquanto massageava seus cabelos, ele me apertou contra ele e gemeu enquanto se aconchegava mais a mim:

- Hummm...

- Bom dia, meu amor! – Sussurrei próximo a sua orelha e depositei mais um beijo em seus lábios.

- Humm... Mili... Mili?! – Ele se afastou um pouco finalmente se dando conta de que eu realmente estava ali com ele.

- Oi, Léo – eu sorri carinhosamente segurando em sua nuca e deslizando meus dedos sobre sua pele, numa carícia suave.

- Nossa! – Ele passou a mão em seus cabelos num gesto nervoso – Nós dormimos juntos...

- Sim – sorri despreocupadamente – Mas fique calmo, não é como se tivéssemos transado.

- Eu sei, mas mesmo assim... – de repente ele se lembrou de algo em sua mente e me olhou um pouco zangado – O que estava fazendo deitada em minha cama ontem quando cheguei em casa, com esse pijama tão curto?

Eu olhei para ele com um sorriso travesso e me sentei para que ele pudesse me enxergar melhor enquanto passava as mãos sedutoramente sobre a seda da blusa do meu pijama:

- Por que? Não gostou?

- Não, Mili, é claro que eu... – seus olhos pousaram desejosos sobre meus seios, mas ele sacudiu a cabeça negativamente – Você entendeu, tínhamos combinado que...

- Shii! – Coloquei meu dedo indicador sobre seus lábios calando-o – Dane-se seja lá o que for que tenhamos combinado!

Subi por cima dele e toquei na pele nua de seu peito, me abaixando para beijar seu pescoço, o beijei por alguns segundos, suas mãos automaticamente foram parar em minha cintura me acariciando de leve e novamente ele me interrompeu:

- Mili... não me lembro de ter tirado minha roupa ontem à noite.

- E não deveria mesmo se lembrar – sussurrei em sua orelha – Porque foi eu quem despiu você – Beijei seus lábios – E foi maravilhoso!

- Ahhh – ele arfou baixinho sentindo meus beijos – Você me deixa louco, sabia? – Suas mãos estavam sobre minhas bochechas, seus dedos passeando em meus lábios enquanto seus olhos aprofundavam-se nos meus sedutoramente– Tanto que eu não consigo mais desejar outra pessoa! – Seus lábios passaram levemente sobre os meus e depois desceram ferozes sobre meu pescoço, suas mãos apertando firmemente a minha cintura – E a culpa é toda sua que fica com esse jogo de sedução, está me torturando, sabia? – Ele me jogou sobre a cama e subiu por cima de mim me olhando como se eu estivesse nua.

Sentia meu corpo aquecido com o calor que seus olhos pareciam emanar para cada lugar do meu corpo para o qual se direcionavam. Eu estava respirando rapidamente imaginando o que ele queria fazer comigo, ele estava diferente, seus olhos escurecidos pelo desejo, sua pele exalando um cheiro que me embriagava, não havia mais aquelas amarras que o impediam de tocar em mim como das outras vezes, suas mãos calmamente deslizaram desde meu pescoço até a minha barriga me fazendo ofegar, seus olhos sempre presos ao meu corpo acompanhando o caminho de suas mãos. Logo elas estavam de volta sobre meus seios, acariciou-os de leve e depois levantou um pouco a barra da blusa do meu pijama, abaixou sua cabeça sobre mim e beijou minha barriga, imediatamente me arrepiei com o toque dos seus lábios quentes sobre a pele sensível da minha barriga e contorci meu corpo, ele sorriu satisfeito e me encarou fazendo-me sorrir também. Voltou a me beijar e foi subindo seus beijos ao passo que subia a minha blusa, eu não usava sutiã, e ele tocou meus seios sobre o tecido fino de seda, os bicos do meu seio se entumeceram e eu mordi meus lábios com a sensação que seu toque me causou. Seus olhos foram para os meus e sem tirá-los dos meus, colocou seus lábios sobre meus seios, os beijando ainda por cima do pijama e quando foi levantá-lo ouvimos batidas insistentes na porta:

- Leonardo, está acordado? Estou preocupada, posso entrar? – Era Cecília com certo desespero em sua voz.

Ficamos nos encarando assustados em silêncio, ele baixou minha blusa de volta e sussurrou preocupado:

- Estamos ferrados!

