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História O Pequeno Tritão ( TaeKook ) - Não é fácil ser filho do rei Jin


Escrita por: nellywords e mariyona

Notas do Autor


> Revisada em 2020, com pequenas alterações;

> Paródia do filme "A Pequena Sereia", animação da Disney de 1989, então deixo os créditos aos roteiristas;

> Não precisa assistir pra entender a história, mas há referências que ficam mais engraçadas pra quem já conhece;

> Não há lemon explícito, apenas insinuações sexuais, piadas de duplo sentido e palavreado chulo, pois o foco é a comédia.

> Apesar de tanto nonsense, o romance é essencial, e o príncipe Jungkook é um docinho de pessoa. 💖

Capítulo 1 - Não é fácil ser filho do rei Jin


Fanfic / Fanfiction O Pequeno Tritão ( TaeKook ) - Não é fácil ser filho do rei Jin

O fundo do mar escondia vários segredos.

Não apenas a jóia azul que a vovó Rose jogou fora no final de Titanic só pelo impacto dramático do ato: não.

Haviam sereias e tritões vivendo pacificamente nas profundezas do oceano, protegidos por uma grande barreira invisível que impediria os humanos de encontrar Atlântida caso um dia conseguissem tecnologia suficiente para chegar até lá.

Porém, para seus moradores, atravessar a barreira e visitar a superfície não era problema algum, exceto pelo fato de ser expressamente proibido.

E Taehyung estava pouco se fodendo para isso.

Era o mais novo de sete irmãos, filhos do Rei Jin, que promovia baladinhas pop por todo o reino e queria que o filho seguisse seu caminho, mesmo que o caçula fosse mais da vibe do jazz. Gostava tanto que sempre se aproximava dos navios onde alguém estivesse tocando suas músicas favoritas, bem dos estilos que seu pai mais detestava. Seu passatempo, também, era procurar artigos da Gucci que os humanos perdiam ou simplesmente se desfaziam.

Tinha uma caverna com uma enorme coleção, com todas aquelas peças de roupa que nunca entendeu para que serviam, e objetos como capas de celular, óculos, sapatos... Os sapatos até tentou colocar nas barbatanas, rindo enquanto tomava esporro de Namjoon, um siri responsável que seu pai colocara atrás dele. O único que parecia entendê-lo era Jimin, um peixinho amarelo que podia ver o mundo acabando e, ainda assim, encontraria motivos para sorrir. Na superfície, muitas vezes a gaivota Hoseok lhe trazia coisas da Gucci que nunca eram roubadas, apenas "pegas sem permissão e sem intenção de devolver".

No momento, Taehyung estava feliz da vida, arrumando as prateleiras dos seus tesouros guccianos e sonhando com uma vida no mundo humano onde poderia usufruir daqueles produtos que tanto venerava.

Seu pai jamais o entenderia.

---

Uma noite, Taehyung foi à superfície, avistando um enorme navio. Aproximou-se e, pulando da água até o relevo de madeira com o rosto do Justin Bieber esculpido, se sentou no topo da cabeça do guri, bem perto do espaço que seria como uma janela para o que acontecia lá em cima.

Com cuidado, ergueu-se, mostrando o mínimo possível da própria face e percorrendo todo o ambiente com seus olhos amendoados.

- Fofoqueiro. - Hoseok zombou, voando ao seu lado.

- Vai à merda. - respondeu, dando-lhe um peteleco.

Admirou as pessoas dançando e conversando no que parecia ser uma festa. Nas vestimentas e acessórios, obviamente, reconhecia tudo o que era da Gucci.

Quando estava prestes a dizer a Hoseok o que era para "pegar emprestado", eis que, de uma porta ao final do navio, ele surgiu.

O homem mais gostoso que já vira em toda a sua vida.

A blusa branca de gola V estava tão grudada ao corpo que realçava os músculos dos braços, assim como a calça preta que mal cabia nas coxas grossas.

- Puta merda, quem é esse homão da porra? - murmura consigo mesmo.

- Príncipe Jungkook, estamos muito felizes em comemorar seus vinte anos. - aquele que parecia ser o conselheiro real dizia - Então, em sua homenagem, preparamos isso!

Ao puxar o pano de algo que tinha o dobro da altura do príncipe, a grande surpresa é revelada.

- ...uma escultura de um cookie gigante?

