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História O Peso da Coroa - Capítulo 11 - O velório


Escrita por: LyraRocha

Notas do Autor


Vamos para mais uma atualização amores! Capítulo fresquinho...

Boa leitura.

Capítulo 17 - Capítulo 11 - O velório


Fanfic / Fanfiction O Peso da Coroa - Capítulo 11 - O velório

Passei o resto da manhã em meu quarto e fiz questão de almoçar por aqui também. Os convidados remanescentes, com certeza, entenderiam a ausência de uma filha que acabara de perder o pai. Ignorei o pedido da minha mãe de se juntar a ela e apenas recolhi-me em minha introspecção do momento.

Eram tantas coisas a se pensar, minha cabeça estava em turbilhão. Segredos, desfeitas, minha imaturidade, o beijo, o luto... Tudo isso assolava-me ao mesmo tempo e eu não sabia qual situação resolveria primeiro, nem mesmo quando faria isso.

O tempo que fiquei sozinha pela manhã pôde me trazer ao menos alguma luz. Fiquei pensando no que minha mãe havia me dito e nunca me senti tão certa e tão errada ao mesmo tempo. Eu tinha plena certeza que estava correta em querer saber das coisas. Ora essa, eu era princesa e filha, não via motivo de viver desse modo. Não fazia sentido manter tantas coisas pelas minhas costas. Porém, também era de meu conhecimento que eu não fazia por onde e não tinha motivo que justificasse minha mãe me dizer qualquer coisa do reino, sendo que, eu mesma, era a primeira a fugir desses assuntos.

Estava deitada olhando para o teto enquanto meditava quando ouvi uma batida forte na porta do meu quarto.

-Lilly, já disse para falar com minha mãe que eu não descerei tão cedo. – falei em alta voz para que ela ouvisse. Ela já tinha vindo me chamar umas três vezes, mesmo depois da minha recusa para o almoço.

- Não esperava que descesse, mas pensei que poderia subir para vê-la, se não se importar. – disse a voz que havia feito meu coração saltitar nos últimos dias abrindo a porta e dando um passo para dentro do quarto. -  Me permite?

Levantei da cama rapidamente tentado ajeitar meu estado deplorável. Passei a mãos pelos meus cabelos na tentativa de diminuir qualquer volume ou ajeitar qualquer mecha fora do lugar.

- Não deve entrar assim no quarto de uma dama sabia? Ela pode não estar apresentável. – Disse para ele fechando a cara para não transparecer minha surpresa em vê-lo. Meu coração batia ritmicamente e sua presença era completamente inesperada para mim ali.

- Dama? Qual dama? – Disse. Riu para mim continuando a entrar e caminhou em minha direção. – Que eu saiba damas não beijam caras em corredores escuros. – sussurrou quando chegou bem perto de mim e eu institivamente soquei o seu peito e me afastei dele.

Fiquei atônita com a sua frase. Como ele ousava falar assim comigo e me desrespeitar dessa maneira? Não respondi nada tamanho o choque que levei.

- Calma Aysha, estou só brincando. – disse desfazendo seu sorriso rapidamente quando viu meu olhar indignado para ele. – São velhos costumes. Te provocar é quase parte da minha lida. – continuou se explicando tocando agora o meu braço.

- Não gostei. – disse franzindo o cenho e cruzando os braços à minha frente. -  Não me compare com as vadias que você anda se esgueirando por aí Thomas. Eu não sou dessas. O que aconteceu conosco não se repetirá jamais. – falei de forma dura e impaciente.

Vi seu semblante empalidecer e entristecer depressa. Minhas palavras devem ter feito sua ficha cair imediatamente e perceber o quanto foi infeliz com elas.

- Aysha, qual é? Perdão, eu não imaginei que você ficaria tão desconcertada com o que eu disse. Foi só uma brincadeira – disse suspirando e passando a mão em seus cabelos em um gesto nervoso. – Eu só queria vir aqui, fazer alguma piada inocente ou mesmo uma provocação boba para tirar sua mente de toda essa merda que aconteceu. – falou andando para lá e para cá em meu quarto de forma já agitada.

Pude perceber sinceridade em suas palavras, mas mesmo assim eu estava machucada de tantas formas que sua frase havia sido a cereja de todo o bolo, a faísca para a bomba explodir de uma vez.

Ele se aproximou de mim novamente e tocou o meu rosto com sua mão direita.

- Não fique assim Aysha. Eu não queria isso. Droga. Por Deus, eu só queria te animar. Eu sou um babaca, eu falei uma merda sem tamanho. – praguejou acariciando minha bochecha. – Quando eu te vejo, eu só consigo pensar naqueles momentos. Você não sabe o esforço que é pra mim poder te ver e ter que lembrar que você está passando por um momento difícil. Ter que refrescar na minha memória o tempo todo que não posso ser mais um acréscimo indelicado na sua vida. Não quero forçar nada, mas você não pode me impedir de pensar no nosso beijo, ou melhor, beijos. Eu entrei nesse quarto e te vi ali deitada.... não lembrei do episódio do seu pai, não pensei em guerra, não pensei em nada, só pensei em você Aysha – falou fechando os olhos e encostando seu nariz ao meu. Não tive como não fechar também meus olhos e respirar aquele momento.