- Leonardo! – Ela bateu novamente na porta – A Mili está aí com você?

- Finja que está dormindo – ele disse virando seu rosto para o outro e fingindo dormir.

Fiz o mesmo que ele no exato momento em que a porta se abriu, meu coração batia tão forte dentro de mim que achei que ele pudesse saltar para fora do meu peito.

- Milena... Mili! – A voz dela me chamou enquanto chacoalhava meu ombro devagar.

- Hummm – me remexi na cama fingindo estar despertando naquele momento.

- Milena, acorda! – Ela falava baixo, mas energicamente.

Abri meus olhos devagar e quando finalmente criei coragem para encará-la, perguntei:

- O que foi? Aconteceu alguma coisa?

- Seu celular estava despertando insistentemente na sala, acordei com o barulho e imaginei que você ia perder hora – Ela me olhou com reprovação – Não sabe que susto me deu quando não a encontrei em sua cama! – Colocou a mão em seu próprio peito – Quase me matou do coração!

- Me desculpe – disse baixinho me levantando – Vim conversar com o Léo ontem à noite e acabei pegando no sono.

- Estou vendo mesmo, agora vamos! – Ela segurou em minha mão e foi me conduzindo para fora do quarto dele.

Sem que ela visse olhei para ele preocupada como se pedisse desculpas por ter entrado em seu quarto sem que ele soubesse e ele me lançou de volta um olhar duro, com certeza estava puto comigo agora.

Quando chegamos em meu quarto, fui pegar meu uniforme para me arrumar e percebi que ela queria me falar alguma coisa, pois continuou lá parada me olhando, eu então sorri para ela:

- Quer me dizer alguma coisa?

- Na verdade sim, eu precisava conversar um pouco com você, mas não sei se vai dar tempo, não quero que se atrase para o colégio.

Fiquei preocupada, ela quase nunca nos chamava para conversar desse jeito e quando fazia isso, era porque tínhamos aprontado alguma coisa de grave.

- Tudo bem, pode falar, eu acho que dá tempo – me sentei em minha cama e ela me acompanhou.

- Eu não sei como te falar isso, mas sinto que preciso.

Olhei para ela com medo, será que ela tinha descoberto sobre mim e Léo?

- Bom, eu não sei do que se trata, mas... se tem que me falar, fique tranquila, vou te ouvir sem problemas!

- Você está crescendo minha menina – Ela tocou em meu queixo e alisou meus cabelos – Já está é praticamente uma mulher.

- É, os tempos passaram depressa – Sorri ainda preocupada tentando descobrir o que ela queria dizer.

- E então, agora que está crescida, seu corpo já não é mais como antigamente, e você naturalmente irá chamar mais a atenção dos olhares masculinos.

Eu ri sem graça, acho que fiquei vermelha:

- Não estou entendendo onde quer chegar com isso, Cecí.

- Olhe como está vestida – Ela passou seus olhos brevemente sobre meu pijama.

- É só um pijama e eu estou em casa, qual o problema? – Meu coração estava novamente descompassado, um suor começou a se formar em minha nuca.

- Sim, eu sei, e é por isso que tenho que falar com você... – Ela estava usando um tom carinhoso, mas sério – Eu acho que você não está se dando conta do quanto isso pode ser errado.

- Errado? – Cocei minha nuca já muito preocupada com o rumo da conversa.

- Você é muito inocente, foi dormir com seu irmão usando esse pijama tão curto, ele já é um homem, meu amor, não é mais como se vocês fossem dois pirralhos que não se importam com nada... – Ela estava segurando em meus ombros e me encarando nos olhos.

- Está insinuando o que com isso, Cecília? – Me levantei com medo de ouvir a resposta.

- Nada, Mili, só estou querendo precaver qualquer problema, entende?

- Problema? O que pensa que o Léo pode fazer comigo? – Fingi estar indignada com aquela conversa, mas estava tremendo de medo.

Ela se levantou também e segurou em minhas mãos:

- Não se zangue, querida, eu amo muito você e seu irmão e não quero falar mal dele nem nada, é só que... quando os garotos crescem, eles acabam muitas vezes ficando com os hormônios agitados e não conseguem controlar, algumas vezes, seu instinto natural.

