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História O preço do prazer - Access allowed


Escrita por: _Janna

Notas do Autor


Yoooooo meus amados e lindos leitores, estou de volta <3 <3
Sei que demorei um pouco dessa vez, é que me enrolei com alguns problemas da faculdade. Mas o que importa é que eu estou aqui, certo?

Olha gente, quero mesmo agradecer pelos comentários e incentivos que estão deixando, é importante demais pra mim <3

Sobre o capítulo, estaca zero e NÃO me matem. Boa Leitura :*

Capítulo 7 - Access allowed


Céus, o que foi que eu fiz? Fecho meus olhos respirando fundo e curtindo a leve sensação de torpor que aos poucos deixava meu corpo. Meus cabelos caem livremente de encontro ao chão. Ouço uma movimentação suspeita vinda do lado de fora, mas tento não dar atenção.

Que droga. 

Estou em meu trabalho e não em um bordel, o que eu estava pensando quando me deixei levar? Maldição. E tudo isso por um único vacilo, o único momento em que baixei minha guarda. Estalo minha língua sentindo um sentimento de frustração e raiva me dominar. Mesmo com a deliciosa sensação do orgasmo, senti meu ego profundamente ferido. Havia feito exatamente o que ele queria, eu me toquei.

Levantei-me olhando de soslaio para a porta como se pudesse ver  a cara do desgraçado. Ele deveria estar adorando, achando que me tinha facilmente na mão. Meus olhos semicerraram-se, ele estava quieto demais. 

Então entrei em alerta diante de qualquer possibilidade do que ele poderia estar fazendo. Liguei a luz do banheiro e fui ofuscada pela mesma, vendo no espelho a imagem do meu rosto cansado. Tenho sorte de não estar mais de batom e não ter colocado nenhuma maquiagem forte. 

Abri a torneira e lavei as mãos, ajeitando os cabelos de maneira improvisada, deixando-os soltos. Reorganizo a minha calcinha e a saia, fazendo careta para alguns amassados que restou na mesma. Virei bruscamente na direção da porta quando ouvi o toque de meu celular, instantaneamente minha mente me levou a imagem do aparelho vibrando sobre a mesa de trabalho e de quem poderia ser. E se o desgraçado atendesse? Não, ele não seria tão mal educado a esse ponto.

Respirei fundo pensando em quem poderia ser e no que queria. Apaguei então a luz respirando fundo e me preparando para seja lá o que fosse, mas principalmente para não cair na lábia do maldito Hyuuga. Destranquei a porta e a abri num rompante, semicerrando o olhar quando meus olhos voaram para a imagem do mesmo devidamente vestido e com as mãos no bolso parado de lado na parede, olhando pela janela. 

Com o som da porta sendo aberta, ele desviou os olhos pra mim e nos encaramos por alguns segundos. Tentava ler suas feições, mas tudo que ele demonstrava era... Nada. E na minha expressão ficou clara minha irritação diante de seu ato. Por um segundo cheguei a esquecer do aparelho que tocava sob minha mesa, foi quando ele novamente começou a azucrinar e pisquei uma única vez olhando de canto em sua direção.

Ótimo, se era fingir que nada havia acontecido que ele queria, era o que ele teria. Isso não era problema algum para mim. Não sei se de alguma forma ele quis me dar o troco por mais cedo, quando agi como se nunca tivéssemos nos visto antes depois de transar a noite passada. Mas eu seria profissional e o trataria como tal, não daria a ele o gosto de ver decepção ou indagação em meu olhar. Voltei a minha pose altiva e costumeira, passando uma borracha no que havia acontecido aqui minutos antes.

Ele queria me afetar de alguma maneira, mas apenas ergui o queixo e levantei a perna direita para dar o primeiro passo na direção de minha mesa, de longe podia ver meus papeis caídos no chão, foi quando ouvi sua voz grave:

— Cuidado com... — quando firmei meu pé no chão, girei o pescoço olhando em sua direção com a sobrancelha arqueada. Franzi o cenho ao notar que ele olhava para meus pés e olhei na mesma direção, foi quando vi algumas gotas de gozo espalhadas ali. Fechei meus olhos respirando fundo e quando voltei a abri-los meu olhar inflava o dele com raiva.