- Eu não sei o que se passa na sua mente, não quero ser um estorvo na sua vida, eu só quero ser a pessoa que você pode descansar e esquecer de tudo, um alívio em meio a tempestade que está se passando. – continuou.

- Eu te perdoo – respondi abrindo lentamente os meus olhos. Bem a tempo de ver um sorriso genuíno estampar sua face.

Ele não avançou. Não tentou me beijar e nem fez qualquer gesto que me assustasse. Por um instante até havia me arrependido de ter dito antes que não queria que isso se repetisse. Naquele momento eu queria muito, mas estava com a mente muito confusa e não criaria um caso sendo que nem eu mesma sabia o que sentia realmente por ele. Só poderia pensar claramente no Thomas e eu, quando passasse toda essa confusão, porém, isso não queria dizer que iria me afastar dele. De uma forma bem insana, estava feliz por ser ele que estava ali comigo em meu quarto.

- Não quero te dar falsas esperanças ou ilusões, mas obrigada por estar aqui. – disse a ele segurando sua mão e o guiando para sentarmos no sofá que ficava no canto do meu quarto, perto da beirada da janela.

- Shiii...- sussurrou colocando o indicador em meu lábio. – Não se preocupe. Vamos viver o hoje. Não sou um garotinho que se ilude por qualquer coisa ou se imagina em um conto de fadas Aysha. Eu sou um homem e, um homem de verdade, não força, não coage e nem te bombardeia. Ele deixa sua mulher livre para ela ser quem ela quiser ser e ir até onde ela quiser ir. Quando ela estiver pronta, o homem saberá, e ele estará aqui para prosseguirem lado a lado. – Se inclinou e me deu um beijo demorado na bochecha e depois se afastou novamente.

Abaixei a cabeça meio envergonhada e olhei para o outro lado. Thomas segurou minha mão como forma de conforto e me fazendo olhar para ele novamente.

- Agora, diga-me, o que estava te afligindo antes da minha chegada que te fez ficar reclusa aqui neste quarto?

Olhei para ele com uma cara impassível, como se ele estivesse fazendo a pergunta mais estúpida do mundo. Depois de tudo que houve ele ainda me pergunta o que aconteceu? Entendendo a minha expressão ele tratou logo de se corrigir.

- Não digo aos fatos que todos sabemos. Falo sobre algo a mais que te deixou nervosa nesse estado. Você não escolheu ficar reclusa na reunião. Pelo contrário, foi até lá e enfrentou toda a situação de cabeça erguida, portanto, é de se estranhar que depois deste grande passo você apenas fique aqui dentro sem querer ver ninguém. Apesar que, se dissesse que era isso mesmo, eu entenderia, mas você não é do tipo que volta atrás - deu um leve sorriso fechado para mim.

- Você está certo. Houve algo a mais que me fez agir deste modo. – respondi-lhe pensativa. – Não sei ao certo se devo compartilhar, são dramas familiares particulares.

Thomas deu um sorrisinho debochado e olhou para frente.

- De dramas familiares entendo bem. Você não é a única a ter uma família difícil.

Abri um sorriso de canto para ele. Às vezes me esquecia que o Sr. Marcus, talvez, não seria a pessoa mais fácil de se lidar.

- É difícil ouvir certas coisas e apenas seguir calada. Queria que tudo fosse diferente. Não consigo apenas ouvir os lances que minha mãe decide, tudo da forma dela, e apenas deixar passar por isso mesmo. Não consigo mais. Acho que minha cota já deu e não tenho mais paciência.

- Os pais sempre tomam as decisões deles pensando ser o melhor para nós, mesmo que não concordamos. Talvez sua mãe ache, seja lá o que for, que o melhor para você é agir da forma que ela age. 

- Não consigo pensar assim se não sei de nada que seja justificável. Enquanto ela me mantém no escuro, a única coisa que posso fazer é tirar minhas próprias conclusões.

- Nem sempre é bom saber de tudo Aysha – disse ele pensativo. – Talvez há coisas que é melhor ser inocente e ficar à parte. O conhecimento pode ser uma dádiva ou uma maldição. Depende de qual for a verdade a ser revelada.

- Nunca havia pensado dessa maneira – respondi.

Ficamos um tempo em silencio, mas não era um silencio constrangedor, era apenas reflexivo.

- Eu fiquei tão indignada hoje. Eu não sabia das ameaças que o reino vinha sofrendo, acredita? Estava tão nervosa que fui indagar a minha mãe na saída. Ela me disse tantas coisas.... – suspirei olhando para cima. – É difícil ouvir certas verdades nuas e cruas assim na lata, ainda mais no momento que eu estou vivendo. – disse nervosa gesticulando com as mãos.