- Exatamente! - o homem diz, empolgado - Seus pais nunca perdiam o senso de humor, Alteza. Assim que decidiram seu nome, já pensaram em fazer isso quando completasse a maioridade.

- Entendo... - um sorriso melancólico surge em seus lábios - Queria que estivessem aqui.

- Lá de cima, sei que estão. - o outro bate em suas costas - Mas, falando em maioridade, Alteza... Já está na hora de pensar em se casar.

- Casar? - ergueu as sobrancelhas, aproximando-se do lado do navio em que Taehyung estava.

"Fodeu!", o tritão pensou, tirando o rosto de onde poderiam vê-lo e recostando na madeira externa do navio.

- Sim, Alteza. Já está na idade.

- Eu não quero casar com qualquer pessoa. - afirmou, fitando as ondas à sua frente - E já pedi pra não falar mais disso.

- Mas, Alteza... Todos nós que o servimos estamos preocupados.

- Por que?

- Você só quer saber desse... Justin Bieber. Correm boatos no reino de que, talvez, seu verdadeiro amor seja ele.

- O quê?!

Taehyung leva as mãos à boca, lutando para abafar o riso.

- É verdade. Todos acham que você... Bem... "Não gosta da fruta". Sabe? "Aquele guaraná é fanta".

- Eu já entendi! - bufou - Mas minha vida íntima só diz respeito a mim mesmo, não acha?

- Alteza... Se for o caso, pense num casamento arranjado para disfarçar. Você pode fazer um trato com sua futura esposa, e assim cada um viveria sua própria vida nos bastidores, o que beneficiaria a ambos.

O príncipe revira os olhos.

- Isso é um absurdo. - balbucia quando o conselheiro se afasta - Se for assim, é melhor nem casar...

"Mais absurdo ainda é não poder te agarrar agora mesmo, seu lindo", Taehyung pensa, mordendo o lábio inferior, cheio de desejo. "Agora entendi por que tantas sereias seduzem os homens... Se bem que há aquelas que seduzem mulheres também, e o pessoal finge que não existe quando conta lendas sobre nós. Bando de hipócritas."

O ruivo, então, é surpreendido pela voz do moreno que ressoa numa bela canção.
 

There's nothing like us

Não há nada como nós

There's nothing like you and me

Não há nada como você e eu

Together through the storm

Juntos através da tempestade

 

É... Só podia ser Justin Bieber, mesmo.

A ironia é que, conforme dizia a letra, uma tempestade realmente começou.

Taehyung se lança ao mar quando o desespero toma conta das pessoas do navio. Mais afastado, flutuando sobre as ondas ferozes, ele vê barcos menores descendo do convés, repletos de gente gritando em pânico. E tudo piora quando um raio atinge o navio, iniciando um incêndio.

O príncipe demora a vir, até que surge entre as chamas, abraçando um montinho de pano perto do corpo. Seu conselheiro grita:

- Jungkook, pra que salvar essas blusas brancas? Você pode comprar milhares depois!

- São peças únicas! - urra de volta, com o colo cheio delas - Nunca existirão outras iguais! Nunca!

- Puta que pariu...

Quando está prestes a pular num dos barcos em alto-mar, porém, Jungkook tropeça em falso. E, por incrível que pareça, ainda arruma tempo para jogar suas blusas na direção do conselheiro, que se debate ao não conseguir ver nada pelos panos cobrindo seu rosto.

O impacto forte contra as ondas furiosas faz Jungkook afundar no oceano, desmaiando em pouco tempo. Taehyung, imediatamente, mergulha para salvá-lo.

Segurando-o firmemente pela cintura, o tritão sai nadando com o moreno até a praia mais próxima. Já estava amanhecendo quando, enfim, deitou Jungkook sobre a areia, colocando a mão em seu peito.

- Caralho... Ele é todo malhado... - sussurrou, admirando o peitoral e o abdômen marcados pela blusa molhada - Tu tem que viver, porra. Vam'bora!

Taehyung sacode o rapaz pelos ombros, mas ele permanece quieto.

- Como posso fazer esse cara acordar logo? - bufou, pensando por um instante, e logo teve a ideia que considerou genial - Já sei!

Fazia tempo que não cantava aquilo, porém...

Era a única música do Justin Bieber que conhecia.