— Não poderia ter limpado essa sujeira, senhor Hyuuga? — disse entredentes e com uma nítida irritação no olhar. Minutos atrás eu teria visto essa cena com uma dose avançada de erotismo, mas agora novamente sentia meu autocontrole me dominar e uma leve raiva também, e o provoquei ao dar a leve impressão de nojo em minha expressão. 

Sua resposta foi sacudir os ombros tentando passar indiferença, cerrei os olhos:

— Ia limpar com o quê? Era você quem estava no banheiro... — disse com certa tranquilidade. — Se estivesse deste lado poderíamos ter usado sua língua.

Desgraçado.

.

.

.

— Você precisa ir embora daqui, agora! — enfatizei assim que desliguei a ligação e joguei de lado meu sorriso forçado enquanto falava com Ino no celular. 

O Hyuuga me olhou de canto com certa curiosidade e piscou lentamente, como se não se importasse de fato com o que eu havia acabado de dizer. 

— E por que faria eu isso? Nem terminamos a entrevista ainda... — ele disse caminhando lentamente na direção da mesa de trabalho de Temari, sentando-se a beirada dela. Franzi o cenho com uma expressão insatisfeita diante da reação dele, o que esse desgraçado pensa que está fazendo? Minha mente estalou então dei de ombros e lancei para o homem que olhava atentamente minhas reações um sorriso fechado e com ar de deboche, fazendo-o espremer os olhos para mim.

— Ótimo, depois não diga que eu não avisei... — abaixei-me falando enquanto começava a pegar as folhas espalhadas pelo chão. Estava de lado quando vi suas pernas se moverem rapidamente em minha direção e respirei fundo quando ele parou bem ao lado.

Voltei a me levantar segurando minhas anotações e com o rosto virado em sua direção, era a vez de seus olhos me inflamarem. Estava com raiva por algum motivo.

— Quem era no telefone? — indagou e eu arqueei uma sobrancelha, demonstrando certo desinteresse e surpresa diante da pergunta. Agora queria saber? Então sua boca se abriu outra vez, mas ele permaneceu mudo, como alguém que tem uma ideia silenciosa. Vi os lábios se curvarem num sorriso debochado e provocativo. — Ah... Não me diga que era o corno do seu namorado? — inclinou lentamente a cabeça enfatizando a palavra corno, e internamente me vi surpresa diante da pergunta, mas não demonstrei. — Não quer que ele saiba que não é bom o suficiente te comendo e que está indo em lugares que moças direitas não deviam ir pra procurar prazer? — pisquei lentamente, olhando fundo naqueles olhos que me encaravam. Ele queria me provocar, e sinceramente conseguiu. Estava a um passo de perder as estribeiras e estapear a cara desse desgraçado. O que ele queria dizer com "moça direita"? Idiota. 

Mas contive-me. Contive-me porque era exatamente isso que ele queria, não ia mais dar a ele esse gostinho de me ver por cima, a não ser que fosse numa foda. E no tempo que levei para tentar não cometer um ato de loucura, percebi sua respiração acelerar lentamente enquanto me encarava. Na verdade estávamos próximos um do outro, então mantive-me quieta a medida em que sua raiva parecia aumentar gradativamente perante meu silêncio. O que será que ele estava pensando?

Fui girando lentamente em direção de minha mesa, abandonando aos poucos meu olhar do dele. Quando então senti sua mão apertar com força meu braço e me virar bruscamente, sua expressão estava furiosa a ponto do mesmo trincar os dentes.

— É sério, Tenten... — sua voz era grave, furiosa e cuspia as palavras como se fossem ácidas. Semicerrei quase fechando os olhos vendo o homem tremer de uma raiva incontida. — Se você tiver um namorado eu juro que...

