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História O Preço da dúvida - Perdida!


Escrita por: SrtaCanela

Notas do Autor


Hey! O capitulo tão esperado chegou!
Vocês tem que agradecer muito a QueenLexie porque ela encheu tanto, mas tanto o saco e me fez tantas ameaças essa noite que eu tive que postar pelo amor a minha vida.

Agora a pergunta que não quer calar: Regina atrás de Emma ou Emma atrás de Regina?
A disputa foi acirrada e eu Espero que gostem da minha decisão.
Boa leitura! Mmmmwha! 💋

Capítulo 15 - Perdida!


Você pode se perdoar hoje,

Perdoar alguém que te feriu,

Ou apenas tentar porque tentar ainda é muito.

Os dias foram se passando lentamente depois do almoço no restaurante, poucas mas significativas coisas haviam mudado. Regina e Emma aos poucos se aproximavam, haviam conversas curtas sobre as crianças, haviam sorrisos discretos sendo trocados, olhares sendo flagrados uma da outra. Mas também ainda havia certo receio, a confiança que estava abalada, o medo de ser rejeitada ou apenas o simples pensar de que trocavam palavras por conveniência. Os filhos ainda não estavam abertos a uma reaproximação, o que causava frustração em ambas.

Regina sente por ela e sente por eles, a saudade lhe rasga o peito, o sentimento de impotência a paralisa, a tristeza a acompanha e a toma cada vez que os vê aos sorrisos com a loira, queria tanto estar perto, estar presente, estar compartilhando dos mesmos sorrisos e demonstrações de amor, mas de certo modo estava feliz também, feliz por ver a loira os cativar amar e cuidar, feliz por ver o brilho nos olhos dos filhos e enxergar que ali estava sendo cultivado o mais puro e Belo amor, feliz por ver Emma se reestruturando e conquistando novamente seu espaço, por vê-la mais forte, mais decidida, mais intensa...

Suspiros... ultimamente os deixava escapar com regularidade.

Quando fechava os olhos ainda podia sentir em sua pele o toque dos dedos da loira, queimando lentamente, descendo delicadamente, arrepiando e trazendo sensações antes esquecidas, lembrava-se dos verdes lhe encarando com doçura, do sorriso que lhe foi dedicado, os dedos entrelaçados que lhe transmitiam calma e segurança, dos apertos suaves que mostravam o quanto real era o toque. A cada pensamento um sorriso bobo toma conta de seus lábios, o coração acelera, as pernas bambeiam e um delicioso calafrio percorre seu corpo.

Sensações...

Só as sentiu uma vez e somente por uma pessoa, nunca por outra, era e sempre será completamente incabível sentir por outra o que sente por ela. Um sentimento. Regina o reconheceu no mesmo instante, pois é impossível esquece-lo, talvez tenha sido trancafiado, encarcerado anos atrás mas agora ele se fazia presente, muito lentamente se libertando de seu cárcere. O primeiro e único sentimento, pela primeira e única pessoa. Mas, haviam tantos erros, tanta ferida, tanta culpa... seria impossível que a loira a perdoasse, seria impossível que a aceitasse novamente e o que lhe restava era somente guardar esse sentimento para si e esperar que algum dia ele possa ser compartilhado e dividido.

Emma não estava indiferente aquelas sensações, mesmo que relutante, ela sentia tudo e ia ganhando intensidade. O famoso friozinho na barriga, as mãos úmidas, os pensamentos que se voltavam para a morena sem perceber, preocupou-se com o seu estado, corou levemente ao trocar de sorrisos e até se flagrou a observando descaradamente. Sentimentos conflitantes povoavam sua mente e seu coração. O medo, a falta de confiança, as feridas, os insultos e brigas tudo ainda estava fresco em sua memória. Dúvidas rondavam sua mente. Deveria ela se afastar e ignorar a existência da morena ou ela deveria trilhar o caminho que estava percorrendo e se reaproximar de Mills?

- Você ainda a ama?

Ruby perguntou a noite passada quando percebeu que a loira olhava fixamente para uma foto antiga das duas no tempo da faculdade que havia encontrado no escritório de sua casa. Estavam abraçadas no meio de um campo, Regina beijava a bochecha de Emma e esta fazia uma careta. Tão jovens e apaixonadas... Emma desviou o olhar da foto e voltou a atenção para a amiga.