-Aysha – disse pacientemente. - Assim como você, sua mãe perdeu alguém especial. Ela está sofrendo tanto quanto você. Além de tudo ela é rainha, por Deus, não sei como me sairia no lugar dela. Ela tem milhões de coisas para lidar além do luto, afazeres do dia a dia se resolver, uma guerra para impedir, um assassinato a desvendar, tudo isso enquanto você pode chorar as suas mágoas, tranquilamente, e ainda com um ombro para te reconfortar.

- Um ombro? – perguntei.

- Sim, o meu. – riu para mim me puxando para recostar minha cabeça nele. Acariciou meus cabelos e me deixou ali confortável em seus braços.

- Você está certo. Eu estava pensando isso antes de você chegar. Não escolhi o momento certo para esse tipo de conversa.

- Não mesmo. – respondeu rindo prontamente. – Mas eu te entendo. Se isso te aflige, eu apoio que vá atrás das suas repostas, só saiba o momento certo para usar isso. Tenha um trunfo e ela te falará o que quer ouvir.

- Já estou perdendo as esperanças de ouvir qualquer coisa que saia da boca dela. – suspirei.

- Nada fica encoberto por muito tempo. Um momento ou outro que você a encurralar, ela sentirá a necessidade de te falar. Ou mesmo, algo sempre pode sair do controle e nessa hora você descobrirá.

- Não sei. Talvez. Talvez esteja bem longe, ou mais próximo do que imagino.

- Acredito na última opção.

- Você é bem otimista sabia? -  ri para ele dando uma leve empurrada em seu ombro.

Vi seu sorriso se abrir. Um longo, enorme e lindo sorriso que brilhava até os seus olhos.

- Como sentia falta dessa risada. – falou olhando em meus olhos me fazendo estremecer.

Era isso que Thomas fazia comigo. Por mais que me irritasse, me tirasse do sério, falasse coisas que eu não gostasse muitas vezes, eu não poderia eliminar o fato que, ao mesmo tempo, ele conseguia me trazer a luz novamente. Suas palavras sempre me abriam uma nova perspectiva me fazendo ver uma realidade diferente da presente em minha mente nebulosa. Conseguiu me tirar um sorriso quando achava que não riria tão cedo. Com certeza era uma proeza que eu não poderia ignorar.

Passamos o resto da tarde conversando, ora rindo, ora só tranquilos ali. Thomas me contou mais sobre sua vida e infância difícil sem sua mãe. Ela o abandonou quando era bem novo deixando-o somente aos cuidados do seu pai. Marcus era muito jovem ainda e já estava inserido na política, portanto, era um homem muito ocupado. Por causa disso ele sempre carregava Thomas para os seus serviços, o que acabou fazendo-o ingressar bem cedo no mesmo rumo que o pai.

Ele me contou também que sempre quis fazer a diferença de alguma forma para Illéa e para isso quis dedicar bastante aos estudos, conseguir obter o maior conhecimento possível e assim um dia ser útil de alguma forma na sociedade. Pensava em alcançar algum cargo político em breve, assim que terminasse seus estudos complementares.

Fiquei admirada com a paixão que ele falava cada coisa, sua vontade de melhorar tudo ao seu redor, as ideias que tinha para o governo.... Eu, como princesa, nunca havia pensado da mesma forma que ele. Ele mesmo não tendo um cargo, nem nada parecido, queria lutar para obter alguma posição que o permitisse fazer a diferença. Percebi o quanto ainda precisava aprender com ele. Eu podia fazer tanto e não fazia nada, enquanto ele que ainda estava de mãos atadas já planejava o futuro.

Nos despedimos no finzinho da tarde, pois eu precisava descansar. Amanhã seria um dia cansativo. O funeral do meu pai era as dez da manhã e eu precisaria pensar nas palavras que diria.

Já estava bem tarde quando resolvi descer para comer alguma coisa. Encontrei algumas pessoas pelos corredores e fiz um cumprimento para eles. Pelo visto, a maioria dos convidados haviam decidido ficar para o funeral.

Enquanto passava pela sala, vi um cabelo loiro brilhante muito querido e que eu conhecia muito bem. Kath conversava com alguém que logo percebi quem era: Koddy Neguesí. Ao me ver ela acenou sorridente me chamando para juntar-se a eles.

Suspirei e mudei rota indo em sua direção. Adorava minha amiga, mas naquele momento o que eu menos queria era fazer um social. Tentei esboçar um sorriso para ser agradável, até porque o Koddy e seu pai haviam sido muito agradáveis para nós, portanto eu devia isso a ele.

- Oi Princess – disse Kath me dando um beijo na bochecha e me abraçando. – Está melhor? Não te vi o dia todo. Fiquei preocupada com você, mas não quis te incomodar. Pensei até em ir ao seu quarto, mas imaginei que estivesse descansando, então preferi deixa-la em paz do que importuná-la.

