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História O Peso da Coroa - Capítulo 12.1 O começo do fim - Parte I


Escrita por: LyraRocha

Notas do Autor


Olá pessoas lindas,
Como prometido o capítulo de hoje.

Antes que briguem comigo deixa eu explicar porque dividi o capítulo rsrs

Eu poderia ter escrito tudo e postado o mega capitulo grande aqui, mas seria muita informação em um capítulo só e eu queria que voces sentissem cada coisa por vez. Então estou postando a primeira parte hoje e para ser boazinha posto a segunda amanha ou depois, assim que eu ver que já leram a parte I.

Ela ja ta completamente toda escrita, só nao postei mesmo por isso. Mas vamos lá este é o capítulo que voces começam a ver o que aconteceu no passado da Eadlyn e o fim de Kidlin </3

Ah outra coisa, genteeee , eu achei uma musica Kidlin perfeita, sério, nao tem como não achar que sao eles dois. O nome é Just a Kiss - Lady Antebellum , então eu sugiro que leiam todas as cenas dos dois ouvindo essa musica. O primeiro pedaço do capitulo é deles, entao fica a sugestão. Eu ouvi no youtube na versao dueto com Boyce Avenue.

Nas notas finais eu tenho uma surpresinha então nao esqueçam de ler.
Beijos e boa leitura

Capítulo 20 - Capítulo 12.1 O começo do fim - Parte I


Flash Back – O dia da Escolha de Eadlyn

Já fazia uns trinta minutos que eu olhava para aquele espelho e analisava a minha imagem perante ele. Toquei meu rosto enquanto pensava. A partir de hoje tudo em minha vida mudaria. Se algum tempo atrás me dissessem que eu estaria dentro de uma seleção, enfiada no meio de 35 rapazes e que hoje eu escolheria meu noivo, eu apenas gargalharia. Isso seria completamente inviável e estúpido. Algo que eu jamais aceitaria. Porém, a vida me deu uma bela rasteira e me fez entrar nesse circo maluco. Tentei de todas as formas sabotar a minha própria seleção, armei planos para afugentar os rapazes e fui fria e hostil sempre que possível. Tentei trancar meu coração todas as vezes que eu me sentia vulnerável perto de alguns deles, mas não teve jeito.

É incrível a capacidade que o nosso coração tem de ser bobo e amolecer quando conhecemos pessoas incríveis. Meu coração pertencia apenas à minha família e, de uma forma inesperada, estes garotos, antes desconhecidos, começaram passar por mim deixando suas pegadas no caminho. E, quando eu menos esperei, um deles conseguiu laçar-me e quebrar de vez todas as amarras que eu havia feito, quebrou todas as barreiras que eu havia construído e dominou todo o meu ser.

Não vou dizer que foi fácil. Por tempos eu quis enganar a ele e a mim mesma dizendo que apenas beneficiávamos a nossa carne. Seus beijos eram sempre saborosos, eu claramente não negaria nenhum deles. Mas o tempo foi me mostrando de uma forma engraçada o quão enganada eu estava. Eu não conseguia mais ficar longe dele, eu dormia feliz porque tinha estado com ele e acordava contente porque ele estaria comigo no outro dia.

Quando eu tive certeza do que eu sentia fiquei bem assustada, nunca foi pretensão minha me casar, pelo menos não tão cedo. Agora eu teria que escolher alguém a quem me amarraria por toda a vida. E se eu acordasse no outro dia e não sentisse mais nada, e se acontecesse ao contrário? Como ficaria? Quem garantiria que viveríamos o conto de fadas dos meus pais? Eu o amava, mas toma a decisão de casar ainda era um passo muito grande para mim. Me sentir dependente de alguém me fazia pensar que eu era fraca e estaria vulnerável. Não ficava à vontade com esses sentimentos.

Foi neste momento que ele provou mais ainda o seu amor para com a minha pessoa. Ele me deu o tempo necessário para que eu pudesse me acostumar com a ideia do matrimônio e enquanto isso ele me esperaria, com paciência, aguardando o dia que seríamos finalmente um. Meu coração não poderia ter escolhido melhor.