- Por que a pergunta?

- Você já está olhando há um bom tempo pra essa foto, e eu posso ver um fraco brilho em seus olhos – apontou – Você ainda a ama? Sente algo por ela?

Emma franziu o cenho e olhou para um ponto qualquer. Ela sentia alguma coisa pela morena? Ainda a amava? O sentimento de anos atrás ainda estaria lá em algum lugar perdido dentro de si?

Bom, ela não se aprofundou em tais questões... sua mente tinha outros planos, outros sentimentos e outras memórias para virem a tona.

Existem dias bons e dias ruins para aqueles que passam por situações extremas e que mexem consigo mental, psicológica e emocionalmente. Para Emma esses dias estavam perto, bem perto.

Uma data...

Foi o que conseguiu tirar os dias bons da loira. Mas não era apenas uma data, eram várias que se seguiam continuamente uma pior que a outra até chegar ao trágico dia em que viu a vida de seu amigo se escorrer por seus dedos e não pôde fazer nada para ajuda-lo. Data que só servia para lembra-la do quão quebrada e machucada ela está. Emma lutou com todas as suas forças para não se deixar entristecer, chorar e desabar, lutou por seus filhos, por suas amigas e por ela mesma. Aceitou de bom grado todo carinho e atenção que estavam dedicando a ela. Mas lá estava ela, a melancolia profunda... chegou aos poucos e foi tomando espaço, devagar, gradativamente foi se achegando tirando seus sorrisos, sua concentração, seu brilho.

Todos estavam apreensivos sobre o que iria acontecer aos dias que se sucederiam na empresa, já estava próximo o dia do assassinato que ocorreu ali, não sabiam o que ia acontecer agora que a loira havia voltado. Regina se preocupou, ela pôde ver Emma absorta em certos momentos se perdendo, se entristecendo, se distanciando. Viu a loira vagando pela empresa com o olhar longe, viu lágrimas não-derramadas, viu dor, viu saudade, desespero, angústia. Mills só queria poder estar perto para acalentar, cuidar, tocar, seu arrependimento crescia por ver uma inocente carregar tantos sentimentos sofridos dentro de si, e ela não podia fazer nada, o seu tempo para tratar das feridas de sua amada havia acabado quando lhe virou as costas e hoje ela se arrepende amargamente.

Em casa não era muito diferente, Emma mesmo que involuntariamente se isolou. Passou horas em seu quarto, se sentia cansada fadigada, sem forças, ela apenas olhava para o teto fora de órbita, estava em transe, com a sensação de que a alma estivesse fora do corpo e agora estava oca, não sentia nada mas também sentia tudo ao mesmo tempo. Não pensava em nada, era como se estivesse flutuando sobre um extenso mar onde se encontrava sozinha o silêncio era sua companhia, fechou os olhos sentindo seu corpo boiando.

Sobrevivendo.

A porta de seu quarto foi aberta, passos cautelosos foram dados, o vazio ao seu lado do colchão foi preenchido e logo sentiu um braço passar por sua cintura e uma cabeça pousar em seu ombro, o aroma doce invadiu o seu nariz e um pequeno, quase imperceptível sorriso se formou em seus lábios.

- Volta pra mim mãe – sussurrou Camila chorosa – não gosto de te ver assim.

Comprimido, o coração de Emma estava se comprimindo ao escutar tais palavras, ela queria, ela estava tentando, mas era mais forte, ela estava afundando. Sua voz se perdeu ao sentir lágrimas quentes em seu pescoço, antes que pudesse reagir sentiu novos braços em seu corpo e o cheirinho de morango também se fez presente. Um beijo em sua bochecha e o outro descansar em seu ombro.

- Mamãezinha por favor fica bem – outro sussurro choroso agora vindo de Helena.

Emma tentou falar algo mas estava quase impossível, ela queria falar que ficaria bem, que iria passar, mas nada saía de seus lábios, sempre que chegava perto da data ela não podia evitar, uma grande tristeza lhe abatia e ela apenas esperava que passasse. As crianças já estavam preocupadas, aflitas, não sabiam o que fazer para conseguir a melhora de Swan, então apenas ficavam perto e lhe demonstravam carinho e amor.