Sorri assentindo e agradecendo. Que bom que ela não havia ido até o meu quarto. Não seria nada legal ela me ver lá com o Thomas, além do que, eu tive uma tarde muito agradável. Não trocaria aquele momento por nada, por mais que amasse o alto astral de Katherine.

- Não tem problema. Eu precisava mesmo de um descanso. – respondi. - Oi Koddy, fico feliz que ainda esteja aqui.  – falei direcionando meu olhar a ele.

-  Olá Aysha. Como meu pai disse, estarei a dispor de vocês sempre que precisarem. Vou ter que voltar ao meu país após o funeral, mas assim que sair as notícias aqui, voltarei imediatamente. – disse pegando minha mão e beijando-a em cumprimento.

- Muito obrigada Koddy – assenti retirando a minha mão da dele.

- Asyha, estava conversando aqui com o Koddy e ele me disse que é a primeira vez que vem em Illéa, seria interessante se pudesse conhecer mais das belezas do país no tempo que estiver aqui, o que acha? Você poderia apresentar vários lugares para ele. – disse Kath para mim piscando divertidamente.

Eu sabia o que ela estava fazendo. Queria dar uma de cupido para cima de mim. O que ela não sabia, era que eu não estava nem um pouco interessada naquilo. Kath era muito sem noção mesmo. Revirei meus olhos para ela disfarçadamente para que Koddy não visse.

- Claro. Seria um prazer. – dei um sorriso fechado e forçado.

- Estarei muito agradecido. Apreciarei muito as belezas daqui, ainda mais porque estarei acompanhado com a mais bela de todas. – Koddy virou-se para mim dizendo estas palavras e dando um sorriso galanteador. Não tardou em segurar minha mão novamente aproveitando-se do seu flerte.

No instante que segurou minha mão, vi um par de olhos distantes cravarem em minha direção. Thomas me olhava lá do outro lado da sala com um olhar sério e meio decepcionado. De início eu não entendi porque olhava para mim daquela maneira, foi quando Koddy passou o seu polegar no dorso da minha mão e eu situei o que estava acontecendo. Foi tudo tão rápido que só tive tempo de recolher minha mão instantaneamente e engolir em seco.

Fiquei pálida sem saber o que dizer enquanto Kath e Koddy olhavam para mim sem entender o que tinha acontecido.

- Princess você está bem? Parece que viajou no tempo aí. Alô, acorda mulher! – perguntou Kath estalando o dedo na minha frente e pousando a mão no meu ombro me fazendo voltar a realidade.

- Desculpe. – murmurei – Ainda estou com a cabeça muito atordoada. Creio que não sou uma boa pessoa no momento para se ter uma conversa, se me dão licença vou me retirar neste instante.

Kath arqueou a sobrancelha sem entender minha fuga repentina. Pelo seu olhar eu sabia que teríamos muito o que conversar mais tarde. Koddy apenas assentiu agradecendo os poucos minutos que eu lhe propusera.

Saí apressada em direção a lado que tinha visto Thomas anteriormente, mas ele não estava mais por ali. Segui o corredor em sua busca sem saber o que diria ao encontrá-lo. O que falaria com ele? Nós não tínhamos nada. O que poderia dizer? “Ei Thomas, o Koddy pegou na minha mão repentinamente no momento que você estava por ali, mas não foi nada demais, ok?”. Ele não acreditaria ou apenas riria da minha cara. Eu havia dito a mim mesma anteriormente que não queria relacionamentos e agora estava morrendo de preocupação com o que ele estava achando de mim. Eu era muito patética mesmo. Tanta coisa acontecendo na minha vida e eu correndo atrás de um cara por causa de uma mão. A que ponto cheguei.

Meu coração já palpitava em meu peito e eu tremia de ansiedade. Segui na direção que eu sabia que levaria a ala masculina, quando o avistei adentrando em um quarto que provavelmente seria o seu. Meu coração parou de bater ao ver a figura loira que tocava seu ombro e entrava após ele fechando a porta em seguida. Annyelle Travics ainda estava no palácio e provavelmente passaria a noite nos braços da pessoa que eu estava tão preocupada em explicar um simples toque.

Como eu era estúpida. Era por esse e outros motivos que eu me forçaria lembrar que não deveria me preocupar com nenhum tipo de romance no momento. Eu deveria estar pensando no meu pai, nas investigações e na guerra iminente, enquanto meu coração bobo me traía me iludindo com as palavras doces que eu ouvira sair da boca dele nos últimos dias.

Cansada de tudo aquilo, andei às pressas ao meu quarto fechando a porta com força. Qualquer fome que eu tinha sentido e havia me feito sair do quarto já tinha passado. Seria mais uma noite longe e não sei com que forças eu levantaria para o dia de amanhã.

