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História O Pedido da Lua - Incidência


Escrita por: Selley e Luiscavalcante

Notas do Autor


Volteii!!
Demorei? Sim. Mas é preciso paciência, pretendia postar apenas no dia um, mas por coincidência o capítulo ficou pronto e acho que não quero mudar mais nada.
Tomara que não me arrependa de postar, assim como me arrependi com os outros dois.

Bem, sem mais enrolações, vamos ao capítulo.
Aproveitem.

Capítulo 3 - Incidência


Fanfic / Fanfiction O Pedido da Lua - Incidência

 

  No céu noturno repleto de estrelas a lua foi coberta pelos astros no céu, levando o mundo à escuridão, exceto pelo brilho intenso das estrelas, que ganhavam uma tonalidade mais forte fazendo seu trabalho, brilhando cada vez mais, recebendo a devida atenção que um astro celeste tão lindo merece.

  Mas, uma luz mais forte e ofuscante, porém pequena, começou a brilhar roubando a atenção das estrelas, apareceu não descendo do céu, mas próximo de Eren, tão perto que cegava seus olhos.

  Eren inconscientemente esticou os braços em busca de um contato maior com a fonte de calor tão aconchegante tão próxima de si, queria abraça-la e aquecer seu corpo do frio da noite.

  E assim o fez. Trazendo para si o calor para perto de peito que aos poucos se fundia consigo. Entrava devagar esquentando seu corpo que seguia com movimentos involuntários.

  Seus ossos mexiam sob sua pele quase como se seu corpo quisesse se adaptar para receber aquela fonte de calor, deveria doer, por cada movimento brusco de seus ossos dentro de si, mas seu corpo anestesiado não sentia nada, assim como sua mente nublada permanecia ausente.

  A substância finalmente terminara de entrar por completo se encaixando em si, levando Eren ao mais puro breu, no fundo de próprio subconsciente, um sono pesado tomou conta de si, o fazendo esquecer-se de suportar o próprio peso, levando seu corpo ao chão frio.

  Seja lá o que foi que acontecera, naquele momento só havia uma certeza, Eren... Já não era mais ele mesmo...

 

oOo

 

    Levi acordara com o sol ofuscando seus olhos, atravessando a grande janela que tinha em seu quarto, a qual ele se esquecera de fechar as cortinas na noite passada, mesmo sabendo que o sol lhe incomodaria.

  Revirara-se em seus lençóis buscando algum contato com o tecido quente, olhara o relógio talhado em madeira, cinco horas, todos no castelo logo estariam acordados, teria que ser rápido se quisesse sair ainda àquela manhã.

  Teria que se apressar em se arrumar, para se encontrar com Hanji, que o chamara de canto noite passada dizendo que o levaria a parte plebeia do reino em um passeio para que se inspire a criar alguma música nova, ou algo assim.

  Admitia que não escutara boa parte da conversa, mas tinha certeza de ter ouvido algo sobre visitar o restaurante em que foram das ultimas vezes que fugiu do castelo.

 Levantou-se e começou a se preparar, tomando seus pés quentes no mármore gelado do chão do quarto do moreno. Mexera seus dedos do pé tentando se acostumar com a manhã fria.

  Entrou na casa de banho, antes que alguém percebesse que já estava acordado e o chamasse para o café da manhã.

  A banheira mais parecia uma piscina, grande e funda. Deixara que a água tomasse conta de seu corpo, afundando lentamente. Queria sair logo do castelo, afinal, não suportava o lugar.

  Sempre tinha alguém o dizendo o que fazer, mesmo que fosse o príncipe herdeiro, ainda havia muito a aprender. E o resultado disso tudo eram diversas aulas, muitas aulas de etiqueta, dança, porte e coisas enjoativas.

  Nada dessas coisas era realmente necessário, mas o Rei sempre fora exigente, e quanto mais se esforçava, mais queria que ele fizesse.

  Por isso o Rei sempre fora contra tudo o que o mais velho fizesse sem seu consentimento, tipo, aquelas caixas música. Quem gosta de caixas de musica afinal de contas?

  Pequenas caixas talhadas com desenhos diversos. Era disso que gostava.

  Mas não podia pedir para que trouxessem seu material até o castelo, seria terrível se o Rei descobrisse.

