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História O Primeiro Uivo - Prólogo


Escrita por: Leander_Arrym

Notas do Autor


Hey! Essa é minha primeira fic, críticas e sugestões são bem vindas. Tentarei atualizar a história semanalmente. \o/

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction O Primeiro Uivo - Prólogo

As luzes de emergência piscavam em um tom de vermelho sangue enquanto o Dr. Eron trabalhava, seus dedos voavam de tecla em tecla, desfazendo o trabalho da sua vida. Mas, era necessário, ninguém podia por as mãos naquilo, os segredos de anos de pesquisa e trabalho duro e intenso. Se caísse nas mãos erradas…
Eron abanou a cabeça, afastando os pensamentos, precisava terminar, aquela era uma parte essencial da missão.

Seu rosto estava tenso e coberto de suor, seus olhos, vidrados nos códigos e dados apresentados no monitor. Fora da sala, outros cientistas estavam fugindo, correndo desesperados para a saída mais próxima. Ele não se juntaria a eles, sabia que devia, seus instintos mandavam ele ir, correr dali e fugir daquela loucura, abandonar a missão, mas o Dr. Eron nunca foi um homem de seguir os instintos e emoções, essa certamente era sua maior qualidade… E seu maior defeito.

Finalmente, implantou o vírus, observou enquanto os dados eram consumidos. Os computadores por toda a sala piscavam, segundos depois um cheiro de queimado invadiu a sala. Dr. Eron se afastou e cobriu os olhos com o braço, protegendo-se da luminosidade liberada pelos computadores em combustão. Correu até a porta e só saiu quando os computadores começaram a explodir. Aquela sala era chamada de Cérebro, todos os dados de pesquisa estavam armazedas ali. Não era permitido que os cientistas armazenassem os dados em outro local se não aquela sala, caso a regra fosse descumprida, a morte seria a punição.

Correu pelos corredores, seu jaleco tremulando, o óculos ameaçava cair, então ele constantemente o ajustava. Trombava com outros cientistas e trabalhadores que corriam em direção a saída, subindo escadas e elevadores do grande laboratório subterrâneo em que se encontravam. Eron descia, adentrando ainda mais fundo no recinto que conhecia tão bem. Trabalhara por dez anos no laboratório; ajudara a desenvolver a cura para doenças, estudou genética e psicologia, desenvolveu novas tecnologias e conduziu diversas pesquisas e experiências importantes para o país. Aplicou todo seu conhecimento na última experiência a longo prazo, ontem fizera cinco anos que ela havia começado, hoje ela terminou, precisava salvar seus experimentos, eles eram delicados (até perigosos) demais para cair em mãos erradas.

Desceu mais um lance de escadas, grandes portas metálicas guardavam o corredor seguinte. Um leitor biométrico estava ao lado da porta, Eron apoiou o polegar no aparelho e ele leu sua digital, segundos depois as portas se abriram e o Dr. entrou. Dando de cara com Lucius, eles haviam combinado de se encontraram.

- Um belo dia para se rebelar, não? - Falou  Lucius em um tom sombrio.

- Um belo dia para morrer também. - Rebateu Eron, arfando. Lucius lhe ofereceu uma garrafa de água, Eron pegou, agradecido e em 4 goles a esvaziou. - Vamos lá.

Continuaram a caminhar, através do corredor, esse estava vazio. Dr. Lucius olhava cauteloso para as salas, era um homem de 40 anos, alto e de cabelo loiro com salpicos de cinza. Ele era o chefe da experiência, e o primeiro a perceber o perigo que ela representava se caísse nas mãos do Distrito 13, mas, apesar de tudo, Eron o admirava.

Viraram a esquerda e desceram mais um lance de escadas, um segundo par de portas metálicas estavam a frente e mais um leitor biométrico. Dessa vez, Lucius tomou a frente e abriu as portas. O corredor seguinte era mais estreito, duas portas de cada lado, cada uma com um número de um a 4. Estavam fechadas, mas Eron sabia o que tinha dentro dos quartos que eram idênticos; uma cama , uma cômoda com roupas iguais, um banheiro com um chuveiro e vaso, apenas isso. Lembrar que quem morava ali vivia tão mal o entristeceu, aquilo não era jeito de crianças viverem. Ele sempre foi contra aqueles quartos, não tinham o mínimo de conforto, mas o Dr. Lucius não quis ouvi-lo, segundo ele, era necessário para o desenvolvimento da experiência.

Tomaram a direita no fim do corredor, Jared estava lá. Um metro e oitenta e noventa de músculos, cicatrizes e sarcasmo. Estava segurando um rifle de contusão,  uma pistola estava em seu cinto.

- Qual a necessidade disso? - Lucius apontou as armas, sua expressão demonstrava desaprovação.

