História O Principe das Trevas... Ou Não! - Capítulo 2

-Querido, talvez seja a hora de contarmos ao Draco sobre o garotinho? Já faz dois dias, ele está suspeitando. Ele nem faz ideia de porque você passa tanto tempo distante.

De fato, dois dias haviam se passado e Harry já estava de pé e mais disposto. Ele recebeu comida e tratamento, no entanto, não falava uma palavra e não permitia que alguém o tocasse sem fazer escândalo. Lucio passara muito tempo ao redor dele, tentando obter alguma informação, mas sem sucesso. Era como se ele tivesse medo de fazer qualquer coisa errada.

-Eu não sei se isso é uma boa ideia. Há dias estou tentando fazê-lo falar e nada. Ele nem queria comer no início, não querendo aceitar comida de estranhos.

-Ora, mas esse é mais um motivo para juntar os dois. Ele não responde a você, que é um adulto maior e mais forte que ele, mas ele poderia se sentir mais à vontade com o Draco, já que os dois devem ter a mesma idade. E apesar de jovem, ele é um garoto esperto, como um verdadeiro sonserino. Se o orientarmos, ele não vai pressiona-lo.

Lucio Malfoy se pôs para pensar. Era realmente uma boa ideia? Claro que seu filho era esperto e perspicaz, um verdadeiro prodígio, mas ainda sim era uma criança. Uma criança ambiciosa e poderosa – as qualidades de um sonserino.

Mas era verdade que talvez o garoto se sentiria mais confortável com outro garoto da mesma idade. Quem sabe eles poderiam virar amigos, o que tornaria a missão dele de acolhê-lo muito mais fácil. Além disso, a criança estava fraca e assustada. Lorde Voldemort não aceitaria um aprendiz assim, ele deveria ser astuto, implacável e esperto. O Lorde das Trevas não aceitaria um Príncipe incapaz e Draco poderia ensinar a ele os modos certos.

-Está bem, traga o Draco para conhecê-lo.

Narcisa sorriu vitoriosa antes de ir buscar seu filho.

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-Quem é ele mamãe? – Draco perguntou com impaciência.

-Acalme-se meu filho, logo você irá conhecê-lo.

-Ele vai ser meu irmão? – perguntou com curiosidade, franzindo o cenho.

-Hum, não exatamente. – Narcisa respondeu – Mas eu quero que você cuide dele como se fosse.

-Mas por quê? – Insistiu Draco.

-Draco, chega de perguntas! – disse Narcisa, irritada. Seu filho obedeceu e ficou em silêncio.

De repente viu seu pai com um garoto de sua idade, com cabelos negros e olhos verdes, ele também tinha uma cicatriz estranha na testa e... Ele estava tremendo?

-Olá meu filho – Lucio cumprimentou.

-Olá papai.

-Este aqui é o nosso convidado por algum tempo. Ele está um pouco machucado e é... Tímido. – Lucio não conseguiu encontrar uma palavra melhor – Ele não fala muito, mas é muito importante que você faça amizade com ele.

-Está bem, como o senhor quiser – respondeu Draco com educação.

-Ótimo, era o que eu queria ouvir.  

-Venha querido, vamos dar um pouco de privacidade para os dois - Narcisa pediu, mas na verdade eles iriam observar caso algo ruim acontecesse. Harry começou a tremer mais ainda com a saída dos dois.

-Hum... Então, eu sou o Draco - sem saber o que fazer, o Malfoy esticou o braço e estendeu a mão para o garoto pegar num aperto de mão. - Qual é o seu nome?

Harry olhava com os olhos arregalados para a mão de Draco e para seu rosto. Para sua mão e depois seu rosto. Sua mão e depois seu rosto. Numa tentativa hesitante, ele estendeu a mão trêmula na direção de Draco, mas então desistiu e saiu correndo, batendo nas paredes enquanto fazia isso.

Draco foi deixado estupefato. O que tinha acontecido? O que ele fez de errado? Que garoto estranho! Qual era o problema dele? E por que ele ficava batendo nas paredes enquanto corria, será que ele não enxergava?!

...Espera, e se ele realmente não enxergasse? Quer dizer que ele estava correndo pelo castelo sem nem saber onde estava indo? Talvez ele precisasse de óculos.

É claro que Draco não queria decepcionar seus pais, então logo bolou um plano para ajudar o garoto e assim ganhar sua confiança. Ele faria uma poção para fazê-lo enxergar com clareza, ele ficaria tão agradecido que iria falar com ele e eles seriam melhores amigos!

