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História O Príncipe de Daegu - Prólogo


Escrita por: jiho

Notas do Autor


Então, esse é apenas o prólogo por isso pode parecer estar meio corrido. Decidi postar essa fanfic (que já estava pronta no meu notebook) depois de muito tempo sem escrever. Ela será pequena, creio eu.
Os capítulos serão provavelmente semanais, eu não consigo ter muita precisão com datas. Se você é meu leitor de outras fics não atualizadas, saiba que a culpa é totalmente do meu cérebro ;-; Me deu um bloqueio total com as outras duas fanfics minhas em andamento e, me desculpem mesmo, não sei quando poderão ter continuação e nem sei se terão de fato.
Sem mais delongas, espero que gostem desse capítulo <3

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction O Príncipe de Daegu - Prólogo

Jeon Jeongguk

 

 

Corria de uma maneira eufórica, não sabia para onde estava indo nem onde iria me esconder, só corria como se essa fosse a última oportunidade que me seria dada na vida. De fato era.

O Hanbok feminino arrastava no chão e a peruca que estava em minha cabeça insistia em deslizar enquanto minhas pernas se mexiam freneticamente naquela corrida que parecia sem fim. Meu rosto coberto pelo pó de arroz branco e os lábios num tom tão vermelho quanto sangue, nos olhos um forte delineado e nos pés calçava um chinelo de madeira. Estava como uma mulher, vestindo-me perfeitamente como uma Kisaeng. Não pensava que seria descoberto.

Mas minhas esperanças falhas acabaram quando cheguei a um prédio de Kisaengs e então me surpreendi, os soldados estavam lá também. Não, definitivamente eles não poderiam me descobrir.

Olharam para mim e sorriram, posso jurar que ouvi um elogio sair de suas bocas ao me verem, logo então me mandando seguir até a fila onde estavam as outras mulheres. Todas diziam seu nome e idade, logo após eram liberadas. Eu não seria pego, não é? Eu estou vestido como elas e aparento ser como elas. Havia feito a barba de maneira profissional, escondido os cabelos longos e grossos de baixo da peruca tradicional e estava perfeitamente disfarçado.

 

— Seu nome, garota. — O soldado disse quando tinha chegado minha vez.

 

Meu corpo tremeu, eu seria descoberto e levado dali. O que aconteceria comigo? O que eu seria destinado a fazer? Estava com medo, muito medo. Sentimento no qual me fez demorar para respondê-lo, mas tinha que dizer algo afinal.

 

— Jeon Jeongguk, dezoito anos. — Tentei afinar a voz, tentei o meu máximo, eu juro.

 

O soldado arqueou uma das sobrancelhas e então fez um sinal com a mão na qual eu não compreendi, porém logo pude ver outros soldados chegarem ao meu lado e começarem a me tocar. Estavam me tocando, tocando o meu corpo!

Quando chegaram nas partes íntimas, eu só soube chorar. Fui pego. Eles definitivamente me acharam. Um dos homens riu e então acenou com a cabeça para o soldado que havia me pedido as informações. Os dois soldados que estavam perto de mim arrancaram a peruca do meu cabelo, logo mostrando os fios grossos e longos que tinha. Arrancaram também meu hanbok, deixaram-me completamente nu. Eu estava nu frente a um monte de mulheres e soldados desconhecidos, deixando à mostra meu corpo que até então estava completamente puro. Mas felizmente, eles não abusaram de mim.

 

— Tem um belo corpo, é uma pena.

 

Pude ouvir uma risada e então meu corpo ser arrastado para a rua. Estava muito frio naquela noite, havia nevado pela tarde e eu sentia a neve gélida cobrir-me os pés agora descalços enquanto o vento batia no meu corpo livre de qualquer tipo de vestimenta. Me jogaram sem cuidado algum dentro de uma carroça, haviam cerca de oito pessoas dentro daquele quadrado de madeira apertado, estavam todos nus também. Eu senti vergonha, eu senti ódio de mim mesmo e queria fugir.

