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História O Poder do Coração - Culpa


Escrita por: BeatrizPFT25

Notas do Autor


Oi!!
Só para deixar claro, eu mudei algumas coisas no passado das personagens nesta fic
Boa Leitura!

Capítulo 3 - Culpa


Fanfic / Fanfiction O Poder do Coração - Culpa

Ao saberem dessas informações o detetive Tsukauchi disse que iria a casa de Midoriya, e All Might pediu para o acompanhar, e rapidamente Todoroki e Bakugou pediram para também irem, ao ver os olhos determinados, e até um pouco desesperados dos jovens, All Might não conseguiu recusar, pensou que talvez os dois conhecessem Midoriya, mas iria perguntar sobre isso noutra ocasião.

No carro Todoroki só conseguia pensar que o Midoriya estava desaparecido, isso respondia à pergunta do porquê dele nunca estar em casa e dos olhares tristes de Inko, mas porque é que ela não lhe tinha dito nada?

Enquanto isso Bakugou fechou os olhos, relembrando-se de alguns momentos que tinha passado com Midoriya.

(#)

Antes da peculiaridade de Bakugou ter despertado ele e Midoriya passavam imenso tempo juntos a brincar, às vezes brincavam com outras crianças do bairro mas na grande maioria das vezes eram apenas os dois, não que isso fizesse as brincadeiras menos divertidas para ambos.

Mas assim que a peculiaridade de Bakugou despertou, tudo mudou, ele tinha começado a sentir-se alguém superior aos outros, em especial ao Midoriya, que descobriu mais tarde que era alguém sem peculiaridade, e mesmo que tivessem apenas 5 anos Bakugou começou a tratá-lo mal, sempre que podia deixava claro quão inútil Midoriya era, em como ele não podia fazer nada sozinho, mas Midoriya continuava com o seu sonho em mente, um sonho que, na visão de Bakugou, ele nunca poderia alcançar, o de se tornar um herói.

– Como é que alguém como tu se pode tornar um herói Deku? – Perguntou irritado Bakugou aproximando-se de Midoriya que tremia pela aproximação repentina do loiro.

– Mas é o meu sonho Kacchan. – Justificou Midoriya a começar a chorar. – Eu quero ser um herói que salva os outros com um sorriso, assim como o All Might. – Ele disse com um brilho nos olhos que irritou ainda mais Bakugou, como é que ele poderia continuar a dizer aquilo se estava a tremer de medo? Bakugou agarrou o Midoriya pela gola da camisola e voltou a falar.

– Tu nem a ti próprio consegues salvar, como esperas poder salvar os outros? Os heróis têm de ser pessoas fortes, que saibam lutar, não pessoas inúteis que não conseguem fazer nada bem como tu! Nem peculiaridade tens! Nunca vais ser igual ao All Might! Desiste! Não podes ser um herói! – Ao dizer isso Bakugou empurrou o pequeno Midoriya ao chão com força e saiu dali, deixando Midoriya a chorar sozinho.

(#)

Agora ambos os rapazes com os seus 14 anos continuavam na mesma turma, já não passavam tempos juntos, depois da vez em que tinha deixado Midoriya a chorar sozinho, o rapaz de sardas começou a desaparecer com frequência, não que isso incomodasse Bakugou, até agradecia, pois assim não tinha de passar tempo com ele, nem vê-lo mais do que no tempo de aulas, quando era obrigado a tal.

Mas mesmo depois daquela conversa Midoriya continuava a dizer que queria ser um herói, continuava a sorrir com o desejo de alcançar esse sonho, começou até a escrever em cadernos coisas sobre todo o tipo de heróis, e Bakugou só ficava com vontade de usar a sua peculiaridade em Midoriya até que ele não pudesse mais falar ou andar, mas não podia fazer isso, pois se o fizesse poderia impedi-lo de conseguir entrar na academia U.A. como tanto almejava, e por isso fazia os possíveis para ignorar Midoriya.

Nesse mesmo ano Bakugou descobriu que Midoriya pretendia fazer o exame de admissão na academia U.A., e mesmo tendo indo falar com o rapaz sobre o assunto para ele ir para outro lugar qualquer, o mesmo acabou por aparecer no dia do exame, falhando devastadoramente. Ao saber do insucesso do rapaz Bakugou no último dia de aulas falou com ele quando se cruzaram na saída da escola.

– Eu disse que não ias conseguir Deku, não se pode entrar na academia U.A. simplesmente com esforço, é muito simples, não tens peculiaridade não entras. – Disse Bakugou passando por Midoriya até que ouve o seu nome ser chamado, baixinho num sussurro, que evidenciava o choro que estava próximo.

– Kacchan. – Bakugou virou um pouco a cabeça, encarando Midoriya de lado, ao perceber que tinha a atenção do loiro continuou a falar. – Se eu não me posso tornar num herói… O que é que posso ser?

