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História O Peso da Coroa - Capítulo 7 - Baile Real de Primavera Parte III


Escrita por: LyraRocha

Notas do Autor


Feliz Natal leitoras lindas!
Quero agradecer todas que leem , comentam, votam e interagem na história.
Esta é a ultima parte do baile.
Leiam e surtem comigo depois.
beijos

Ps.: Escrevi ouvindo a musica tema Wildest Dreams. Para quem gosta de ler e ouvir ...recomendo.

Capítulo 13 - Capítulo 7 - Baile Real de Primavera Parte III


Fanfic / Fanfiction O Peso da Coroa - Capítulo 7 - Baile Real de Primavera Parte III

- Fique quietinha princesa.

Eu reconhecia aquela voz grossa, meio rouca e familiar. Era uma voz que eu vinha ouvindo bastante nos últimos dias.

- Pare de se debater Aysha. Eu vou te soltar e retirar minha mão da sua boca aos poucos se me prometer que não vai gritar. - sussurrou perto do meu ouvido como se me contasse um segredo. - Posso contar com você? - perguntou e assenti com a cabeça.

A medida que foi me soltando meus olhos também foram se habituando com a escuridão me fazendo enxergar um pouco melhor com o reflexo da luz que batia perto daquela área do corredor. Minha respiração se regularizava aos poucos e eu tentava tomar o controle novamente das minhas emoções.

Assim que vi que já estava estabilizada olhei dentro dos seus olhos e lhe dei um tapa ardido em seu braço. Com certeza não deve ter feito nem cócegas, mas, pelo menos, descontei a minha raiva.

- Você ficou louco? Quer me matar do coração? Eu achei que era algum assassino ou sequestrador querendo me levar para sei lá onde. - disse em um tom alto brigando com ele.

- Bem que eu gostaria de te sequestrar e levá-la para bem longe daqui – falou rindo como se seu ato fosse nada demais.

Lhe dei outro tapa irritada e virei-me para ir embora dali o mais rápido possível. Ele segurou-me novamente pelo braço puxando-me para junto dele.

- Por que está fugindo de mim princesa? Estou tentando chegar até você durante toda a festa, mas parece que toda vez que se dá conta disso dá meia volta e vai o mais longe possível de mim. - falou com tom amargurado.

- Não sei por qual motivo quer tanto ir atrás de mim se já tem sua acompanhante. - ele rolou os olhos com a minha indignação.

- Aysha...- disse calmamente ainda me segurando, mas passando a outra mão pelo meu cabelo. - Nem tudo que vemos é o que parece.

- Pois eu acho que não tem como parecer outra coisa além do que eu vejo. Primeiro assisto vocês aos beijos na faculdade e agora ela é a sua acompanhante. O que mais isso poderia dizer Thomas? - bufei nervosa. Ele também pareceu irritado com minhas acusações, mas não poderia retrucar porque sabia que eu dizia a verdade. Seria muito difícil me contestar.

- Me diga, você está assim tão irritada por causa da sua rixa boba com a Anny ou por qualquer relação que ela tenha comigo? - retrucou.

Eu não sabia o que me deixava mais nervosa, ele ter falado o nome dela através de um apelido íntimo ou por ter usado a palavra “relação” na frase. De qualquer forma tive que fazer uma concentração enorme para suprimir todo ódio que eu sentia naquele momento.  E por céus, eu estava mesmo inconformada com qualquer coisa que tenha entre os dois?

- Então agora você e a Anny tem uma relação? - joguei a pergunta de volta.

- Meu Deus, como você é difícil garota! - disse irritado soltando meu braço novamente e passando a mão pelos seus cabelos.

- Se te incomodo tanto não precisa perder seu tempo aqui comigo. Afinal, ainda não sei o motivo que teve que me raptar até aqui. Se foi para me irritar você já conseguiu, não precisa mais se dar ao trabalho.

- Não foi para isso – disse já com um ar cansado daquela discussão toda. - Eu só... precisava conversar com você.

- E para isso precisava de todo esse suspense?

