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História O Príncipe de Daegu - Caput Nonum


Escrita por: jiho

Notas do Autor


E aí pessoal, tudo bom com vocês?
Tá aí o novo capítulo quentinho, acabei de terminar -qq

Espero que gostem e boa leitura <3

Capítulo 10 - Caput Nonum


Jeon Jeongguk

 

Jimin havia declarado guerra, ele estava extremamente confiante em sua decisão, por mais que eu ainda achasse que fosse tudo muito estranho. Significaria que não iríamos mais seguir o plano de mentir sobre a libertação de escravos? Isso me parecia uma jogada deles, como se soubessem nossos planos e estivessem evitando que um ataque de Seul realmente acontecesse. Aquilo era suspeito demais.

— Por que está com essa cara? — ouvi a voz de Jimin dizer, tirando-me imediatamente dos meus pensamentos.

Estávamos agora em seu quarto, eu estava sentado no chão, enquanto observava distraidamente a espada em minhas mãos. Jimin estava sentado na cama, com os braços apoiados nos joelhos enquanto sua feição não parecia muito boa.

— Você realmente vai fazer isso? — perguntei um pouco baixo.

— Está falando da guerra? — indagou e então suspirou. — Eu sou o príncipe herdeiro e ganhei minha maioridade há um tempo. Eu preciso ir para a minha primeira guerra de qualquer modo… Ainda mais agora, quando o rei está impossibilitado de ir lutar.

— Você fala com confiança… — disse e então levantei o meu olhar, analisando-o. — Mas por que seu rosto expressa tanto medo?

— Talvez eu morra lutando, Jungkook. — ele respondeu, encolhendo-se um pouco. — Se eu morrer em guerra, quem vai cuidar desse reino?

— Príncipes não costumam morrer em suas primeiras guerras, não é? Eles geralmente ficam em pontos estratégicos e consideravelmente mais seguros. — falei, enquanto voltava a analisar a lâmina prateada da espada em minhas mãos. — Você não vai morrer…

— Há muita gente querendo a minha cabeça, gente desse próprio reino… Mas eu não vou fraquejar, mesmo que eu morra tentando, pelo menos morrerei por Daegu.

— Então eu vou junto.

— O quê? — ele perguntou surpreso, direcionando seu olhar para o meu de maneira interrogativa. — Escravos não lutam, Jungkook.

— Mas o meu dever é te proteger, não é? — perguntei e então estalei a língua no céu da boca. — Mesmo que eu morra tentando, pelo menos morrerei por você.

— Você escuta as coisas que você mesmo diz? — indagou e então riu forçado. — Desse jeito vou acabar pensando que você está me cortejando.

— Que!? — disse então larguei a lâmina no chão, levantando-me rapidamente. — Está maluco? — falei enquanto me aproximava rapidamente dele, logo segurando o colarinho de sua camisa, levantando-o como maneira de intimidação. — O que você está insinuando?

E então ele riu. Não o riso forçado de antes, mas dessa vez um riso de verdade, como se realmente estivesse achando graça daquela situação. E por um momento eu esqueci. Esqueci que estava prestes a entrar em uma regra que não era minha, prestes a lutar pela vida de quem eu deveria matar, prestes a bancar uma de machão na frente dele. Eu esqueci simplesmente por causa do seu sorriso, tão branco e bonito quanto a neve. Jimin era um idiota por sorrir de maneira tão bonita.

— Olha só pra você, bancando o macho pra cima de mim! — ele falou e então deu uma gargalhada. — Seria convincente se você não tivesse essa cara de menininha assustada!

— Você quer morrer? — falei com falsa braveza enquanto o jogava para trás, fazendo-o se deitar na cama. Subi em cima dele e então lhe lancei um olhar mortal. — Você não teme a morte, príncipe?

— Você vai me matar? — perguntou segurando o riso. — Com o que? A sua espada está jogada no chão!

— Eu vou te matar de… — pensei e então sorri, feliz com a minha própria ideia maligna. — De cócegas!

Assim que falei, ele pareceu ter feito uma feição amedrontada e então eu ri de maneira malvada, levando minhas mãos até a sua barriga, usando meus dedos para lhe causar cócegas mortais. Eu só não tinha imaginado que ele realmente era muito sensível com cócegas, a ponto de começar a gargalhar apenas no meu primeiro toque, se contorcendo embaixo de mim enquanto seus braços tentavam me soltar.

— Por favor Lorde Jeon, tenha piedade da minha alma! — ele gritava entre os risos.