- Você está me assustando com essa conversa! – Eu estava bastante nervosa, minhas mãos suavam e por isso soltei minhas mãos das dela.

- Olhe, só quero dizer que não é mais adequado que ande com roupas tão curtas na frente do seu irmão, porque isso não é uma boa conduta, entende?

- Está bem eu já entendi – Olhei para ela um pouco chateada – Mas por que está me dizendo isso tudo? Notou alguma coisa? – Eu tinha que saber se ela suspeitava de algo ou se estava apenas com preconceitos antigos.

- Querida, não quero estragar sua amizade com o Leonardo, mas confesso que me preocupo com certas coisas que eu vejo.

- Como assim? – Eu estava quase chorando, mas segurava minhas lágrimas.

- Algumas vezes eu estranhei um pouco o jeito como ele olha para você, pode ser apenas carinho, que Deus me perdoe se estiver enganada, mas o jeito como a abraça, eu não sei, só te peço que seja mais cuidadosa a esse respeito, sim?

- Você está me deixando muito triste com isso, Cecília! – Ela não podia culpá-lo quando eu também o amava tanto e queria que ele pusesse suas mãos em mim – Leonardo jamais me faria mal algum!

- Eu sei disso, querida – Ela me abraçou – É apenas uma precaução, por favor não se zangue.

- Eu estou chateada – disse sinceramente me afastando de seu abraço – Entendi o recado, mas agora eu quero ficar sozinha.

- Tudo bem, promete que vai pensar no que eu disse?

- Sim – eu jamais conseguiria não pensar.

- Desculpe por te falar isso, mas vocês são como filhos para mim, e eu precisava conversar com você, só para que tome mais cuidado.

Eu não disse mais nada e ela saiu do meu quarto me deixando sozinha. Eu estava me sentindo muito mal, minha manhã tinha começado maravilhosamente bem e agora esse balde de água fria sendo jogado bem na minha cara para estragar meu dia! Então a Cecília estava desconfiada do Léo, e ele tinha razão em se preocupar tanto, pois em nenhum momento ela disse nada a meu respeito apenas culpando ele por me olhar de um jeito diferente. Tudo bem que ela me pediu para tomar mais cuidado com as minhas roupas, mas em nenhum momento ela imaginou que eu pudesse provocá-lo, e sim que eu estava inocentemente me descuidando. Isso me deixou com medo, pois se um dia nosso relacionamento viesse à tona, todos iriam culpar apenas ele. Iriam pensar e julgar que provavelmente foi ele quem me incentivou a gostar dele. Teríamos que tomar muito cuidado de agora em diante, porque isso não podia acontecer, de jeito nenhum, o Léo era a melhor pessoa que eu alguma vez conheci e não merecia que ninguém pensasse mal dele.

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Eu me arrumei e desci para tomar o café, embora não estivesse sentindo fome alguma. Quando Léo chegou na cozinha, pensei que ia vê-lo com o rosto preocupado, mas foi o contrário, ele estava feliz e todo sorridente, vê-lo assim me animou um pouco.

- Bom dia família linda! – Ele disse beijando nossa mãe no rosto e o pai no topo da cabeça.

- Bom dia, querido! – Mamãe sorriu animada.

- Vejo que está mais animado esta manhã – Papai disse satisfeito em vê-lo bem.

- Sim! – Ao passar por mim ele me abraçou e depositou um beijo estalado em minha bochecha – Bom dia, minha linda! – Seu nariz foi parar na curva do meu pescoço depois de me beijar e ele me cheirou, me causando arrepios – Te amo! – Sussurrou antes de ir sentar-se.

Sorri contente, mas meu olhar parou em Cecília que estava ajudando a pôr a mesa e ficou nos olhando de uma forma séria por alguns segundos desviando o olhar em seguida.

- Bom dia – respondi secamente.

Ele me olhou preocupado:

- O que foi? – Perguntou baixinho enquanto o pai e a mãe conversavam entre eles.

- Nada, depois a gente conversa.

Ele assentiu e continuou tomando seu café.

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Quando cheguei ao colégio contei para Laura sobre minha conversa com a Cecília e ela assim como eu, ficou bastante preocupada, passamos um bom tempo conversando sobre isso depois que voltamos da escola. Laura achava que eu deveria contar logo ao Léo sobre tudo para que ele tomasse mais cuidado, mas eu estava com medo de contar, e novamente ele voltar com aquela ideia de querer se afastar de mim.