 

*******************

 

Acordei ao som dos cantos felizes dos passarinhos na janela. Os raios de sol irradiavam o meu quarto trazendo calor e conforto. Quem olhasse para o céu acharia o dia mais bonito de todos. Era uma bela manhã para qualquer coisa, menos para o que estaria por vir. A última despedida jazia a minha porta e eu não sabia se estaria preparada para dar adeus ao meu pai.

Dispensei a ajuda de Lilly esta manhã e eu mesma me aprontei sozinha. Não queria vestir o luto de forma tradicional como todos faziam. De luto já bastava meu coração, não precisava transparecer minha derrota a todos. Se meu pai estivesse vivo neste momento, ele com certeza não iria querer me ver esmorecida por aí. Gostaria que eu prestasse condolência da forma que eu era. Irreverente, descolada, modista, qualquer coisa, menos o preto abundante que estaria espalhado pelas pessoas no local.

Vesti um vestido verde soltinho com uma gravata acessório e calcei uma sapatilha confortável.  Chamaria bastante atenção, mas pelo menos mostraria que não estava afim de uma cerimônia chata e deprimente. O pior aconteceu, mas ele não deveria ser lembrado pelo massacre e sim pelo homem maravilhoso que era.

Encaminhei-me até o local da cerimônia. Do lado externo centenas e centenas de pessoas portavam uma rosa na mão em condolência a perda real. Era algo muito lindo de se ver e o carinho do povo presente me emocionou. Passei acenando para eles em um gesto de retribuição.

Na parte interna, onde aconteceria o funeral, havia muitas pessoas importantes que estavam conosco desde o baile e outras influentes do nosso reino. Todos para prestar condolências ao meu pai.

Minha mãe estava divina e poderosa. Seu olhar estava altivo e erguido. Ninguém diria o que se passava ali se não fosse o seu longo vestido preto nobre e majestoso, provavelmente desenhado por ela mesma, ela tinha um belo talento. Seu olhar transmitia a força que ela queria passar a todos presentes. Queria mostrar que nada jamais a derrubaria, pois era a maior e mais poderosa ali. Poderiam tentar abatê-la, mas ela sempre se reergueria de novo. Eu sabia disso. Apesar de não ter ciência exatamente do que aconteceu em sua vida e não conhecer seus verdadeiros sofrimentos, papai sempre me falava para ter paciência, pois nada foi fácil para ela. Então, apesar de qualquer coisa, ela se reergueu e conseguiu prosseguir. Levantou consigo a potência que Illéa é e continuou o legado deixado pelo vovô Maxon.

Minha mãe aproximou-se de mim e arqueou as sobrancelhas em surpresa ao me ver. Achei que levaria algum tipo de bronca por fugir dos padrões institucionais da cerimônia, mas ela logo esboçou um sorriso estranho para mim.

- Não esperaria menos de você. - falou, com um olhar divertido.

- Tenho certeza que o papai aprovaria. - cochichei com um leve sorriso.

- Sim, ao contrário de todo restante presente – debochou, mas não de forma acusatória. - Você parece mais filha da mamãe do que minha. - disse pensativa olhando para longe.

- Talvez seria menos fúnebre se ela pudesse estar aqui. Pelo que vovô nos contava dela, com certeza faríamos uma bela dupla. - apoiei seu pensamento.

- Sim fariam. Apesar que depois que casou com o papai, ela conseguiu se enquadrar em uma bela rainha, porém a sua essência sempre esteve lá. - falou carinhosamente. - Vamos, já vai começar.

Caminhamos até o local que estava reservado para nós. A cerimônia começou muito bela e com algumas homenagens. A orquestra tocou algumas músicas e todos aguardavam o momento em que teríamos as nossas falas. Eu começaria e depois mamãe faria o encerramento.  Só esperava que tudo fosse curto para que lacrasse a dor rapidamente.

Olhei para o caixão que estava na minha direção e meus olhos embargaram ao pensar que agora meu pai seria apenas um corpo frio na terra. Um corpo que se deterioraria e voltaria ao pó como todos nós um dia também.

Vi Thomas ao lado do seu pai e ... Annyelle. Nosso olhar se cruzou, mas eu fiz questão de desviar imediatamente. Eles estavam juntos. Tudo não havia passado de uma mera ilusão. Não sei o motivo que o levou a mentir pra mim e incorporar o papel do rapaz romântico e pseudoapaixonado, só sei que esse papo furado não colaria mais comigo. Se já estava resistente antes, agora para mim o barco já tinha afundado de vez.

Não percebi o tempo que passou, só notei quando minha mãe me cutucou indicando que havia chegado o momento das minhas condolências. Respirei fundo e dei alguns passos a fim de iniciar o meu discurso.

Pigarrei e respirei fundo tomando coragem para falar sobre meus sentimentos em público.

