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História O Primeiro Amor - Oneshot


Escrita por: stonedroleplay

Notas do Autor


This book is about me and my crush.

Capítulo 1 - Oneshot


Fanfic / Fanfiction O Primeiro Amor - Oneshot

Ele bagunçou o cabelo de Thomas segurando o riso e mais uma vez abriu sua boca, antes que o mais velho pudesse protestar.

"Para de ser autista!" Ambos riram e o menor lhe deu um leve soco no braço ao ouvir o velho apelido.

Eles desceram do ônibus e caminharam até às escadas rolantes, onde Thomas tropeçou, arrancando fortes risadas do moreno poucos centímetros mais alto.

Ele riu nervosamente, olhando em volta, rezando para não ter chamado tanta atenção.

Thomas o repreendeu, dando-lhe um beliscão, pedindo para que ele parasse de rir.

Ambos rumaram até o metrô compartilhando fones. Músicas indo e vindo, os dois garotos em pé de frente para a porta do veículo, cantarolando e rindo de coisas bobas. Assim como sempre fizeram.

Thomas estava saindo com o outro pela primeira vez, depois da transformação. Era como se estivessem conhecendo um ao outro de novo.

Não muito tempo depois, eles estavam andando pelo shopping, então o mais velho se lembrou do dia em que eles foram ao cinema a primeira vez.

"Ow?! Alô?! Volta pra Terra filha da puta." O maior disse, fazendo o mais velho rir em meio a um pedido de desculpas.

"Do que você tava falando mesmo?" O mais novo suspira fingindo uma cara de bravo. Thomas adorava quando o mais novo fazia aquilo.

"O que acha de irmos ver um filme?" Ele repete olhando ligeiramente mais abaixo dos olhos castanhos, através dos óculos do garoto menor, focando em seu nariz, observando seu piercing. Ele não gostava daquele tipo de coisa, mas sinceramente, ele amou quando o amigo surgiu com uma argola no septo.

Mas ele jamais admitiria. Isso soava "gay demais" para ele. Era uma desculpa esfarrapada, Thomas sabia que o maior adorava seu piercing.

"Okay, tem algum em mente?" O menor perguntou sem manter contato visual, ele odiava aquilo, assim como contato físico. Johnny já estava acostumado a ser um dos poucos que podem tocar no mais velho sem que ele surte.

"Não." Ambos riram e rumaram para a bilheteria, escolhendo o primeiro filme que estivesse o mais próximo possível.

Na fila para a pipoca, o menor deitou a cabeça no ombro de Johnny, impaciente e inquieto. O garoto já estava acostumado com esse jeito infantil do mais velho, desde antes a transformação ocorrer. Então ele apenas deitou sua cabeça sobre a do outro. Esquecendo do fato de como aquilo era "gay". Todavia, eles não ligavam para isso, afinal, não era algo para se ter vergonha.
Os dois garotos saíram da sala de cinema, rindo e caçoando do filme que acabaram de ver.

Como de costume, Johnny acabará reclamando mais e colocando defeito em tudo. Era difícil algo lhe agradar, ele sempre encontrava um jeito de apontar defeitos. Mas Thomas estava acostumado com isso, desde quando estudavam juntos.

"Pra onde quer ir agora?" O maior perguntou de forma carinhosa, desviando o olhar assim que notou o sorriso bobo nos lábios do mais velho.

"Vamos comer algo. O que acha?" Ele pergunta, observando as pessoas ao redor, rindo e conversando pelos corredores do shopping.

Johnny deu de ombros e ambos rumaram para a praça de alimentação, oscilando seus olhares entre qual fila valia a pena enfrentar.

Para uma tarde de sábado, o shopping estava relativamente vazio.

Eles sentaram a mesa, comendo seus lanches quietos. Vez ou outra trocando olhares, eles sempre foram assim, compartilhando o silêncio um do outro em perfeita sintonia.

Mas uma coisa que Thomas adorava no outro, era o fato de como ele mudou seu jeito de pensar em relação à muitas coisas. Ele se lembra perfeitamente do quão homofóbico e machista o amigo era. Eles viviam brigados por conta da contrariedade e das divergências na forma de cada um pensar.

Quando passou um ano morando com a mãe, Thomas não foi o único que mudou e sentiu falta da amizade de ambos. Johnny viu que o outro era realmente uma parte importante da sua vida. E sentiu-se culpado por um bom tempo, engolindo seu orgulho ao descobrir que o amigo havia voltado. Eles cursaram o terceiro ano juntos e retomaram o laço que tinham.

Durante dois anos, muita coisa mudou em sua amizade, apesar de continuarem a brigar por coisas idiotas, eles se tornam mais próximos do que nunca. Ninguém diria que o jovem Johnny de quase vinte anos, estaria tão mudado hoje, em vista que aos seus quinze, ele era o tipo de cara que fazia piadas com estupro e homofobia.