 

My first love broke my heart for the first time

Meu primeiro amor partiu meu coração pela primeira vez

And I was like

E eu fiquei tipo

Baby, baby, baby oooh

Amor, amor, amor, oooh

 

Jungkook voltou a respirar, e Taehyung sorriu ao ver seu - belíssimo - peitoral subindo e descendo, assim como os lábios rosados entreabrindo, para então tossir a água presa na garganta.

 

My baby, baby, baby noo

Meu amor, amor, amor, não

My baby, baby, baby oooh

Meu amor, amor, amor, oooh

I thought you'd always be mine, mine

Pensei que você sempre seria meu, meu

 

Jungkook abriu os olhos devagar, mas não conseguia enxergar direito quem cantava pairando sobre si por causa da forte luz do sol.

- Quem... É...?

Algumas vozes distantes são ouvidas, e Taehyung se assusta.

- Adeus, príncipe gostosão. - diz solenemente, apertando seus muques antes de partir.

Voltou ao mar e se escondeu atrás de uma pedra, avistando o príncipe sendo resgatado e ficando em pé com dificuldade, apoiado nos braços do conselheiro.

- Quem é você? - gritou para o oceano.

- Vish... Bebeu muita água do mar. - o outro deduz.

- Não é isso! Tinha... Tinha um homem aqui e... Ele cantou Justin Bieber pra eu ressuscitar... Daí, ele apalpou meus braços para se despedir, com mãos grandes e tão firmes que...!

- Pare de delirar, Alteza. Não havia homem nenhum. E, se fosse para ter alguém, deveria ser uma mulher.

- Qual o seu problema com macho?

- E-eu? Nenhum.

- Então, se um homem me salvou, não há problema nisso. Eu só... Preciso encontrar... O dono daquela voz tão grave e rouca e sexy que já me deixou excitado logo de manhã. - declamava, com um sorriso fascinado e olhos cintilantes.

- Príncipe... Poupe-me dos detalhes.

Suspirando frustrado atrás da pedra, Taehyung acenou para aquele que até podia ser o novo muso de seus sonhos molhados, se não fosse o fato de já viver debaixo d'água, e... Bem... Não ter exatamente aquele tipo de partes baixas.

Jimin se aproxima:

- Que cara de palerma é essa?

- Jimin... - o ruivo o encara - Você já quis... Foder com alguém de outra espécie?

- D-do que está falando?

- Eu... Nunca senti tanto tesão antes em toda a minha vida.

- Mas, Tae... Você e ele nunca poderiam...

- Eu sei, eu sei... - leva a mão ao coração - Ainda assim, se eu tivesse a chance... Se só por um dia eu pudesse estar com ele... Nossa... Eu ia dar até ficar assado. E, se ele também quisesse ser comido, partiu!

- Uau... Ele é tão bonito assim?

- "Bonito" é pouco! - esbugalha os olhos - Ele é gostoso pra caralho, canta bem demais, parece ser daqueles príncipes fofos e gentis igual aos das histórias que a mamãe sempre lia pra mim, e...!

- Tae, você está surtando!

- Ah... Merda... Foi mal. Me empolguei. Mas é isso, Jimin. A vida é injusta.

Hoseok, do nada, aparece para lhe trazer um relógio da Gucci. Então, Taehyung submerge outra vez, indo até o fundo do mar para chegar a Atlântida e guardar o objeto recém-adquirido.

Chegando em sua caverna secreta, porém, a encontra completamente destruída.

- Que porra é essa?!

De trás dos destroços, surgem o rei Jin e Namjoon.

- Ele me contou que era aqui que você sempre se escondia. - Jin começa, severo, apontando para o siri.

- Como pôde fazer isso comigo, Namjoon?!

- Taehyung... Eu... Só queria te proteger!

- Gucci, hã? - o rei desdenha, balançando a cabeça - Não te criei pra ser tão fútil, meu filho.

- Não é nada fútil! Eles se dedicam pra fazer produtos de qualidade! E até parece que eu não sei que foi você que afundou aquele navio japonês cheio de tralhas do Super Mario! Seu viciado em jogos!

- Chega! - esbraveja, pois nunca conseguia passar da fase da água daquele maldito jogo, mas insistia em continuar, totalmente rendido - Não quero saber. Você me desobedeceu indo à superfície e coletando coisas de, eca, humanos! Então... Esse é o seu castigo!

- Por que, papai? Por que não me aceita como eu sou?