- Se fosse de outra forma você viria? Você mal mal me cumprimentou. No momento que veio conversar comigo foi para me atirar pedras por estar aqui com a Anny...elli. - completou o nome dela, de certo para não me irritar ainda mais.

- De fato não teria mais nada a tratar com você. Não preciso fazer “sala” para alguém que eu não fazia nem questão que viesse. - falei duramente.

- Aysha, pare. Só...pare, por favor. - falou em suplício. - Além do que, não tem direito de ficar brava comigo quando você estava lá bem feliz com aquele príncipe. Você acha que não notei como estava desconcertada com sua presença? Percebi todos os sinais corporais dele que mostravam nitidamente o quanto você o interessava e pior ainda é saber que você ficou corada por isso.

O Thomas estava falando, mesmo sem dizer com todas as letras, que estava incomodado com minha aproximação com o Koddy. Ao perceber isto, me veio um sentimento de felicidade estranha que eu não saberia explicar.

- Oras, o feitiço virou contra o feiticeiro então não é? - ri em desdenho. - Você falando que eu estava incomodada quando era você que estava assim. - apontei para ele.

- Eu fiquei mesmo, e, diferente de você, não tenho problemas em confessar isso Aysha. Esta é a diferença entre nós dois. Eu não tenho medo de ir atrás do que eu quero. - disse gravemente fazendo meu coração dar um salto dentro de mim e entrar em uma arritmia descontrolável.

- E o que você quer Thomas? - falei em um tom mais baixo, meio envergonhado, mas sem tirar os olhos dele.

Ele deu um passo a frente nos fazendo ficar bem colados e sua respiração batia contra o meu rosto. Eu estava mole, não tinha forças nem para me afastar naquele instante. Acho que se eu me movesse eu cairia, pois minhas pernas tremiam e talvez eu não me aguentasse em pé.

- Eu não sei se posso te contar ainda Aysha. - Ergueu uma mão e acarinhou meu braço fazendo arrepiar cada ponto por onde seus dedos passavam.

- Por que não? - perguntei tirando forças de onde nem sabia para falar alguma coisa. Minha mente queria dizer para correr dali porque ele estava com a Annyelli, mas meu corpo só mandava eu ficar e tirar proveito de qualquer coisa que viesse acontecer.

- Porque ainda há muitas coisas entre nós. Não sei se quando eu abrir a minha boca você não sairá correndo daqui e nunca mais olhará na minha cara. - subiu agora a mão do meu braço para o meu pescoço arrastando os dedos lentamente por ele. Fechei os olhos instantaneamente em resposta aos estímulos que me causava.

- Se você não disser nada nunca saberá. – murmurei.

Céus, minha boca estava me traindo dizendo todas aquelas palavras. Em qualquer lugar daquela festa sua namorada estaria a sua procura enquanto eu e ele estávamos em algum tipo de flerte maluco e incontrolável. Não poderia me esquecer disso por isso no momento que ele se aproximou mais encostando sua testa na minha virei meu rosto para o lado em resposta. Ouvi um suspiro saindo da sua boca. Provavelmente não entendia como eu fazia isto logo depois de ter dado uma resposta provocativa como aquela.

- Sua namorada deve estar a sua procura – foi a única coisa que consegui pronunciar.

Ele retirou suas mãos de mim e vi sua postura enrijecer com a irritação.

- Droga Aysha. - passou a mão no seu rosto e entre os cabelos enquanto eu só pude abaixar a cabeça sem ter o que dizer.

- Olhe para mim. - ele pediu e eu o fiz. - Você acha mesmo que se eu namorasse a Annyelli eu estaria aqui com você? Você acha mesmo que eu passaria aquela tarde contigo e a levaria a um lugar que tenho guardado como só meu?

- Não sei Thomas. Nós não nos conhecemos tão bem assim. Eu só sei o quanto você me odiava, aliás, o quanto nos odiamos. Não sei o que quer, o que pode fazer, sua índole, não sei nada Thomas. Você não pode me cobrar que confie em você assim do nada, ainda mais quando só sabemos nos alfinetar. Nós não conseguimos nem ter uma conversa simples e agradável.