— Piedade? Não há piedade para pessoas que cometeram os mesmos crimes que os seus! — falei autoritário e então levei minhas mãos agora para o seu pescoço.

Ele estava se contorcendo tanto, que quem visse de fora poderia até achar que estava realmente sendo torturado. E aquilo me fazia rir muito, rir junto a ele mesmo que fosse somente ele que estivesse sofrendo com a penalidade das terríveis cócegas.

Mas foi quando eu coloquei as mãos em suas axilas que um reflexo maior se fez presente no corpo do mais baixo, como se aquele ponto fosse o grande ponto das cócegas supremas. E como um reflexo, ele acabou levantando uma de suas pernas, acertando em cheio em…

— Minhas bolas! — gritei em dor enquanto me jogava ao lado dele, pondo minhas mãos frente aos meus testículos, numa tentativa falha de fazê-los parar de doer.

Ele gargalhou ainda mais alto e então levantou o seu dorso, tocando meu ombro enquanto tentava perguntar se eu estava bem, entretanto sempre quando ele tentava formular a pergunta, ele começava a rir ainda mais, fazendo-me ter vontade de enfiar uma adaga nos seus dois olhos.

— O que está acontecendo? — Seokjin entrou rápido pela porta, preocupado por possivelmente ter ouvidos gritos de dor. Os meus gritos de dor.

— Nada! — Jimin disse, tentando segurar o riso. — É só que eu acho que eu acabei de fazer o Jungkook virar eunuco.

— Desgraçado… — vociferei baixo, enquanto ainda me contorcia com a dor.

Seokjin fez uma cara interrogativa, mas logo soltou um riso e então deu de ombros, como se dissesse que nem valia a pena tentar entender as nossas idiotices. Mas logo sua feição se fechou novamente, vindo junto com ela um suspiro.

— Eu mandei a carta há alguns dias. — falou, chamando logo a atenção de Jimin e a minha também, que tentava ignorar a dor nas bolas.

— Está falando do plano de Jungkook? — Jimin perguntou e então se levantou, demonstrando o quanto aquele assunto era sério para si. — Houve alguma resposta?

— Não obtive uma carta da corte de Seul precisamente, mas um olheiro do nosso reino disse que o centro comercial ficou um caos depois que a notícia se espalhou. Aparentemente estão todos indignados com a alforria de Sagas. — disse e então passou a mão em seus cabelos. — Entretanto, nós não havíamos calculado caso acontecesse de Sagas se manifestar a respeito disso. Um olheiro de Sagas reportou a situação para o seu rei, e agora ele sabe que alguém forjou uma carta falsa para lhe prejudicar.

— E então? — Jimin perguntou aflito.

— Eu obviamente não fui burro a respeito. — disse e então sorriu. — Quando enviei a carta para Seul, eu desenhei pequeno no verso da folha o símbolo do reino de Namjoon, o falcão. A maioria das folhas deles tem esse símbolo, por isso agora talvez a corte de Seul imagine que quem fingiu o boato foi o próprio Namjoon. Não só Seul está contra ele, mas agora também Sagas.

— Então eles entrarão em guerra? — perguntei, conseguindo finalmente me sentar normalmente na cama. — Isso significa que o exército de Namjoon será completamente aniquilado. Nós não precisaremos lutar, não é? — falei enquanto parecia animado com a ideia de me livrar dessa guerra.

— É provável, mas… — ele pareceu ter ficado um pouco pensativo. — Namjoon sabe que não foi ele que mandou a carta, nem Sagas. Se não foi nenhum dos dois, só resta Daegu. Isso significa que…

Arregalei momentaneamente os meus olhos e então olhei para Jimin, que ao contrário de mim estava completamente sério, como se não esboçasse reação nenhuma. Aquilo me fez engolir em seco, logo ao que ouvi passos vindo correndo em direção ao quarto onde estávamos.

Seokjin olhou rapidamente para trás, vendo o soldado de Daegu se aproximando cansado com uma carta em mãos. Ele explicou que havia acabado de chegar e que era extremamente urgente. O Kim arqueou uma das sobrancelhas e então abriu o pedaço de papel, logo lendo o conteúdo sem muita surpresa.

— Eles estão vindo. — Seokjin disse firme.

— Eles? — perguntei confuso, enquanto um frio estranho se fazia presente em minha barriga. Eles quem?

— Incheon. — Jimin respondeu. — O reino de Namjoon está vindo.

— Eles foram vistos entrando pela fenda entre as duas montanhas. Eles provavelmente pensaram que era uma passagem mais escondida, estavam planejando fazer um ataque direto e silencioso. — Jin explicou. — Jimin, nós precisamos partir nessa noite.

