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História O Peso da Coroa - Capítulo 8 - A dor


Escrita por: LyraRocha

Notas do Autor


Olá gente!!!

Sei que marquei para dia 02 a atualização, mas achei que minhas leitoras merecia um presente para o ano novo!
Encerro esse ano muito feliz! Comecei uma fic e não imaginava uma recepção tão maravilhosa!
Gostaria de agradecer a todos que tiram um tempinho para ler, votar e comentar. Toda a recíproca é maravilhosa! Devo a voces todo o sucesso.
Fechamos o ano com quase 700 leituras aqui no Spirit e quase 1300 leituras no wattpad. Estou bem feliz. Sei que não é nada frente aos grandes por ai mas eu escrevo para mim e para quem gosta de acompanhar e não tem nada que me deixa mais alegre do que receber todo o carinho que me dão!!

Meninas que sempre acompanham e comentam sem parar: Essa história não seria nada sem voces pois são minhas musas inspiradoras! A sede de voces pela historia me motiva sempre a escrever mais! Muito obrigada!

Agora voltando ao capítulo...queria poder ter um capitulo feliz para postar no fim do ano mas não é bem assim... =/
Escrevi ouvindo The Lonely - Christina Perri.

Espero que tenha conseguido passar toda a dor que nossa querida Aysha está sentindo nesse momento. Perder uma pai, alguem tão proximo da sua vida não deve ser facil. Ainda mais para ela que é tão sozinha...e vocÊs verão um pouquinho disso...

Feliz ano novo para todos vocês e um belo 2016 para gente!

Capítulo 14 - Capítulo 8 - A dor


Fanfic / Fanfiction O Peso da Coroa - Capítulo 8 - A dor

É possível alguém se sentir morta mesmo estando viva? Sentir como se alguém abrisse suas entranhas e arrancasse cada pedaço seu, mesmo estando intacta?

Se olhassem para mim eu pareceria sã, mas eu não sabia como ainda me mantinha em pé. Minha mente estava em um turbilhão de pensamentos desconexos e em nenhum deles eu conseguia compreender aquela cena que eu via em minha frente.

O luto é um processo de perda. Dizem que só damos valor quando perdemos alguém. Não é verdade. Eu valorizava e muito o meu pai. Valorizava cada instante que nós tínhamos, quem ele era e o que havia tornado para mim.  O que eu não sabia era processar a perda, saber que teria que trilhar o meu caminho sozinha, sem ele ao meu lado.

Ele não seguraria mais as minhas lágrimas, não me diria mais palavras de conforto quando estivesse triste, não entraria comigo em meu casamento e nem brincaria com meus futuros filhos.

Minha vida agora teria uma brecha infindável. Uma cratera que andaria comigo para todo o sempre. Cada passo que eu desse, cada ar que eu respirasse, tudo me lembraria ele e eu perceberia que não o teria ao meu lado.

A pessoa que eu mais apreciava em minha vida estava me deixando. Ele prometeu que ficaria sempre comigo, ele não poderia me deixar aqui assim, sozinha.

Tentei dar um passo à frente, mas cambaleei. Naquele instante eu percebia que não tinha forças nem para me dirigir ao corpo do meu pai. As lágrimas que desciam por meu rosto eram regadas da vida que se esvaziava de mim naquele instante. O sentimento de solidão ia preenchendo cada espaço da alegria que antes ocupava meu coração.

Ouvia vozes, murmúrios, barulhos, sons que não conseguia compreender. Estava muito atordoada para processar qualquer palavra que dissessem. Eu estava quebrada, indignada e dilacerada.

Minha mãe se quebrantava sob o corpo do meu pai, agarrando-o como se fosse o único que restasse em sua vida, como se não soubesse o que fazer se ele não estivesse mais ali com ela. Eu sabia o que ela sentia, pois era o mesmo que estava em meu coração. Sem ele não éramos nada.

Meu pai era a ligação de tudo que era bom entre nós...

Eu estava perdida e sozinha.  A relação que eu tinha com minha mãe não chegava nem perto da que eu tinha com o meu pai. Agora eu seria uma princesa solitária, sem grandes amigos e sem pai. Sem carinho, sem companheirismo, sem atenção...

Eu queria morrer, queria apenas trocar de lugar com ele e que pudesse ser eu deitada com o corpo estendido ao chão. Eu faria de tudo para não sentir a dor que estava sentindo naquele instante.

Ele significava muito mais para as pessoas do que eu significaria para alguém. Não era justo.

Vi minha mãe levantar sob ele com seu olhar banhado a lágrimas, se ergueu um pouco do corpo e pude perceber o sangue que havia manchado sua roupa. Era o sangue do meu pai que escorria pelos seus braços, sujava seu peito e estava espirrado em sua face.