  Seu pai odiava quando ele ia para aquele lugar “imundo” na sua humilde opinião. Seu Herdeiro, não podia perder tempo com algo assim, precisava estudar para ser seu sucessor.

  Mas Levi não se incomodava com que se pai dizia, não seria problema se ele não soubesse certo?

  Terminara seu banho e saíra enrolado em sua toalha, fora até seu quarto, observando as roupas que Hanji lhe trouxera.

  Eram peças de roupas camponesas, simples. O conjunto era composto de uma calça e uma blusa simples de manga branca.

 Terminara de se trocar e seguiu caminho caminhando rapidamente para uma saída secreta que havia descoberto há pouco tempo, nos fundos do calabouço do castelo, em um canto escuro entre a junção das paredes.

  O local já mal iluminado e em um canto escuro tinha uma passagem, deveria agradecer ao gênio que criara aquilo. Que lhe dava um gostinho de liberdade em meio a todo aquele sufoco, passou por um caminho estreito feito de pedras, e logo encontrou a saída com uma luz brilhando ao fundo, dando no jardim dos fundos do castelo, encontrando Hanji a sua espera.

  - Levi! – A garota saltava batendo as mãos uma na outra enquanto o amigo se aproximava – venha logo! Antes que nos achem!

  - Com sua voz escandalosa com certeza nos acharão antes do que pensa.

  Hanji também trajava vestes simples, calça e camisa plebeias, para que pudesse se misturar entre todos.

  Mas estas eram de uma classe plebeia alta, o que não combinava muito com o lugar para o qual iam, afinal não havia como pessoas como eles usarem qualquer tipo de roupa, certo?

  Levi pegara a capa verde longa que trouxera consigo entregando também uma para Hanji, assim quando saíssem não seriam reconhecidos até saírem da área nobre. Já que nenhum plebeu sabia de suas aparências.

  Seguiram pelo jardim, chagando a uma parede de arbustos com rosas vermelhas que protegiam o castelo com seus espinhos.

  Levi teria parado para admirar a beleza das flores se Hanji não o tivesse puxado para seguirem pela falha na proteção do jardim, num lugar qualquer do arbusto.

  Olhara para o buraco cavado a mão por Hanji semanas atrás, para que sempre que quisessem sair não precisassem passar pelos guardas. Odiava aquela parte, já não bastava passar pelo canto da parede do castelo, ainda teria que rastejar pela terra suja do quintal.

  Mesmo que tenha se esforçado para limpar a passagem no fundo do corredor do castelo, não era fácil já que parecia surgir pó do além naquele lugar. Talvez para ficar mais assustador, ou por que era feito de pedras antigas e viviam se esfarelando.

  - Que cara de merda é essa, Levi? – pode ouvir a voz de Hanji ao seu lado, a encarou sem mudar sua expressão em nada. Era visível para Hanji a cara de nojo do amigo, já sabia que isso aconteceria.

  - Que cara? – dizia com a voz contida, como se segurasse a raiva, agora voltando a encarar a passagem.  Hanji ouvira sons de folhas farfalhando não muito longe deles, Levi não parecia ter notado totalmente concentrado em como “limparia” aquilo antes de passar, mas não tinham tempo, não agora.

  - Levi, pare de encarar o buraco e vamos logo! – empurrara o amigo o derrubando direto naquele lugar, olhando para trás verificando se alguém se aproximava ninguém apareceu.

  Suspirou aliviada ao notar que já estavam do outro lado, alivio esse que fora interrompido por um olhar assassino que arrepiava a sua espinha. Sentiu um choque percorrer a extensão das suas costas. Selene! Iria morrer, com certeza iria morrer, sua vida estava acabada.

  “Senhora Selene, Deusa da Lua, por favor, perdoe os meus pecados...”, já começara a pensar, se virando lentamente para o amigo, que iria dizer algo, mas fora interrompido pelo mesmo barulho anterior, dessa vez o menor também ouvira.

  - Vamos Levi, rápido! – apressou Hanji, caso algo a acontecesse já pensara numa desculpa. Mas seria melhor, se pelo menos Levi seguisse no passeio, então ele iria primeiro.

  - Tsc – o príncipe se apressara, ignorando momentaneamente a sujeira, iria matar Hanji, mas por enquanto o objetivo era sair dali. Sentira-se livre após sair pela pequena passagem, e observou a garota o seguir pelo caminho, pelo menos não precisara seguir com seu plano de dizer que estava apenas observando as flores.

