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História O Peso da Coroa - Capítulo 17 - O Conselho


Escrita por: LyraRocha

Notas do Autor


Oi gente, demorou, mas chegou!
Na foto está o amado (odiado) Koddy Neguesí, porque ele tem uma participação importante hahahahha
Vamos lá?

Capítulo 28 - Capítulo 17 - O Conselho


Fanfic / Fanfiction O Peso da Coroa - Capítulo 17 - O Conselho

O sol já estava raiando e eu havia acordado apreensiva. A frase do Marcus não saía da minha cabeça. Não era uma reunião que eu precisava simplesmente comparecer. Pela forma como ele disse, eu era a peça fundamental daquilo. Eu só não poderia imaginar qual era o motivo.

        Andei temerosa, em passos lentos pelos corredores e respirei fundo para me acalmar. Eu não podia ser a garotinha assustada. Eu havia evoluído muito por esses dias, não voltaria atrás. Seja o que for que o Conselho queira comigo, eu mostraria a eles quem eu era e o que havia me tornado.

        Quando estava prestes a chegar ao local, encontrei com Koddy, que veio sorrindo em minha direção.

        — Bom dia, princesa – aproximou-se pegando em minha mão e levando-a até sua boca, onde depositou um beijo singelo.

        — Bom dia, Koddy – cumprimentei-o – Você também participará desta reunião?

        — Sim. Fui convocado pelo ‘pessoal da sua terra’ – disse ele fazendo gracejo. – Mas estou acostumado, depois de alguns dias com eles resolvendo alguns problemas, já imaginava que hoje seria mais um dia longo e intenso de trabalho – disse com um ar cansado, mas, ao mesmo tempo, parecia prestativo. Não era como se quisesse reclamar, parecia gostar de estar ali ajudando-nos.

        — Então, você acha que esta reunião trata-se de alguma resposta sobre o caso do meu pai ou da Nova Ásia? – perguntei. Se era isso, por que o Marcus havia dito que precisavam falar comigo, especificamente?

        — Creio que sim. O que mais seria? Passamos a semana toda discutindo estratégias. Sua mãe anda bem preocupada, seu tio Osten ainda não voltou e ela teme por ele.

        — É, eu sei. Também estou preocupada. No dia que ele chegou, mandou um recado nos avisando, porém, agora não temos nada. Já era para ele ter nos ligado ou enviado algum telegrama, mas há somente um grande vazio, sem respostas. E, além disso, não podemos simplesmente chegar lá no Sr. Pervati perguntando o que houve com meu tio. - falei o que me angustiava já havia três dias.

        — Não vamos pensar no pior. Talvez ele ainda esteja lá tentando dialogar com ele. - tentou me animar.

        — Espero, Koddy. Mas no fundo do meu coração, acho que tem algo mais aí. Torço para que não seja, não aguentaria perder mais ninguém. Porém meu coração anda aflito. - falei sentindo meus olhos marejarem.

        — Não fique assim. - Koddy abriu os braços e me puxou contra ele. Foi estranho, mas confortável. Eu não dava corda para ele, mas também não precisava ser rude, ele estava nos ajudando bastante. Koddy poderia ser um bom amigo.

        — Obrigada.

        Ao me soltar, vi o Sr. Marcus e Thomas passarem por nós e adentrarem a sala. Thomas estava com o cenho franzido e um olhar sério. Será que não havia gostado da minha proximidade com Koddy?

        Balancei a cabeça a fim de afastar aqueles pensamentos naquele instante, depois conversaria com ele para ver o que estava acontecendo. Tinha a possibilidade que a conversa ontem com seu pai também não tivesse sido uma das melhores.

        Entrei na sala onde estavam os membros do Conselho, com exceção do Sr. Kile, e pude notar que ao pisar meus pés ali, todos os olhares viraram-se para mim. Minha mãe parecia apreensiva e olhava-me com pesar. Vi ela se remexer, agoniada, ou ela já sabia o que era, ou imaginava, e qualquer uma dessas duas opções, provavelmente, eu não gostaria nada de saber.

