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História O Primeiro Uivo - Capítulo 1- A Estrada De Um Cavaleiro


Escrita por: Leander_Arrym

Capítulo 2 - Capítulo 1- A Estrada De Um Cavaleiro


Fanfic / Fanfiction O Primeiro Uivo - Capítulo 1- A Estrada De Um Cavaleiro

Para frente, para trás. Ataque e recuo. A espada de Edric dançava, se chocando ora com a espada, ora com o escudo de seu colega de treino. Era uma rotina cansativa, seus treinos duravam cerca de quatro horas, e mesmo as espadas sendo cegas, Edric saia com nódoas negras das pancadas.

As espadas se encontraram mais uma vez, porém dessa vez Edric aplicou mais força no golpe, que junto de uma torção de pulso desarmou o seu oponente, debaixo de seu meio elmo, seu olhar demonstrava apreensão e raiva. Em baixo do elmo de Edric, uma coisa era visível: determinação. Era aquilo que o alimentava todos os dias.

Edric retomou os ataques, fazendo arcos com a lâmina, lascas voavam do escudo de carvalho de seu oponente quando ele parava os golpes, porém recuava após cada investida, Edric percebeu que o escudo baixava cada vez mais quando defendia e que o oponente por trás, aproximava cada vez mais o corpo da arma. Deixou um sorriso escapar, o seu oponente estava cada vez mais próximo da parede do Pavilhão, dessa vez, em vez de lançar um ataque com a espada, abriu os braços e chutou o escudo; sua bota de couro atingiu o escudo, que por sua vez atingiu o seu usuário e este veio a atingir o chão. O seu oponente caiu de costas, seu elmo torto, Edric pousou o pé sobre o braço que tinha o escudo preso, impedindo sua movimentação e tocou com a ponta da espada no pescoço do adversário caído.

- Perdeu. - informou, arfando. O seu adversário acenou com a cabeça, em concordância e tirou o elmo com a mão livre, um sinal de rendição. Seu rosto estava vermelho e coberto de suor. Edric libertou seu braço do pisão, guardou a espada na bainha e soltou o escudo do braço esquerdo, ofereceu a mão para levantar Wyles; seu oponente em combate e melhor amigo. Quando os dois estavam de pé, tirou o elmo, seu cabelo negro estava encharcado de suor que caia em seus olhos cinzentos, enxugou-os com as luvas de couro e sorriu para o amigo. - Bom combate, está melhorando cada vez mais, da próxima segure mais firmemente a espada e nunca aproxime tanto o escudo de seu corpo.

- É fácil para você falar, treina desde os doze anos, e eu só entrei mês passado. - Wyles falou amargurado, enquanto tirava os braçais.

- Fidalgos.- zombou Edric, dando de ombros. - Para que usar aço se o único metal que vocês se interessam é o ouro?

Wyles revirou os olhos, ele odiava quando o chamavam de fidalgo, seu pai era o Grande Mestre Luthor da Guilda dos Comerciantes e sempre evitou que seu filho se comportasse como, segundo ele, "um qualquer". Mas, Wyles o desobedecia frequentemente, quando pequeno sempre fugia de casa e brincava com a mais pobre das crianças, no mais sujo dos becos, recentemente se rebelou contra seu pai, pois revelou o antigo desejo que compartilhava com Edric: ser um cavaleiro, Mestre Luthor ficou furioso, aos seus olhos, Wyles era seu sucessor como único filho, mas Wyles não cedeu e seu pai, mesmo que de má vontade permitiu que ele treinasse.

Os dois tiraram o resto do equipamento, enquanto os Aprendizes se aproximavam.
O pavilhão da Academia do Feudo Central era um local circular, a céu aberto e chão de terra batida, os espectadores observavam os combatentes de um canto coberto.

- Belo show, Flitcher e Snowfall. - trovejou Cletus , o grisalho Mestre de Armas, ao estar em frente dos dois garotos. Em sua juventude fora um grande cavaleiro, mas não envelheceu bem; frequentes dores na espinha o atormentavam, então foi despachado para a profissão atual há quatro meses, ocupando o lugar do velho Mestre Lex. Era extremamente duro com seus pupilos, e raramente elogiava ou felicitava-os. -Aprenderam a lutar com quem? Com a mamãe de vocês? - zombou, metade dos aprendizes ria, a outra metade olhava com desprezo para ele.

- Não era uma luta Senhor, estávamos praticando. - rebateu Edric, escondendo sua irritação.

- Não vai poder praticar quando estivar de cara com o inimigo, Snowfall. - olhou-o com desprezo, como sempre, e virou para os outros. - Não quero vê-los demonstrando fraqueza, seus inimigos não facilitarão, lutem como se estivessem em um combate real, a não ser que eu mande vocês demonstrarem. - Cletus sorriu e olhou para Edric. - Entendido?

- Sim, senhor. - respondeu Edric friamente.