  - Um dia ainda te mato Hanji – Levi batia em suas vestes tentando espantar a sujeira, que parecia estar colado em si, teria que se limpar isso com certeza era incomodo, onde iria parar para se limpar? Até onde sabia não tinham muitos lagos límpidos na área plebeia, todos tinham muita terra, definitivamente não iria se lavar ali.

  - Ah, não seja chato Levi! – Hanji sorria amarelo, tentando esconder o nervosismo, mas recebera novamente um olhar assassino de Levi, e novamente o choque lhe correu pela espinha. Droga. – Vamos logo, talvez naquele restaurante tenha um lugar onde possa se lavar.

  Seguiu sem esperar o amigo, indo na frente esperando que não tenha que morrer tão cedo. Ainda sentia o olhar do homem na sua nuca, mas resolvera fingir que não notara.

  Andavam por uma pequena floresta, procurando a estrada até a cidade, após isso não demoraria a chegar à área plebeia.

 

oOo

 

  Seguindo pelas ruas da estrada de pedra, olhavam os moradores seguindo suas rotinas diárias. Alguns comprando o café, e outros trabalhando já cedo. Alguns casais passeavam com as mãos dadas. Via algo que não era muito raro, mas também não era comum: um casal composto de dois homens com um grávido. Sorriu com a cena, mas não durou muito para que sua carranca voltasse.

  Estava irritado, não suportava a próprias vestes, a vontade louca de voltar ao castelo apenas para se trocar era enorme, não queria, definitivamente não queria andar por ai daquele jeito, tudo graças a pressa da Hanji, não que estivesse errada, quase foram pegos, mas derruba-lo era pedir para morrer!

  Queria ter tido tempo para pegar algum tecido e forrado o chão para não ter que se sujar, mas o mundo estava contra si.

  Observava que nenhum dos moradores o olhava estranho mesmo com as roupas daquele jeito. Que absurdo, como conseguiam se sentir tão à vontade com alguém andando com roupas tão sujas?!

  - O que ha com eles? – perguntou retoricamente, ainda perdido em pensamentos, mais para si mesmo do que qualquer coisa.

  - Como assim? – quase se esquecera da presença de Hanji ao seu lado, que lhe observava por detrás das lentes, curiosa.

  Levi a encarou por um tempo se perguntando se devia responder, afinal era obvio, não? Não, Hanji podia não ter nascido nobre, mas era apenas uma idiota, e parecia também não se importar com toda a sujeira em si. Resolvera ignorar, estava com fome, sujo e sem paciência para qualquer uma das idiotices da quatro-olhos, agora queria apenas se limpar.

  Não faltava muito para que chegasse ao restaurante Jaeger. O único restaurante da cidade que tinha boa comida e que era devidamente limpo pelo funcionário, que também ajudava a cozinhar, o tal do...

   Qual era seu nome mesmo? Bem, sabia que era alguma coisa Jaeger.

  O único problema do menino é que diversas vezes gaguejava demais e também era desastrado e tímido. E isso o irritava, tanto que queria sacudir o menino, até que timidez saísse. Como podia existir alguém que corasse apenas com um “oi”?

  Era certo que ele é o príncipe, e que apenas os donos do restaurante sabiam sobre isso. Mas virar um tomate já era exagero!

  Hanji caminhava animada, deixando os sapatos ralos cantarem em sincronia com a estrada de pedra, queria ver novamente a família Jaeger. Eles são amigos de longa data que protegeram Hanji, ou melhor, a esconderam da primeira vez que ela fugira da área nobre e estava sendo perseguida pelos guardas.

  A alimentaram, mesmo sem saber quem era. Se tornou amiga da família tão rápido quanto comera aquela comida dos deuses, que mesmo depois de descobrir a verdade sobre si, não a trataram de maneira diferente, o que animou a morena. Esperava que quando a descobrissem a tratariam como nobre. Mas na verdade Carla lhe dera uma bronca por ser tão imprudente.

  Os considerava como uma segunda família, eles eram mais presentes em sua vida do que seus pais jamais foram. Mas a melhor parte era Eren, adorava provocar o menino por causa de Levi.