Henry fora o último a entrar no quarto, ele deitou ao lado da irmã morena e abraçou a mãe, o garoto não suportava vê-la no estado em que se encontrava, tinha se acostumado a ver a Emma feliz que transbordava de amor e carinho. Ver sua mãe inerte em tristeza por conta de tudo que passou lhe trazia um descontentamento em grandes escalas, sentiu raiva, Emma deveria estar feliz, mas não, estava ali sendo perturbada por memórias de um passado injusto.

- Nós estamos aqui mãe – sussurrou no ouvido da loira – te amamos muito.

Uma lágrima solitária escapou e desceu lentamente pela face de Emma, ela também os ama e sente muito por não poder dar o seu melhor no momento para seus bebês. Abriu os olhos e viu três pares de olhos vermelhos e embargados, acariciou cada uma das faces e depositou um beijo em cada testa, esperava transmitir todo seu amor no ato, os aconchegou em seus braços e sussurrou um “eu amo vocês” dando seu melhor sorriso no momento, prometendo que ela ficaria bem.

Naquela noite Emma dormiu embalada pelo amor de seus filhos e não poderia ter sido melhor.

Na semana que se passou a loira não compareceu a empresa, deixou tudo a cargo de sua assistente Mulan. Os acionistas estavam todos descontentes e cheios de comentários nada bons para com a falta de Swan.

- Para que ela voltou se não tem compromisso com seus negócios? – reclamou Fiona descontente - Todo aquele papo sobre pegar o que era seu de volta e agora nem se presta a vir as reuniões.

- aquilo tudo era discurso de menina mimada que não sabe perder – Cora desdenhou – não soube dar conta de tudo e pôs nas mãos da pobre secretária.

Uma súbita raiva tomou conta de Regina, aquelas mulheres já haviam passado dos limites.

- Creio que a reunião não seja sobre a falta da Srta. Swan – falou séria – Por favor guardem seus comentários para si.

- ora, ora alguém não está gostando dos nossos “comentários” Cora.

Ignorando a fala de sua filha Cora continuou.

- Penso que uma simples secretária não deveria estar entre nós – encarou Mulan – Srta. por favor se retire.

Mulan sabia que algo do tipo iria acontecer, Emma a preparou para possíveis casos, ela não se abalou com o tom desdenhoso com que a Sra. Mills havia dirigido a ela, apenas sorriu cordial e lhe fez o que Emma lhe disse “Não abaixe a cabeça para nenhum deles, você me representa então o faça como tal.”

- Sinto muito se pensa que não estou apta para estar nesta e em outras reuniões Sra. Mills, mas tenho que lhe esclarecer que esta simples secretária não recebe ordens suas – pontuou – estou aqui a mando da Srta. Swan então se não gosta de minha presença leve suas frustrações para ela, tenho certeza de que ela não concordará com suas palavras.

Bufando em descontentamento por ter sido contrariada por alguém abaixo do seu nível, Cora fingiu que nada aconteceu e deu prosseguimento a reunião. Mulan arrancou sorrisos discretos de alguns que estavam presentes, e até se sentiu orgulhosa por ter enfrentado a “fera”. Quando a reunião acabou ela se dirigiu para fora da sala mas foi interceptada por Regina. A morena precisava ter notícias de Swan, e a única pessoa que poderia lhe dar tais notícias era a jovem asiática, mesmo apreensiva ela seguiu em frente.

- Como a Emma está? – ela viu a jovem ficar nervosa e lhe dedicou seu melhor olhar de súplica – Por favor eu preciso saber...

Mulan suspirou, passou a mão nos cabelos, não faria mal contar a ela como a loira estava.

- Não está em seus melhores dias, ainda se sente culpada pela morte do... – fez uma careta – está triste mas vai ficar bem.

Comprimindo os lábios em uma linha fina Regina balançou a cabeça em concordância e agradeceu, voltou para o seu escritório perdida em pensamentos, a resposta de Mulan não satisfez suas dúvidas mas alimentou suas angústias. Emma estava passando por um momento difícil e ela queria vê-la, ver seus filhos que com certeza estariam também abalados pela loira, como mãe e também pelo seu sentimento, ela não poderia ficar de braços cruzados tinha que fazer algo e estava disposta a ir até a mansão e tentar.