— Que o que? — o interrompi bruscamente e ele piscou diante de minha resposta ríspida ao mesmo tempo que me livrei de sua mão um movimento brusco do braço. Voltando novamente minha atenção pra ele. — Jura que o que, Neji? — devolvi a provocação lhe fitando intensamente. Sua expressão seria neutra se não fossem os olhos que queimavam de raiva. Então continue, continue pra ver até onde ele iria chegar e principalmente para mostrá-lo que era dona de mim mesma. — Acha que só porque fode bem que é exclusivo? Eu sou uma mulher adulta, saudável e independente. Não devo explicação da minha vida a você ou a ninguém. — cerrei os olhos pensando estar indo longe demais, mas continuei. — Não pense nem por um instante que eu não transaria com qualquer idiota que me der vontade só porque transei com você... Aliás, você só fez o que é pago pra fazer. — joguei rispidamente e vi a raiva mal contida faiscar a medida que ele me olhava, não tendo certeza do que ele faria a seguir, então concluí: — Agora vá embora daqui, porquê minhas amigas que viram você ontem estão vindo pra cá agora. 

Mas ele permaneceu imóvel, parado enquanto parecia conter um grande instinto de socar algo ou quebrar alguém no meio. Olhei discretamente para suas mãos e vi seus punhos fechados, quando ele deu um passo e se aproximou, me prensando contra a mesa. Virei o rosto para evitar qualquer contato face a face, e sentir a respiração pesada contra meu pescoço não ajudou. 

— É o que veremos. — sussurrou em um tom quase inaudível. Engoli em seco, não dá pra ser imune a alguém que você sabe que pode te fazer gemer gostoso.

***

Desde então o Hyuuga não me procurou mais. Apesar de ser pega de surpresa, foi emocionante me provar diante de toda aquela situação. Porém, no âmago esse silêncio todo não me agrada. Não sei ao certo o que isso significa ou se é algo bom ou ruim, se nossa última conversa o convenceu de onde era seu lugar. Atrás de mim na cama de quatro. Suspiro ignorando aquela voz que sussurrava no meu ouvido sempre que o assunto era ele e quando tentava me convencer dos fatos. Aparentemente após meu primeiro orgasmo e nosso reencontro minha vadia interior começou a ter voz e vontade, por isso meu momento de fraqueza na empresa. Eu me descobri uma ninfomaníaca. Mas tudo bem, eu posso lidar com ela. Eu vou lidar com ela.

A verdade é que por mais que eu queira me convencer que seu silêncio seja algo bom, realmente não consigo me convencer disso quando me recordo de suas palavras. É como uma calmaria que vem antes da tempestade. Então penso, o que ele pode fazer contra mim? Me expor? Dizer pra todos que fui em uma casa de prostituição pra ser fodida por um completo desconhecido? 

Não mesmo, ele mancharia a própria imagem e principalmente jogaria o nome da empresa e da família na lama. Ele não seria louco a tal ponto... Ou seria? 

Respirei fundo sentada em meu sofá, hoje é sexta-feira e só preciso estar na empresa durante a tarde para a reunião a qual eu finalmente apresentaria meus projetos para entregar na segunda. Embora ainda sentisse que faltava algo ali. Estalo a língua jogando a cabeça pra trás e repousando-a no encosto, fitando o teto. 

Apesar de ter um bom conteúdo, não havia decidido ainda se colocaria ou não a entrevista com Neji. Não houve entrevista. Ele apenas respondeu uma única pergunta que mal dá pra explicar a situação como um todo realmente. Reviro os olhos, só falou que era o centro dos negócios, exibido. Então onde eu deveria colocar isso em pauta? No fim da folha como uma observação? O que Hinata diria quando visse? 

Afinal foi ela quem o mandou, não foi? 

Massageio a têmpora com os pensamentos, infelizmente chegando a lugar nenhum outra vez. 

***

É cedo. Cheguei cedo demais na empresa, mas foi proposital. Fui imprimir todo o projeto de minha entrevista com Hyuuga Hinata, foi-se uma hora no total e digitalizado isso resultou em quase dez páginas. Depois de algum esforço consegui terminar em casa de passar tudo a limpo.