        Sentei-me perante aquela mesa enorme, ao lado dela. Ela pousou sua mão sobre a minha e sussurrou “tudo vai ficar bem, tenha calma”, fazendo-me olhar encabulada para ela. Olhou para o outro lado acenando para o Sr. Calliagri, para que desse início à fala.

        — Bom dia a todos os presentes, em especial a Vossa Majestade, a Rainha, e Vossa Alteza, a princesa Aysha. Creio que a maioria aqui já sabe o motivo desta reunião tão emergencial. O Conselho já vem discutindo isso há algum tempo, mas visto as ameaças presentes, concluímos que não podemos mais adiar tal decisão. Todos aqui sabem que estamos sob perigo. O príncipe consorte, Erik, foi morto, a Rainha vem sendo ameaçada, assim como nós do Conselho. Aysha é a segunda na linha de sucessão, portanto, se algo acontecer a sua mãe, ela será a próxima Rainha de Illéa. –ele relatou e olhou para mim quando citou meu nome.

        “Sabemos seu esforço nos últimos dias Aysha. Eu, particularmente, pude ver você se sair bem em várias coisas que sua mãe te delegou, porém, com todo o respeito, eu sinto em dizer que ainda está bem longe de todas as funções reais que o título lhe dá. Se sua mãe morrer – Que Deus a guarde- você ainda não está apta a assumir. A coroa é sua por direito, mas você não saberia governar. Você sempre foi uma princesa distante do povo e de tudo. Viveu uma vida própria, a parte, e as pessoas sabem disso. Já havia uma inquietação no meio da população quanto a isso, mas como a Rainha é nova ainda, costumamos deixar isso para lá. Porém, agora, com o risco iminente, não podemos tampar mais os olhos quanto a essa situação e temo que não temos tempo hábil para prepará-la e mudar o conceito das pessoas caso algo aconteça”.

        Abri a boca sem conseguir me expressar. Eu não podia retrucar porque ele estava certo apesar de tudo. Eu nunca imaginei que tanto o conselho ou mesmo o povo se preocupariam com isso. Na verdade eu passei tanto tempo alheia que eu não me preocupei com nada. Vê-lo falando isso, ali na frente de todos, era como um tapa na cara. Senti-me completamente impotente e todo o esforço que fiz era como se descesse pelo ralo. Eu sempre vi o título de rainha como muito distante, mas eles estavam certos, se acontecesse algo com minha mãe eu não teria condição nenhuma de assumir o trono sozinha. Olhei para ela, que ainda segurava minha mão, vi que estava sentida e senti um remorso enorme por não ter me esforçado durante todo esse tempo.

        — Prossiga aonde quer chegar – disse ao Sr. Calliagri quando vi que ele me fitava, talvez esperando alguma contradição minha.

        — Então. Caso o pior acontecesse, mesmo que você assumisse o trono, a chance de uma revolta civil seria muito grande, além de uma desordem no reino. O Conselho te ajudaria, é claro, mas não podemos correr o risco de algum de nós querer, futuramente, mandar mais que você. Não queremos que seja uma marionete para o Conselho, Aysha. Aqui estão as pessoas de maior confiança do reino, porém, ainda assim, não podemos correr o risco de deixar o trono de forma tão influenciável a opiniões diversas porque você não sabe o que deve fazer. - atirou sobre mim, me fazendo engolir em seco.

        — O que você sugere então, Sr. Calliagri, já que sou uma pessoa tão influenciável e incapacitada para essa situação? - falei ácida. Apesar de estar certo, eu não gostei da forma que pensavam de mim. Senti minha mãe apertar minha mão, como forma de me acalmar.