- Eu que me pergunto onde errei... Pra ter um filho tão desbocado, que não gosta das músicas fofas do papai e que nunca aceitou morar no nosso castelo apenas por ser cor-de-rosa. Isso é rosafobia!

- Não é "rosafobia", é questão de bom-senso! - rebateu - Pra que uma cor tão chamativa?

- É a melhor cor do mundo! E... Enfim... Por hoje, é só. Não demore a voltar pra casa. E vê se aparece amanhã no ensaio do coral com seus irmãos. Será um ode a Britney Spears!

Taehyung cerra os punhos, indignado com toda aquela situação, e sai nadando o mais longe que podia. Namjoon e Jimin tentam alcançá-lo, mas é difícil acompanhar sua alta velocidade.

O coração do ruivo, que vivia apertado, estava muito mais agora. Era uma constante sensação de sufoco, como se tivesse nascido no lugar errado.

Parando de nadar, o tritão deita no chão arenoso, aos prantos, embora as lágrimas desintegrassem na água a cercá-lo.

De repente, dois peixes compridos e brilhantes aparecem. Taehyung, notando que não está mais sozinho, olha para cima, se deparando com as estranhas criaturas.

- Q-quem... Quem são vocês? - indaga, receoso.

- Eu sou Suga... A enguia fofinha.

- E eu sou Agust D... A enguia revoltada.

- Viemos levá-lo ao nosso mestre.

- E por que eu iria com vocês?! - questiona, franzindo o cenho.

- Nosso mestre tem te observado há muitos anos através da bola de cristal, ô pirralho. - diz Agust D - E ele acabou de ver o que seu pai fez.

- Você sempre teve um sonho, não é, lindinho?

- Um sonho imbecil, mas um sonho.

- É... - Taehyung engole em seco - Eu sempre quis... Ser um humano.

- Nosso mestre pode resolver isso! - Suga envolve seus ombros - Vem, vem!

Incerto daquilo, mas ainda puto da vida, Taehyung acompanha os peixes esquisitos para onde quer que fossem.

---

O esconderijo do tal mestre era uma caverna (que original...). Ao atravessar a entrada, Taehyung percebe que há várias teclas de piano enraizadas no chão, todos com olhos caídos e bocas deformadas, o que lhe assusta de imediato.

- P-por que há tantas teclas de piano vivas aqui?

- É o que acontece com quem não cumpre o combinado, minha doce criança. - uma voz baixa e firme ecoa pelo ambiente - Ou seria... Kim Taehyung?

Taehyung engole em seco ao chegar no final da caverna e se deparar com o homem-polvo, este que até teria um sorriso gengival muito bonitinho caso não o usasse para propósitos malignos.

- Er... Como sabe meu nome?

- Eu te vi nascer, querido. - afirma, se aproximando e formando bolhas pelo caminho - Seu pai nunca te falou de mim?

- Hã... Se falou, eu não sei. Porque não faço ideia de quem você é. Foi mal.

O vilão encara seus dois servos.

- Não falaram a ele meu nome?! - esbravejou, tão irritado que os pequeninos estremecem de medo.

- V-você só disse para trazê-lo, mestre... - Suga se encolhe atrás de Agust D.

- É. As ordens foram pra encontrar o pirralho e convencê-lo a vir. Nada mais que isso. Não enche o saco!

- Inúteis. - o homem-polvo revira os olhos, voltando-se para o tritão - Me chamo Yoongi.

- O bruxo do mar?! - Taehyung arregala os olhos, recuando para trás - Aquele que, segundo a lenda, meu pai baniu do reino porque só queria saber de rap e invejava a bela voz dele? E-eu nunca soube nada sobre sua aparência... Esse assunto virou tabu.

- Não me surpreende. E... "Bela voz" um cacete! Ele é que nunca soube apreciar meus dons musicais, isso sim. Aposto que ainda faz todo mundo ouvir aquelas bostas de músicas sem sentido o tempo todo, como se não houvessem outras opções!

- ...é, você realmente conheceu meu pai. - o ruivo solta um longo suspiro - Mas por que quer me ajudar? Você não é... Tipo... "Do mal"?

- Queridinho, você ainda tem muuuuito o que aprender sobre como o mundo funciona. - o homem-polvo pigarreia e coloca uma das mãos na cintura, girando o corpo de maneira sensualmente exagerada - Eu confesso que já fui muito malvado... Era pouco me chamarem só de brux-!