Já concluída essa parte, aproveitei a hora extra antes da reunião para ir almoçar num ótimo restaurante que fica a apenas duas quadras da NY:News!. Tudo bem, era perto, não haveria de ter problemas ir a pé. Mexia no celular com um riso de canto enquanto xingava minhas queridas amigas por mensagem. Ino reclamava que o famoso que ela estava pesquisando recentemente sobre era muito discreto, e que não havia conseguido quase nada sobre o mesmo para apresentar na reunião que também era hoje, mas não a mesma que a minha já que trabalhávamos em departamentos diferentes. Já Temari me xingava a cada duas palavras por não tê-la chamado para almoçar também. Ela estava trabalhando, oras. Se fosse comigo eu não gostaria de ser interrompida, comeria lá mesmo. Ainda mais quando o humor de minha querida amiga Sabaku está tão arisco nos últimos dias. 

É, definitivamente alguém precisa transar. 

Parei na calçada olhando para o semáforo antes de atravessar a rua. Em Nova York não há tempo para olhar para trás, ou você obedece as regras ou você dança pro diabo. A rua em si não era movimentada como as avenidas, só passavam carros ali de vez em nunca se comparado as grandes rotas. Mas cuidado nunca é demais.

Aproveito meu momento quando vejo o fluxo dos carros diminuindo sua velocidade. Sinal verde pra mim. Apressei o passo em direção ao restaurante que se encontrava do outro lado da rua. Mas no meio do caminho me assusto quando um carro em alta velocidade que freia bruscamente já em cima da faixa de pedestres. Chego a sentir a quentura do ar vinda do motor do mesmo. Meu coração está acelerado e minha respiração descompassou. Qual o problema desse cara? Descobriu que foi corno?

Olho com uma mistura de descrença e irritação na direção do banco do motorista do Audi, mas com o vidro escuro tudo o que consigo ver são suas mãos masculinas no volante. Batendo o dedo indicador no mesmo com um ritmo lento e constante. Fechei ainda mais a cara, não querendo saber o motivo dele estar aqui. 

Após o momento de susto volto a andar na direção almejada, agora com ainda mais rapidez em meus passos. Devo estar pagando com algum pecado, só pode. Algum delicioso pecado.

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Não consigo crer na tamanha audácia — e sensualidade — do Hyuuga ao sentar-se na minha mesa, de frente para mim. Tudo nele parecia ser premeditado. Pisco com uma expressão nada satisfeita, ele estava mesmo conseguindo me fazer perder a paciência. 

— Bom dia senhorita Mitsashi. — ele disse ao se acomodar na cadeira, respiro fundo para não fazer nenhum escândalo. Apesar de não tão bem localizado, esse local tinha fama por conta de sua comida boa e saudável, atraindo assim muitos clientes. E como era hora de almoço, o restaurante estava cheio. — Ou... Devo dizer boa tarde? — indagou para si mesmo averiguando o rolex em seu pulso. 

Desisto de tentar compreender a situação. Esse cara parece ter mesmo gostado de me foder, qual outro motivo um homem correria atrás de uma mulher como polícia atrás de bandido? Ah por favor, não me fale de amor. Isso é ilusão.

Fecho o cardápio ao qual estava lendo as opções de pratos feitos e coloco-o sobre a mesa, mirando intensamente o homem com um olhar que não demonstrava nada.

— O que faz aqui, senhor Hyuuga? — questiono depositando as mãos em meu colo, minha voz é controlada e sutil. Educada como sempre. Ele me olha por alguns instantes e então me estende um envelope grande lacrado. Franzo o cenho minimamente, mas detenho-me em pega-lo e averiguar o que estava escrito em seu verso. Nada mais que meu nome. 

Lanço um olhar desconfiado para ele e contenho minha curiosidade. Se o envelope está lacrado, então quer dizer que não se deve abri-lo em qualquer lugar e que provavelmente seu conteúdo é confidencial. Coloco-o em meu colo e volto a fitar o homem de cabelos longos que apenas me observava com toda sua masculinidade, exalando testosterona nos olhos brancos que pareciam me estudar.

— E o que seria isso, senhor? — indago arqueando uma sobrancelha em tom de curiosidade.