Só não tinha idéia do que a esperava.

A noite já apontava quando Emma estava em seu quarto com Ruby. Elas não estavam conversando, estavam apenas deitadas em silêncio, a morena sabia que a loira não necessitava de palavras no momento, apenas a presença das pessoas que a amavam bastava, então ela respeitou o silêncio e deitou ao lado de Swan.

A campainha ecoou pela mansão causando estranheza nos presentes pois estavam todos na casa e não tinham marcado visita ou algo do tipo, a noite se fazia fria, com uma ventania e pequenos rastros de que iria chover. Granny abriu a porta e deu de cara com a morena desconhecida. Percebeu que ela estava nervosa e um tanto trêmula.

- A Emma está? – perguntou Regina.

- Sim mas no momento ela não quer ver ninguém – falou calma.

- Eu sou Regina Mills – disse sem graça – tenho dois filhos com ela, a senhora pode chama-los por favor?

- Ah o menino Henry e a menina Helena – sorriu – Claro, entre.

Saudosa como sempre Granny deixou Mills a vontade enquanto ia chamar as crianças. Regina observou cada detalhe da casa, suas mãos suavam frio e algumas memórias vieram a sua mente do tempo em que namorava com Emma e trocavam alguns amassos pela mansão, sorriu. A casa continuava a mesma, com seu requinte e sofisticação mas também com seu toque aconchegante. Ouviu passos e quando se virou viu seus filhos descendo as escadas, sorriu mais amplamente, estava com tantas saudades de suas crianças, continuavam com a velha mania de descer as escadas correndo, mas não se importou com isso sua emoção por vê-los novamente lhe cegou e não percebeu as expressões nada boas que lhe dedicavam.

- Henry, Helena – sorriu com lágrimas nos olhos – Que saudades!

Mills tentou se aproximar para abraça-los, mas eles se afastaram, o sorriso dela foi morrendo aos poucos, se desconcertou e se recolheu. Eles ainda estavam magoados, respirou fundo tentando conter a lágrimas que vinham com força e engoliu o bolo que se formou em sua garganta.

- o que faz aqui? – Henry perguntou ríspido.

- E-eu vim ver como estavam e ...

- Como pode ver nós estamos bem, já pode ir – Helena a cortou.

Regina mordeu os lábios com força, o desprezo evidente era como facas que se apunhalavam em seu coração. Uma lágrima escorreu e ela limpou rapidamente.

- Eu também vim ver como está a mãe de vocês – tentou soar calma.

Henry riu seco.

- Pra quê? Por acaso veio ver o dano que causou a ela? Veio ver o quanto a machucou e o quanto a fez sofrer pra satisfazer o seu ego?

O garoto a encarava com um olhar cheio de mágoa, as mãos estavam fechadas em punho e sua respiração pesada era evidente.

-É claro que não Henry, que tipo de pessoa acha que eu sou?

- A pior de todas – Helena se pronunciou com a voz embargada – Você foi tão má e cruel que eu tenho vergonha de tudo o que você fez, a mamãe não merecia isso.

- Como você pode se olhar no espelho? Como tem coragem de vir aqui? Já não basta tudo o que fez a nós?

Cada palavra, cada frase, cada sílaba estava acabando com Regina, ela já não segurava mais as lágrimas, estava desabando, suas forças se esvaindo, ver seus próprios filhos lhe julgando e dedicando olhares de ódio estava a matando.

- Filhos... por favor vamos conversar – tentou se aproximar mas foi repelida.

- VAI EMBORA VOCÊ NÃO É BEM VINDA AQUI – Henry apontou para a porta.

- Por favor, meu amores – soluçou – Helena... deixem eu me explicar... por favor... pelo amor que sentimos vamos conversar.

- Amor ? – Helena perguntou incrédula – Não existe amor, você acabou com tudo Regina, EU TE ODEIO, OLHA O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA MÃE, EU TE ODEIO, EU TE ODEIO, EU TE ODEIO.