Tentei bater na madeira, tentei abri-la, mas tudo foi completamente inútil. A carroça andou e eu já pude sentir um frio na minha barriga. Os outros homens dali me olhavam estranho, possivelmente por eu não possuir barba e estar com maquiagem. Todos os homens ali era bastante cabeludos.

Eu chorei bastante durante a viagem que deve ter durado cerca de duas semanas. Eu chorei de frio, de fome, de sede e de raiva. Chorei por lembrar da minha mãe, que me pediu para me vestir de Kisaeng e fugir de casa para não ser pego. Eu nunca mais veria a minha mãe.

A situação tornava-se sempre assim nos vilarejos pobres da nossa região, era uma espécie de seleção que acontecia a cada quatro anos. O rei de Daegu estipulava um número e então mandava os soldados irem capturar essa quantia em escravos. Sim, a partir de hoje eu seria um escravo. Por conta disso estava com tanto medo.

A carroça fedia muito, afinal não tínhamos pausas, por isso não podíamos descer para fazer nossas necessidades. Estávamos imundos e toda a nossa situação era completamente desumana. Quando chegamos ao vilarejo nobre de Daegu, nossas bocas estavam secas pela sede e nossos corpos mais magros. Emagrecemos muito, nós tínhamos apenas um cantil de água e um pouco de farinha dentro da carroça, tivemos que sobreviver apenas com isso durante as duas semanas de viagem.

A porta da carroça de madeira foi aberta com força, fazendo meus olhos arderem devido ao contato com a luz do sol. Parecia fazer tanto tempo desde que vi o sol. Haviam muitas pessoas lá olhando para nós, esperando que nós saíssemos do veículo. Eu não entendi por quê.

Nos olhavam com repulsa, fechavam o nariz devido ao nosso cheiro forte e se afastavam. Os soldados amarraram nossas mãos em correntes, fazendo-nos andar até um lugar que desconhecíamos. Me mandaram ficar de frente para uma parede, logo ligando uma espécie de mangueira que tinha sua pressão muito forte. A água atingia meu corpo com tanta força que chegava a arder a pele, mas pelo menos a sujeira estava indo embora. O homem que estava a atirar água em mim mandou eu me virar, logo eu fiz e senti o jato novamente em mim. Ele mandou eu andar mais um pouco, logo vendo algumas mulheres que estavam sentadas em cadeiras com tesouras em suas mãos.

Uma delas fez um sinal para que eu me sentasse lá, logo começando a cortar os meus cabelos. De novo eu chorei. No meu vilarejo, costumavam a acreditar que a honra dos homens era posta nos seus cabelos, a força em sua barba e a masculinidade em meus pelos corporais. Tudo foi-me arrancado. Meu corpo agora estava completamente liso, meus cabelos curtos e minha pele avermelhada.

Assim que todos os outros homens passaram pelo mesmo que eu, nós fomos novamente presos por correntes e levados para um lugar que não fazíamos a menor ideia de qual era. Fomos postos em uma fileira lado a lado, todos ainda nus. Um soldado passou na frente de cada um dos homens, pegando novamente o nome e idade de cada um.

Eu pude ver quando um homem que vestia roupas longas aproximou-se de nós, analisando-nos de cima a baixo. Quando chegou em minha frente, uma de suas sobrancelhas se arqueou e então ele pegou em minha mão, apertando-a e parecendo tentar sentir sua textura. Eu não sabia o que ele estava fazendo.

Senti meu braço ser puxado e então vir um soldado retirar as correntes das minhas mãos. Ele me empurrou para que andasse até outra carroça, fazendo minha barriga esfriar. Eu não queria ter que aguentar aquilo novamente.

Mas diferentemente do que eu havia pensado, dessa vez a carroça era limpa e haviam bancos estofados. Uma mulher estava lá dentro e então sorriu.

 

— Você é bonito. Qual o seu nome? — Ela perguntou enquanto mantinha o sorriso estampado em seu rosto.

