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História O Peso da Coroa - Capítulo 20 - Filmagens


Escrita por: LyraRocha

Notas do Autor


Não vou falar muita coisa, só leiam! haha

Capítulo 31 - Capítulo 20 - Filmagens


Quando li aquelas palavras, uma súbita raiva se apossou de mim. Seja qual fosse o motivo, eu jamais admitiria aquele tipo de coisa. Estavam querendo me amedrontar por qual motivo? O que queriam comigo? Estava tão louca de raiva que ao menos pensei, apenas saí, em passos duros, atrás da única pessoa que poderia entender melhor esses malditos bilhetes.

Abri a porta com tanta força que assustei minha mãe ao chegar no quarto dela. Eu estava indignada. Queriam me amedrontar, mas o que conseguiram foram incitar todo o meu ódio por causa de tudo o que estava acontecendo. Estava farta de sofrer, farta por estar com medo e preocupada, farta de ter que tomar decisões que eu não queria, e, depois de tantas coisas, ainda ser ameaçada. Chega!

― Eu não vou me submeter a mensagens anônimas! - cheguei falando alto no quarto, assustando minha mãe.

― Como? - perguntou ela sem entender.

― Estou falando sobre isso. - peguei o bilhete e entreguei na mão dela.

Vi o semblante dela se empalidecer. Suas mãos começaram a tremer enquanto lia as palavras no papel.

― Isso nunca terá fim…- balbuciou atônita.

― O que faremos agora? Não é possível mãe! Não podemos deixar essas pessoas comandarem nossas vidas assim.

― O que você quer dizer? - perguntou.

Comecei a andar de um lado para outro, tentando esvaziar aquilo de mim

― Mãe, olhe pra você. Desde que tinha a minha idade que a senhora pensa no reino, pensa em todos antes de você mesma. Eu sei que isso faz parte da coroa, mas veja bem… há coisas que você fez, rumos que tomou, que não deveriam ter sido assim. Você está há vinte anos sendo guiada por meios de ameaças, a troco de que? Uma vida amargurada e infeliz! - cuspi todo o incômodo desde que comecei a descobrir toda a merda que estava escondida.

― Eu não sou infeliz! O seu pai me deu muita alegria, você deveria saber bem disso.

― Eu sei. Mas não foi completo, foi? Não era a sua escolha, não era isso o que queria. Você poderia ter tido tudo o que tem hoje, mas de forma bem diferente, não teria se fechado e não estaria em ruínas como ficou. Até o papai sabia disso. Você acha que eu não lembro? Acha que eu era boba e não percebia? Eu via como ele te olhava… E quando você estava mal…o semblante dele era frustrado, como se não pudesse fazer nada. E agora ele morreu, repito, a troco de que? - coloquei toda a minha frustração para fora. Eu estava tão exausta. Eu sei que ela estava frágil, mas não adiantava engolir tudo. Nós íamos morrer desse jeito. Ela precisava falar, precisava que desabafasse comigo. Meu pai não estava mais ali, ela estava sofrendo, era muita pressão, uma de nós íamos surtar e tudo indicava que seria ela, pois continha coisas guardadas há muito mais tempo que eu.

Comecei ouvir os sons do seu choro. Ali na minha frente… pela primeira vez… minha mãe estava mostrando o seu verdadeiro interior. Sem medos ou ressalvas. Ela começou a chorar compulsivamente e eu corri até ela, sentei ao seu lado e a abracei. Era um abraço intenso e que demonstrava uma verdade, eu estava ali por ela e, por isso, ela poderia contar comigo.

― Eu não queria, eu tentei afastá-lo… eu disse que era para ele não se envolver em toda essa merda, mas ele não desistiu. – começou a falar, entrecortado, em meio a um choro compulsivo.

― Não se contenha, fala tudo o que tá doendo aí dentro, eu estou aqui - falei baixinho em seu ouvido enquanto afagava suas costas.

― Eu me odeio. Queria que tivesse sido eu. Eu devia ter morrido...eu. A culpa é toda minha.