Minha vontade no momento era beijá-lo e dizer que não precisava mais esperar nada, eu queria ele ali, naquele exato momento. Mas eu não podia ser precipitada, portanto, utilizei do tempo que ele me deu para aquietar minhas ansiedades e imaginar a nossa vida a dois.

Meu coração se angustiava quando eu pensava em todos os planos que ele havia feito para a sua vida e que seriam frustrados por se amarrar a mim para sempre. Ele sempre quis ir embora em busca da sua própria vida e agora seria a sombra da Rainha. Seria tão injusto, ele tinha tanto talento. Fiz uma nota mental, eu jamais deixaria que ele se ofuscasse por mim, pelo contrário, ele deveria brilhar tanto quanto eu. Eu lhe faria de tudo para que alcançasse seus sonhos e ele tornaria útil para toda Illéa. Os seus projetos seriam todos efetivados e quando nos casássemos eu faria questão de ter seu sobrenome atrelado ao meu para provar-lhe que não estava ali ao seu lado apenas uma rainha, eu seria a sua mulher, a senhora Woodwoork.

O fato de precisar de mais dias para me sentir segura na escolha obrigou-me a manter Henri também na seleção. Não que isso fosse um fato terrível para mim, pelo contrário. Sentia um apreço incrível por ele. Era um garoto puro e de um coração muito grande, mas eu não conseguia o ver como o rapaz que eu iria casar. Todavia, tê-lo por perto era sempre gratificante, além do que, com Henri aqui, eu também teria, de quebra, Erik comigo. Meu grande amigo Erik.

Eu sabia que Henri gostava de mim, eu percebia pela maneira que me tratava apesar de ter o beijado apenas uma vez. O próprio Erik havia me pedido que eu fosse clara com ele, mas eu não consegui e isto me doía. Eu não sabia falar com o Henri que eu estava sendo egoísta mantendo ele ali quando não tinha a mínima pretensão de casar com ele, era apenas porque eu precisava de um tempo para me conformar com a ideia de me atrelar para sempre com Kile. Pior ainda estava mantendo-o ali achando que poderia ter alguma chance comigo quando Kile já havia me tomado por completo.

Continuava a olhar-me no espelho, observava os traços da pessoa que eu era agora. Meus olhos brilhavam, eu notava a diferença. Sempre ouvi as pessoas dizerem que quando alguém estava apaixonado seus olhos resplandeciam, eu nunca acreditei até o momento que observei a minha própria face perante mim.

Fechei os olhos me deliciando com aquele momento. Eu estava completamente pronta e decidida. Era meus últimos minutos de solteirice, logo mais, a noite, eu estaria noiva do garoto que eu amava e não poderia estar mais completamente feliz.

Levantei-me pronta para sair, veria Kile e logo em seguida conversaria com Henri. Não poderia deixá-lo desprevenido do que aconteceria mais tarde, não mais do que havia feito por causa da minha covardia. Por isso eu veria Kile antes, para ter forças para a conversa difícil que teria adiante. Henri não deveria saber somente na hora da Escolha.

Caminhei pelos corredores sentindo meu coração palpitar. Era sempre esse sentimento antes de ver Kile. Mãos suando, coração batendo forte e ansiedade transbordando de mim. Nunca me cansaria de desejá-lo, nunca me cansaria de vê-lo ou tocá-lo.

Abri a porta devagar e vi ele sentado na cama, sem a camisa e com os cabelos despojados. Ainda era cedo, eu não havia dormido muito devido a ansiedade. Corei ao vê-lo daquela forma. Sua cabeça estava baixa, tinha acabado de acordar, mas ao ouvir o barulho dos meus passos olhou para mim e me deu aquele sorriso de lado que sempre me desmanchava, era o meu sorriso.