- Podemos ter problemas, somos os únicos rebeldes que estão saindo, mas outros querem entrar e eles não são nossos amigos, nem dos pequenos. - Ele sorriu e deu um tapinha em seu rifle.

Jared era um Pacificador, um dos melhores, porém para a Capital ele amoleceu e seu pulso afrouxou. Então foi mandando para cá, para treinar os experimentos e instruí-los para o combate. Era um bom homem, apenas um pouco troglodita.

O trio continuou avançando agora dessa vez adentrou um grande corredor com dez metros de largura e cerca de cem de comprimento , passaram por salas de treinamento com armas, alvos e robôs, aparelhos de academia e pistas de corrida.

- Sentirei falta desse lugar, olha foi ali que empalei um robô com um dardo. - Jared falou, apontando para uma das salas de treinamento, um buraco ainda marcava o lugar onde o dardo cravou no chão ao empalar o robô usado no treino. - E ali um dos pequenos quase detonou o laboratório com um lança-mísseis.
- Ele sorriu, e Eron também, ele sentiria falta daquele lugar, bons e maus momentos foram vividos ali, mas, agora tudo iria acabar. Balançou a cabeça e afastou esses pensamentos, o que estava fazendo era necessário, para o bem de todos os envolvidos.

Chegaram ao final do corredor, no lado esquerdo havia uma porta branca, Lucius a abriu sem cerimônia e lá encontraram os dois últimos integrantes do grupo; Dr. Hyle e Dra. Taena, ambos em frente a grandes tubos cilíndricos. Hyle era o mais jovem de todos os cientistas do laboratório, vinte anos e um verdadeiro gênio, seu cabelo desgrenhado e bolsas sob os olhos eram o indicativo de quem passava horas e horas trabalhando e tomando café, era um especialista em Citologia. Taena era uma jovem psicóloga e psiquiatra, vinte e dois anos e uma beleza que condizia com sua inteligência, seus olhos brilhantes e seu cabelo loiro enfeitiçaram o jovem Hyle, ele ficava sem jeito sempre que estava junto dela, mesmo com eles namorando a um mês.

- Olá pombinhos, será que os últimos preparativos estão prontos? - Perguntou Jared, lançando um sorriso malicioso para Hyle, os dois eram melhores amigos, o ex-pacificador apoiou o casal desde o começo.

- Sim, eu isolei e adormeci as celulas mutadas deles... - Hyle começou a responder mas foi interrompido.

- Adormeceu e isolou? Pensei que tinha dito que queria tais células destruídas. - Lucius o interrompeu, e agora lançava um olhar frio a ele. O olhar funcionou, Hyle baixou a cabeça e se encolheu.

- E-eu sei, mas não deu para fazer isso, as células... - Começou Hyle, mas dessa vez foi Eron que interrompeu.

- Tudo bem, sei que fez o seu melhor Hyle. - Acenou com a cabeça amistosamente para ele, que relaxou. Olhou para Lucius. - Não temos tempo para discutir agora Dr., temos que sair daqui. - Lucius escondeu seu olhar de desaprovação, e fez um sinal com a mão para que prosseguissem.

- Continuando... Eu consegui limpar a memória deles e implantar algumas falsas, foi trabalhoso, mas o resultado final foi mais que o esperado. - Dessa vez Taena que falou, todos acenaram a cabeça em aprovação.

- Certo, porém esquecemos o mais importante. Onde eles estão? - Jared resmungou.

Hyle indicou os tubos com o polegar. - Lá dentro. Estão prontos, induzimos um pequeno coma, mas eles estão bem não se preucupem. -Sorriu, orgulhoso de sim mesmo.

- E por que os tubos já não estão prontos para o transporte? - indagou Lucius, Taena rolou os olhos e Hyle se encolheu, ambos foram preparar os tubos, Eron o ajudou e Jared se posicionou perto da porta, de guarda.
Os tubos foram colocados sobre macas, bem fixados. Hyle pegou seu computador portátil, e uma grande sacola.

- O que tem aí, Hyle? Sua dignidade? - perguntou Jared, enquanto abria a porta e espiava lá fora.

- Equipamento de emergência - O súbito tom cortante na voz de Hyle desencorajou brincadeiras e mais perguntas.

Taena, Lucius, Hyle e Eron pegaram os tudos, um cada, e os conduziram para fora da sala com Jared no encalço. Eles cruzaram o corredor, onde um largo elevador estava.

- O elevador vai direto ao hangar, o aerodeslizador está totalmente equipado. - informou Jared.

- Ótimo, mas tem certeza que ele dará conta? - perguntou Lucius, cauteloso como sempre.

Jared o olhou, descrente. - Cara! Aquele é um dos maiores e melhores aerodeslizadores da Capital, moderno, seguro, espaçoso e o mais importante, armado. Deu bastante trabalho para rou... - Jared tossiu, engulindo o resto da palavra. - digo, prepara-lo.