- Obrigada a todos que vieram aqui hoje. A presença de cada um é muito importante para nós. Estar neste papel que estou neste momento, não é fácil, ninguém espera perder seu pai tão cedo. Estar aqui, na frente de todos vocês... é muito doloroso. Com certeza não é o que eu mais queria neste instante. – disse francamente. – Porém, meu pai merecia isso. Meu pai merece a atenção de cada um aqui, principalmente da minha mãe e eu.

“Lembro com carinho de cada sermão recebido, cada conselho, cada toque, cada cuidado... Cada não e cada sim que me disse me tornou uma pessoa melhor. Eu poderia estar perdida, sem saber qual caminho seguir, mas meu pai sempre seria a bússola que mostraria que direção eu deveria escolher. O melhor de tudo, era que ele não precisava me impor isso. Ele não era do tipo que mandava e desmandava, ou mesmo alguém queria empurrar alguma verdade goela abaixo. Não. Meu pai era um homem sábio que sabia entender o interior de cada um. Ele sabia o que dizer na hora certa e suas palavras sempre tinha um tom de amor que você se sentiria cuidado mesmo na pior situação em que encontrasse.

Nós tínhamos vários sonhos e planos juntos. Coisas que nunca se realizarão. Ele não estará mais quando eu receber meu canudo da colação, não poderá comemorar comigo mais os meus aniversários, não entrará comigo quando eu casar um dia e nunca prestigiará o dia da minha posse no reinado.”

Falei já enxugando uma lágrima que descia rapidamente. Respirei fundo e continuei.

- Todavia, meu pai sempre me ensinou seguir em frente em qualquer situação. Não deixe os obstáculos da vida te pararem, ele dizia. E é isso que faremos agora. Guardaremos as boas lembranças e caminharemos com elas. Eu não posso parar e Illéa também não. Temos um longo caminho pela frente e, por ele, eu prosseguirei. Alcançarei tudo aquilo que ele acreditou um dia em mim e farei, lá do céu, que ele sinta orgulho de sua filha amada.”

Ouvi os sons do aplausos e senti orgulho por ter conseguido dizer pelo menos parte do que tinha pensado.

- Discurso inspirador. – cochichou minha mãe para mim quando passava para tomar o meu lugar. – Estou orgulhosa.

Ela ergueu o seu olhar forte e atraiu todos os olhares para si.

Primeiramente gostaria de agradecer novamente a cada um que permaneceu e que veio até aqui nos deixar palavras de carinho, apoio e conforto. Sei que muitos possuem imensas responsabilidades em seus reinos, estados e cidades, e mesmo assim, saíram de seus lares para estar conosco e isso não tem preço. Ver cada pessoa, a multidão a fora, cada um, aquece o meu coração, e creio que o Erik ficaria muito feliz de ver tantos nesta ocasião por ele.

Houve uma época em que havia um garoto. Um rapaz que achava que não era ninguém, que nunca poderia chegar à posição que chegou, seja no reino ou no meu coração. E eu disse a ele: você é o Eikko e você é suficiente.

O Erik se mostrou alguém muito além das expectativas que se pudesse colocar. Sei que na época todos esperavam alguém da seleção, mas não temos como planejar, imaginar ou modificar o futuro. Fatos acontecem que fogem do nosso controle, mas quando você tem alguém que pode se apoiar, tudo fica mais fácil. O Erik sempre foi para mim essa pessoa. Alguém que antes mesmo de me conhecer, sabia como me ajudar, falar as coisas certas e me guiar para luz. É a pessoa com o maior coração que alguém poderia conhecer.”

Minha mãe falava imponente, espirituosa e amorosa. Ouvir todas aquelas palavras afetuosas aquecia o meu coração. Falava eloquentemente e transmitia um olhar sereno para cada um que estava ali presente. As pessoas pareciam estar hipnotizadas e conectadas ao seu olhar forte. Uma mulher que poderia transparecer toda a tristeza do mundo, era direito dela, mas não estava ali quebrada, ela erguia o seu olhar e mostrava a todos a força que havia dentro de si.

- Sei que para a lei, o Erik é apenas o príncipe-consorte, já que o maior título é o meu de Rainha, assim como será quando minha filha, a princesa Aysha, se casar. Porém, fiz questão que todos pudessem chamá-lo de rei, pois é isso que ele realmente foi. Não é um título que diminui ou engradece alguém. Mas sim o seu coração, seu desejo e sua atenção para com o povo. O Erik sempre esteve ao meu lado e amou Illéa tanto quanto eu, nada mais justo que o ter ao meu lado de igual para igual. Chamar ou não o Erik de rei não diminuiu a minha posição. Ele em nenhum momento tentou passar por cima de mim ou do meu título, nunca quis o poder, mas sempre se doou comigo nessa caminhada e foi a pessoa com quem eu pude dividir os meus …... - minha mãe se empalideceu por um momento. Ela discursava eloquentemente bem e do nada parecia ter um mal súbito fulminante.