- Tá, tá, bora pular a musiquinha de apresentação. - Taehyung cruza os braços - Nem eu cantei a minha sobre meus tesouros e tal. 

- Ah... Ótimo. Era um porre ter que fazer isso toda santa vez! - dito isso, ele nada até o caldeirão aceso - Então, querido, é o seguinte: eu dou chances a quem me procura.

- Chances?

- É. Tipo... Eu, Suga e Agust D sempre apostamos pra ver quem vai ser o mais otário a vir até mim. E, até hoje... Nunca houve ninguém como você!

- ...não sei se me ofendo ou fico feliz.

- Bom, depois você decide. Mas, francamente? Viver no mundo humano, e ainda trepar com um príncipe... Você é bem otimista, hein? Hahahahahaha!

A longa gargalhada sarcástica irrita Taehyung.

- Escuta aqui, seu filho da puta, se era só pra tirar uma com a minha cara, não devia ter me chamado!

- Shhh... Relaxa e goza, mon amour. Ainda não terminei.

"Queria gozar com o Jungkook", o outro pensa, frustrado.

- Tá... Fala logo.

- Façamos um trato. Se você cumprir a missão que eu te designar, poderá ser humano para sempre. Mas, se não conseguir... Você pertencerá... A mim.

O sorriso maligno até teria intimidado Taehyung se este não se distraísse com as pernas de polvo movendo a colher do caldeirão enquanto uma outra pegava um livro de feitiços na prateleira mais próxima e os demais tentáculos tacassem diversos ingredientes na água fervente.

- Cara, isso é muito foda! - sorri empolgado - Você pode segurar várias coisas ao mesmo tempo, e-!

- PRESTA ATENÇÃO, seu merda!

- T-tá. - endireitou o corpo, retomando a postura séria - Qual é o trato?

- Bom... Eu posso te dar pernas e... Outras "coisinhas básicas". - ri anasalado - Só que, para continuar humano, você... Em uma semana, terá que ganhar um boquete do príncipe.

- Um o que?!

- Oh... Você vai entender quando chegar lá. - outra risada - Porém, se até o final do sétimo dia você não conseguir... Irei te buscar, e você, ó ignóbil criatura, fará parte do meu jardim de teclas de piano!

Taehyung arregala os olhos, chocado.

- Se eu virar humano... - abaixa a cabeça - Nunca mais verei meu pai ou meus irmãos.

- Pelo menos vai ter o príncipe delícia.

- É... - sorri melancólico - Mas além disso, eu... Realmente sinto que... O mundo humano é o meu lugar.

- Aaaawww, que meigo! - Yoongi junta as mãos perto do rosto inclinado - Só que nada nessa vida é de graça, meu bem. Vou querer algo em troca.

Taehyung fica apreensivo.

- O que?

- Aquelas roupas da Gucci que você esconde no seu quarto! - o sorriso maléfico aumenta - São as suas favoritas, não é?

- MEU CU! - o outro vocifera - Pode levar tudo meu, até minha voz, menos o que me restou da Gucci!

- Feito. - diz Yoongi, estalando os dedos.

- Hã?

Taehyung percebe um ponto brilhante em sua garganta, este que aumenta quando ele começa a gritar e, de repente, aquilo sai de sua boca, sendo levado pela fumaça do caldeirão.

- Puta que pariu, era pra você cantar ao invés de gritar! - Yoongi bufa, guardando a voz no pingente em formato de concha do seu colar - Ah, foda-se. Vai lá tentar virar pirulito do príncipe!

Taehyung tenta perguntar o que é um pirulito, mas seu corpo é envolto por uma espécie de bolha gosmenta, sendo modificado da cintura para baixo. De repente, o ruivo é teletransportado até a superfície, onde cai automaticamente sobre uma das pedras perto da areia da praia.

Meio zonzo e dolorido, ele logo percebe que não tem mais barbatanas. Curioso, levanta as pernas, encantado com os pés bonitinhos e seus dedos minúsculos, até avistar uma coisa comprida abaixo do ventre que atrai mais sua atenção.

"O que é isso?", pensou. Será o...?". Cutuca o órgão novo e malemolente, rindo sozinho ao movê-lo para os lados, depois girar, até ter a brilhante ideia de massageá-lo. "Uau... Que sensação boa é essa?", perguntava-se, sem conseguir cessar o movimento preguiçoso de sobe-e-desce, olhando fixamente para o membro que lhe enviava uma quentura familiar.