Se estava difícil para mim com o choque da cena, imagina para ela que estava ao seu lado o tempo todo. Não sei como conseguiria lidar.

Eu jamais esqueceria essa cena, nenhum filho merece ver o seu pai morto e ainda mais com uma cena tão brutal.

Todo filho espera que seus pais o acompanhe em todas as suas fases da vida. Nascimento, crescimento, casamento, filhos.... Ter a lida da vida interrompida é como romper a gravidade do mundo. Tudo sai do controle e não temos mais nossos pés firmes ao chão. Eu andaria e vagaria em passos em falso, pois nenhum seria firme o suficiente sem ele.

Esperamos enterrar nossos pais velhinhos depois deles terem desfrutados de tudo que essa vida fornece, mas como um ladrão que entra na casa sem aviso prévio a vida também pode se esvair.

E eu estava ali, parada, olhando uma expectativa se dissipar. Vendo o adiantamento da morte de uma pessoa que era tão viva, tão amorosa e tão bondosa. Eles eram tão novos, poderiam ter anos e anos pela frente, poderiam até me dar o irmão que eu tanto quis ter. Mas, agora era tarde. Nada disso seria possível. Só restaria as lembranças do grande homem que foi e sua memória nos livros de história.

O olhar da minha mãe encontrou o meu e eu pude ver ali duas mulheres perdidas e aos pedaços, em frangalhos por terem sido deixadas pelo homem que era a base do nosso lar.

Sua boca tremia e vi que ela precisava falar algo, porém não conseguia. Tentei reunir forças de onde não havia para me aproximar... um passo após o outro, senti a mão de Thomas posar em minhas costas me ajudando a não desabar pelo caminho.

Cheguei perto do corpo e me ajoelhei perante ele, trêmula e angustiada. Não me aguentei, agachei diante ele e o abracei com tudo de mim soltando um grito desesperado do fundo da minha alma. Talvez o mesmo grito que havia ouvido quando estava no corredor e que de certo deveria ter sido da minha mãe.

Chorava compulsivamente sem acreditar no que via...

Seu corpo ainda estava quente, mas já poderia se ver a palidez em sua face pela perda do sangue.

- Não pai, você não pode me deixar. Volta, você prometeu que estaria comigo. Não faz isso comigo pai. – eu repetia entre soluços e choros apertando-o como se ele fosse voltar a qualquer instante se me ouvisse.

Senti uma mão tocar a minha e virei-me para ver quem era. Minha mãe, mesmo tão quebrada quanto eu, estava tentando passar forças para mim. Vi-a tentar mudar sua postura na tentativa de ser a grande rainha que é.  Ela tentou se levantar aos poucos, mesmo manchada de sangue.

Esse era um dos motivos que eu não queria servir a realeza, não poderíamos ter nem o nosso momento de luto e dor. Minha mãe, mesmo sentindo toda a dor do mundo, teria suas obrigações e precisava lidar com toda a confusão que instaurara com o homicídio.

Ergueu a cabeça engolindo as lágrimas e bradou chamando os guardas do palácio.

- Ninguém sai desse palácio sem segunda ordem. Todos são suspeitos até que se provem ao contrário e eu juro por Deus que eu mesma mando aniquilar quem quer que seja que tenha feito isso, rei ou plebeu. – bradou fechando o punho e olhando em todos arredores do salão.

Ouviu-se muitos murmúrios pelo local, alguns poderosos sentiram-se indignados pela atitude dela, mas ela estava certa, seja quem for, se deixassem simplesmente ir embora, jamais saberíamos o que aconteceu.

Ela virou para um funcionário que estava por ali e mandou chamar os médicos do palácio para que retirassem o corpo do meu pai.

- Todos poderão ser acomodados em nossos quartos, talvez não seja o suficiente, mas dividiremos entre famílias de forma que todos possam ficar alojados aqui. Amanhã bem cedo eu quero que todos os ministros, reis, prefeitos e qualquer autoridade que estão aqui presentes que compareçam à sala de reuniões. Além disso, a nossa equipe investigativa conversará com um por um, sem exceção. Tiraremos isso a limpo. – disse enquanto os médicos colocavam um tecido preto em cima do meu pai afastando ele de mim. Colocou-o em uma maca e o carregaram para longe. Minha mãe observou-o ser carregado e percebi seus olhos embargando novamente, achei que ela quebraria ali em frente a todos, mas não.

- A festa acabou. – Ela disse retirando-se do salão às pressas e dando ordens para que os criados preparassem os quartos e encaminhassem os convidados conforme a divisão de famílias da lista de convidados.