― Não diga isso mãe…

― Mas é verdade… todos os que estão a minha volta sofrem… O Kile, Henri, Erik, agora você…. Eu não sei o que fazer, eu não sei como arrumar tudo isso. - Ela se afastou e segurou meu rosto com uma mão em cada lado. - Filha, você é a única coisa que me restou, eu morreria se algo te acontecesse. Quando eu te vi ali, naquele jantar, falando aquelas coisas…te enxerguei como se fosse eu há 20 anos atrás. A diferença é que eu amava o seu pai. Mesmo que hoje você saiba que não era uma grande paixão de marido e mulher, ele era especial para mim, mas o que você sente pelo Koddy?

― Eu sei o que estou fazendo mãe. - afirmei com convicção.

― Não, não sabe. Ouça sua mãe que passou por tanta coisa nessa vida. É um emaranhado de situações, um passo, depois outro, quando vai ver está em uma teia que não há mais como sair. Como você mesma disse... a troco de que? O Erik morreu mesmo quando achamos que tudo poderia dar certo, tanto tempo, anos depois... veja!? Não há fim. - ela dizia meio desesperada, não queria que eu trilhasse o mesmo caminho que ela.

Ela continuava falando e chorando, sem parar, mas eu deixei, permiti que ela dissesse tudo, ela precisava disso, eu sabia que sim.

― Eu não vou repetir seus erros, mãe. Eu vi o bastante para não fazer a mesma coisa.

― Aysha, minha filha, então por que? Você não precisa, eu vou resolver isso. Você não precisa provar para mim que pode ser uma grande rainha um dia. Eu confio em você, meu amor.

― Mãe, eu não vou casar com o Koddy se eu ver que não há necessidade disso. Confie em mim, eu sei o que estou fazendo. Você não precisa lidar com tudo sozinha, eu estou aqui agora. - beijei sua testa e lhe de um abraço apertado.

Ela retribuiu, beijou minha bochecha, mas não se deu por vencida. Quando que a Grande Eadlyn se venceria fácil?

― Querida, eu não me sacrifiquei todo esse tempo para ver você parar no mesmo buraco que eu. Agradeço por tudo que a Noruécia tem feito pela gente, mas isso não é motivo para eu entregar a mão da minha filha em matrimônio.

― Você não está entregando, ok? Você precisa confiar mais em mim, eu sou sua sucessora, eu preciso fazer minhas próprias escolhas sejam elas boas ou ruins, você concordando ou não. O Koddy é uma boa pessoa, ele me garantiu que está apenas me ajudando. Se é necessário isso para tirar o Conselho de nossas costas, que seja. Precisamos nos concentrar em outras coisas. Precisamos achar o assassino do papai, precisamos descobrir o autor desses bilhetes, descobrir o paradeiro do tio Osten e, além de tudo, agora precisamos planejar uma guerra, ou como pará-la. - falei tentando mostrar serenidade em todo o tempo. Eu precisava ser um braço direito para ela e não uma menininha amedrontada que ela precisava proteger.

Na minha idade minha mãe estava assumindo um reino, eu deveria ao menos assumir as responsabilidades que cabiam a mim.

― Quando foi que a minha garotinha cresceu e eu não percebi? - perguntou com os olhos inchados, passando seus dedos em meus cabelos.

― No dia que a garotinha perdeu o pai e viu que a vida não era o mar de rosas que ela pensava. Nesse dia ela precisou acordar e ver que o mundo não é uma fantasia, que há problemas reais que requerem soluções reais e eu estou pronta para arcar com eles.

― Eu sinto tanto, querida. – disse ela lamentando o rumo que as coisas tomaram.

― Eu também, mãe.

 

            Naquele dia deitamos abraçadas, como fazia quando eu era apenas uma criança. A diferença era que eu estava ali por ela dessa vez e não ao contrário. Limpei muito das suas lágrimas durante a noite. Ouvi os seus lamentos, o quanto a culpa de tudo a consumia, entre outras coisas.

            ― Por que não fala para ele a verdade? - perguntei em um momento durante a madrugada, após um longo silêncio.

― Quem?

― Você sabe de quem estou falando. - respondi franzindo a sobrancelha.

Por mais que fosse difícil para mim, eu sei que seria melhor para ela. Não havia motivos para mentiras, ela não precisava o proteger com aquilo mais. E, de certa forma, após a nossa conversa, senti uma certa...simpatia por ele.

― Não sei como dizer após tantos anos… - respondeu fungando.