Da onde ele tinha tirado aqueles músculos se era um apenas um nerd enfiado no seu quarto com livros? Quando eu não vi Kile evoluir dessa forma? Com certeza eu teria dado uma chance a ele, antes mesmo da seleção, se eu soubesse que tinha tudo isso escondido ai. Engoli em seco, sem graça, me aproximando, quando ele estendeu sua mão para mim. Sentei ao seu lado e entrelacei nossos dedos dando-lhe um beijo na bochecha.

- Só isso? – perguntou ele debochado.

- É o máximo que posso oferecer já que ainda está com bafo matinal. – desdenhei dele a fim de provocá-lo.

- Ah, é assim Sra. Eadlyn? E como vai fazer quando estivermos casados e eu acordar todos os dias ao seu lado querendo beijá-la? – perguntou tocando minha bochecha e encostando seu nariz ao meu.

- Não vai acontecer Kile, não com esse fedorzinho chegando até aqui. – menti para irritá-lo , tampando de mentirinha meu nariz com uma mão e com a outra empurrando seu peito para afastá-lo. A verdade é que ou era a paixão que me fazia não sentir nada ou Kile era o cara mais cheiroso que eu pudesse ter escolhido. Pensando bem, deve ter sido a paixão mesmo, porque se tem uma coisa que eu sempre ordenei que Kile fizesse antes de namorarmos era ter higiene.

- Você vai ver agora quem é que tem bafo Alteza. – falou sério, jogou-me sobre a cama e tomou seus lábios nos meus em um beijo ardente e cheio de vida. Não me lembrei mais da história do bafo, ou que estava em seu quarto e que ele estava sem camisa.  Só conseguia me concentrar – ou desconcentrar- naquele beijo.

Kile segurava meu rosto enquanto minhas mãos iam até seus cabelos, deixando ainda mais bagunçados do que já estavam. Seu corpo estava sobre meu e sua mão agarrava minha cintura firmemente em sinal de posse. Quando estávamos já sem fôlego, Kile afastou-se um pouco seu rosto do meu, o suficiente para poder fitar os meus olhos.

- Foi o suficiente para convencê-la a ter você todas as manhãs? – disse ele presunçoso ao me notar sem fôlego e o quanto eu havia correspondido àquele beijo.

- Não sei, talvez não – disse tentando me recuperar – Pensando bem, eu achei bem fraquinho até, já recebi melhores. – falei olhando um pouco pro lado, em desdenho, para importuná-lo.

- Ah é? Então acho que devo acabar com suas dúvidas agora e quando terminar Eadlyn, você não vai nem lembrar qualquer outro que tenha passado em sua vida. – falou me tomando de surpresa novamente.

Seus beijos ficaram mais vorazes e sua mão possessiva não estava mais parada na minha cintura, ela subia e descia por lá até chegar aos meus quadris. Sentia a necessidade de mais dele e sem perceber desci uma das minhas mãos pelo seu peitoral desnudo abaixando lentamente para sentir cada pedacinho dele. Quando meus dedos passaram pelo seu abdômen Kile arfou em minha boca, espremeu ainda mais seus olhos e sua respiração descompassou.

Aquilo foi um passe livre para que sua mão passasse em minha perna e subisse em direção a minha coxa, levantando meu vestido lateralmente. Nossos beijos continuavam em um ritmo só nosso, intercalando-se com algumas mordidas que me faziam suspirar. Kile parou de me beijar me fazendo gemer em protesto. Senti um vazio em meus lábios por não ter os deles sob mim. Sua boca quente foi em direção ao me pescoço me fazendo fechar os olhos novamente e sentir os arrepios que desciam por todo o meu corpo. Sua língua passava do meu pescoço e subia até minha orelha me fazendo perder qualquer raciocínio e causando-me um frio revolucionante em meu ventre.

- Você é linda – suspirou Kile em meu ouvido – E minha! – Beijou-me novamente sem pudor algum. Colou seu corpo ao meu enquanto uma mão passeava em minha coxa e a outra passava entre meu pescoço e meu colo. Eu acarinhava sua nuca e puxava-o para mim enquanto a outra mão tocava o seu peitoral. Nunca nada seria o suficiente quando estávamos juntos. Eu precisava de mais de Kile e ele precisava mais de mim.