  Sabia que o menino achava Levi bonito, por isso sempre falava coisas que o deixavam tão vermelho quanto uma maçã. E já ouvira diversas reclamações do príncipe por causa da timidez exagerada do menino.

  Rira com seus pensamentos, enquanto um Levi a observava estranhando a morena, talvez a achando mais louca ainda.

  Chegaram ao restaurante, sendo surpreendidos pelo clima pesado do local, o que era totalmente estranho para eles, todos que estavam presentes pareciam aflitos. O barulho de Hanji batendo na porta pareceu chamar atenção dos presentes, levando um brilho de esperança aos olhos de alguns que logo se esvaíram.

  - Hanji! – Ignorando a presença do Príncipe, enquanto todos na sala os viam entrar no estabelecimento vazio de clientes, Mikasa pulara em cima de Hanji a abraçando pelos ombros, chorando compulsivamente.

  As duas garotas eram consideravelmente próximas, por se conhecerem a anos, amigas que gostam de compartilhar segredos, e falar sobre Eren.

 - Mikasa? O que houve? – Hanji perguntou aparando Mikasa que estremecia preocupada em seus braços e voltando sua atenção a todos os presentes na sala, sem deixar de notar a mão se Carla, que estava enfaixada. A mesma segurava com certa força a mão que sangrava manchando as ataduras.

- Eren desapareceu! – responde Mikasa, sem enrolar, levantando os olhos rapidamente encarando Hanji.

- Como assim “o Eren desapareceu”? – Levi perguntara, fazendo com que Mikasa finalmente o notasse no local, recobrando sua compostura. E o reverenciando, assim como alguns presentes.

 - Eren enlouqueceu e desapareceu ontem durante a festa de comemoração ao eclipse – se apressou Marco, parecendo nervoso, como todos, após procurarem Eren por toda cidade – o procuramos a noite toda, mas nem sinal de onde pode ter ido!

 - Enlouqueceu? – Perguntou Levi, sem tirar o foco do rosto de todos no salão. Avaliava a situação calmamente.

  - Ele empurrou Carla e desapareceu sem dizer uma palavra! Inacreditável que um filho possa ter feito isso com a mãe! – Comentou Jean apontando o ferimento na mão de Carla, a fazendo esconder entre o vestido a mão machucada. Carla encarou Jean com uma expressão séria, como se o acusasse de um ultraje.

  - Aquele não era meu filho! Eren jamais faria algo assim comigo! – defendeu seu filho como fez toda a noite sempre que alguém tentou acusa-lo ou falar algo ruim sobre ele, tal como qualquer mãe faria em sua situação.

  Tinha plena certeza que algo havia acontecido com Eren, ele jamais faria algo assim! Era seu bebê, e seu bebê era muito cuidadoso, gentil e atencioso a tudo! Ele jamais faria algo assim, certo... ?

  - Então o que pode ter acontecido? Ele foi possuído por acaso? – Jean iniciou, querendo socar Eren! É verdade que algo assim não fazia seu tipo, que era sempre reservado e tímido, mas o que mais poderia ter acontecido, ele bateu com a cabeça?

  Ninguém mais sabia o que pensar naquela situação.

  - Se acalmem – Levi deu um passo à frente, mesmo sem saber o que fazer, entendia que ouvir os dois discutirem sobre Eren não iria os levar a lugar algum -, se querem respostas só uma pessoa pode nos dar. – simplificou.

 - Quem? Eren? – Hanji fez-se presente, sem entender onde Levi queria chegar – Mas eles o procuraram a noite toda! Onde acha que ele poderia estar? – Se aproximou de Levi, vendo o mesmo revirar os olhos. Estava irritado e, assim como todos na rua, ninguém dentro do estabelecimento parecia se importar, estava sem paciência. E o idiota ainda resolvera dar uma de louco para piorar seu dia.

 - Apenas o procuraram onde podiam, mas e onde não podiam? – Perguntou encarando a amiga com os olhos cerrados.

 Mas é claro! Nem em todos os lugares do reino plebeus eram aceitos, como não pensaram nisso antes? Teriam que procurar em TODOS os lugares, mas como?

  - Mas se é um lugar onde não podíamos procurar como Eren foi até lá? – Dessa vez foi Micha a se manifestar na conversa.