― Que tal começar com “Ei, eu terminei com você e mandei-o embora depois de um bilhete misterioso que recebi, desculpa.” - falei tentando trazer leveza ao assunto delicado.

― Não posso. Eu não estou pronta, não sei o que ele faria depois dessa informação e mesmo que me perdoasse, o que aconteceria depois?

― Você só vai descobrir se disser tudo.

― Aysha, supondo que tudo ficasse bem, você conseguiria me ver com outra pessoa que não fosse o seu pai? E o povo, o que acharia disso? Eu preciso manter a memória do Erik viva…- falou virando o rosto e ficando de costas para mim.

― Mãe…- toquei seu ombro para chamar-lhe a atenção. - Sinceramente… não seria fácil. Eu não sei o que pensar sobre isso, mas o que posso te dizer é que independente do que eu sinta ou não, a sua felicidade é o que importa. Você acha mesmo que o papai ficaria triste se te visse, de onde está agora, feliz? O papai era a pessoa com o maior coração do mundo, sua tristeza era a tristeza dele e sua alegria seria a alegria dele também. Faça algo por você ao menos uma vez na vida. Escolha ser feliz. Nem todo mundo precisa concordar com tudo, sempre haverá torcidas diferentes, pessoas que pensem diferente, mas o que importa é o seu coração. O importante é que você esteja contente. Eu vou te apoiar seja o que for que decidir, ok?

Ela virou-se novamente para mim, com lágrimas nos olhos, e me abraçou. Eu não sabia se ela decidiria finalmente abrir o jogo com o Sr. Kile, mas eu torcia que sim. Ela precisava resolver isso, seja para seguir em frente ou mesmo se fosse para deixar tudo para trás - o que eu achava muito difícil acontecer. Um amor que você não esqueceu por tanto tempo, não seria agora que conseguiria. Por que, então, não deixar as pendências de uma vez?

Eu daria um jeito de superar isso. O luto de Illéa já havia passado, por mais que ainda não tivéssemos encontrado o assassino ainda. Mas todos nós teríamos que seguir em frente de alguma forma. Claro que a lasca do meu coração arrancada no dia da morte do meu pai estaria sempre aqui, me lembrando da cena, me lembrando de toda a dor. Mas por ele teríamos todos que erguer a cabeça, caso contrário inundaríamos em uma depressão profunda e não teríamos forças nem para trazer a justiça que ele merece.

 

***

 

No outro dia, os raios solares invadiam a janela do quarto. Minha mãe estava em um sono profundo. Não sei dizer nem que horas ela finalmente havia conseguido dormir. Eu podia ver seu rosto inchado e seus cabelos bagunçados pelo choro da noite.

            Estava me levantando quando um barulho soou na porta, acordando também a minha mãe.

            ― O que é isto? - perguntou esfregando os olhos, a voz meio sonolenta.

― Não sei, vou ver. - respondi colocando meu hobby e indo até a porta.

Abri e me deparei com Lilly, afobada, pedindo para entrar.

― Princesa, eu estava a sua procura. O Sr. Calliagri pediu para chamar você e sua mãe urgentemente. Ele disse que o assunto era sério. - disse ela rapidamente.

― Tudo bem Lilly. Diga a ele que daqui a pouco estaremos prontas. Peça para encontrar-nos no escritório.

Fechei a porta e olhei para minha mãe que já estava de pé se aprontando. Falei que iria até o meu quarto me ajeitar e nos encontraríamos lá. Fui direto aos meus aposentos. Estava preocupada com a pressa que o Sr. Calliagri queria conosco, sempre que algo do tipo acontecia, era uma bomba.

Após me arrumar fui em direção ao escritório. Cheguei ao mesmo tempo que minha mãe e encontramos o Sr. Calliagri, com um vinco enorme na testa, enquanto olhava para vários papéis. Entrei vagarosamente, temendo seja o que fosse que tinha ali. Minha mãe parecia da mesma forma, mesmo que sua imagem estivesse melhor do que minutos atrás, o ar cansado pairava seu rosto. Sabia que ela temia que tivesse mais uma notícia que não pudesse suportar.

Será que descobriríamos quem matou meu pai?

Alguma notícia de tio Osten?

Ou mesmo, será que era algo relacionado a Nova Ásia?