Minha mãe abaixou-se até tocar o cós de sua calça. Senti seu ventre estremecer sob os meus dedos quando ouvi uma exclamação assustada. Estávamos tão entretidos em nosso momento que não notamos quando alguém adentrou no recinto. Empurrei Kile de uma só vez o fazendo cambalear para fora da cama. Tentei ajeitar meu vestido rapidamente olhando assustada para as pessoas que estava ali paradas sem saber o que dizer em frente a porta. Era Erik e Henri. Não sabia o que eles estavam fazendo ali, mas ser pega naquele momento constrangedor era o fim. Eu olhava para eles sem palavras enquanto Kile tentava se ajeitar e ficar ao meu lado.

Erik coçou a garganta e tentou quebrar aquele clima estranho e vergonhoso que estava pairando entre nós.

- Como é nosso último dia aqui pensamos em convidar o Kile para juntar a nós para fazer um café da manhã especial para princesa, já que ainda é cedo. – disse envergonhado.

Fechei meus olhos sem saber o que fazer. O que estariam pensando? Realmente ainda era bem cedo, Kile estava sem camisa, nós dois na cama, daquela forma, no mínimo pensarão até que dormi aqui. Virei-me na direção de Henri e vi seus olhos embargados. Ele sabia que estava ali para lutar pela minha mão e que havia a possibilidade que eu não o escolhesse, mas descobrir daquela forma era cruel. Não era a minha intenção que ele soubesse a minha escolha daquela maneira. Vi-o tão pálido e tão sem ação, nem se ele soubesse a minha língua, ele não conseguiria dizer nada daquela cena deplorável. Sempre adiando o inevitável, eu parti o seu coração da pior maneira possível.

Henri olhou para mim com uma cara que parecia desgosto e virou-se rapidamente correndo para fora do quarto. Erik olhou para o caminho que ele havia ido com pena. Eram muito amigos e ele entendia a dor que ele devia estar sentindo no momento.

Quis correr atrás dele, tentar falar algo que eu nem sei mesmo se era possível, mas Kile segurou minha mão.

- Melhor não Eady. – disse ele para mim.

- Mas eu tenho que fazer alguma coisa, explicar-lhe algo, eu não queria machucá-lo – disse com os olhos embargados pensando no sofrimento que havia causado.

- Eady, dê um tempo para ele. Ele vai entender na hora certa, mas agora seria uma pouco...demais. Ele não conseguiria assimilar tudo, melhor deixá-lo respirar e compreender o que está havendo. – disse Erik dando alguns passos mais perto, mas com a cabeça baixa.

Algumas lágrimas rolaram pelo meu rosto e Kile virou em minha direção tratando de enxugá-las rapidamente.

- Ei, shii... não fique assim Eady. Calma, as coisas vão se resolver. Não é sua culpa. – falou Kile puxando-me contra seu corpo e apoiando-me em seu peito. Chorei com o dolo que eu sentia.

- Sim é minha culpa, eu tinha que ter conversado com ele faz tempo. – murmurei enquanto minhas lágrimas molhavam Kile.

- Sinto em dizer Eadlyn que eu te pedi várias vezes que tivesse dito a ele antes. – Erik falou e suas palavras arrastavam a tristeza da situação.

- Ei cara, você não está ajudando? Ela já está se sentindo culpada o suficiente, não precisa lembrá-la disso. – cuspiu Kile para Erik.

- Desculpe Eady – Erik respondeu para mim.

- Não seja grosso com ele Kile, ele tem razão, a culpa é minha. Eu tinha que ter dito antes. Eu posterguei toda essa situação porque precisava de um tempo para ter você e acabei o colocando nessa disputa pelo meu coração quando na verdade ele não tinha chance alguma. – disse em meio ao choro.