Muitos amigos brincam e dizem que ele está prestes a sair do armário, outros dizem que é realmente amor. Mas nenhum dos dois garotos admite nada. Mesmo todos sabendo da enorme paixonite, supostamente, platônica de adolescência que o mais velho teve pelo amigo.

"Quer ir tomar um sorvete e ir pra minha casa?" O mais novo chamou a atenção do outro, que demorou alguns segundos para responder, fazendo Johnny rir com a cara de surpresa e vergonha que ele fazia.

"Ahn, okay." Thomas deu de ombros rindo envergonhado. "Eu acho."

"Você não mudou nada, continua o mesmo autista de sempre." Brincou de forma carinhosa e ambos caminharam para fora do shopping, indo até o ponto de ônibus. "No que está pensando tanto?"

"Estava lembrando do dia em que matamos aula para não fazer nada." Disse o menor finalizando seu sorvete e rindo. "Lembro que ficamos igual retardados correndo em frente à uma loja em reforma."

"É, eu também lembro." Disse rindo.

"Meu deus, que milagre é esse?! Encontrou a cura pro alzheimer?" Ambos riram e tomaram o ônibus até a casa de Johnny, brincando e falando sobre o passado.

...


"Você quer mesmo ir embora nessa chuva, quer dizer, se você já levava duas horas para chegar na sua casa quando não tem trânsito, imagine agora que tá caindo o mundo lá fora." Disse o maior se apoiando no sofá. O mais velho suspirou abaixando e balançando a cabeça negativamente.

"Okay, então eu fico. Mas e se a chuva não passar?" Perguntou ele, se sentando ao lado do outro no sofá.

"Aí você dorme aqui." Deu de ombros o dono do apartamento, soltando um riso e trocando de canal.

Por algum motivo, Thomas estava inseguro, com medo do rumo que aquilo estava tomando.

A verdade é que ele nunca superou a paixão pelo amigo, aquele sentimento reprimido por anos, sempre esteve presente em sua mente, sempre esteve à espreita.

E agora ele gritava em seus ouvidos, tirando sua concentração, ele não conseguia pensar direito estando ali tão perto do maior.

O mais velho colocou as mãos entre as pernas, sentindo raiva de seu corpo. Tantos momentos para isso acontecer, e ele tinha que ficar duro logo naquele instante?! Ao lado do garoto cujo tinha conhecimento dos sentimentos do outro. Por mais que ele acreditasse que tais sentimentos ficaram no passado e que era normal para qualquer homem ficar duro de repente, sem motivos aparentes, ele desconfiaria de algo com toda certeza.

Então um raio caiu próximo, chegou a estremecer o prédio e as luzes se apagaram.
Ótimo, uma queda de energia, perfeito.

"É sério isso?" Resmungou o mais novo.

"Você tem velas, não é?" Perguntou e o moreno ao seu lado suspirou.

"Ahn, acho que não." Murmurou se levantando e caminhando até a cozinha. O mais velho sentiu-se mal ficando ali sozinho no escuro e levantou num pulo.

"Espera! Não me deixa aqui sozinho!!" Exclamou, tentando achar o caminho até a cozinha, tocando nas paredes e enxergando aonde ia quando os relâmpagos iluminavam o céu.

"Johnny?" Chamou o amigo, mas não obteve resposta. "Johnny, para,  não tem graça! Cadê você?" Disse sentindo seu coração acelerar.

Os relâmpagos não brilhavam a algum tempo, seus dedos deslizando pelas paredes frias, estava tão escuro e a chuva era tão intensa.

O mais velho, então, sentiu algo quente e macio, aquela pele, ele conhecia muito bem. O maior não aguentou segurar o riso por mais tempo, causando risadas no outro, que lhe deu um tapa no braço. "Eu não achei as velas." Disse ele.

"Idiota." Murmurou abaixando a cabeça.

"Pra onde acha que eu iria? Ficou realmente com medo?" Perguntou parando de rir. "Qual é, Tom, ainda tem medo?"

O menor não disse nada, apenas se encostou na parede do outro lado do corredor, então um relâmpago iluminou os cômodos levemente.

O maior franziu o cenho ao ver a expressão no rosto do outro. Era uma mescla de tristeza e vergonha.

Ele se aproximou a passos curtos, o corredor era estreito, então suas respirações se encontram. As pernas do mais novo em volta das do menor, fazendo suas roupas roçarem umas nas outras.

A respiração do mais velho falhou e ele se recusava a olhar para cima, porque sabia que mesmo na escuridão ele enxergaria perfeitamente os olhos castanhos do garoto a sua frente.