— As respostas de suas perguntas. Me dei a liberdade de pega-las antes de me retirar as pressas naquele dia que... — semicerrou os olhos olhando de lado como se averiguasse o ambiente. — Você sabe. — deu de ombros sem demonstrar muito interesse. Franzi o cenho me perguntando quando foi que não tinha me dado conta disso, será que estive tão ocupada que mal consegui perceber o que faltava em meus materiais? — Falando nisso, gostaria de saber quando poderei retornar lá? — ele indagou enquanto pegando um copo de água que era meu, enquanto a mim observava o envelope e meu olhar foi de curioso a um leve deboche, isso é sério? Questiono-me. 

— Quando estiver preparado para limpar sua sujeira com a língua, senhor. — digo lentamente, permitindo minha língua dançar em minha boca a medida que vou pronunciando as palavras. Meus olhos cerrados dão mais credibilidade a minha fala. Ele permanece com os olhos incolores semicerrados e se atreve a sorrir de canto, como se sentisse orgulho de sua proeza. Colocando o copo novamente sob a mesa.

— Ou talvez você queira limpar com a sua. — devolveu e controlei para não demonstrar minha expressão que se afundou em pensamentos perversos diante da ideia. Não. Nos encaramos em silêncio com as mesmas expressões de antes até ele quebrar o contato visual e virar-se para chamar algum garçom. 

Uma loira nos atendeu e ele interagia com um sorriso aberto com a mulher que demonstrava gostar da paquera notória. Continuava estática em meu canto, novamente travando uma batalha interna para manter as aparências. Não lhe daria o gosto de saber que a simples ideia de sua insinuação me causou tesão. Não mesmo. O Hyuuga me olhou canto ainda sorrindo, foi então que franzi o cenho ao me dar conta de que... Ele está tentando me fazer ciúmes? Questiono-me notando que provavelmente ele não tinha intenção de foder a garota. Fecho a boca mordendo o lábio inferior discretamente para não rir perante a atitude infantil do mesmo. Ciúmes? De um garoto de programa? Ah, faça-me o favor, vida!

Ele pega o cardápio na mesa e começa a ler alguns dos pratos, pensando em voz alta no que iria pedir. A garçonete está com o bloco de notas e a caneta em mãos, olhando-o intensamente com um brilho nos olhos azuis. Suas pernas mexiam nervosamente. Coitada, não percebe ela é só uma peça no jogo dele? Suspiro meneando lentamente, algumas mulheres não conheciam o limite do ridículo. 

Observei ele fazer os pedidos, para nós dois, como se conhecesse meus gostos e alimentação. Pelo menos foi um prato saudável. Como bebida ousou pedir um vinho tinto me olhando de canto sugestivamente enquanto concluía o pedido com uma sobremesa leve. Fechei o cenho desconfiada perante tanta atenção. Mas ele que não pense que vou cair na sua lábia, sou adulta o suficiente para saber que me envolver com ele só me traria dor de cabeça. 

A garçonete saiu com um sorriso maior que o rosto, como assim? Essa pobre jovem não tem o mínimo de amor próprio, não? Tudo bem, Hyuuga Neji é muito bonito e extremamente sexy, assim como é bom de cama, mas uma mulher tem que se impor. Indago-me revirando os olhos enquanto ele toma um pouco de água. Totalmente despreocupado de tudo.

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Hyuuga Neji levantou-se de sua cadeira após uma pequena discussão onde o mesmo queria pagar toda a conta. Venci a batalha quando disse que ele não havia me convidado e que apenas tinha invadido meu espaço sentando-se em minha mesa, não tinha vontades. Com uma carranca assustadora e até engraçada, ele se calou.

Ainda com uma expressão nada amigável o mesmo deixou algumas notas altas sob a mesa, com uma bela gorjeta para a garçonete sorridente e colocou as mãos no bolso me olhando com aqueles olhos incolores e os cabelos longos perfeitamente alinhados e presos nas pontas.

Levantei-me após pagar com o envelope em mãos e a bolsa caída em meu braço. Uma mania que obtive com o trabalho.