        — Alteza, não leve para o lado pessoal. Entenda, como você não tem experiência, acontecerá inúmeras situações que você não saberá lidar sozinha e, portanto, pedirá ajuda ao Conselho. Suponhamos que algo aconteça com sua mãe, estaremos em meio uma guerra ainda, é algo muito sério e temo que alguém possa se aproveitar disso e te dê opiniões erradas. Pode parecer que não, porque vivemos muito tempo em paz, mas há muitos outros reinos que as pessoas se aproveitam disso para tentar usurpar a coroa. Não queremos isso para Illéa, portanto, tudo que pensamos é para o bem do povo e do país. - disse tentando se desculpar por falar coisas “ruins” de mim, que sou a princesa. - Então, sendo assim, o Conselho acha que a melhor opção é que você se case. Mas não com qualquer pessoa. Indicamos que se case com alguém que entenda as coisas, que é compatível com o reinado, alguém que o povo possa sentir confiança na passagem da coroa. De preferência algum príncipe, pois estes já foram treinados a vida inteira para assumir cargos políticos e o povo sempre vê com bons olhos.

        — O quê? – perguntei estupefata sem acreditar no que estavam me pedindo. Meus olhos se arregalaram com o susto e meu coração quase saiu pela boca.

        — É a melhor solução, princesa. Discutimos muitos antes de apresentar a proposta aqui. Não podemos correr o risco de deixar Illéa desamparada. - disse uma outra voz, me fazendo virar a cabeça e notar que era o Sr. Elliot falando.

        — Isso é um absurdo. – Levantei-me exasperada.

        — Não princesa, não é. Se você pensar corretamente verá que temos razão. - agora quem falava era o Sr. Marcus, olhando-me seriamente.

Será que era por isso que ele ficou tão nervoso ao me ver com Thomas? Ele faz parte do conselho e sabia que iam me mandar casar. Eu estar com Thomas dificultaria que eu atendesse ao pedido do Conselho e, por isso, ele não gostou de nos ver tão próximos.

        — Eu não vou me casar, Sr. Marcus. Não desse jeito que vocês querem. - falei decidida.

        — É por esse e outros motivos que você demonstra para a gente não estar pronta para o cargo. Nenhum Rei ou Rainha que preze pelo seu povo deixaria de se sacrificar por eles. - retrucou Sr. Alexander, outro conselheiro, fazendo aumentar alguns murmúrios pelo salão.

        — Chega! – Exclamou minha mãe ao meu lado, fazendo o silêncio imperar o local. – Ninguém precisa casar agora, eu estou bem e viva. Não há necessidade para tal.

        — Sinto em discordar, Majestade. Não podemos contar com suposições. - disse o Sr. Calliagri, contido.

        Minha mãe franziu o cenho, parecendo pensar em uma solução. Olhei para os lados e parecia que todos concordavam com tamanho absurdo. Era a minha vida e o meu destino que eles queriam selar. Os únicos que pareciam meio absortos a situação era Koddy, que permanecia quieto como se não soubesse como nem opinar, e Thomas, que estava com os punhos cerrados e uma expressão séria.

— E o que você quer, Sr. Calliagri? Sugere que eu coloque a minha filha a leilão para ver qual príncipe irá se interessar em contrair matrimônio? - perguntou, irritada.

— Não creio que seja preciso de tanto, Majestade. Sua filha é linda, não faltarão homens que se joguem aos seus pés. - falou o Sr. Elliot. Seu rosto exalava segundas intenções ao olhar para mim. - Eu indico que, para não expormos a princesa, escolhamos alguém mais próximo, pode até ser alguém daqui do próprio conselho, pois todos nós conhecemos as políticas de Illéa. Pode ser alguém como eu. - terminou seu discurso ridículo como se estivesse falando sobre arroz com feijão.

Abri a boca indignada. Quanta ousadia a dele. Preferiria casar com um cachorro a me enlaçar com aquele velho repugnante.

— Não seja imbecil, Elliot. Se a princesa se casar, ela precisa de alguém conhecido e respeitado pelo povo, que possa demonstrar confiança. Não um velho tarado como você. - ralhou, Sr. Marcus.

— O escolhido deve ser um príncipe, de preferência de algum país já aliado, pois o povo já está habituado a eles. - complementou, Sr. Alexander.

— Que tal o príncipe da França? - perguntou Elliot, com uma carranca no rosto por ser contrariado.