- Agora não adianta Eady. Não vale chorar. Aconteceu, não dá para voltar atrás. E não me peça para me arrepender de ter estado com você esta manhã porque eu não vou me arrepender. A gente se ama e estamos juntos, não vou me arrepender de nenhum segundo que estive com você ok? – falou ele beijando minha testa carinhosamente e depois cada olho onde minhas lágrimas caíam.

Pelo canto da minha vista pude perceber Erik se retirar devagar para nos deixar a sós novamente.

Suspirei contra Kile pensando como um dia que havia começado incrível poderia estar decaindo daquela forma. Prevendo qualquer pensamento meu, Kile me deu um beijo casto em meus lábios para me tirar da minha confusão mental.

- Hoje será perfeito de qualquer forma Eadlyn. Esperamos por isso, nos preparamos para esse momento. Eu não vou te deixar sozinha, nem consigo mesma. Eu te amo Eadlyn.

- Eu também te amo Kile, mas me dói muito. O Henri não merecia, ele era um bom amigo, tinha carinho por ele.

- Eu sei amor. Eu sei. – falou passando as mãos em minhas costas para me acalmar. – E como seu amigo ele vai entender. Não se comanda o coração Eadlyn, você não pode se sentir culpada por amar. Quando as coisas se acalmarem, mais tarde, vocês conversam. Tudo vai ficar bem, você vai ver. – tentou me tranquilizar.

Fiquei em silêncio, não queria irritar Kile com minhas preocupações, mas por mais que ele tentasse me deixar bem, eu sentia meu coração muito apertado. Parecia que aquilo doía mais que o normal, como se o que acontecesse ou que fosse acontecer fosse muito pior do que eu imaginava.

Depois de passar um tempo nos braços de Kile me acalmando voltei para o meu quarto para pensar. A manhã passou corrida e meu coração continuava apertado. Henri não havia descido para o café da manhã e quando perguntei a Erik ele havia dito que não quis chamá-lo também para não importuná-lo. Sabia que seria difícil encarar-nos depois da cena vista, então compreendi.

Tentei disfarçar o máximo para todas as minhas inquietações. Distribuía sorrisos para todos na mesa, principalmente para minha mãe, para que ela ficasse tranquila em relação ao dia de hoje. Ela estava tão feliz por eu finalmente escolher meu marido, a madame Marlee saltitava para um lado e para outro como se já soubesse que essa pessoa seria Kile. Josie continuava catando minhas tiaras escondidas e quando eu a confrontava ela dizia que agora que seríamos cunhadas eu teria que ceder melhor minhas coisas. Sempre irritante. Como poderia ser irmã do cara que eu amo?

À tarde eu sabia que precisava fazer o meu dever logo. Tinha que conversar com Henri logo, pois, depois, precisava me ajeitar para o grande evento à noite.

Respirei fundo tomando coragem para ir até ele. Andei lentamente até a direção do seu quarto parando em frente a porta sem bater. Acho que fiquei uns 5 minutos olhando para ela sem ação. Não podia mais ficar ali daquele jeito, então por fim, decidi bater à porta.

Toquei umas três vezes esperando que me atendesse, mas nada aconteceu.

- Henri, abra a porta, por favor. Sei que está aí. Os guardas disseram que você não saiu desde que veio correndo hoje cedo para cá. – pedi.

O silêncio continuou imperando e supliquei-lhe mais uma vez que abrisse a porta. Como não havia resposta, toquei a maçaneta girando-a cuidadosamente. Estava destrancado, então entrei mesmo que ele não quisesse a minha presença.

Vi ele deitado em sua cama, de costas para a direção da porta. Aproximei-me sorrateiramente para não assustá-lo. Estava dormindo ou me ignorando completamente. Sentei-me na beirada da sua cama tocando seus cabelos para que soubesse que eu estava ali.

- Henri... - chamei-o – Precisamos conversar, você sabe.

Não se moveu, nem um mísero movimento, nem para dizer que sabia da minha presença. Toquei seu braço para acordá-lo ou chamar a sua atenção, caso estivesse me ignorando. Assustei-me com sua pele gelada e comecei sacudi-lo para que se mexesse. Ele não se movia. Comecei a me desesperar e puxei ele em minha direção, virando-o de barriga para cima.