Não havia percebido que eu ainda estava li ajoelhada no mesmo lugar com as mãos cheias de sangue. Meus joelhos em meio uma poça que eu nem havia percebido ao me prostar ali. Precisava me levantar, mas só conseguia permanecer no mesmo lugar olhando para todo aquele sangue derramado ao chão.

- Vem Aysha – Thomas disse erguendo a mão para mim. – Vamos sair daqui.

Olhei para a mão dele, ainda incerta sobre o que fazer. Aceitei somente porque precisava me levantar e não sabia se teria forças suficientes para fazer isto sozinha.

Todo o salão olhava para mim. Uns com raiva por serem forçados a permanecer naquele local, outros tristes, outros assustados com a cena que ocorrera. Milhares de feições, mas todos direcionados a mim.

Percebi que meus tios haviam saído do salão, devem ter ido atrás da minha mãe. Kath abraçava a sua mãe com o rosto escondido em seu ombro.

Me assustei quando vi o Sr. Pervati marchar diretamente e furiosamente em minha direção.

- Presta atenção sua garotinha, é melhor você dizer a sua mãe que nós sairemos já daqui. Não podemos ser obrigados a permanecer neste país e simplesmente deixar o nosso à deriva por um capricho dela. Eu quero que liberem a nossa passagem imediatamente antes que eu os acusem de sequestro real. – disse furiosamente para mim.

Eu fiquei transtornada com sua falta de sensibilidade. Eu acabara de perder o meu pai. Será que ele não poderia ter um pouco de senso antes de vir me atingir grosseiramente?

- Sr. Pervarti, eu não sei se ainda não compreendeu a situação, mas o meu pai, o Rei de Illéa, nação mais poderosa que há, acaba de ser assassinado. Eu garanto para o senhor que qualquer um compreenderia as medidas de emergência que acabamos de tomar. – falei com a voz ainda trêmula, porém séria, para ele.

- Isso é ridículo. Eu exijo que abram os portões para nós. – falou aproximando-se de mim.

Sua proximidade exalava agressividade e por um segundo pensei mesmo que ele faria algo contra mim tamanha a raiva que estava. Porém, no momento que se aproximou, uma mão tocou em seu ombro fazendo-lhe olhar para trás.

- Deixe-a em paz. Não precisamos de mais confusão. Creio que a noite foi turbulenta para todos. – disse Koddy com o olhar sério em sua direção.

- E quem você pensa que é para falar comigo assim garoto? – indagou.

- Sou Koddy Neguesí, príncipe da Noruécia e nem por isso meus pais e eu estamos fazendo algum escândalo aqui. A não ser que, você tenha algo a temer, caso contrário ficaremos aqui até descobrirmos quem causou isso tudo.

O rei da Nova Ásia bufou nervoso, retirou a mão de Koddy com agressividade e saiu andando para o outro lado do salão.

- Peço desculpas por ele. Você não merecia passar por isso Aysha. Se tiver algo que eu possa fazer estou a seu dispor – falou Koddy para mim com olhar pesaroso e vi que ele fitou a minha mão. Em meio à confusão com o rei havia esquecido de soltar minha mão do Thomas que estava ao meu lado como um segurança.  Soltei sua mão rapidamente e passei pelo cabelo que caía em meu olho.

- Não tem por que se desculpar Koddy, a culpa não foi sua. Nem todas pessoas conseguem ter o bom senso como você – dei um sorriso, mesmo entristecido, para ele.

Olhei para o lado e vi Thomas encarar Koddy de uma forma enraivecida. Koddy reparou e não desviou o olhar fitando-o também com afinco. Rolei os olhos. Não precisava de nenhuma briga de macho agora. Estava em luto e só conseguia pensar em minha dor.

- Se me dão licença, preciso ir. – disse a eles me virando para sair dali.

- Quer que eu te acompanhe Aysha? – perguntou Thomas.

- Não. Eu só preciso ficar sozinha neste momento. – disse olhando para trás.

Caminhei para fora daquela arruaça e ouvi passos vindo em minha direção, olhei para trás e vi que Thomas me seguia. Parei imediatamente.

- Aysha, eu...- interrompi antes que falasse qualquer coisa.

- Thomas, eu sei o que aconteceu entre nós, mas eu não quero falar disso agora. Eu realmente preciso ficar sozinha. Você não tem noção do que eu estou sentindo neste instante – falei com olhos embargados e chorando novamente. – Eu quero ficar com minha dor e sentir meu luto. Não tenho cabeça para falar qualquer outra coisa neste instante.

- Eu entendo. – disse sentido – Não queria afetar-lhe mais Aysha. Você sabe que pode contar comigo não é? Eu não vou sair daqui enquanto não perceber que você está bem o suficiente para se reerguer.