 - Todos os nobres estavam no baile ontem, então mais guardas foram contratados para vigiarem o castelo, a segurança da parte nobre da cidade diminuiu ontem, talvez Eren tenha conseguido passar por eles sem ser notado. – Concluiu, sem muita cerimonia. A sujeira começara a coçar.

 - Mas como vamos procurar ele? Ainda não podemos ir até a parte nobre da cidade, e agora os guardas já voltaram a seus postos... – Perguntou Armin hesitante, afinal estava na presença do Príncipe de Sina, todo cuidado era pouco.

 - Hanji é uma nobre e eu sou um Príncipe, podemos procurar por ele. – todos o encaram confusos, por que um Príncipe se ofereceria para procurar por um plebeu? Entendendo a confusão de todos Levi se adiantou – Eu estou curioso sobre seus motivos, ele não parecia do tipo que criaria uma confusão dessas por nada. – Se virou fazendo um gesto para que Hanji o seguisse a mesma sorriu acenando para todos como se dissesse que estava tudo bem.

 

oOo

 

  Nos corredores do palácio, um Erwin corria logo se postando a presença do Rei com uma reverencia. Erwin Smith era o conselheiro do Rei e responsável pelo Príncipe herdeiro.

  Na sala do trono estavam O Rei a Rainha e seus convidados, O Rei de Rose, e sua filha Petra, que parecia mais radiante que o comum, o ar a sua volta parecia animado.

  - Vossa Majestade. – Erwin chamara, pedindo permissão para falar, que logo foi concedida impacientemente. – O Príncipe Herdeiro não se encontra em parte alguma do castelo. – Concluiu, deixando uma pequena gota de suor escorrer ao lado de sua face.

  - Onde ele esta? – Perguntou o Rei, com uma veia quase saltando da testa.

  - Não sabemos majestade. – concluiu.

   Uma raiva começara a crescer dentro de si. O Rei estava nervoso, o Príncipe resolvera desaparecer, logo na manhã em que convidara o pai de sua futura noiva ao castelo para um jantar! Havia planejado tudo para que o seu Herdeiro pedisse Petra em casamento.

  O Rei de Rose o encarava com reprovação, isso poderia afetar o casamento e consequentemente a união dos reinos! Sua Rainha aflita podia ver uma veia quase saltar pela testa do Rei, mesmo que sua expressão não tivesse mudado, sabia que seu marido tomava péssimas decisões quando nervoso.

  - O encontre! AGORA! – Ordenou – Leve quantos guardas precisar, mas traga o Príncipe de volta!

 

oOo

 

 Erwin saíra da sala do trono ainda nervoso. E encontrara a Princesa Isabel e o Príncipe Farlan atrás da porta, provavelmente ouvindo a conversa.

  Olhou reprovador para os guardas que guardavam o local, os acusando por deixar que os dois filhos do Rei ouvissem a confusão, ambos os guardas desviaram o olhar na hora, fingindo não ter notado a sua presença, podia-se ver uma gota de suor escorrer pelo rosto dos guardas, como se tivessem sido persuadidos, Erwin suspirou e voltou seu olhar aos filhos do Rei.

  - O que fazem aqui, vocês dois? – Normalmente alguém levaria uma bronca por falar assim com os filhos do Rei, mas Erwin tinha certa amizade com todos, então era a única exceção, pelo menos longe das vistas do Rei – Não deviam estar estudando? – Perguntou, encarando ainda reprovador os dois.

  - Queríamos saber o que vai acontecer com o Levi! – Disse Isabel, com as mãos fechadas em punho na frente do peito, parecendo determinada.

  - Ele provavelmente levará uma brinca do Rei, e talvez seja punido. – concluiu sem remediar suas palavras. Deixando os dois cabisbaixos.

  Mandou os dois voltarem à suas aulas e assim foram. Erwin seguiu a ordem do Rei e reuniu guardas para procurarem por todo o Reino, mas Erwin tinha uma pequena ideia de onde ele possa estar.

 

oOo

 

  O jantar com o Rei de Rose fora cancelado, e o Rei de Sina estava nervoso e pronto para arrancar a cabeça do primeiro que aparecesse!

  Sabia onde Levi estava, mas não podia admitir que seu Herdeiro tivesse fugido do castelo de novo, bem debaixo do seu nariz! Sua esposa tentava acalma-lo, mas em vão o Rei levantara de seu trono, e seguira aos seus aposentos. Quando Levi voltasse seria punido!