Soltei um grito exasperado e coloquei a minha mão na boca em choque. Sua pele estava completamente pálida, seus olhos arregalados e havia uma espuma seca que havia escorrido da sua boca.

Levantei-me rapidamente e rodeei a cama. Minhas mãos tremiam, aliás, meu corpo todo tremia. Minha respiração estava entrecortada, sentia um abafamento e tudo começava a girar. Vi uma xícara de chá jogada no chão e um copo na cabeceira da cama junto com vários medicamentos espalhados por lá.

Isso não podia ser real. Aquilo não estava acontecendo.

Comecei a chorar ao entender a cena adiante de mim. Henri estava morto. Quando senti minhas pernas vacilarem senti braços me segurarem por trás. Virei meu rosto e vi Sr. Lerger me amparar.

- O que houve aqui Princesa? Ouvimos seu grito no corredor e viemos imediatamente. – perguntou ele preocupado enquanto olhava de um lado e para outro para entender o ocorrido.

- E-eu n-não s-sei. – disse trêmula e sem forças. – Eu c-cheguei e ele.... e-ele – balbuciei sem conseguir controlar as lágrimas. – Ele es-está morto. Oh deus, o Henri morreu.

Senti minha visão escurecer e depois não lembrava de mais nada. Quando acordei estava tudo escuro, olhei em volta sem saber ao certo aonde estava. Demorei alguns segundos para entender que era o meu quarto e já estava a noite. Tudo veio como uma bomba na minha mente. Henri estava morto.

Meus olhos encheram de água novamente e mordi minha bochecha interna tentando segurar as lágrimas que temiam em voltar. Senti um toque familiar segurar minha mão e olhei para o lado vendo meu pai, com um rosto devastado e cansado ao meu lado.

- Querida, que bom que acordou. Estava tão preocupado. – disse ele docemente passando a mão em meus cabelos.

- Aconteceu mesmo pai? Foi real? - mordi meus lábios contendo-me

- Infelizmente sim querida. – abaixou os olhos – Eu sinto tanto. Queria poder evitar toda a dor que deve estar sentido agora. Cremos que foi suicídio.

Arregalei os olhos atônita. Como isso era possível?

- Não pode ser pai. O Henri não faria isso. Você precisa descobrir quem o matou pai, o Henri é uma das melhores pessoas que conheço, ele não partiria assim. – falei apressadamente tentando me levantar apesar da tontura que ainda sentia.

Meu pai colocou sua mão em meu ombro impedindo-me de levantar.

- Filha, se acalme. Tudo leva a crer que foi isso.

- Não pai, você precisa descobrir, há um assassino a solta. Não podemos deixá-lo fugir. – supliquei para ele.

- Filha... – disse calmamente - Achamos os medicamentos espalhados pela sua escrivaninha, junto ao copo. Os legistas farão a autopsia, mas será apenas para provar o que já constamos, foi uma overdose medicamentosa intencional.

- Não pai, você está errado. Não pode ter sido intencional. Talvez uma mistura que ele achou inocente então, mas intencional não. Não posso acreditar. – disse incrédula.

- Filha, você não está entendendo. Nós temos certeza. – soprou eles as palavras firmemente.

- O que está me escondendo? – indaguei.

- O que!?

- O . que . está . me . escondendo? – perguntei pausadamente.

Meu pai suspirou sabendo porque eu perguntava aquilo. Uma mistura medicamentosa não queria dizer que era suicídio. Poderia muito bem ser acidental. Não significava nada. Mas a certeza que ele passava em suas palavras mostrava que ele sabia muito mais do que estava me contando.

- Achamos uma carta, aliás, um bilhete de suicídio. – disse ele derrotado.

- Não pode ser. Deixe-me ver! – questionei o absurdo que ele me dizia.

Meu pai não se moveu, só olhava para mim com pena e eu não conseguia entender o motivo.