— Essa noite? — perguntei surpreso.

— Sim. Eu irei reunir e preparar o exército. Jimin, eu quero que você vista a sua armadura, pegue sua espada, sua lança e seu cavalo. Nós partiremos assim que o sol se pôr. — o duque explicou e então se virou. — E arranje uma armadura para o Jeon também. A guerra não é lugar para escravos, mas ele é o único capaz de te proteger. — virou somente sua cabeça para trás e então olhou para mim, com seu olhar tão sério como nunca havia visto antes. — Jeon, faça o que o seu coração mandar. — disse por fim, logo virando-se e saindo dali rapidamente.

Mas o que ele queria dizer com aquilo?

 

.

.

.

 

Noite. A noite já estava vindo e junto a ela vinha toda a sua escuridão típica e conhecida, mas dessa vez não era só isso. Trazia junto de si também o medo, o medo de morrer em guerra, de batalhar em vão. Estavam todos com medo.

E eu notava isso quando agora estava montando em um cavalo negro, enquanto Jimin montava em seu cavalo branco. Sua feição estava extremamente séria enquanto arrumava o elmo em sua cabeça.

— Você está com medo? — ele me perguntou. — Você sabe que pode optar por ficar, não é? Lutar nessa guerra não é sua obrigação. — explicou. — Shin Hye não iria…

— Eu não sou a Shin Hye. — falei e então coloquei meu elmo também em minha cabeça. — Daegu não é meu reino, você não é meu príncipe, esse não é o meu lugar. — disse enquanto colocava as mãos nas cordas do cavalo. — Mas eu estou fazendo o que o meu coração manda. — completei.

Logo em seguida mexi nas cordas, sinalizando ao cavalo que ele deveria começar a andar. Nós já estávamos começando a ficar atrasados, o sol já estava se pondo e nós ainda estávamos no curral. Tínhamos que nos apressar, principalmente para que Jimin não causasse uma má impressão frente aos seus soldados.

Por outro lado, eu notava o quão hesitante ele estava quanto aquilo. Ele me perguntava a todo momento se eu tinha certeza daquela decisão, quando na verdade quem não parecia ter certeza era ele mesmo. Jimin estava com medo, qualquer um que visse notaria isso, entretanto eu não o julgava.

Até porque eu também estava com medo.

Ambos estaríamos indo para uma guerra pela primeira vez, ambos estávamos com medo daquilo, com medo da morte e com medo, principalmente de matar. Talvez fosse aquilo, afinal. Teríamos que matar, tentar matar o maior número de pessoas possíveis, se não quem morreria seríamos nós. Era extremamente horrível de pensar que muitas pessoas permaneceriam no campo de batalha para sempre.

Foi quando chegamos junto ao restante dos soldados, que uma vontade imensa de chorar se apossou de mim. Simplesmente por ver que muitos deles estavam animados, felizes por poderem proteger o seu reino. Eles estavam rindo e estavam confiantes de vitória. Aquilo me fazia triste porque eu sabia que muitos daqueles sorrisos iriam morrer daqui há algumas horas.

Mulheres ficariam viúvas e crianças ficariam órfãs, simplesmente porque a nossa natureza de seres humanos nos obriga a matar a nós mesmos em busca de manter uma falsa ordem. Essa ordem era pura mentira, obviamente. Todos só queriam mais e mais. Mais terras, mais ouro, mais posses, mais mulheres, mais luxo. E aquilo era, definitivamente, algo abominável.

— Vocês estão prontos, soldados? — ouvi a voz gritar, chamando minha atenção.

Seokjin estava na frente de todos, com um sorriso no rosto e o braço levantado, aparentemente ansioso pela batalha que teríamos. Aquele ar era de confiança, mas eu também podia sentir todo o sentimento sombrio que tinha por trás daquilo.

Todos os soldados gritaram “sim” eufóricos, seguidos de diversos “vida longa ao rei”. Eu não conseguia ter uma visão ampla de quantos soldados haviam presentes, mas eu sabia que eram centenas. Eram muito homens, bem mais do que eu havia imaginado. Eu não sabia que o exército de Daegu era tão grande, e aquilo felizmente me reconfortava um pouco, já que eu sabia que Incheon era menor que Daegu e, consequentemente, teria um exército menor.

E então batemos em retirada. Andando para fora dos portões do reino e encarando, enfim, o mundo lá fora.