Por um momento Bakugou sentiu pena, ele já sabia que Midoriya nunca poderia se tornar um herói, não existia nenhum herói sem peculiaridade, mas apesar de lhe ter dito isso tantas vezes Midoriya continuava a insistir nesse sonho, Bakugou por um lado até compreendia, termos de desistir dos nossos sonhos poderia ser doloroso, mas o que é que ele poderia dizer a Midoriya agora? Depois dos seus sonhos terem sido despedaçados por não ter conseguido entrar na academia que tanto desejava? O melhor seria Midoriya seguir com uma vida comum, longe da vida de herói, encarar a realidade era a melhor solução para ele.

– Não podes ser um herói, mas uma pessoa inútil e sem peculiaridade como tu deve conseguir arranjar alguma coisa, algo que até tu podes fazer, quem sabe não tens algum talento escondido. – Ao dizer isso Bakugou tentou, da sua própria maneira, dar motivação para Midoriya, apesar da maneira como o tratava não gostou de o ver assim, tão frágil e despedaçado por ter o seu sonho destruído.

Midoriya encarava o chão em silêncio, perdido em pensamentos, ao perceber que Midoriya não ia dizer nada Bakugou virou-se de costas e voltou a falar.

– Até algum dia Deku. – E seguiu o seu caminho para casa.

Depois desse momento Bakugou nunca mais tinha tido notícias de Midoriya.

(#)

Ao sentir o carro parar Bakugou abriu os olhos, deixando de remexer nas memórias que tinha em relação a Midoriya, agora em casa dele poderia perceber um pouco melhor o que se passava, pois não podia acreditar no encontro que tinha tido antes realmente tivesse sido com o verdadeiro Midoriya.

O detetive aproximou-se da porta e bateu, ouviu uma voz feminina no interior e pouco depois a porta foi aberta.

Momentos antes noutro lugar.

O rapaz de olhos azuis tinha finalmente chegado após a sua ida ao parque, ao entrar no edifício, que parecia abandonado do lado de fora, percebeu que o rapaz de olhos vermelhos estava à sua espera, e assim que o viu começou a falar.

– Precisamos de falar. – Disse aproximando-se do rapaz de olhos azuis com um sorriso sinistro que o outro rapaz ignorou.

– Sobre? – Perguntou curioso, se o rapaz de olhos vermelhos estava à sua espera para falar, era sinal de que algo se passava.

– Hoje fui à agência que tinhas investigado há uns dias, mas o All Might apareceu, eu tentei fugir mas uma pessoa perseguiu-me, o Kacchan. – Ao dizer isso o seu sorriso sinistro desapareceu e ficou com uma expressão um pouco mais séria.

– Isso aconteceu mais cedo do que estava à espera. – Comentou o de olhos azuis seriamente. – A agência do All Might é que está encarregue do caso do Red D, o Kacchan está a estagiar lá, era uma questão de tempo até se cruzarem, e ele reconheceu-te? – Perguntou curioso, com essa pergunta o sorriso sinistro voltou.

– A expressão de choque dele foi melhor do que estava à espera. – Respondeu aumentando o sorriso.

– Tens noção de que isso é mau? Porque não usas uma máscara? Eles assim vão acabar por nos encontrar. – Comentou o de olhos azuis e suspirou ao ver que o de olhos vermelhos só se riu. – Sabes que o Todoroki Shouto está a estagiar lá também não sabes? – Ao fazer essa pergunta ambos se encarar seriamente.

– Ele é um grande problema, mas se calhar é assim que têm de ser as coisas… Temos de aproveitar enquanto podemos, o tempo é escasso. – Disse o de olhos vermelhos virando-se, voltando a sorrir e começou a subir as escadas. – Vou para a sala de treino.

O rapaz de olhos azuis suspirou, como é que num momento tão importante o outro poderia simplesmente pensa em treinar?

– Mesmo sendo igual a ti não te consigo compreender. – Disse o de olhos azuis suspirando.

– Nem eu a ti. – Murmurou o de olhos vermelhos mantendo o sorriso e saindo para outra sala.

Novamente em casa de Midoriya.

Inko tinha aberto a porta e ficou muito surpresa com as pessoas que lá estavam. Um membro da polícia acompanhado de All Might, a pessoa de quem o seu filho era grande fã, sendo a sua grande inspiração, ao seu lado estava Bakugou Katsuki, amigo de infância do seu filho, mas já fazia algum tempo desde que o tinha visto pela última vez, e um pouco mais atrás estava Todoroki Shouto, que ao olhar para Inko sorriu, um sorriso triste e compreensivo, Inko percebeu que ele já sabia do desaparecimento de Izuku e fez os possíveis para segurar as lágrimas.

– Boa tarde, sou detetive da polícia e viemos para falar sobre o desaparecimento do seu filho Midoriya Izuku. – Explicou Tsukauchi atraindo a atenção de Inko e mostrando o seu crachá que comprovava o que dizia.