— Agradeço a sua companhia senhor Hyuuga, é sempre um prazer vê-lo. — disse formalmente e no mesmo tom do dia em que nos reencontramos em sua empresa, quando Hinata estava perto e eu simplesmente fingi que nunca o tinha visto antes. Mas deixando claro para ele as minhas intenções e insinuações, e que prazer. No momento era a garçonete que retirava a louça usada da mesa, mas que eu tinha certeza estar atenta a cada palavra nossa na conversa. Como se quisesse se certificar que não fossemos algo mais. Estendi minha mão em sinal de cumprimento e ele semicerrou os olhos perante minha ação, como se falasse através de sua expressão um aviso silencioso de que estava de olho em mim. A situação me lembrava muito um flashback daquele dia. Ele retirou a mão direita do bolso e estendeu-me sem renunciar sua pose altiva e notoriamente irritada por meu cinismo.

— O prazer é todo meu, senhorita Mitsashi. — crispou os dentes jogando as palavras como se pudessem ferir. Assenti com um menear quando o vi virar as costas e dar alguns passos na direção da saída do restaurante, enquanto eu me detive em olhá-lo. O local não estava mais tão cheio quanto antes. O Hyuuga parou um pouco distante, novamente com ambas as mãos no bolso e virou o corpo apenas o suficiente para me encarar novamente, parecendo ter se lembrado de algo, e a sombra do sorriso em seus lábios me fez entrar em alerta sobre o que viria a seguir. — E aliás, hoje receberá um pacote em seu apartamento. — terminou deixando ainda mais nítida sua expressão maliciosa, perversa. Os olhos anuviados e o sorriso fechado e de canto que brincava em seus lábios eram um belo motivo para qualquer mulher cair de quatro para ele. Inclusive eu, infelizmente. Mas detenho em nada responder, até vê-lo retornar seu caminho e sumir de minhas vistas.

Um pacote? Em meu apartamento?

***

Final de semana. Sexta-feira a noite. Qual é o melhor programa que uma mulher bonita, jovem e independente pode fazer? Isso mesmo, ficar em casa. Descansar o corpo e a mente. 

Costumeiramente meus queridos amigos me chamam para sair e conversar vez ou outra, e fizeram isso hoje, mas tive que recusar. Ainda estava tentando fugir do tema principal: meu primeiro orgasmo. Ino não calava a boca sobre o assunto, não conseguia pensar em uma solução e deixar a poeira baixar não estava adiantando. A sensação era de que não baixaria nunca. 

Mas essa deveria ser uma sexta normal, certo? Errado. 

Minha semana foi tão cheia de acontecimentos que literalmente virou minha vida monótona de cabeça para baixo. Aquele garoto de programa fez uma zorra em meu dia a dia com sua indiscrição e sensualidade fora do normal. E saber que tem um homem pra lá de gato, gostoso pra porra e que ainda te domina por completo, correndo atrás de mim só piorava minha sanidade mental. Eu queria transar, constantemente. Mas uma coisa me assombrava... Sinto-me perseguida por sua presença, mas no âmago sinto que foi melhor assim. 

Não consigo não pensar na ideia de como seria nosso primeiro encontro... Ou melhor, estou me expressando errado, como seria se não tivéssemos nos conhecido naquele bordel. Vê-lo com uma roupa típica do local e incrivelmente sexy, fora aqueles maravilhosos pés descalços me inflamou instantaneamente. Eu nunca tinha gozado. Então, como seria se esse primeiro encontro tivesse acontecido naquele estacionamento da empresa deles? Minha máscara de indiferente teria ido por água abaixo.

Neste caso, bem que dizem, as coisas acontecem por um motivo. E ter meu primeiro orgasmo transando do jeito que eu sempre quis me deu uma autoconfiança que não era mais algo superficial, como costumeiramente eu demonstrava. Agora não, havia algo a mais por baixo da minha casca de mulher. Eu era uma mulher e sabia exatamente o que fazer pra mim satisfazer. E seria isso, e apenas isso que iria procurar de agora em diante. 