— Ele é meu primo! Não casaria com meu próprio primo! - rolei os olhos interrompendo o babaca que só abria a boca para falar asneiras.

Eu estava me segurando muito para tentar não faltar com respeito, ou mesmo para provar que não era a princesa egoísta que eles achavam. Mas isso não queria dizer que eu aceitaria a decisão deles. Se minha mãe, a Rainha, ainda não tinha me imposto tal coisa, não seriam eles que me obrigariam. 

Continuei a observar os conselheiros discorrendo sobre minha vida como se eu nem estivesse ali. Sentia-me com uma bolinha de ping pong sendo jogada para um lado e para outro, passando pelas opções dos mais diversos homens da realeza. Novamente aquela sensação de impotência e descontrole da minha própria vida começou a me apossar. O desejo de largar tudo, fugir e tomar minhas próprias rédeas se alastrou, mas fechei os olhos a fim de afastar esses pensamentos. Eu precisava ser forte e necessitava tomar a responsabilidade do reino, assim como minha mãe fez tantas vezes.

— Acho que estamos rodando em círculos à toa. Não há motivo de ficarmos discorrendo sobre várias pessoas sendo que temos uma opção muito viável bem aqui na nossa frente e, que inclusive, já havíamos discutido entre a gente antes de marcar esta reunião. - tomou a palavra, o Sr. Calliagri - Já é bem claro para todos os presentes aqui o interesse do Príncipe Koddy Neguesí, da Noruécia, em nossa princesa. Seu país é um dos nossos melhores aliados, o povo já o conhece bem, inclusive, Illéa tem vilas só de imigrantes de lá. Ele é de longe nossa melhor opção.

Virei meu rosto imediatamente e notei a surpresa nos olhos de Koddy. Minha garganta secou-se e meu estômago se comprimiu. Eu sabia que o príncipe tinha interesse em mim, mas não imaginaria que o Conselho me jogaria em seus braços assim.

Eu queria gritar que meu coração já tinha dono, que eu não me casaria com ninguém, mas não podia dizer nada. Olhei para Thomas e o vi quieto de cabeça baixa. Não que eu esperasse que ele enfrentasse tudo e todos e dissesse que eu não deveria me casar com ninguém, mas sim com ele, até porque, não tínhamos tanto tempo de relacionamento.

A quem eu queria enganar? No fundo era isso mesmo que eu queria.

Eu percebia que ele não estava satisfeito, mas também não vi em nenhum momento nem uma ameaça para poder dizer algo que me ajudasse. Era o certo, não era? Não precisava assumir nada ali, até porque eu mesma disse que não poderíamos assumir nada agora, mas ele poderia tentar argumentar em meu favor.

Nossos olhos se cruzaram e eu vi o lamento. Seu semblante era uma derrota, parecia estar abrindo mão de mim ali mesmo. Ele suspirou fundo e desviou o olhar, encarando apenas o que estava a sua frente. Foi inevitável meus olhos se encherem de água, não sabia como seria mais a partir dali.

— Eu jamais me casaria com a Aysha contra a sua vontade - ouvi o som da voz de Koddy me despertar. - Vocês estão certos quanto ao meu interesse nela, sempre fui muito claro quanto a isso. Mas eu gosto demais dela para obrigá-la a casar comigo sem amor. - completou.

Meu coração encheu-se de empatia por ele. Olhei em sua direção agradecida, apesar da tristeza que me tomava. Dei um pequeno sorriso que foi respondido por ele.

— Príncipe Koddy, apreciamos o seu respeito pela nossa princesa, mas ela, na situação atual, não possui muitas opções. Se não for você a casar com ela, poderá ser qualquer outro que talvez ela não tenha nem afinidade. Pelo menos o senhor já gosta dela e vocês se conhecem, é um passo bem maior do que qualquer outro. - disse Sr. Alexander.

Todos olhavam para Koddy com expectativa, inclusive minha mãe que estava vidrada em toda a situação. Ela observava tudo com atenção e seu cenho sempre franzido me mostrava que ela pensava em como sair daquilo tudo da melhor forma.