Taena rolou os olhos, Hyle e Eron abafaram risadas. O elevador chegou, por dentro ele era largo, mas não o suficiente para caber os cinco e os tubos. Então eles se revezaram, Jared subiu com Hyle, Taena e dois tubos. Antes de subir, Jared deixou sua pistola com Lucius.
"Caso encontrem algum problema", segundo o grandão.
No momento que o elevador subiu, Eron ouviu um barulho, como uma explosão, porém muito acima do nível em que eles estavam.

Eles chegaram, pensou Eron.

Lucius se mantia impassível, porém, seu rosto estava tenso e seus olhos demonstravam apreensão, segurava a pistola com uma mão e o tubo com outra. Para Eron era estranho vê-lo assim, normalmente ele estava no controle da situação. Mas, aquilo era diferente, aquilo não era uma experiência, com cálculos, sistemas ou algoritmos, aquilo era real, suas viadas estavam e jogo, uma se uma variável de seu plano desse errado, o resutado final seria só um: a morte.

Os barulhos, aumentaram, e o elevador voltou no momento em que uma explosão próxima pode ser ouvida. Os dois cientistas adentraram o elevador e apertaram o botão condizente ao hangar. A alegre música do elevador certamente era algo problemático, tão fora de hora que Eron sufocou um sorriso. Ao seu lado, Lucius mantinha a mesma expressão.

- Senhor? Está bem? - Perguntou Eron.

Lucius piscou, como se acordasse de um transe e acenou com a cabeça. - Estou, estava apenas... Pensando, em tudo isso, não conheço outra vida a não ser essa, desde que me entendo por gente estudo e trabalho, tudo para construir uma vida bem estruturada, uma carreira... E agora, tudo está caindo. - Deixou escapar um sorriso amargo. - O velho Snow está caindo e levando todos nós juntos. - Falou por fim.

Eron não respondeu, não tinha o que falar, os dois compartilhavam dos mesmos pensamentos sobre o presente e o futuro. Salvar as crianças era o certo, ele não tinha dúvida disso, mas mesmo assim sua cabeça estava infestada de dúvidas.

Seus pensamentos foram interrompidos quando as portas do elevador se abriram, os dois sairam, conduzindo os tubos adentraram no hangar, um local circular com vários andares, cada um com um elevador uma passarela e um local de pouso para os aerodeslizadores, escadarias ligavam os andares. No andar que estavam, Eron viu o maior aerodeslizador que já vira, Hyle e Taena acenavam para os dois da lateral aberta do veículo.

Assim que eles começaram a andar pela passarela um barulho foi ouvido, o elevador do andar de cima chegou ao destino. Três homens vestidos de negro e com o número treze estampados em suas roupas sairam, junto de armas, assim que Eron e Lucius os viram, começaram a correr pela passarela, os passos ecoando e os tubos balançando ruidosamente sobre as macas atrairam a atenção dos homens, eles miraram e começaram a a atirar enquanto desciam. Lucius sacou sua pistola e começou a atirar, plasma voava de um lado para o outro. Apenas a distância impedia os cientistas de serem atingidos.

- CORRAM! ANDEM! - Gritava Hyle à plenos pulmões, seu rosto marcado pelo mesmo desespero de sua voz.

O Dr. Lucius virou na direção dos homens e atirou, um dos tiros atingiu um homem, abrindo um buraco sangrento em seu peito. Os outros dois se aproximavam, ainda atirando, um dos tiros abriu um buraco na passarela a dois metros de Eron, que manobrou a maca e desviou do obstáculo. Nos últimos quinze metros, Lucius se virou mais uma vez, porém desta vez não teve sorte, um dos homens atirou, Eron viu horrizado o plasma atingir de raspão o olho de Lucius, ele berrou, o sangue caindo sobre seu jaleco, a maca escapou de suas mãos e continuou rolando, Hyle se apressou em pegar a maca. Eron empurrou a sua também, e correu para junto de Lucius.

- Não! Vá! - Lucius vociferou para Eron, ao vê-lo se aproximar. - Salve-se! Salve-os!

Nas escadas, os homens, recarregavam as armas. Eron olhou mais uma vez para Lucius, uma de suas mãos estava sobre o olho, ensanguentada e a outra ainda segurava firmemente a pistola apontada para os inimigos. Eron acenou com a cabeça, com lágrimas nos olhos e correu para o aerodeslizador. Os tiros recomeçaram, Eron saltou para dentro do aerodeslizador.

A última imagem que teve do Dr. Lucius antes das portas se fecharem e o veículo partir, foi ele sorrindo, atirando contra seus inimigos. Eron limpou as lágrimas, nunca deixou a emoção o dominar, e não era agora que ia ceder. O aerodeslizador alcançou sua velocidade máxima,  e deixiu o laboratório para trás, momentos depois, a Capital, e em seguida Panem.



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