Era uma vez uma princesa que, desde o dia de seu nascimento, fora prometida em
casamento a um príncipe de um reino longínquo. Quando finalmente chegou a época de
encontrar seu príncipe, houve uma grande tristeza em seu reino, pois ela era uma princesa
meiga e gentil, adorada por todos. Sua mãe, a rainha, era a mais entristecida pelo
acontecimento, e juntou vários tesouros para a filha levar.
Os preparativos levaram muitos meses e, quando foram concluídos, havia tantos baús que
não se podia ver o fim. Abarrotando os baús imensos, havia joias da mais rara qualidade,
acessórios de ouro e prata para o uso diário da princesa, metros e metros dos mais finos
tecidos de todas as cores do arco-íris e muitos outros itens, todos de excelente qualidade e em
grande abundância. Nenhum pequeno detalhe foi desprezado, para que tudo que fosse
condizente a uma princesa estivesse incluído. Na verdade, um legado até mesmo para uma
rainha.
Esses baús abarrotados foram cuidadosamente colocados em carrinhos longos,
posteriormente assistidos por guardas selecionados entre os mais devotados serviçais do
reino. Além dessa carga extravagante, a princesa recebeu, como sua criada pessoal e
acompanhante, a bela filha do mais fiel criado do rei, um homem que descendia de uma longa
linha de serviçais do trono. Essa criada foi a escolha mais agradável para a princesa, pois a
moça fora sua companheira querida, desde a infância.
Para a sua jornada, a princesa recebeu um cavalo encantado que podia falar, chamado
Falada. Por último, a princesa foi presenteada com um colar de ouro no qual havia uma
aliança real pendurada, pertencente ao seu noivo e príncipe. Ela deveria devolver a aliança ao
príncipe em seu casamento.
Quando estava tudo pronto para a partida, o castelo inteiro veio desejar uma boa viagem,
e a jornada começou.
Houve muito alvoroço com a partida dos viajantes, e a princesa e sua dama de companhia
passaram as primeiras horas da viagem alegremente. Mas elas logo se cansaram do ritmo
mantido pelos outros, preferindo viajar de modo bem mais agradável. Na verdade, a princesa
não queria se casar, principalmente com um príncipe que jamais vira. Isso não quer dizer que
de alguma forma ela alimentasse esperanças de evitar o casamento, pois era obediente e leal
com o dever característico daqueles que possuem sangue real. Ainda assim, ela tinha intenção
de desfrutar de seus últimos instantes de liberdade pelo maior tempo possível.
Desta forma, determinada a não ser apressada rumo ao seu destino inevitável, ela
convenceu a sua caravana a seguir em frente, permitindo que ela e a criada seguissem seu
ritmo próprio. Afinal, era uma viagem de apenas alguns dias dentro das propriedades reais,
além disso, ninguém na procissão estava em posição de negar qualquer coisa que ela
desejasse.
Naquele primeiro dia de jornada estava particularmente quente e, tendo feito diversas
paradas para descansar, a princesa e sua acompanhante logo ficaram para trás do restante do
grupo. Quando já estava chegando o final da tarde, as duas chegaram a um córrego e,
empolgadas com a possibilidade de tomar um banho após uma cavalgada tão tediosa,
concordaram que seria um lugar perfeito para montar acampamento e passar a noite.
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