 Koddy olhou para mim mais uma vez. Não sei qual era a minha expressão, mas ele pareceu me compreender de alguma forma, pois endireitou a sua posição, impondo certo respeito e fixou seu olhar nos conselheiros em sua frente.

— Eu fiquei aqui em Illéa e prometi ajudar de todas as maneiras que poderia. Assumi um compromisso porque, além de nossos aliados, eu me afeiçoei bastante à princesa e meu coração se condoeu perante a situação da Rainha. Porém, que tipo de príncipe eu seria se submetesse a Aysha a esta situação? Na minha opinião, poderemos dar um tempo maior e tentar resolver as coisas de outra maneira, mas não sou daqui e não posso me meter com as questões políticas de outro reino. Sou apenas um apoio. Mas uma coisa é certa, me recuso a casar com ela assim. Se um dia ela vier me pedir tal coisa, estarei aberto a ouvi-la, caso contrário, nada feito. - frisou.

Fiquei extremamente agradecida por ele. Ele fez mais por mim ali naquela reunião do que o próprio Thomas. Pena que agora o pepino estaria em minhas mãos. Todos esperariam pela minha decisão. Eu não queria me casar, mas dizer isso ali seria cavar a minha própria cova.

Senti o amargor do arrependimento tomar conta de mim. Tantos erros, tantas desfeitas, se eu tivesse agido diferente, se eu fosse uma princesa melhor, nada disso seria necessário. Nunca havia me arrependido tanto por não ser uma herdeira melhor.

— Por hoje já basta! - minha mãe pronunciou-se ao perceber que todos olhavam para mim e que a tensão da reunião já havia extrapolado todos os limites. - Eu dou a palavra final aqui e o meu veredito, hoje, é que não selaremos compromisso nenhum. Conversarei com minha filha a sós e, juntas, veremos o que é melhor para Illéa. Considero a opinião de todos vocês, mas, no momento, Aysha não se casará com ninguém, a menos que ela queira. Portanto, declaro a reunião encerrada.

— Mas, Majesta… - tentou retrucar o Sr. Calliagri.

— Essa é a minha decisão. Espero que a acatem - falou em tom forte para ele e varreu o olhar por todo o salão, deixando claro que não queria ser argumentada, calando a todos.

 

Dada encerrada a reunião, Thomas passou por mim, sem nem me olhar nos olhos. Fugiu como se não suportasse a minha presença ou não quisesse mais nada comigo. Senti alguns olhares tortos dos conselheiros, mas tratei de desviar de todos eles. Koddy veio em minha direção, um pouco constrangido, mas emitiu um sorriso para mim.

— Desculpe por isso. - disse ele.

— Você não tem que pedir desculpas, Koddy. Não é culpa sua. Eu que deveria me envergonhar por tentarem me atirar em seus braços. - falei olhando para o chão.

— Quanto a isso não precisa se preocupar. Você é apenas vítima de tudo isso, Aysha. - falou complacente. - Eu estou aqui por você. Jamais faria você se casar comigo, não assim... - ergueu a mão e tocou no meu ombro, confortando-me. - Apesar de ser um grande desejo meu, eu quero que aconteça por sua própria escolha. - piscou e deu-me um beijo na testa, em despedida ao se retirar.

        Observei ele se afastar, ao mesmo tempo, que minha mãe se aproximava.

— Manhã difícil. - disse ela, ironicamente.

— E muito. - rolei os olhos.

— Ele parece ser um ótimo rapaz. Outro em seu lugar já teria aproveitado a oportunidade.

— Sim, ele é. Foi muito legal da parte dele fazer isso por mim.

— Aysha, há alguma possibilidade de…

Ergui minha mão para ela interrompendo-a.

— Não. Ele é apenas um amigo, talvez. - esclareci para ela.