  Ele planejara um passeio romântico para os dois à tarde e depois do jantar Levi a pediria em casamento, estragara seus planos para o reino e isso não podia ficar impune!

 

oOo

 

  Levi olhava para todos os lugares da área nobre da cidade procurando pelo garoto, sendo seguido por Hanji. O sol estava quente e andara demais, a sujeira irritava sua pele a fazendo coçar mais que o necessário. Estava exausto, como um pirralho como aquele podia ter desaparecido assim? Iria bater nesse moleque quando o encontrasse!

  Estava distraído pensando que nem notara quando fora puxado bruscamente para um canto escuro com alguém tapando sua boca. Sentiu sua cabeça ser apoiada em seios medianos e se acalmou, era Hanji. Sabia por que era a única mulher que tinha a audácia de lhe tocar dessa maneira, e que tinha aquele cheiro de ervas medicinais.

  Sua boca foi descoberta, e ouviu um suspiro pesado de trás de si. Se virou com os olhos cerrados pronto para quebrar a cara da amiga se ela não tivesse uma boa explicação. O que ela estava pensando? Iria se sujar também se lhe tocasse!

  - O que foi isso quatro olhos? – perguntou com os olhos cerrados. A pressão da amiga parecia ter caído, pois por um instante Levi podia Jurar que viu seu rosto ficar azul.

  - Calma! – disse sorrindo forçadamente, levando suas mãos à frente do peito e as balançando exageradamente. – Olhe! – Apontou para o outro lado da estrada de pedra. Eram guardas reais, pedindo informações. Provavelmente sobre si.

  -tsc, então já descobriram? – disse puxando a amiga pela mão para o fundo do pequeno beco saindo em outra rua, do outro lado do quarteirão.  Seguiu com a menina pelo mar de gente, mas logo pode sentir a mão da amiga deslizando sobre a sua, e seu toque desaparecendo, iria se virar para procurar, mas foi impedido pelos guardas que o avistaram e começaram a correr atrás de si.

  Correu sem rumo, já nem sabia onde estava, nem se estava sendo seguido, mas não podia parar! Andou entre respirações entrecortadas e reclamações para que pedisse desculpas por ter esbarrado em alguém.

  Mas não parou, seguiu sem saber pra onde, tanto que o chão de pedra foi se mesclando com terra, até que não tivesse um único vestígio da cidade. Entrou na floresta, agora ouvindo os sons apressados dos passos dos guardas atrás de si.

  “Droga”

  O chão de pedra aos pouco foi se misturando a terra e grama, logo não tinha mais nenhum pedregulho. O cenário de casas foi substituído por grandes arvores, mas não teve tempo de admirar ou reparar muito nisso, estava sendo seguido.

  Ouviu um estrondo atrás de si, com um baque oco no chão de terra e deduziu que um deles tinha caído, avistou por entre as arvores, de relance um riacho e foi até a borda, seguindo o fluxo da água, entrando em um bosque, e finalmente parando para descansar.

  Não sabia quando foi que a estrada de pedra sumira de suas vistas, mas estava aliviado por não estar mais na cidade.

  Apoiou suas mãos nos joelhos, e sua respiração acelerada e ofegante definiam seu cansaço.

   - Você está bem?

 

oOo

 

  Acabara de acordar. Seus olhos ardiam e estava exausto por algum motivo, como se tivesse acabado de chegar de uma viagem longa! Bocejou, esticou os braços preguiçosamente e sentou-se na grama fofinha, ao observar o local ainda sonolento notou arvores e pássaros, onde... Onde estava?!

  Tudo era verde, tinha grama, um lago e árvores, mas aquele lugar com certeza não era o parque! O que... O que foi que aconteceu?!

  Uma dor aguda centrada no meio de seu peito.

  O quê? Esses pensamentos...

  Vermelho, muito vermelho, uma dor latejante.

   Vermelho? O que era vermelho?

  Um gosto de ferro foi tomando conta da sua boca.

  Lembrou-se gosto forte de ferro na boa e levou sua mão a boca, esperando encontrar o gosto.

  Tudo rodava, e vermelho reinava em sua visão.