"Jo-johnny, o que está fazendo?" Perguntou ele ao sentir os dedos finos e quentes do mais novo em seu queixo, fazendo com que ele olhasse em seus olhos. O maior sabia como contato visual era difícil para Thomas, ainda mais nessas condições, mas sempre lhe foi costume forçar o outro a olhar em seus olhos. Era como se gostasse da reação do menor, toda a vergonha e desconforto em seu rosto, aquilo fascinava Johnny.

O maior encostou a testa na do outro, olhando profundamente em seus olhos inquietos, mesmo que isso machucasse suas córneas.

A respiração desregulada do menor era notável através do som da chuva.
Seu coração estava acelerado de uma forma que doía em seu peito.

Seu corpo estava tremendo levemente, esquentando a cada segundo. Por que?

Por que ele estava fazendo isso?

"Jo-johnny..." Murmurou de forma suplicante. Fechando os olhos e os apertando ao sentir as mãos quentes em volta de seu rosto.

Suas mãos foram involuntariamente para a cintura do mais novo, agarrando sua camiseta com força. Seus lábios roçaram uns nos outros, causando arrepios no mais velho.

O maior deslizava seus polegares pelas fartas bochechas do menor, com o cenho franzido, indeciso de qual decisão tomar. Eles desejavam um ao outro mais do que qualquer coisa naquele momento. Mas continuavam hesitantes.

Então Thomas tomou a decisão, selando um beijo nos lábios finos do maior. Sua língua logo passou por cima de seus lábios e ele deu passagem de imediato para o mais novo.

Ambos suspiravam freneticamente pelo nariz, suas mãos necessitadas de mais toque. Eles brigavam por espaço no corpo um do outro.

Todo aquele desejo reprimido por anos sendo liberado de uma vez só, era pura adrenalina e calor, aquilo estava enlouquecendo ambos.

Era errado. Completamente, e Thomas sabia disso. Era uma corda muito fina e bamba por onde ele estava andando.

Sem interromper o beijo, ambos os garotos chegaram até o quarto de Johnny, onde o maior deitou-se em cima do outro, na pequena cama de solteiro.

O mais novo colocou as pernas uma de cada lado do corpo de Thomas, se sentando em seu colo. Ele ergueu o tronco para tirar a camisa.

As mãos do mais velho percorreram o abdômen desnudo do outro, deslizando os dedos pelas costelas em relevo, Thomas sempre amou o fato de Johnny ser incrivelmente magro, seus ossos em relevo sempre lhe traziam pensamentos sujos. Lhe traziam o desejo de tocar cada canto do corpo do mais novo.

Agora ele podia finalmente toca-lo. Ele se sentia uma fera com Johnny em suas mãos. Temendo a possibilidade de quebra-lo como porcelana.

Sua pele sempre fora quente como nenhuma outra, mas agora, era como tocar em uma chaleira que acabará de ferver um litro de água. Se estivesse um pouco mais frio no quarto, poderia subir fumaça de seu corpo febril. E Thomas adorava isso.

Adorava sentir seus dedos percorrer pelo corpo de Johnny, enquanto sua boca marcava sua pele.

Johnny começou a fazer movimentos de vai e vem com seu quadril, fazendo o menor arranhar suas costas ao sentir o atrito sobre seu colo.

"V-você lembra de quando eu... eu te dei um fora?" perguntou o maior sem parar de rebolar.

"S-sim." Respondeu em suspiros.

"Acho que foi... por isso... talvez porque eu não... não gostava de garotas. E agora..." Ele o beijou, parando de rebolar e olhando em seus olhos. Sorrindo envergonhado. "Agora você não é mais uma garota. E eu posso gostar de você."

Aquilo atingiu Thomas de uma forma que o deixou desnorteado. Toda a rejeição e brigas que eles tiveram na adolescência fez sentido. Todo aquele jogo mental que o deixava confuso, mergulhado na dúvida se o amigo gostava mesmo dele ou não.

"Você..." foi tudo o que Thomas conseguiu dizer antes de iniciar mais um beijo, dessa vez mais calmo.

Ele se sentou na cama, segurando o mais novo pela nuca, suas respirações se misturavam ao sair de suas narinas, freneticamente pesadas.

Eles não queriam terminar aquele beijo, mesmo sabendo que poderiam iniciar muitos outros.

No final das contas, todos estavam certos. Os dois garotos se amavam, se amavam profundamente, desde o primeiro dia em que trocaram olhares.

Desde a primeira briga.


O primeiro abraço.

Primeiro toque.

"Eu te amo, Thomas."

O primeiro beijo.

"Eu também te amo, Johnny."


O primeiro amor.






FIM


Notas Finais


:3


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