Não digo que em algum futuro distante eu não possa me deter a querer provar outros sexos. Mas na cama minha sina é submissa, na vida ela é ser dona de mim mesma. Sem tirar nem por.

Sou despertada de meus devaneios ao ouvir o interfone tocar, franzo o cenho. Será que meus amados amigos não aceitariam um não como resposta e viriam me buscar pessoalmente? Revirei os olhos com a ideia.

Me levantei e fui em direção a cozinha onde o mesmo ficava. Era gostoso estar em casa, sem toda aquela máscara ou roupas pomposas e justas que me obrigam a manter uma postura ereta e mal respirar. Aqui não. Estou bem à vontade com meu short curto de tecido leve e uma blusa branca de alcinhas. Meus cabelos estavam soltos até agora, já que os prendia em um coque improvisado. Acho deliberadamente sexy a forma como meus fios caem ao redor do meu rosto e ombro. Moldando minha face e principalmente meus olhos.

— Alô? — atendo sem vontade, ouvindo a voz do porteiro do prédio.

— Senhorita Mitsashi? — questiona e eu cruzo os braços me escorando na parede fria, sensação refrescante pra um corpo que parece sempre estar em chamas. Droga, eu fiquei em chamas o resto do dia desde que aquele desgraçado apareceu no restaurante e me provocou em pequenos detalhes, me deixando amargurada na vontade. Internamente.

— Sim, sou eu. — respondi deslizando um pé sob a cerâmica do chão, típico de quem está com tédio e não tem nada para fazer.

— Tem um senhor com uma entrega para a senhorita aqui na portaria, posso mandá-lo subir? — meu cérebro estalou no mesmo segundo. Por instinto olho em direção a porta e sinto minha respiração pesar. Lembrando-me das palavras do Hyuuga pouco segundo antes de sair do restaurante.

— "E aliás, hoje receberá um pacote em seu apartamento."

Pisco algumas vezes com minha curiosidade em alerta e só consigo responder:

— Claro. — digo passando uma mão no pescoço, alisando a região como uma forma de liberar a tensão em meu cérebro. 

Desliguei o interfone e fiquei algum tempo olhando para o mesmo, mas sem focaliza-lo realmente. Não conseguia pensar em nada plausível para o que poderia ser entregue. 

E minha curiosidade só aumenta... Porém, só há uma maneira de descobrir.

Corri em direção a porta numa pontada de animação sentindo todos os pelos de meu corpo eriçarem de excitação com a adrenalina do desconhecido,  abri a porta e dei de cara com um homem bem vestido num terno preto. Franzi o cenho, como assim ele mandou um segurança? Será algo tão sério assim? 

— Senhorita Mitsashi? — questiona em um tom formal e eu pisco voltando a realidade, pigarrei assentindo. Então ele levanta uma caixa totalmente lacrada. Muito bem lacrada, na verdade. A caixa era de papelão e não havia absolutamente nada escrito nela. De pé seu tamanho deveria ser de uns trinta centímetros de altura, uns vinte e cinco de largura e pouco mais de dez de cumprimento. O que é isso, uma bomba? Questiono-me mirando o embrulho. — O senhor Hyuuga me pediu para entrega-la pessoalmente. — pisquei mais uma vez, ainda atônita e sem saber se deveria ou não aceitar aquilo. Meu céu, eu entrei pra máfia e não estava sabendo? Levantei as mãos por instinto pegando a caixa que na verdade não deveria ter pesar um quilo. Puta que pariu, o que tem dentro dessa porra? — Por favor, senhorita, poderia assinar aqui para provar a entrega? — ele questiona me entregando uma prancheta com uma caneta. Coloquei a caixa embaixo do braço para ler o que tinha ali. Nunca assine um documento sem saber o que há nele, principalmente se for mandado por um psicopata. Esse cara é insano. Pisquei ao ler por alto o que estava escrito ali, realmente era para confirmar que eu quem tinha pego a caixa. 

Suspirei cansada e peguei a caneta no alto da prancheta, assinando meu belo nome naquela folha branca. Após assinar devolvi o papel para o homem que assentiu agradecido e virou-se caminhando de volta pelos corredores até o elevador. 