  Tudo de repente viera à sua cabeça a fazendo latejar, levou sua mão à cabeça segurando o peso que ela repentinamente ganhara. O que aconteceu?

  “Sangue...”, foi tudo que conseguiu lembrar, e num movimento brusco levantou sua camisa, procurando algum corte ou ferida, mas não tinha nada, estava completamente curado. Curado? Ele alguma vez esteve ferido?

  Suas lembranças estavam confusas, e não sabia onde estava! Precisava de respostas, e parecia estar mais louco cada vez que pensava na possibilidade dele ter... Morrido?

  Não! Impossível que algo assim tenha acontecido! Por que se tivesse acontecido ele não estaria vivo ali, certo?

   Observou em volta e encontrou suas coisas jogadas no chão, mas sua luneta ainda estava sendo fortemente agarrada por si, decidiu ir até seus objetos juntando tudo, dentro da sua mochila e colocando em suas costas.

  Quando algo assim acontece você deve agir calmamente...

  COMO DIABOS AGIR CALMAMENTE NUMA SITUAÇÃO DESSAS?!

  Nunca lera nada sobre acordar em um lugar completamente estranho depois de ter sonhado com sua própria morte!

  O que diabo estava acontecendo afinal?!

  “Sonho”, sim, como não pensou nisso antes? Era um sonho, apenas um sonho! Não podia se outra coisa, né? Né?

  Devia fazer algum teste, se estava mesmo sonhando ele havia dormido no parque, e ao ar livre, seus pais deveriam estar preocupados, e loucos atrás de si, certo?

  Então o que fazemos quando queremos comprovar que estamos sonhando? Beliscar! Se doer é real, se não é sonho!

  Iria fazer isso se um barulho no arbusto não tivesse interrompido, se assustou, mas era apenas um homem, que parecia extremamente cansado depois de uma longa corrida. Apoiou-se em próprios joelhos procurando respirar normalmente, com muita dificuldade.

  -Você esta bem? – perguntou visivelmente preocupado com o homem dos seus sonhos. Essa frase ficou estranha, mas era um sonho, então qual o problema?

  - Eren? – O homem o chamou, surpreendendo o moreno de olhos verdes, ele sabia seu nome! Como?

  Ah, era um sonho, seu mundo, então aquele homem que era extremamente sério e que parecia estar com raiva era apenas fruto da sua imaginação, certo?

  - S-sim? –perguntou hesitante, aquele pequeno duende ranzinza não parecia estar de brincadeira. Aproximou-se de si, ainda com os olhos cerrados.

  - O que pensa que está fazendo aqui? – perguntou, deixando o moreno mais confuso, era seu sonho, não podia estar no seu sonho? – sua mãe está preocupada! – concluiu, ah é isso. Sua mãe com certeza estaria preocupada, ele não volta pra casa desde a noite passada por dormir no parque, certo?

   - Eu sei que ela deve estar preocupada, mas eu não tenho culpa se dormi no parque! – rebateu com o duende, que parecia ter também ficado confuso.

  - O que esta querendo dizer- O pequeno foi interrompido, por mais barulhos vindos da mata.

  - O que é agora? Ursos de goma gigantes?

  - Tsc, fizemos muito barulho. – o barulho de aproximava depressa, e o baixinho se apressou em segurar Eren, sentando atrás de uma árvore com Eren entre suas pernas, tapando sua boca.

  O som de passo fora aumentando, mas Eren não se importava com isso o que importava mesmo era o que ele conseguia sentir, conseguia sentir o toque da mão fria de Levi e sua respiração controlada batendo contra seu pescoço, o arrepiando todo.

  “Impossível!”

  Aquilo era um sonho! Então como podia sentir um frio tão realista? Parando para pensar conseguiu sentir o sol e também o toque nas suas coisas. Então aquilo não era um sonho? Não, não, não pode ser! Se aquilo não era um sonho então ele... MORREU?

  Sua cabeça voltara a latejar com mais intensidade, pulsando mais rápido do que devia e em um segundo tudo escureceu de novo.

  Estava louco certo?


Notas Finais


Bem, espero que tenham gostado.
Talvez ainda esteja confuso, mas acho que alguns já devem ter conseguido deduzir alguma coisa.
Vou tentar fazer melhor no próximo capítulo, espero que ninguém enjoe da minha história até lá!

Bjs e até a próxima!


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