 

Abaixei minha cabeça e fitei minhas próprias coxas nuas, enquanto tapava meu membro com as mãos. Estava tão envergonhado. Os fios negros e agora curto dos meus cabelos estavam frente aos meu olhos, eu estava com uma franja estranha, parecida com a dos príncipes. Tardei a responder a pergunta da mulher, que analisou cada parte do meu corpo.

 

— Jeon Jeongguk. — Disse baixo.

— É um belo nome, Jeongguk. Quase tão bonito quanto o seu rosto. — Ela disse, logo tocando meu ombro. — Eu trouxe uma roupa para você, deve estar com frio.

 

Olhei para a mulher e então a vi mexer em um baú, logo tirando de lá roupas estranhas e muito diferentes do hanbok masculino que eu costumava usar quando estava em casa, no vilarejo.

 

— Essa é a calça, você coloca ela por cima de suas pernas. — A mulher disse alcançando-me a peça de roupa que agora eu sabia que levava o nome de calça. — E esta é uma camiseta, ela tem as mangas compridas e vai te proteger um pouco do frio.

 

Eu vesti as roupas da maneira que a mulher me instruiu, logo então sentindo o frio que tinha antes ir passando aos poucos. Quando a carroça parou, novamente a porta foi aberta e haviam mais soldados do lado de fora. Um deles me puxou, porém logo foi repreendido pela mulher que estava na carroça junto a mim e então ela mandou eu a seguir.

Estava entrando num castelo, era a primeira vez vendo um castelo. Quando criança, meus amigos sempre me falavam dos castelos e me contavam estórias de príncipes e princesas, vivendo em um castelo enorme e lindo enquanto lutavam contra dragões e bruxas. Bem, aqui não haviam dragões, porém o lugar era tão grande quanto o que eu imaginava desde pequeno. Havia ouro em todo lugar que olhasse, fazendo-me ficar curioso sobre quantas terras tiveram que ser vendidas para comprar aquele lugar.

 

— Você é o mais novo dos escravos trazidos nessa colheita, por isso o Major Seongchan achou melhor trazê-lo para cá como um cozinheiro. Ele disse que você não duraria muito como servente de obras. — A mulher disse enquanto continuava a andar pelo enorme castelo. — Você sabe cozinhar?

— Homens não cozinham em Wonju. — Falei com a cabeça baixa. Não queria ir para as obras, porém também não poderia mentir para a mulher e acabar fazendo as comidas de maneira errada.

— Então você era um obreiro? Construía coisas ou era agricultor?

— Eu era inútil. — Disse e então mordi meu lábio inferior. — Eu era um pintor.

— Hm, isso é interessante. — Ela disse levando uma das mãos ao queixo. — Mas pouco útil. Você terá que aprender a cozinhar com as escravas.

 

Eu não queria aquela vida, não queria ter que viver até o último suspiro tendo que servir a alguém, tendo que obedecer ordens de pessoas que eu não conheço. Estava com medo, porém aliviado por minha tarefa ser apenas cozinhar. Não sabia pra quantas pessoas teria que servir comida, nem tampouco sabia com quantas pessoas teria que conviver. Estava ainda com muita sede e muita fome, a mulher ao meu lado notou isso. Ela me deu água e pão, junto a algumas frutas. Me deu mais mudas de roupas e me mostrou onde ficava o quarto que eu ficaria. Mais três pessoas dormiriam no mesmo cômodo que eu.

Suspirei fundo. Até onde a obrigação de ser um escravo me levaria? Até onde eu viveria? Eu estava com saudades da minha mãe, com saudades de casa. Porém eu sabia que não poderia voltar, sabia que viveria o resto da vida naquele lugar.

Eu apenas tinha que aceitar o meu destino.

 

Eu só espero que o rei de Daegu tenha piedade de mim.

 


Notas Finais


É isso pessoal, está curtinho pois é só o prólogo. Eu escrevi isso há um tempinho, por isso eu não acho que esteja verdadeiramente bom. E sim, Jungkook é um escravo irefjcieurfij
Se gostarem, favoritem e comentem <3 Não se esqueçam também de me adicionar nas observações/me seguir para receber com precisão cada capítulozinho novo postado. Yay!
Até mais~ <3


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