Fiquei parada de frente a porta aberta com a boca entreaberta, a sobrancelha franzida e a minha melhor cara de bunda olhando a caixa que tinha em mãos.

Que porra é essa?

.

.

.

Rasgo sem piedade o plástico-bolha que estava enrolado em várias camadas da minha misteriosa encomenda. Tem pedaço de fita adesiva, papelão e plástico por todo lado. O som das bolhinhas estourando entravam em meus ouvidos como fogos de artifício em virada de ano. 

— Um... DVD!? — questionei para mim mesma com a maior cara de taxo que eu poderia dar olhando todos os lados daquela capa preta grossa. Abri o mesmo e dentro dele havia apenas o CD simples.

Pisquei levemente perplexa tentando entender o que significava aquilo. Tentei colocar o DVD no aparelho da sala, mas o mesmo não lia. Parecia que não havia nada gravado nele ou simplesmente não carregava. Revirei os olhos indo buscar meu notebook. Liguei o aparelho na tomada e aguardei o tempo de iniciar, pressionei na lateral a entrada para CD's e coloquei o objeto lá, empurrando-o de volta. 

Meu computador leu por alguns instantes o DVD, quando após um breve instante uma caixa estranha apareceu me pedindo uma senha ou uma espécie de código, eu não sei. Eram dezesseis espaços para dígitos, separados de quatro em quatro. Franzi o cenho.

O DVD precisava de uma senha? 

Respirei fundo tentando vários números aleatórios, tentando sempre manter a calma e não perder o controle da situação. Digitei do zero ao nove e vice-versa, tentei a data que transamos pela primeira vez, tentei até a placa do carro dele, mas todas deram erro. Já estava frustrada e bati com força na mesa após tanto ouvir o plim do aparelhando e o aviso "Acesso negado".

Levei uma mão até a cabeça e apoiei a mesma sob a peça de madeira antes de cometer uma loucura. Se era me testar que ele estava querendo, ele realmente conseguiu.

Então minha mente estalou como uma luz se ascendendo no alto da minha cabeça. Levantei andando apressada em direção ao meu quarto procurando o envelope que ele havia me dado. Abri o mesmo e puxei de lá as folhas da entrevista. Observei com um sorriso de canto a audácia do Hyuuga, logo na primeira página havia um adesivo quadrado com um código digitalizado. Sorri voltando pra sala e sentando-me na cadeira.

Digitei calmamente todo aquele código cheio de letras e números, respeitando os espaçamentos e todo o resto. No décimo sexto espaço levei o dedo indicador até a tecla enter e apertei. Aquele leve click e o som de algo de um cadeado sendo destrancado eram música para os meus ouvidos. Assim como o "Acesso Permitido" aparecendo na tela.

Com a sombra de um sorriso vitorioso em meus lábios, sentei ereta na cadeira e respirei fundo enquanto meus olhos faiscavam de curiosidade a medida que o cursor do mouse girava e o tal vídeo carregava. Entretanto entanquei no lugar assim que a primeira imagem apareceu pausada. Puta que pariu.

Isso é um pornô. O filho de uma égua me mandou um DVD pornô. E mais do que isso, era uma lascívia feita pra mim. Que porra, e mesmo que só mostrasse um homem nu da cintura pra baixo, sabia que era um vídeo erótico dele mesmo. Eu reconheceria aquele pau duro em qualquer lugar do mundo.


Notas Finais


Volteeeeeeeeeeeeeei, eu sei que trollei vocês com o início e deixe muita gente na mão - tô aprendendo com a Ten -, mas e esse fim? kkkkkkk nem digo pra vocês que eu tive essa ideia na faculdade HAHAHHA

Vai gente, eu sei que vocês gostam da safadeza, então deixa aquele comentário pra dar uma força pra tia Janna, fiquei muito feliz com os comentários do capítulo anterior, de coração. Se não curte escrever, deixa pelo menos um "up" ou a nota, desde já muito obrigada <3

Até mais ;*


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