Helena repetia enquanto Henry a segurava em seus braços, a menina estava vermelha e chorava copiosamente, Henry balançava a cabeça negativamente enquanto apertava a irmã. Regina sentiu-se sem chão ao ouvir tais palavras saírem da boca de sua filha, sentiu como se estivessem esmagando seu coração lentamente, ela apenas chorava, não sabia mais o que fazer, olhava para seus filhos e não podia acreditar no que eles estavam dizendo, só podia ser um pesadelo, e ela queria mais do que nunca acordar.

- Não precisamos de você aqui, vai embora.

Sem forças Regina caminhou lentamente para a porta, as palavras de seus filhos ecoando em sua cabeça, chorava sem se conter, cada parte de seu corpo doía como se tivesse levado uma surra, o que não diferenciava muito do que acabara de acontecer, desnorteada demais para lembrar que tinha um carro ela andou sem rumo pelas ruas, já não se importando com sua segurança ou com a noite fria, tudo estava acabado, e ela ruiu por seus próprios atos. Suas esperanças, suas forças, sua vontade de viver, tudo havia se esgotado, agora havia somente suas lagrimas e seu desespero.

Era como se toda sua vida tivesse se esvaído.

Na mansão Emma e Ruby escutaram os gritos de Henry e Helena e desceram as pressas para o andar de baixo. Encontraram os irmãos abraçados as lágrimas, Emma se desesperou ao vê-los em tal estado e os abraçou fortemente temendo que algo tivesse acontecido.

- O que houve por que estão chorando?

- N-Nós expulsamos ela daqui – Henry gaguejou.

- Ela quem? – Ruby perguntou confusa.

- Regina... – Helena sussurrou – nós gritamos com ela e a mandamos embora.

- Vocês o que?! – Emma perguntou aturdida escutando o barulho de trovões que ecoava.

- Ela não vai mais te machucar mãe – Henry falou.

Emma não deu ouvidos, correu até a porta e viu que o carro da morena estava ali mais não havia nenhum sinal da mesma. Se preocupou.

- Para onde ela foi? – perguntou enquanto pegava seu sobretudo.

- Vo-você vai atrás dela? – Ruby perguntou incrédula – Depois de tudo que ela fez você vai atrás dela, é isso mesmo Emma Swan?

A morena de mechas vermelhas agarrou o braço da loira a impedindo de passar pela porta, Emma bufou e confirmou com a cabeça enquanto tentava se soltar do aperto da morena. Seu coração gritava para ir atrás da morena, seu medo de que ela pudesse fazer algo de errado tomava conta de si, imaginar que ela estava sofrendo lhe era uma idéia insuportável.

- Me solta! Eu vou atrás dela sim e você não tem nada haver com isso – respondeu autoritária enquanto encarava a mão da amiga lhe apertando.

Ruby estava chocada, balançou a cabeça negativamente e a soltou.

- Só espero que não se arrependa depois.

Emma não respondeu, correu para fora e olhou as várias ruas que se mostravam a sua frente e seguiu por uma delas em busca da morena, estava frio mas ela não ligou, corria e olhava atenta para todos os lugares, o coração acelerado e os pensamentos voltados para encontra-la. Escutou bem quando Helena gritou as palavras de ódio e só conseguia pensar no quanto Regina estava sofrendo. Se martirizava mentalmente por ter deixado a situação chegar ao ponto em que chegou. Estava tudo errado e ela tinha que consertar, mas primeiro tinha que acha-la.

Perdida.

Regina andava lentamente pelos caminhos de um parque, estava perdida em lembranças e não sabia como havia chego ali. Seus pés doíam pelos saltos mas ela não dava atenção, cada vez que fechava os olhos, cada lágrima que escorria pela sua face, cada passo que dava, ela se lembrava apenas das palavras de seus filhos, os momentos dolorosos em que passou desde que descobriram que ela havia mentido, tudo lhe feria e lhe marcava, tremia de frio mas não se importou, suas lágrimas vieram densas quando viu uma mulher com duas crianças correndo e se divertindo. Lembrou-se dos momentos felizes que celebrou com suas crianças: os primeiros passos de Henry, a primeira vez que Helena disse mamãe, as apresentações escolares que lhe enchiam de orgulho, as manhãs de café da manhã regada a bagunças... fechou os olhos com força desejando que tudo voltasse, que tudo fosse diferente, que eles a amassem de novo.