Vi ela fitar o horizonte e tentei acompanhar seu olhar, mas ela engoliu em seco e rapidamente voltou seus olhos as pessoas que estavam nas primeiras fileiras mais próximas de nós continuando o discurso.

- ... Ele foi a pessoa com quem pude dividir os meus fardos. Vamos nos despedir do Erik com lágrimas dos olhos? Sim, pois perdemos alguém especial. Mas não viveremos no luto, pois as lembranças daquele homem feliz e afetuoso sempre estará dentro de nós.” - terminou recuperando sua pose como se nada tivesse acontecido.

Assim, rapidamente ela encerrou a cerimônia agradecendo novamente aos presentes enquanto seus olhos passeavam de um lado para outro a multidão. Se retirou do local que estava e postou-se ao lado do caixão passando seus dedos por ele. Parou por um momento e inclinou-se ali sussurrando algo inaudível para os ouvidos de quem quer que estivesse por perto.

Vi sua imagem estremecida como nunca havia visto antes, ela tinha um olhar transtornado. Desconfiei-me não ser pelo velório, pois ela tinha feito sua atuação perfeita até então. O que poderia ter a abalado tanto ao ponto de interromper o seu discurso e quebrar seu semblante implacável? O que tanto ela procurava pelo local?

Dei uma última olhada para o caixão após ela e depositei ali uma flor que havia trazido. Fiz uma última despedida deixando depois o espaço livre para que as outras pessoas pudessem prestar suas condolências.

Cada pessoa que passava ao lado depositava uma flor e rapidamente, acima do seu caixão, estava repleto de flores, formando um manto de pétalas espalhadas. Não parecia mais algo sem vida aquela imagem. Meu coração se apertou e eu não queria sair dali. Mais um passo que eu desse para fora seria o último contato com meu pai.

Lembrei-me que eu precisava ser forte. Precisava carregá-lo em meu coração. Sua carne não estaria mais aqui, mas eu precisava manter seu espirito aceso em mim.

Olhei em volta a procura da minha mãe de novo. Andei para um lado e para outro, mas não a encontrava. Ela havia saído rapidamente. Será que já havia voltada para casa? Fiquei preocupada porque ela manteve a pose por muito tempo. Talvez nem mesmo ela pudesse carregar a armadura por tanto tempo. Não quando seu cavaleiro branco não estava mais aqui.

Foi neste momento que a avistei de longe. Havia um homem dialogando com ela e a conversa parecia de alguma forma muito intrigante. Apressei o meu passo para alcançá-la quando senti um esbarrão em meu ombro.

- Desculpe. – disse, me recompus erguendo o olhar para ver quem era. Paralisei ao notar que o rapaz à minha frente era o Thomas. Fechei o meu semblante e virei o meu rosto prosseguindo o andar.

- Porque está com essa cara e fugindo de mim? – perguntou segurando o meu braço e me impedindo de prosseguir.

- Não é nada que seja do teu interesse. Deixe-me ir imediatamente. – ordenei.

Seu olhar fez uma mistura de surpresa e indagação pela forma ríspida com que eu havia falado. Não modifiquei meu olhar e apenas esperei para que me soltasse.

- Por que está me tratando assim? Achei que havíamos passado dessa fase. – falou ríspido comigo também.

- Eu também achei você havia passado da fase de várias coisas, mas pelo visto não. – respondi.

- Desculpa, mas temo não compreender o que diz Aysha. – disse franzindo o cenho.

- Não há nada que entender. Deixe-me ir. Aqui não é hora e lugar para isso. Respeite ao menos o velório do meu pai. – cuspi as palavras para ele.

Vendo que não chegaríamos a lugar nenhum ali e não querendo chamar atenção, Thomas me soltou e me deixou ir. Não sem antes, claro, dizer que depois retomaríamos a conversa.

Eu não queria retomar conversa nenhuma. Não devia nem pensar nele com tanta coisa acontecendo. Tentei focar em minha mãe novamente, mas por culpa do Thomas havia a perdido de vista. Intriguei-me com a visão daquela conversa estranha que minha mãe tinha com aquele homem. Ela parecia completamente desconcertada.

Voltei ao castelo às pressas. Estava nervosa com a situação anterior, abalada com a morte do meu pai e agora intrigada com minha mãe. Quem era aquele homem e porque ela estava tão abalada ao ponto de transparecer a todos os presentes? Será que havia relação uma coisa com a outra? Será que o fato dela estar abalada era justamente a presença daquele homem? Mas quem seria ele?

Minha cabeça começou a fazer mil teorias. Ela ia vagando das mais simples até as mais sórdidas. Amigo de infância, parente distante, um ex-selecionado e até mesmo um amante. Tentei afastar esses pensamentos sujos da minha cabeça. Minha mãe não seria capaz de algo assim, seria?