Vi sua expressão mudar como se tivesse uma ideia. Ele segurou minhas duas mãos com as suas e as levou até seu peito.

- Tempo. - ele disse soando um pouco animado. Franzi a sobrancelha sem entender a sua resposta e ele apenas olhou em meus olhos e repetiu aquela palavra “tempo”.

Foi aí que eu entendi o nosso código secreto. Lembrei do nosso combinado no parque justamente para evitar as nossas brigas intermináveis. Dei uma risada tímida em lembrança, assenti a cabeça e repeti para ele: - Tempo.

Ele abriu o sorriso mais bonito que dera por toda a noite e naquele momento eu sabia que tínhamos que abaixar todas nossas armas e dizer somente a verdade um com o outro sem nos preocuparmos.

- Eu não namoro com a Annyeli. - disse sério para mim para que eu agora acreditasse em suas palavras. - Não vou negar que já tivemos nossos envolvimentos, você sabe como ela é e eu sou solteiro, mas não namoro e nem tenho qualquer tipo de relação com ela.

- Então por que a trouxe? - perguntei ainda um pouco sentida.

- Não querendo ser provocativo porque nosso trato não permite.... mas você sabe que eu sou um solteiro muito cobiçado, alguém influente em Illéa. Não sou famoso como uma princesa, mas tenho lá a minha popularidade. - ele mesmo riu da sua explicação. - Não poderia vir desacompanhado. Não seria elegante e meu pai não permitiria. Ele me encheu muito para que trouxesse alguém, na verdade, ele me enche em várias outras coisas, mas não quero importuná-lhe e nem te assustar. Enfim, tentei postergar o máximo que pude, mas hoje tive um ultimato definitivo e precisava chamar alguém imediatamente. Annyelli só era a pessoa mais fácil para que eu arrastasse para cá em poucas horas. - falou tranquilamente me explicando.

Naquele momento consegui o entender perfeitamente. Talvez o Thomas passasse o mesmo que eu passava com minha mãe. As intimações, ter que cumprir deveres e muitas vezes ter que fazer aquilo que não quer. Sentia-me mais próxima a ele e a compreensão daquilo tudo me fez querer abraçá-lo, o que o fiz de imediato.

Thomas se assustou com minha iniciativa, mas não tardou passar os braços ao meu redor. Enfiou sua cabeça no meu pescoço encaixando-se ali por entre os cabelos que também caiam do meu penteado.

- Obrigada – murmurei.

- Pelo que?

- Por explicar. Sei que não precisava, mas, ainda assim, o fez. Obrigada – respondi ainda abraçada a ele.

- Eu responderia tudo que me perguntasse Aysha. Qualquer coisa. Quando te vi ali no salão, tão linda, eu não soube no momento, mas precisava conversar com você. - falou relaxando os braços do abraço e colocando a mão no meu rosto. - Desculpe ter agido tão impulsivamente e ter te assustado.

- Tudo bem. Há males que vem para o bem.  - dei uma pequena risada sendo acompanhada para ele. - Talvez valha a pena ser assustada para ter algumas respostas suas. - falei com um sorriso no canto da boca e colocando a mão em seu peito.

- Pergunte-me tudo e eu te responderei Aysha.  - falou aproximando seu rosto do meu e carinhando minha bochecha com seus dedos.

- O que você quer Thomas? - repeti a pergunta que havia feito antes do nosso “Tempo”.

- Eu quero você. Eu não sei o que está acontecendo entre a gente e nem quero pensar. Apenas tenho a certeza que preciso de você aqui e agora.

E dito isso, terminando de aproximar seu rosto do meu, selou nossos lábios com um beijo delicado. Meu coração falhou no exato instante e eu não queria pensar quem éramos, não queria lembrar quem estava ali. Não era um Shreave ou um Illéa. Era apenas uma moça e um rapaz sendo levados por um sentimento que ainda não entendiam, mas que no momento que foi selado e tornou-se real.

Sua mão tocava meu rosto e a outra pousava-se na minha cintura. Minha mãe direita ainda repousava em seu peito enquanto a outra eu coloquei entre seus cabelos. Entreabri a boca assentindo que aprofundasse o beijo. Nossas línguas se tocavam com maestria levadas por um sentimento louco e gostoso que tornava nosso beijo uma belíssima dança.