- Meus filhos – Sussurrou – Eu os perdi para sempre...

Mais lágrimas, mais dor, mais lembranças.

Emma já não sabia mais por onde percorrer, seu pânico aumentava a cada minuto, voltou a fazer preces, dessas vez pedindo que achasse Regina, que ela estivesse bem, andou e andou, mas não viu nenhum sinal da morena, uma chuva fraca começou a cair, ela parou no meio de um parque olhou para o céu e fechou os olhos sentindo as gotas de chuva em seu rosto, sentia vontade de chorar, mas não ia fazê-lo, olhou em volta e novamente pediu.

“Meu Deus, me ajude a encontra-la, eu te suplico! Me ajude a encontrar a Regina”

A chuva caia mais forte, já estava encharcada da cabeça aos pés, passava as mãos pelos cabelos enquanto seguia os caminhos do parque e uma voz sussurrante ecoava em sua cabeça.

Regina...”

Regina

Regina onde você está?”

Seu corpo já tremia, já estava cansada de correr, o coração se apertava mais e mais com o simples pensar de que não iria encontra-la, que talvez ela tivesse sofrido algum acidente, que estava sozinha por aí perdida, com frio e chorando.

Foi quando a viu... andando desolada no meio da chuva, tão encharcada quanto, Emma sorriu aliviada, seu coração batia forte em seu peito agora, nunca ficou tão feliz por vê-la, deixou todos os seus receios para trás quando deu o seu primeiro passo em direção a morena, correu, já não havia mais cansaço, precisava ter ela em seus braços, tocar seus rosto, ama-la.

- Regina!

Gritou chamando a atenção da morena. Mills não acreditou, estava sonhando só podia ser, viu Emma vindo ao seu encontro e se jogou nos braços dela. Seus corpos colidiram, se reencontraram em meio a chuva, se abraçaram, sentiram uma a outra, era real, elas estavam ali se tocando. Emma a apertou em seus braços sorrindo, ela pousou as mãos nos pescoço da morena fazendo encara-la em meio a chuva, a admirou profundamente e mergulhou naqueles castanhos que tanto mexiam consigo. Ela não tinha dúvidas, nunca teve, é ela, sempre foi.

- Regina, minha Regina, meu amor – sussurrou – Eu não posso... eu não posso te perder outra vez.

Fechou os olhos e aproximou seus rostos delicadamente, as respirações misturaram-se, as bocas colaram e os corações batiam tão rápidos que era quase possível que saíssem de suas bocas, se reencontraram, se reconheceram, se perderam, os movimentos eram suaves quando uma pediu passagem com a língua e explorou a boca da outra, gemeram. Saudade. Emma a apertou em seu braços se rendendo, Regina se entregou como nunca antes. Ah como sentiam falta! Foi como se estivessem revivendo, reacendendo, renascendo.

Se separaram aos suspiros, Regina passeou com o nariz pela bochecha da loira, não podia ser realidade.

- Não deveria ter me beijado – sussurrou chorosa – Não agora que nossos filhos me desprezam – encostou a cabeça no ombro da loira – Eu quero desaparecer, fazer o que me pediram e ir embora, me deixe ir, apenas ir.

Tentou ir mas a loira a prendeu em seus braços fortemente.

- Não, não, você tem que seguir lutando você não pode se dar por vencida Regina – a encarou balançando-a levemente.

- Não tem mais jeito! apesar de meus esforços eles não me perdoam e agora me odeiam.

- Você sabe que não é verdade Regina – falou firme – eles te amam você sabe disso!

Regina negava com a cabeça enquanto tentava se soltar dos braços de Emma.

- Não! Não é verdade eles me odeiam, me odeiam – socava o peito de Emma que a apertava mais e mais – olha tudo que eu fiz a eles, a você, eu sou a culpada de tudo isso, porque ainda está aqui? Porque não me deixa e vai embora?!

- Por que eu não posso, simplesmente não posso Regina, me dói te ver nesse estado, mas eu te peço por favor não desista, eu estou aqui eu vou te ajudar meu amor.

