Olha, devo confessar que a caminhada que eu e Ian demos foi bem cansativa e demorada, depois de nos afastarmos por alguns km da praça, havia um local parecido com uma floresta, havia árvores enormes, pedras grandes e tenho certeza que esse lugar a noite deve dar arrepios.
- É aqui o lugar? - Franzi a testa imaginando do porquê ele me traria pra cá.
- O que eu disse sobre não perguntar nada? - Me repreendeu e seguiu caminho.
Depois de adentrarmos a floresta, de mãos dadas com Ian, porque o mesmo fez questão de não me soltar nem um segundo sequer, passamos entre as árvores e chegamos ao fim dela, foi uma distância pequena, finalmente chegamos ao destino...
Um prédio abandonado.
- Por que raios você me trouxe pra cá? - Parei que nem uma estátua e puxei minha mão.
- Não é o que você está pensando, é só um manicômio antigo e abandonado, vem comigo. - Ajeitou seu casaco se direcionando até uma porta dos fundos e a empurrou com bastante força, e assim deu para se ouvir o estralo e Ian já estava lá dentro.
Vou ou não vou?
Quais são as possibilidades de eu morrer ali dentro?
Será que tem fantasmas?
- ANDA LOGO, CARTER! Não tem nada aqui. - Deu um sorriso reconfortante, mas logo prosseguiu. - Só tem eu. - Pronunciou com uma expressão maliciosoa.
- Tá bem, eu não tenho medo de você. - Respirei fundo e adentrei o local, o ar era meio úmido e lá dentro estava bem iluminado por conta do sol.
- Bem vinda ao Danvers State, esse hospital psiquiátrico foi aberto em 1878, e fechado em 92, ouvi boatos de que aqui é um dos manicômios mais assombrados dos EUA, e se eu te dissesse isso, provavelmente você não iria vir. - Sorrio e se aproximou.
- Por que você acha que eu não iria? como você disse, são só boatos. - Sorri forçada para disfarçar o medo.
- Sendo assombrado ou não, aqui continua sendo um local perigoso... - Me lançou um olhar penetrante.
- E-eu sei me cuidar. - Falhei novamente. - O que tem de mais nesse lugar? - Mudei de assunto rapidamente.
- Bom, dizem que para nós isso é um manicômio, mas para os loucos, isso aqui era um inferno... - Se dirigiu até um porta e adentrou logo sumindo de vista, andei lentamente atrás dele. - Os médicos eram bastante cruéis com os pacientes, Deus me livre ser um louco naquela época. - fez careta.
Olhei em volta, nós estávamos em um novo cômodo, havia mesas e cadeiras de ferro por ali, estavam enferrujados, o local todo bagunçado, que horrível.
- O que eles faziam com os pacientes? - Me interessei e fui até o lado de Ian.
- Dizem que eles torturavam os pacientes, abusavam eles, fazia tratamento intensivo de choque, cada coisa que você nem acreditaria, Carter. Vamos fazer um tour. - Caminhou para outro cômodo.
Cada local diferente que nós íamos ele explicava o que era e o que acontecia ali, era histórias horríveis, mas aquilo não me afetou muito, as indiretas que Ian dava pra mim estavam me distraindo mais que tudo.
- E aqui foi onde um paciente matou seu próprio médico. - Paramos em frente à um quarto. - Por isso não devemos confiar em ninguem, ainda mais em um lugar desses... - Sussurrou se aproximando de mim.
- O médico deve ter dado motivos pra isso, deve ter feito algo... - Insisti no assunto tentando ignorar a aproximação.
- Claro, ao que tudo indica, o médico abusava desse paciente... - Deu mais passos em minha direção, tentei recuar, mas senti a parede gelada se chochando contra meu corpo quente.
- E-eles abusavam por quê? - Olhei para os lados, respirei fundo e por fim o encarei.
- Necessidade, talvez? Atração não seria... Ou talvez seja porque eles simplesmente queriam. - Senti seu hálito fresco bater em meu rosto, Ian passou a língua pelos lábios, e sua mão percorreu pelo meu braço, me fazendo arrepiar.
Logo suas mãos chegaram de encontro com as minhas, ele as pegou e ergueu para cima, prendendo elas contra a parede, e prensando seu corpo ao meu, soltei um gemido sem perceber.
- Muitos dos pacientes não tinham escolha, eram abusados a força... - Nesse momento da frase ele pressionou mais nossos corpos e pude sentir seu membro. - E sabe o que era pior? Eles nunca eram ouvidos, sabe por quê? - Olhou no fundo dos meus olhos.
- P-por que? - Foi um sacrifício dizer algo naquelas condições.
Ian chegou perto do meu ouvido e sussurrou calmamente: - Porque todos diziam que eles eram completamente loucos...
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