- Eu quero ver esse bilhete agora pai, me dê ele imediatamente. Aonde encontrou? – falei agressivamente.

- Querida, o bilhete estava embaixo do corpo. Estava escrito na língua materna do Henri. Tivemos que pedir ao Erik para traduzir para a gente.

- Eu quero saber o que continha lá. Como sabe que foi ele que escreveu?

- Filha, entrar em negação agora não o trará de volta. – disse com peso temendo pela minha reação. Tudo mostra claramente que é o que é.

Lágrimas corriam pelas minhas bochechas e papai puxou-me para recostar minha cabeça no meu colo. Não podia ser, eu não queria acreditar naquilo.

- Diga-me pai, se é para sofrer, quero sofrer de uma só vez. Diga-me o que continha no bilhete. – murmurei entre os soluços.

- Não quero te entristecer mais. No momento que eu te disser você achará que é responsável pelo o que houve.

- Se não me contar eu não vou acreditar que ele realmente se suicidou pai. Não me parece algo que o Henri faria. E também, se não me contar, você sabe que eu darei meus próprios jeitos para descobrir e você não me terá em seus braços para me consolar. Então, é melhor que me conte agora do que depois. – tentei convencê-lo.

Papai ponderou se deveria mesmo me falar ou não, mas pareceu-se finalmente convencido de minhas palavras. Ele tirou o bilhete de dentro do bolso da calça e ergueu para mim para que eu o pegasse.

- Quando mostrei para o Erik ele chorou muito, filha ele está tão desolado quanto você. Ele não conseguia dizer as palavras que estavam ali por isso pedi para que escrevesse no verso para que soubéssemos. – vi o papel com as palavras que eu não entendi e virei para ver o verso escrito com as letras trêmulas do Erik.

- Eu sinto muito filha. – disse assim que comecei a ler.

Solucei e não consegui conter o meu choro desesperado. Era minha a culpa, eu sabia. Eu fiz tudo errado, deveria ter conversado com ele desde o início, deveria ter o poupado e o liberado de achar que poderia competir pelo meu coração. Por causa das minhas inseguranças ele havia morrido. Como eu viveria com essa culpa?

As mãos do meu pai passavam pelos meus cabelos enquanto eu me desfalecia em seu colo. Sentia algumas lágrimas dele sobre mim também. Ele estava sofrendo junto comigo. Ele sabia o que eu sentiria, por isso hesitou tanto em me mostrar. 

Eu era um monstro completamente indigna de receber amor um dia. Uma pessoa egoísta como eu não merecia ser feliz.  Por minha culpa a vida dele tinha acabado ali e eu carregaria o peso disso pelo resto da minha vida.

 

“Querida Eadlyn,

Desculpe partir assim. Não conseguiria suportar a dor de viver longe de você. Coloquei todas as expectativas do meu coração em futuro para nós. Ver você nos braços de outro me dilacerou, foi mais do que eu saberia lidar um dia. É melhor partir desta vida agora do que viver sabendo que nunca será minha.

Eu te amo até na eternidade.

Adeus.

Henri "


Notas Finais


Ja sabem quem é e o que aconteceu com o outro selecionado (nao que fosse novidade porque eu ja tinha dado mil pistas hahahaha) . Mas agora sabem como aconteceu e porque aconteceu.

Agora a novidade:
GENTEEEE, temos grupo no facebook agora!! Yupiii! Se quiserem saber dos spoilers, novidades, data de att, fazerem perguntas, comentários, saber o que passa na cabecinha louca da autora, é so clicar no link abaixo e pedir para participar. Estou esperando vocês lá!

https://www.facebook.com/groups/1004676362936847/

Ps.: Voce leitor que gosta da história e que acompanha até aqui, não esqueça de colocar a história nos favoritos pois aí sempre que tiver uma atualização você vai receber a notificação e eu vou poder saber que voce acompanha tambem. <3
A participação de voces é sempre especial e os comentários sempre me inspiram a escrever mais!
Beijos


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