- Eu já não tenho mais forças, não vou conseguir sabendo que eles me odeiam, sabendo que não tenho o seu perdão, vocês são tudo que necessito sem vocês eu não posso.

Emma observava cada detalhe daquela face com adoração, a morena estava tão frágil quanto ela, tão quebrada, cheia de arrependimentos e culpa. Ela não podia deixa-la desistir e também não iria desistir, juntas elas conseguiriam. Tirou com delicadeza o fios molhados de seus rosto e depositou um breve beijo em seus lábios. Regina poderia desfalecer se não estivesse nos braços da loira, a intensidade daquele olhar fez suas pernas bambearem.

- Eu estou com você Regina e estou tentando te perdoar você pode aceitar isso?

Ela pensou um pouco, ficou com receio de que Emma estivesse dizendo isso pelo momento, olhos nos olhos dela e ofegou com tamanha sinceridade que viu. A abraçou fortemente se aninhando ali, e confirmou com a cabeça. Emma sorriu e fechou os olhos aproveitando aquela sensação, uma rajada forte de vento as fez estremecer e ela ouviu a morena fungar, aquilo não era um bom sinal, decidiu leva-la para casa.

- vem vou te levar pra casa, não quero que pegue uma gripe.

- Eu acho que já é meio tarde pra isso – riu fraco.

***

Quando entraram na casa de Mills as duas mulheres estavam contidas, com sorrisos tímidos em seus lábios, olharam um para outra sem saber o que fazer.

Emma deu um passo a frente e timidamente tirou o sobretudo de Regina, se abaixou e retirou seus sapatos um de cada vez, quando foi retirar o seu Regina não deixou e repetiu os atos da loira, pegou a sua mão e a conduziu para o quarto em um silêncio confortável.

A morena espirrou e fungou o caminho todo, deixando Emma preocupada.

- tome um banho quente e troque de roupas, vou fazer um chá e trazer algumas aspirinas tudo bem?

Regina apenas concordou sentindo a delicada carícia da loira em seu rosto e um beijo em sua testa. Não se atentou ao fato de Emma não estar familiarizada com sua casa. Apenas fez o que lhe foi pedido, passou algum tempo aproveitando a água quente perdida em pensamentos.

Há males que vem para o bem, pensou quando viu seu pijama estendido em sua cama. Emma sempre fora cuidadosa e seu coração errou uma batida ao perceber que ela estava cuidando-a. Momentos depois batidas foram ouvidas e a loira entrou no quarto com um pijama seu e uma xícara fumegante em mãos.

Trocaram sorrisos e Regina se sentiu amada como uma criança ao ser posta da na cama e ser observada para que tomasse todo seu remédio e logo depois um beijo ser depositado em sua cabeça.

Mas seu sorriso desfaleceu quando viu a loira apagar o abajur e se direcionar para fora do quarto. Segurou as mãos da loira e a olhou suplicante.

- Emm?

- Sim?

- dorme comigo? – pediu manhosa.

Não queria ficar sozinha. Emma riu.

- tudo bem, só não me chute – se aconchegou entre os lençóis puxando a morena para perto.

- Eu não chuto – falou brava.

- chuta sim e você sabe disso.

Regina preferiu não falar nada, apenas se encolheu no colo da loira sentindo o cheiro natural que ela exalava. Tentou dormir mas ficou inquieta, olhou para a loira que estava de olhos fechados, desceu o olhar para os lábios finos, precisava senti-los mais uma vez. Se aproximou devagar se sentia como uma adolescente, selou seus lábios aos da loira que sorrindo retribuiu, uma onda de alívio percorreu o corpo de Mills, Emma corresponder o seu beijo significou muito. Num ato mais ousado ela se pôs por cima da loira e pediu para aprofundar o beijo, que lhe foi concedido, as línguas dançavam uma dança lenta, sem malícia, se acariciando, se deliciando, apreciando o momento.

Quando já estavam sem fôlego se separaram com selinhos e Regina voltou a se aninhar nos braços de Emma.

Regina teve certeza, com Emma ao seu lado ela poderia suportar qualquer coisa.


Notas Finais


Até a próxima u.u


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