Por favor, desça de seu cavalo e me traga um pouco de água.
Mas a criada se recusou, dizendo:
-Você mesma pode pegar.
Aquilo chocou a princesa, mas ela se sentia muito afeiçoada à garota para levar a questão
adiante como deveria e, portanto, desceu do cavalo e foi até o córrego beber água. Mas
Falada, o cavalo da princesa, marcou tudo que acontecera.
Um pouco mais adiante, na estrada, a princesa novamente sentiu sede e, esquecendo do
incidente anterior, mais uma vez solicitou ajuda da criada, dizendo:
-Por favor, desça de seu cavalo e me traga um pouco de água.
Novamente a criada se recusou a ajudar a princesa com uma resposta grosseira, e a
princesa foi obrigada a pegar sua própria água. Mas depois de beber, ela se levantou e viu que
a criada também havia descido do cavalo.
A expressão nos olhos da criada fez com que o coração da princesa se enchesse de terror.
Parecia que ela iria matá-la, mas, em vez disso, ela ordenou que a princesa tirasse todos os
seus trajes reais e vestisse os seus, de criada. Aquele pareceu um pedido estranho, mas a
princesa obedeceu silenciosamente, mesmo vendo a criada vestir seus robes. Depois a criada
montou em Falada, deixando seu cavalo para
que a princesa montasse. A princesa ficou imaginando o que teria acontecido, mas não
disse nada, pensando que seria mais prudente esperar até que elas chegassem à segurança do
reino antes de questionar
o seu comportamento bizarro. Quanto à criada, ela continuou postergando o momento de
concluir seu plano, pois, na verdade, não teria prazer em executar a tarefa que tinha pela
frente.
Elas viajaram assim por um tempo, com a princesa temerosa demais para falar e a
serviçal ponderan do o destino solenemente. Quando finalmente chegaram a uma bifurcação na estrada, que
marcava a entrada do reino do noivo da princesa, a criada sabia que não podia esperar mais.
Parou o cavalo da princesa e a fez descer. Antes que a princesa tivesse tempo para falar, a
serviçal rapidamente mostrou um punhal. Apontando o punhal para o coração da princesa, ela
lhe deu um ultimato: jurar jamais revelar sua verdadeira identidade ou seria morta. A princesa
estava chocada demais para falar, mas a criada projetou o punhal à frente, dizendo:
-Eu sei que você não irá quebrar um juramento real, portanto, jure agora, ou morrerá! O
que a princesa poderia fazer? Para salvar a própria vida, ela fez conforme a serviçal mandou.
E tudo correu exatamente como a criada planejara, quando as duas mulheres chegaram ao
destino, a criada foi imediatamente tomada pela princesa, sendo recebida no castelo do
príncipe com muita alegria e comemoração. Quanto à verdadeira princesa, ela foi obrigada a
agir como uma serviçal. Ficou trancada no ex-quarto de sua criada e forçada e desfazer suas
próprias malas, que agora pertenciam a ela. A criada concluiu esse feito demoníaco ao mandar
uma ordem dizendo que toda a caravana fosse mandada de volta ao antigo reino.
Com seu plano tão bem conduzido, a princesa impostora não perdeu tempo em se casar
com o príncipe, que não suspeitou de nada. Mas a verdadeira princesa se recusou a servir a
criada traidora e, sem ter qualquer treinamento ou habilidade para o emprego, não encontrou
nenhuma posição melhor do que cuidar dos gansos reais. E foi assim que ela ficou conhecida
como a Garota dos Gansos.
Dessa forma, o príncipe e sua noiva viveram felizes para sempre, mas, por outro lado, a
garota dos gansos sofreu uma vida de pobreza e solidão, na qual seus únicos companheiros
eram os gansos de quem cuidava no quintal.
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