Talvez a frieza que ela demonstrava para as pessoas não era porque sabia ser uma boa atriz, talvez não estivesse tão abalada quanto eu pensava. Grande asneira. Vi minha mãe se desesperar quando meu pai foi apunhalado. Naquele momento desprevenido, minha mãe não soube se conter. Aquela era a verdadeira ela. Claro que ela o amava.

Não podia mais ficar pensando uma coisa ou outra. Precisava conversar com ela. Eu já precisava acertar muitas coisas mesmo, aproveitaria para fazer mais esta pergunta.

Queria deixar claro que ela poderia contar comigo seja o que fosse. Sabia que não a tinha ajudado até aqui, mas agora as coisas seriam diferentes. Não poderia deixar o peso de tudo sobre suas costas. Temia que um dia ela surtasse sem alguém para a apoiar.

Estaria ali para o que ela quisesse, mas com uma condição. Sinceridade.

Não adiantaria nada eu fazer algo vendada. Queria respostas. Uma conversa franca de uma vez por todas. Depois disso estaria pronta para me preparar e ser a pessoa que Illéa precisasse de mim. Não uma boba marionete nas mãos dela que faria somente o que me instruísse. Queria ser uma versão melhorada de mim mesma.

Fui às pressas em sua busca. Ela não estava em seu quarto então direcionei-me ao local que veio a minha mente. Entrei a todo o vapor na sala de reuniões, iria conversar com minha mãe e ela teria que responder as minhas perguntas. Não esperei ser chamada e ao menos bati na porta, apenas rompi sala a dentro pois sabia que estava ali. 

O que eu não esperava é que minha mãe estivesse de mãos dadas com um desconhecido qualquer. Fiquei em choque completo.

Quem ela pensava para sujar o nome do meu pai daquela maneira? Como ela ousava ao menos tocar em outro homem que não fosse o meu pai? Não vi nada além disso, talvez porque eu havia interrompido o momento ou mesmo sabe-se lá o que poderia acontecer mais. Porém, a mão daquele homem por cima da dela foi o suficiente para transbordar toda raiva que eu sentia no momento.

- O que você pensa que está fazendo? Acha que porque é rainha pode fazer o que quiser inclusive sujar a honra do meu pai? – cuspi raivosamente para ela.

- Aysha... - começou argumentar puxando imediatamente sua mão e colocando por trás do seu corpo. Vi que seu rosto estava úmido, provavelmente banhado de lágrimas que havia descido antes de eu romper porta a fora. 

Eu estava fora de mim. Não queria ludibriações nem meias palavras. O que significava aquilo?

- Não tente me enganar. Eu sei bem o que está acontecendo aqui. – falei nervosa apontando para ela o homem que estava ali sem ação com aquela confusão toda.

Minha mãe enrijeceu seu corpo e vi sua expressão chocada se transformar em uma raivosa. Parecia que estava indignada com minhas suposições.

- Você não sabe de nada Aysha. Apenas retire-se, há coisas que não lhe convém entender. – disse apontando a porta para mim. 

- Eu não aguento mais isso! Eu exijo saber agora! Para de me esconder as coisas. Eu tenho o DIREITO de saber o que está se passando aqui e eu quero saber AGORA! Chega! Me conte depressa mãe ou me recuso definitivamente de assumir essa coroa e você vai ter que adotar qualquer pessoa ou até mesmo passar o legado para os Illéas. Mas, EU NÃO ASSUMO MAIS NADA. Não dessa forma! Não sem saber o que está acontecendo aqui! 

Minha mãe ergueu o rosto para mim, ainda com os olhos embargados que estavam desde antes da minha entrada. Fez um sinal com a cabeça pedindo para que o homem loiro se retirasse do escritório. Ele murmurou algo como se a conversa deles não tivesse terminado ali e se retirou.

- Você quer a verdade Aysha? Está mesmo preparada para tudo que vai ouvir? – perguntou olhando profundamente para dentro dos meus olhos.

Assenti com a cabeça e cruzei os braços.

- Então sente-se e espero que esteja preparada para o que vai ouvir.


Notas Finais


Eai gente? UAU, foram muitas palavras nesse capítulo! HAHAHA

O que acharam? Quero muito o retorno de voces. São os comentários que me mostram o que tão achando, o que tão sentindo com os personagtens, quem voces estão querendo esgoelar de raiva etc, por aí vai. hahaha

Próximo capítulo teremos POV da nossa querida Rainha e voces vão saber tudinho pela versão dela e depois desse capítulo voces (e a Aysha) vão saber o que aconteceu. Lembra dos bonus que voces viam os momentos fofos de Kidlyn? Pois é, agora voces vao saber porque eles não estão juntos... tã tã tã...rufem os tambores hahahaha

Aguardem que capituloZÃO por ai hahaha

Ps.: Voce leitor que gosta da história e que acompanha até aqui, não esqueça de colocar a história nos favoritos pois aí sempre que tiver uma atualização você vai receber a notificação e eu vou poder saber que voce acompanha tambem. <3 A participação de voces é sempre especial.
Beijos e bom final de semana


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