"Você fez uma poção pra mim? Uau, agora eu estou vendo tudo!" Draco começou a fantasiar sobre o que aconteceria quando ele terminasse a poção, com vários agradecimentos e elogios para o seu ego "Obrigado Draco, você é o máximo, o melhor de todos!-" Ah é, ele ainda tinha que fazer a poção, não era hora de cantar a vitória.

Então Draco foi para sua sala especial para fazer poções, onde seu padrinho Severo Snape o ensinou tantas vezes. Não podia ser tão difícil, já que ele era um prodígio! Assim ele foi colocando os ingredientes na poção quando percebeu que faltavam algumas coisas. Então ele resolveu ir buscar o que faltava e logo terminar a poção.

O que ele não sabia, era que Harry estava correndo de um ser que parecia... Um elfo. Ele nunca havia visto tal criatura, então ficou assustado e correu novamente, acabando acidentalmente na sala de poções. E por falta de sorte, acabou esbarrando em uma das cômodas e derrubando um ingrediente que não pertencia à poção. Sem saber o mal que havia causado, Harry saiu da sala rapidamente, antes de Draco voltar.

-Tudo bem, agora só falta isso para a poção e...!

BOOOOOOM!

Uma explosão foi ouvida. Não foi nada fatal ou grave, mas assustou muito o pequeno Malfoy, não pela fumaça, mas pelo seu fracasso. Como ele podia ter fracassado?

-O que houve? - Narcisa foi rapidamente até seu filho para ver como ele está.

-Eu não sei mãe, a minha poção explodiu! Eu não sei como pode ter acontecido.

-Ah meu filho, você deve ter se confundido, ou então um dos elfos domésticos derrubou alguma coisa aí. Não se preocupe com isso. Mas me diga, o que é que você queria fazer com essa poção.

-É que aquele menino não consegue ver nada, fica esbarrando em tudo e eu pensei em fazer uma poção pra fazê-lo enxergar - explicou Draco, frustrado.

Narcisa parecia tocada pelo gesto de seu filho.

-Ah querido, está tudo bem. Eu vou pedir ao seu pai para comprar uns óculos para ele, só tome mais cuidado quando for mexer com as poções. Entendido?

-Entendido - concordou Draco.

-Então tudo bem. Vá brincar, eu vou trazer os elfos domésticos para limpar essa bagunça. Dobby! - e saiu da sala.

Draco chutou a mesa, decepcionado. Ele sempre se achou o melhor em tudo. Ele era o melhor em tudo. Isso era realmente injusto.

Mas para sua surpresa, assim que ele saiu, deu de cara com um garoto de olhos verdes, que o encarava com curiosidade. Mas não medo.

-Ah, oi - Draco disse, sem jeito. Ele devia estar com as vestes sujas e com o cabelo desarrumado, ele não queria ser visto assim. O garoto não o cumprimentou, então os dois ficaram em silêncio por alguns segundos.

-Hã, eu vou lá pro meu quarto, você quer alguma coisa? - ofereceu Draco. O menino olhou para baixo.

-...Obrigado. - sua voz soou tão baixa que o Malfoy nem tinha certeza se ele realmente tinha dito algo.

-O-o que disse?

-Eu disse... Obrigado. - agora sua voz era mais alta - Por... Por ter feito aquilo por mim - Harry não entendia dessas coisas, sobre poções, elfos ou magia, mas Draco havia tentado ajudá-lo a ver direito e isso era mais do que sua família jamais fez por ele.

-Ah, é, de nada. Sem problema. - O agradecimento não foi nada do que Draco tinha imaginado, mas isso significou muito para ele, embora ele nem tivesse conseguido fazer a poção devidamente. - Então, você quer fazer alguma coisa?

-Eu estou cansado. -  respondeu ele honestamente. Draco teve uma ideia, então pegou sua mão e surpreendentemente, Harry deixou isso acontecer. Draco o puxou e levou até seu quarto.

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Quando Lucio Malfoy voltou, teve a agradável surpresa de ver seu filho e seu novo amigo deitados na cama, enrolados pelo cobertor verde. Lucio deixou os óculos na cômoda e saiu para não incomodar os meninos.

*Extra*

Harry e Draco deitados na cama, quase dormindo.

Draco: Ei, eu esqueci uma coisa.

Harry: Hum? *sonolento*

Draco: *bocejo* ...Qual é o seu nome mesmo?