Um beijo, outro e outro. Eu ofegava, brincava com seus cabelos e sorria enquanto ele fazia o mesmo. Suas mãos acarinhavam cada ponto que me tocava, cintura, queixo, bochecha, pescoço, tudo era uma trilha de arrepios que só as mãos de Thomas tiveram a proeza de conseguir.

Estava imergida nessa bolha de emoções que nem havia percebi que o ambiente estava mais escuro do que antes. Quando abri o olho por um instante vi o breu que o castelo estava. Incitei quebrar o beijo para comentar a estranheza com Thomas, quando ele apertou minha cintura mais fortemente me trazendo ainda para mais próximo de si e me afundando em seu beijo.

Ouvimos logo em seguida um grito ensurdecedor vindo da direção do salão. Quebramos nosso contato com o susto e vi que a luz do ambiente havia voltado ao normal. Ouvia sons de murmúrio e um choro angustiado em meio ao barulho que se alastrava.

Os guardas passaram por nós correndo e eu sabia que algo muito ruim tinha acontecido. Meu coração estava apertado e eu não sabia o motivo, mas parecia que cada passo que eu dava correndo em direção ao salão, um pedaço dele caía pelo caminho.

Se havia algo dele restando ainda quando eu cheguei no local, com certeza, depois de ver aquela cena, não restava mais nada. Não havia nem percebido que Thomas tinha vindo ao meu encalço e estava atrás de mim. Só notei quando senti sua mão repousar em meu ombro.

Meus olhos apenas estavam vidrados na situação que estava vendo a minha frente. Coloquei a mão em minha boca e gritei com o susto enquanto lágrimas tempestuosas desciam em minha face sem parar. Meu coração estava quebrado, minha vida não fazia mais sentido, eu não conseguia raciocinar nem pensar nada. Só conseguia olhar minha mãe estraçalhada em lágrimas e debruçada em meio uma poça de sangue sobre um corpo. Suas mãos estavam trêmulas e ela chorava e falava coisas que eu não conseguia compreender. Era o corpo do meu pai jogado ao chão com um punhal encravado em seu peito. Meu pai estava morto e eu sabia que a minha vida acabava naquele momento ali também.


Notas Finais


Gente, vocês não sabem como foi dificil pra mim escrever essa cena.
Antes que perguntem, eu já havi planeja esta cena final antes de bolar a fic.
Estava em uma viagem quando surgiu varios "E se" na minha cabeça.
E se a Eadlyn nao casasse com ninguem da sua seleçao? E se acontecesse varias coisas que fizesse tudo dar errado? E se depois o pai de sua filha morresse em meio a tudo que ela ja passou, como ficaria?
Como a Aysha lidaria com a perda do pai?
Foram várias indagações. Foi com lágrimas nos olhos que escrevi a cena final porque mesmo todo mundo sendo team Kile, Erik era uma pessoa muita boa. O proprio Kile deixa isso claro no livro. Eu me coloquei no lugar da Aysha vendo ali uma pessoa tao querida morta na sua frente... Alguem que era seu porto seguro, e tudo mais...é so ler o capitulo anterior pra ver tudo o que ele representava para ela. Então eu fiquei bem mal o dia todo que escrevi essa cena. Nao sei nem com qual coração vou escrever o proximo..mas enfim...era algo ja planejado. Pela sinopse da fic voces podem ver que eu falo que um acontecimento ia mudar tudo.... Entao, chegou a hora. Espero que respeite toda a dor e luto da Aysha.

Enfim, falando de coisas boas...tivemos cenas fofíssmas Thaysha! quero saber o que acharam.

E é isso... agora não sei quando vou postar... talvez consiga deixar um capitulo pronto, mas nao vou garantir porque semana que vem eu tenho a semana toda de formatura em outra cidade e na outra eu viajo. Não vou estar com pc. Espero conseguir postar mas se nao cosneguir eu vou soltando uns spoiler!

Beijos amados, FEliz natal, feliz ano novo e boas ferias!


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