Fiquei tão preocupada com isso que mal vi o tempo passar, estava deitada em minha cama, lendo um livro, quando a porta do meu quarto se abriu, era Leonardo entrando de mansinho com um riso divertido nos lábios, não pude conter um sorriso ao vê-lo. Ele já devia ter chegado em casa há algum tempo pois estava usando uma bermuda preta e uma camiseta branca, seus cabelos estavam molhados e imediatamente o cheiro dele espalhou-se pelo meu quarto, chegando a mim antes mesmo que ele chegasse.

Ele pulou na cama a meu lado, abraçou minha cintura e beijou meu pescoço subindo os beijos até meus lábios:

- Humm... te amo, te amo! – Ele repetia antes dos beijos.

- Eu também te amo! – Abracei-o carinhosamente.

- Esperei o dia todo para estar com você outra vez... não via a hora de te beijar de novo, te tocar... – Ele disse colocando seu corpo sobre o meu enquanto me olhava rindo.

- Léo, a gente precisa conversar - eu tentei impedir que ele começasse a desabotoar os botões da minha blusa.

- Pode ser depois? – Ele continuou me beijando e começou novamente a abrir meus botões – quero continuar de onde paramos, o que acha?

- Eu adoraria, Léo, mas... – segurei em seu queixo e depositei um beijo em seus lábios – A Cecília está desconfiando da gente.

- O quê?! – Ele parou imediatamente e saiu de cima de mim.

- É, hoje de manhã, depois que sai do seu quarto, ela veio com um papo estranho me dizendo que eu não posso mais ficar andando com roupas tão curtas pela casa e muito menos dormir ao seu lado com um pijama como aquele.

- E ela está certa, né? – Ele passou as mãos nervosamente por seus cabelos – Mas agora já era, já estou ferrado!

- Calma Léo, ela não acha que estamos juntos ou algo sim, só me pediu para ter cuidado, disse que não era boa conduta, essas coisas...

- Só isso? – Ele perguntou me encarando.

- Sim – respondi desviando meus olhos dos seus.

- Vai, fala logo o resto, sei que está escondendo uma parte, te conheço.

- Promete que não vai se zangar?

Ele suspirou pesadamente e afirmou com a cabeça antes de dizer:

- Prometo.

- Ela me disse que estranha a forma como você me olha, como me abraça...que podia ser só carinho, mas que eu deveria me precaver.

Ele se levantou preocupado, coçou o nariz algumas vezes e ficou olhando para o teto pensativo segurando sua nuca. Eu fui até ele e abracei-o por trás, encostei minha cabeça em suas costas e ele abraçou meus braços que estavam em volta dele. Ficamos assim por uns minutos, sem dizer nada um para o outro, até que ele disse:

- Eu tenho que ir embora, Mili, acho que não consigo mais disfarçar.

- Não, Léo, fica mais um pouco, nós vamos disfarçar e tomar cuidado.

- Não dá – Ele se virou para mim e me abraçou novamente – Ela vai descobrir, vai ficar de olho.

- Eu não quero mais ficar sem você, eu não consigo...

- Eu também não, é esse o problema, primeiro ela falou com você, depois vai falar comigo e em sequência com nossos pais, consegue entender? – Ele segurou em meu rosto para que eu o encarasse nos olhos.

- Sim... – Fiz um carinho em seu rosto – Mas se você for, não vamos nos separar, certo?

- Não – Ele sorriu e me beijou – Você vai me visitar, vamos ficar juntos.

- Sim, eu irei sempre! – Nós ríamos enquanto nos beijávamos – Vou sentir sua falta!

- Eu também vou, mas vai ser melhor assim.

Eu entendia que sim, afinal tudo o que eu mais queria era protegê-lo e ainda assim poder ficar com ele. Talvez sua saída de casa, fosse sim a melhor opção, embora me causasse um friozinho no estômago, só de pensar que ele não viveria mais sob o mesmo teto que eu.

Nós continuamos juntos por mais alguns minutos, mas ele achou melhor sair do meu quarto, antes que alguém mais desconfiasse de qualquer outra coisa e nós tivéssemos que nos separar para sempre.