― Majestade, sugiro que se sente. - pediu ele a minha mãe ao notar que estávamos entrando.

― Eu não quero me sentar, Sr. Calliagri. Seja o que for diga logo. - falou ríspida.

Ele suspirou profundamente, tomando coragem para começar a dizer.

― Recebemos as imagens da noite do baile. Não temos todas ainda, são muitas fitas e muitas pessoas. É difícil dizer ao certo. Seja quem for, se esgueirou muito bem para fazer o que fez. Mas conseguimos algumas coisas…interessantes. Creio que você não estar a par disso.  - explicou abrindo um dos envelopes que estava em sua mão e retirou dali algumas fotos, colocando-as uma a uma sobre a mesa.

Nossos olhos se arregalaram ao notar quem aparecia naquelas imagens. Não podia ser...

Minha mãe, trêmula, começou pegar foto por foto, levando-as bem perto dos seus olhos.

― Como? - perguntou ela atônita.

― Eu não sei. Também não havia o visto no dia da festa. Pedi a lista de entrada ao funcionário recepcionista do Baile. Pelo que me parece, o nome dele não estava na lista, mas ele tinha o convite timbrado pelo selo real, então permitiram que entrasse. Ele esteve aqui o tempo todo.

Não fazia sentido. Eu não saberia dizer se tinha o visto porque não o conhecia ainda, mas alguém deveria ter o notado, não?

Pensando bem… Se ele já viveu aqui, ele conhece muito bem cada canto deste castelo, podendo fugir de todos nossos olhares. Não podia ser. Não é possível que ele tenha nos enganado tanto, por pouco eu havia confiado nele.

Vi minha mãe ficar sobressaltada. Pegou as fotos com raiva e saiu em passos rápidos pelo escritório, sem rumo. Tentei chamá-la, mas ela não ouvia. Ela estava furiosa. Sr. Calliagri e eu começamos a correr atrás dela, não sabíamos para onde estava indo, mas precisava impedi-la de fazer qualquer besteira.

Sr. Marcus e Thomas estavam no corredor e assustaram-se ao ver minha mãe passar por eles furiosa, sem nem ao menos pedir licença. Continuamos indo atrás dela, sendo seguida pelos dois agora, que pelo olhar, estavam preocupados sem entender o que estava acontecendo.

Vi quando ela parou em frente ao quarto e começou bater com força na porta. Ela batia diversas vezes até que ele finalmente abriu a porta. Ela passou com tudo para dentro do quarto e entramos juntamente com ela.

― O que está acontecendo aqui? - perguntou cruzando os braços e encarando-nos.

Minha mãe jogou todas as fotos em cima da cama e virou-se com uma expressão mortal, ao qual eu nunca havia visto.

― Eu que faço as perguntas aqui, Kile. O que você estava fazendo no palácio no dia do baile?

 

 


Notas Finais


O circo está fechando e as revelações estão chegando! Faltam 5 capítulos para o final! Cada capitulo será uma informação nova e uma bomba! Aguardem hahaha O que Kile está fazendo no Castelo no dia do baile?

No meu grupo do facebook (link abaixo) eu postei uma cena extra que tem algumas revelações sobre a morte de um personagem da história. Caso queiram ler entrem no grupo e acessem o arquivo. Beijos amores.
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Estamos agora com um grupo no Whatsapp. Lá as meninas recebem spoilers extras, discutem teorias, sabem de novidades, etc. Então, caso alguem queira participar, é so deixar o numero que eu adiciono.


VERDADE OU MENTIRA
Para quem não viu ainda, tem um video que eu respondo algumas perguntas da história, está ai embaixo o link.
Comentem no final as suposições de voces. Quais sao as suas teorias?

https://vimeo.com/160842956


***
Para quem não sabe ainda, estou com uma história nova TRONO DE SANGUE.
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-originais-trono-de-sangue-5252142

Quem quiser participar do grupo do facebook e receber notícias e spoilers acessem:
https://www.facebook.com/groups/1004676362936847/

Ps.: Voce leitor que gosta da história e que acompanha até aqui, não esqueça de colocar a história nos favoritos pois aí sempre que tiver uma atualização você vai receber a notificação e eu vou poder saber que voce acompanha tambem. <3
A participação de voces é sempre especial e os comentários sempre me inspiram a escrever mais!


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