- EU FALEI COM TODOS VOCÊS! - vociferou o Mestre, virou de súbito para os outros Aprendizes. - ENTENDIDO?

- Sim, senhor! - todos disseram em uníssono, alguns com raiva contida, outros com medo.

Tirano, pensou Edric.

- Ótimo, estão todos liberados. Não teremos mais lições nós próximos quatro dias por conta do grande torneio que será realizado... Muitos de vocês participarão na categoria Escudeiro e Aspirantes creio eu, então... - Mestre Cletus procurou palavras, dava pra ver por sua carranca que ele fazia um grande esforço para pronúncia-las. - ...boa sorte. - disse por fim e bateu palmas, os dispensando.

Todos arrumaram seus pertences; equipamentos e armas próprias, o que certamente Edric não possuía ainda. Espadas e armaduras eram caras, e ele não gostava de pedir dinheiro a seu pai, trabalhava e conseguia seu o próprio, mas para juntar o suficiente para comprar seu armamento, ainda demoraria um bom tempo.

Se dirigiu para a saída com Wyles, ambos falando animados sobre torneio do dia seguinte, diversos Cavaleiros, Homens de Armas e Escudeiros viriam participar, Wyles achava que Sor Lewis Golliver (um cavaleiro famoso por trespassar, com sua lança, dois homens com um único golpe) seria o vencedor das justas, Edric tinha a certeza que Sor Alec Hawk e seu martelo de querra, QuebraCrânio, venceriam o corpo a corpo.

- Snowfall! Quero ter uma palavrinha com você. -Mestre Cletus falou em um tom alt, soando desdenhoso e furioso.

- Sim, senhor. - respondeu Edric, de má vontade. Já estava cheio das críticas infundadas de seu Mestre de Armas. - Não precisa me esperar, eu vou ficar bem. - assegurou. Wyles olhou para Edric e depois para Cletus, incerto, mas saiu.

Edric respirou fundo, e fez o caminho de volta. Mestre Cletus estava esperando com um sorriso cruel, seus cruéis olhos negros brilhavam.

- O que deseja, Senhor? - perguntou Edric, em frente ao Mestre.

- Mais respeito, sua insolência é inaceitável. Nunca mais me responda ou me questione daquela forma na frente de seus colegas. - a raiva em seu tom de voz aumentava gradativamente até que ele terminou de falar com os dentes cerrados.

- Peço... perdão, Senhor, não era minha intenção desacatar o Senhor. -falou o garoto, solenemente. Edric conhecia aquele tipo de gente, não valia a pena questiona-lo.

E ele poderia acabar com minhas chances de ser um Cavaleiro em dois tempos, não pode deixar de pensar.

- Ótimo, sabe qual a maior virtude de um Cavaleiro, garoto? - ele analisava Edric com olhos críticos, esperando a resposta e ansiando para que estivesse incorreta.

Edric pensou, "coragem", poderia ter dito, ou "força", mas no fundo sabia que aquelas não eram as respostas corretas. Olhou para Cletus, não para o Mestre de Armas, mas o Cavaleiro, instintivamente olhou para sua espada, embainhada na lateral da cintura. Na bainha uma marca estava gravada um símbolo; três losangos interligados, um símbolo em cada um: uma pomba, um castelo e um dragão. Lembrou-se do seu antigo Mestre Lex, explicando o significado deles:"Um Cavaleiro deve servir a três entidades: Deus, (apontou para a pomba) seu Lorde e suserano, (apontou para o castelo) e seu país (finalizou apontando para o dragão).
Um cavaleiro é o instrumento dos três, e sempre deve pensar neles antes de si mesmo, seu suserano manda e ele obedece. Nosso lema é: Servir e Proteger!."

Edric olhou o seu mestre de armas, que ainda esperava uma resposta, parecia estar impaciente.

- A obediência senhor, essa é a principal virtude. - respondeu com segurança, orgulhoso de si mesmo.

Cletus sorriu maliciosamente, Edric percebeu que alguns de seus dentes eram quebrados, provavelmente em lutas.

- Muito bem, garoto. Mas você ainda não é um cavaleiro, ainda não serve um Lorde. Então obedeça o Bom Deus, obedeça a nossa nação e me obedeça até ganhar um maldito Sor antes de seu nome! - falou alto. - Entendido?

- Sim, senhor! - exclamou Edric, seu sangue fervia, seus punhos cerrados. Mas, escondeu a raiva, o desprezo e a insolência. Não são virtudes de um cavaleiro.

- Ótimo, agora vá! - bufou Mestre Cletus. Edric obedeceu.

"A estrada de um cavaleiro, é tão dura quanto o aço de nossas armaduras."
As palavras de Mestre Lex voltaram a sua cabeça, e agora Edric começava a compreender o que elas queriam dizer.


Notas Finais


{Olááá pessoas :3 Bem, nesse capítulo conhecemos um pouco do nosso protagonista, e ele foi feito especialmente para isso, a trama principal começará a ser desenvolvida no próximo. Não percam, okay? Valeu!}


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