- Tarado! - uma mulher berra ao longe, apontando para o ruivo, que olha assustado em sua direção.

Mais pessoas se aproximam, e logo um grupo aparece atrás dele. Taehyung tenta se erguer para ficar de pé, mas nem sabe como andar, caindo de bunda na pedra. De novo. Pelo menos era uma bunda tão grande que amortecia as quedas.

- O que está havendo aqui?

A voz familiar faz um arrepio delicioso percorrer todo o corpo de Taehyung, que reconhece a figura estonteante de Jungkook passando pelas pessoas furiosas a xingá-lo.

- Esse cara pelado estava batendo uma! - a mulher de antes explica - Príncipe, isso é atentado ao pudor!

O moreno se aproximou dele, com o semblante impassível, e Taehyung descobriu que um Jungkook sério era sinônimo de um Jungkook mais delicinha ainda.

"Aquilo" pulsou entre suas pernas, mas tentou ignorar quando o príncipe agachou diante de si, dobrando um dos joelhos para cima.

- Qual é o seu problema? Por que veio fazer isso aqui?

Taehyung abre a boca em reflexo, lembrando em seguida que não tinha mais voz.

Passou a mão no pescoço e fez sinal de negativo com as mãos.

- Não pode falar?

Negou com a cabeça.

- Hm... Isso não justifica o que fez. Você é daqui?

Fez sinal de "mais ou menos" com a mão, até que, de repente, uma expressão de dor surgiu em seu rosto.

- O que foi?

Taehyung ergue a perna direita, revelando um corte reto sangrando no interior de suas coxas.

"Deve ser de quando caí outra vez e me ralei mais... Merda."

- Está ferido... - o moreno sussurra - Não posso mandá-lo para a prisão antes de fazer um curativo aí.

Taehyung arregala os olhos, balançando a cabeça de maneira frenética, implorando silenciosamente pela piedade do príncipe.

- Ei... Calminha... O que você fez foi...!

Quando Taehyung o segura pelos ombros e olha diretamente em seus olhos, há algo neles que desconcerta Jungkook, que parece perdido e estranhamente acolhido conforme o ruivo sustenta o contato visual.

- Eu... Te conheço?

Recebe um sorriso meigo como resposta.

- Mas... Então... Por que não me lembro?

Logo atrás de si, surge a voz do conselheiro.

- Por quanto tempo ele ficará preso, Alteza?

- Ele... Não vai para nenhuma prisão. - Jungkook tira o casaco grande que vestia para cobrir a nudez de Taehyung, que ruboriza com o gesto.

- Como assim?!

- Tem algo nesse cara... Que talvez eu só descubra caso o mantenha por perto. - fita o conselheiro - Eu e você iremos vigiá-lo.

- Só pode ser brincadeira...

- São minhas ordens.

- Levar um homem pelado aos seus aposentos só irá piorar os rumores...!

- Foda-se os rumores. - o interrompe, ajudando Taehyung a ficar de pé - E arrume um médico pra avaliar a saúde dele.

- Se eu morrer de infarto, a culpa será sua! - o homem diz, até se virar para as pessoas que ainda estavam ali - Circulando! O show acabou! Vamos cuidar do tarado da praia!

"Tarado da praia é teu rabo", Taehyung diria caso tivesse voz.

- Sejin é rabugento, mas é um cara legal. -Jungkook murmura de repente, segurando seu braço com delicadeza para ajudá-lo a andar - Eu perdi meus pais muito novo, e ele cuidou de mim desde então.

Taehyung ergue as sobrancelhas, como se dissesse "entendi".

Em poucos minutos, no entanto, sua expressão é a da mais pura surpresa ao adentrar o enorme castelo que havia em frente à praia, o qual logo descobriu pertencer à família Jeon, uma linhagem nobre muito antiga do reino de Busan.

Finalmente estava no mundo humano.

E, para se manter ali, além de recuperar sua voz, só precisava descobrir o que era um boquete.

"Não deve ser tão ruim assim", pensa, dando de ombros, tentando não sorrir demais ao olhar para Jungkook ao seu lado.


Notas Finais


Vamos torcer pelo TaeTae em sua missão HAHAHAHAHAHA


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