— Tudo bem. Mas filha, se você puder, abra o coração. Você é livre, leve e desimpedida. Eu já fui como você, contra casamento e tudo mais. Porém, se você puder abrir o coração para isso, seria muito mais fácil, te evitaria problemas que eu não pude evitar na minha época. Abra o coração para tentar, mas caso não venha nada a ele, jamais te obrigarei a casar. - falou e me puxou para um abraço.

        O problema não é que eu não queria casar mamãe, meu coração já foi aberto, mas por outra pessoa. - pensei enquanto retribuía o seu carinho.

 

        Passei o resto da manhã e parte da tarde em meu quarto, meditando em tudo o que tinha acontecido. A forma como Thomas me olhou e fugiu de mim também comprimia meu coração. Eu sentia um frio na barriga e não era aquela sensação boa de quando ele me beijava, pelo contrário, era um sentimento ruim.

        Pensei em como eu sairia dessa situação, pensei se deveria assumir meu relacionamento com Thomas, talvez o conselho o aprovasse. Mas pela forma com que ele lidou com isso, talvez ele não quisesse. Eu não poderia obrigá-lo a se casar. Eu poderia ser apenas um momento que ele estava curtindo e não uma pessoa que ele esperava vir a matrimônio.

        Todas essas coisas assolavam meu coração, e resolvi que a melhor forma de começar a arrumar meus problemas era conversando com Thomas. Precisava saber o que ele estava pensando disso tudo, se nosso relacionamento iria para frente mesmo ou se eu teria que acatar no fim das contas uma decisão que não seria boa para mim, mas primordial para o reino.

        Tomei banho e vesti-me adequadamente, indo a sua procura no quarto. Ele não costumava perambular pelo palácio, apenas quando tinha afazeres ou quando estava comigo, por isso esperava que ele estivesse ali.

        Ao chegar, vi a fresta da porta aberta e estranhei ao ouvir várias vozes ali dentro. Estiquei a mão, alcançando a maçaneta e abri a porta me deparando com alguém inesperado.

        Meu rosto não negava a surpresa da cena que eu via ali diante de mim. Thomas estava sentado em sua cama com as mãos nos joelhos e cabeça meia baixa, enquanto seu pai, com os braços cruzados e uma expressão séria olhava para ele. E havia também uma terceira pessoa, uma figura feminina que estava ajoelhada diante de Thomas, apoiando uma mão em seu joelho.

        Todos olharam diretamente para mim, primeiramente assustados, mas depois eu pude ver a ameaça de um sorriso se estampar no rosto da garota, pois Annyelle Travics, de alguma forma, havia gostado da minha aparição ali. 


Notas Finais


Eaí? Bombas, bombas... Este é o inicio de um ciclo de bombas que teremos até o final...
Não sei se voces lembram, mas eu disse que a partir do 18 vocês teriam eu segurar as emoções e surtos! hahaha
Reta final é assim mesmo! Contagem regressiva: 8 capitulos, 2 bonus e o Epílogo final!

O que acham que está acontecendo ali naquele quarto? Por que a vaca loira voltou? E a Aysha, vai aceitar se casar ou nao? Cenas para os proximos capítulos.


VERDADE OU MENTIRA
Para quem não viu ainda, tem um video que eu respondo algumas perguntas da história, está ai embaixo o link.
Comentem no final as suposições de voces. Quais sao as suas teorias?

https://vimeo.com/160842956

Estamos agora com um grupo no Whatsapp. Lá as meninas recebem spoilers extras, discutem teorias, sabem de novidades, etc. Então, caso alguem queira participar, é so deixar o numero que eu adiciono.

***
Para quem não sabe ainda, estou com uma história nova TRONO DE SANGUE.
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-originais-trono-de-sangue-5252142

Quem quiser participar do grupo do facebook e receber notícias e spoilers acessem:
https://www.facebook.com/groups/1004676362936847/

Ps.: Voce leitor que gosta da história e que acompanha até aqui, não esqueça de colocar a história nos favoritos pois aí sempre que tiver uma atualização você vai receber a notificação e eu vou poder saber que voce acompanha tambem. <3
A participação de voces é sempre especial e os comentários sempre me inspiram a escrever mais!


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