– Entrem. – Disse abrindo a porta para os outros começarem a entrar, à medida que o faziam iam cumprimentando-a. – Sentem-se por favor. – Pediu sentando-se num dos lugares do sofá e todos fizeram o mesmo.

– O que tem a dizer sobre o seu filho e sobre o seu desaparecimento? – Perguntou o detetive encarando Inko, que respirou fundo e começou a falar.

– O meu filho Izuku sempre quis ser um herói, um herói como o All Might, infelizmente o Izuku não manifestou nenhuma peculiaridade, e por isso esse sonho não é possível de ser realizado, no entanto ele nunca desistiu, e até fez o exame de admissão na academia U.A., mas como podem calcular, ele não conseguiu entrar. – Nessa altura Inko já não conseguia controlar as lágrimas.

– Senhora Midoriya se quiser parar um pouco não há problema, dar-lhe-emos todo o tempo que precisar para falar deste assunto tão delicado. – Disse All Might, ficando devastando ao ver a tristeza nos olhos de Inko.

– Estou bem, obrigada. – Disse Inko e mesmo a chorar continuou a falar. – Após a notícia que não tinha entrado o Izuku continuava a sorrir para mim e dizia que ia seguir em frente, mas eu ouvia-o todas as noites a chorar no seu quarto, eu não sabia o que é que eu poderia fazer, mas houve um dia em que ele voltou para casa com um olhar diferente, sinceramente não sei dizer que tipo de olhar era mas parecia que tinha ganho alguma esperança, e no dia seguinte ele despediu-se de mim com um sorriso, ele disse que talvez fosse voltar tarde nesse dia mas… Nunca mais voltou. – Todos ouviam com muita atenção cada palavra de Inko, que já tinha um lenço para tentar impedir as lágrimas. – Eu nesse mesmo dia liguei à polícia e dei o meu filho como desaparecido, mas passado alguns dias, por haver falta de informações e novas pistas, o caso ficou por ai, sem nunca ser resolvido, a polícia pediu que eu guardasse segredo pois não havia razão para preocupar mais ninguém e eu assim o fiz. – Todoroki percebeu que essa última explicação tinha sido para si, compreendendo a razão pela qual Inko não lhe tinha dito nada até então.

– Viemos até aqui para lhe dizer que há novas pistas sobre o paradeiro do seu filho, algumas pessoas dizem tê-lo visto, por isso iremos voltar a esse caso. – Disse o detetive, vendo que Inko não sabia nada sobre Midoriya ser o possível Red D.

Inko sorriu, ganhou esperanças com aquela pequena frase e começou a agradecer freneticamente ao detetive e aos heróis ali presentes.

– Vamos indo então, obrigada pelo seu tempo. – Disse o detetive e começaram a sair.

– Shouto-kun desculpa não ter dito nada antes, eu sei como o meu filho é importante para ti mas não te queria ver preocupado com ele, apesar de tantos meses sem notícias dificultar isso. – Disse Inko ao ver que os restantes já tinham saído, Todoroki abraçou Inko, que correspondeu, ao afastarem-se Todoroki tinha um olhar determinado.

– Eu vou encontrar o Izuku, e trazê-lo de volta. – Ao dizer isso Inko sorriu, sabia que Todoroki faria o que fosse preciso pelo seu filho. Após agradecer fechou a porta e o detetive e os heróis foram de novo para o carro, quando lá estavam dentro e antes de ligar o carro All Might começou a falar.

– Jovem Bakugou tu tens algum tipo de relação com o jovem Midoriya correto? E perseguiste o Red D correto? – Perguntou encarando o loiro, que logo percebeu o que All Might queria dizer com aquilo.

– Sim, ele é fisicamente igual ao Deku, mas a personalidade não é a do Deku que eu conhecia. – Explicou e ao perceber que ninguém tinha entendido quem era Deku voltou a falar. – Eu e o Deku somos amigos de infância, Deku é um apelido. – Bakugou bufou não sabia de outro termo para explicar a relação deles.

All Might então encarou Todoroki, que olhava para Bakugou como se tivesse percebido alguma coisa, e voltou a falar.

– O jovem Bakugou não é o único que tinha alguma relação com o jovem Midoriya não é verdade? – All Might tinha percebido que os dois jovens estavam envolvidos com Midoriya de alguma forma, não só por pedirem para irem até casa dele, como também pelas reações que tiveram ao ouvir as explicações de Inko, e Bakugou já tinha explicado qual a relação que os dois tinham, faltava apenas Todoroki, que suspirou e respondeu.

– Ele é meu namorado. – Ao dizer isso todos os outros no carro olharam para ele com olhos arregalados, não sabendo como reagir aquela informação.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Quero agradecer às pessoas que favoritaram a fic e aos comentários! Fico muito feliz!
No próximo vou explicar melhor a relação do Todoroki com o Midoriya!
Até ao próximo!
Kissus


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