- Então creio que não sairá nunca Thomas. Porque isso NÃO. IRÁ. ACONTECER. – disse nervosa e exausta. -  Eu nunca mais serei a mesma. A minha vida acabou Thomas, eu não tenho mais ninguém. Ele era o único em minha vida e agora se foi. – disse chorando e limpando minhas lágrimas com a minha mão.

- Não precisa ser assim Aysha.

- Assim como? – perguntei

- Sozinha no mundo. Você pode ter alguém, basta querer. - respondeu chegando mais perto de mim.

- E quem será esse alguém? Você? – falei pra ele em descrença e desdenho. Eu estava triste e ferida. Não queria pensar em outra pessoa que pudesse ocupar o posto que meu pai havia deixado. Ninguém nunca seria o suficiente para isto. Ele era o único que eu confiava, ele era único para mim.

- Me deixe em paz Thomas. Um beijo não significa que será o homem da minha vida. Eu já beijei outros antes. Não pense que foi ou será o único. – atirei para ele.

- Não vou relevar o que disse, pois sei que está sofrendo e está machucada. – falou dando mais um passo à frente. – Sei que quer atirar palavras duras, quer me machucar para esquecer como você está dolorida. – deu mais um passo em minha direção enquanto eu chorava cada vez mais. – Só deixe sair Aysha, você não precisa controlar sua dor, suas palavras não vão me machucar porque eu sei que não é isso que sente em relação a mim. – chegou mais perto, agora me abraçando.

Não consegui me conter, passei os braços em sua volta e somente chorei. Thomas não disse mais uma palavra, apenas me deixou ter meu momento de pranto e aflição enquanto me abraçava com seus braços calorosos.

Ele estava certo, eu só queria ferir alguém para sanar a minha dor, mas ele sabia. Não funcionaria com ele. E ao contrário do que tentei fazer o afastando, mesmo assim, ele apenas se mostrou disponível para me acalentar. Depois precisaria agradecê-lo, mas não agora. No momento eu apenas viveria minha dor e tentaria lidar com isto.

Thomas acompanhou-me até o meu quarto me ajudando a caminhar em meio aos meus tropeços. Sentei-me em minha cama e ele entrou sentando ao meu lado, não ficando constrangido por estar invadindo o meu espaço.

Segurou a minha mão e eu repousei minha cabeça em seu ombro. Ele se mexeu me fazendo me aconchegar mais ainda em seu colo. Deitou minha cabeça eu seu peito e passou a mão em minha cintura. Ele não disse uma palavra, sabia que palavras não cessariam a minha dor, palavras não livrariam o que eu estava sentindo, não traria o meu pai de volta.

Ele apenas acarinhava os meus cabelos de uma forma pura e reconfortante, e por um instante, não me senti mais tão sozinha. Poderia o Thomas ser a pessoa que me traria a vida novamente algum dia? Eu não sabia ainda o que sentíamos um pelo outro e eu nem conseguiria processar nada naquele instante. Mas, eu sabia que algo naquele gesto, em todo o carinho, o cuidado que ele mostrava por mim, a forma que sabia exatamente o que eu precisava mesmo sem dizer nada, talvez, significasse alguma coisa.

Não poderia me entregar ao primeiro que aparecesse, ainda mais nesse estado fragilizado. Da forma que eu estava, talvez, qualquer pessoa que me dessa carinho eu ficaria suscetível, mas eu não queria errar. Precisava ir devagar e pensar meticulosamente em qualquer ação que fosse fazer daqui em diante.

Comecei a me sentir mais mal do que já estava. Além da dor, agora sentia culpa por estar me sentindo confortável ao lado do Thomas. Meu pai merecia todo o meu luto, todas as minhas lágrimas e toda a minha dor. E foi por isso que naquele instante pedi para ele se retirar e me deixar sozinha em meus pensamentos.

Thomas sentindo a tensão, assentiu e fez o que pedi.

Pensei bastante após a sua saída. Sem o seu abraço, cheiro e calor eu pude me desembriagar e refletir.

Queria apenas chorar até o amanhecer, sofrer tudo que tinha para sofrer, deixar doer tudo que tinha para doer. E amanhã, sim, amanhã seria um novo dia. Eu me ergueria, não porque a dor teria cessado, mas porque eu não poderia apenas me entregar. Meu pai havia sido assassinado e a pessoa estava por aí impune. Se tinha algo que meu pai merecia, além das minhas lágrimas, seria justiça, e eu lutaria por ela com todas as minhas forças.

 

 


Notas Finais


É isso pessoal.

Chorei escrevendo esse capítulo....
Não deixem de comentar!
Próxima atualização somente dia 10/01
A partir de janeiro estarei meio ausente pois vou viajar e vou estar sem net (só pelo celular), mas não vou abandoná-los!
Beijos chorosos para vocÊs!


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