Seokjin era quem estava frente a todo o exército, substituindo o lugar que normalmente ficava o rei. Como era a primeira guerra de Jimin, não seria ele o responsável por comandar o exército, então quem estava fazendo esse papel era o duque.

Mas aquilo não parecia incomodar o Park, na realidade ele parecia até mesmo aliviado por não ter ainda mais peso jogado em suas costas. Ele estava feliz ficando apenas um pouco atrás do duque, obedecendo às suas ordens, mesmo que ele não fosse muito acostumado a obedecer alguém.

— Jimin, você acha que Namjoon estará lutando também? — perguntei um pouco baixo, enquanto aproximava o meu cavalo do dele para que andássemos lado a lado.

— Provavelmente. — ele respondeu, enquanto mantinha seu olhar fixo no horizonte.

— Se ele aparecer… — Seokjin disse, enquanto virava sua cabeça para nós e sorria de maneira serena. — Deixa que eu mato.

Jimin abaixou sua cabeça momentaneamente e então engoliu em seco. Ele verdadeiramente parecia angustiado demais com toda aquela situação em que estávamos.

— Se algo acontecer comigo, eu quero que você fuja, Jungkook. — disse e então levantou o seu olhar para mim. — Não importa para onde, só fuja. Você pode voltar para Wonju e viver a sua vida como quiser, você será dado como morto em Daegu.

Arregalei os meus olhos em uma face totalmente surpresa e então arqueei uma de minhas sobrancelhas. Por que ele estava falando aquilo? Ele acreditava realmente que iria morrer ali hoje? Ele realmente acreditava que a escuridão daquela noite iria lhe impossibilitar de ver a luz do dia seguinte? E mais, por que ele estava se importando tanto comigo?

— Por que você se importa comigo, Jimin? — perguntei.

— Porque você se parece comigo. — respondeu e então forçou um sorriso.

— Estamos entrando na fenda das duas montanhas, façam silêncio! — Seokjin disse uma última vez para o exército inteiro, que automaticamente se findou em um silêncio agoniante.

Aquilo até me fez ficar surpreso, porque Seokjin havia falado consideravelmente normal, e ainda assim foi capaz de calar um exército com centenas de homens. E todos obedeceram sem dar nenhuma palavra a mais. Até mesmo o barulho das respirações pareceu ter ficado menor, assim como o barulho nos passos.

Podíamos ouvir apenas o barulho do vento daquela noite gélida, combinado a um breu onde enxergávamos pouquíssimas coisas a nossa frente. Geralmente ninguém guerreava durante a noite, mas o duque achou uma boa ideia que fizéssemos o ataque nessa condição, assim pegaríamos o inimigo dormindo e despreparado.

Contudo, assim que todos os homens entraram pelas fileiras, eu ouvi um barulho estranho próximo de nós. Na realidade, havia sido um barulho tão baixo que aparentemente ninguém além de mim escutou. Era o barulho de um galho sendo quebrado. Forcei meu olhar para aquela direção e então pude ver uma sombra, que logo fez meus olhos se arregalarem.

— Seok…—.

Tentei avisá-lo, entretanto antes que pudesse formular sequer o nome de Seokjin, começou. Pudemos ver diversas flechas vindo em nossa direção, elas vinham de cima, escondidas atrás de pedras das montanhas acima de nós. Era uma emboscada.

— Armadilha! — alguns soldados começaram a gritar.

Olhei rapidamente para Jimin, que estava aparentemente apavorado com a situação. Nenhum de nós imaginávamos que seríamos encurralados. A chuva de flechas caiu sobre nós, fincando em diversos soldados. Os cavalos haviam ficado eufóricos, enquanto infelizmente acabam também sendo mortos pelas flechadas.

Se não bastasse, por terra outros soldados no exército oposto começaram a aparecer, com enormes lanças para nos atacar. Eles haviam planejado tudo. Eu estava definitivamente morrendo de medo agora, a ponto de quase urinar em minhas próprias calças com a visão monstruosa que estava tendo. Eles estavam matando muitos de nossos soldados.

Jimin bateu a corda de seu cavalo e então empunhou melhor a sua lança, logo cavalgando até os inimigos para enfrentá-los. Aquilo me surpreendeu, afinal jamais havia visto tanta coragem assim sair de dentro do príncipe. Mas logo percebi que não era apenas coragem, era questão de sobrevivência.

Fiz meu cavalo também correr, enquanto empunhava minha lança de maneira idêntica da que vi Jimin fazer. E logo consegui perfurar a armadura de um soldado inimigo, pegando em cheio em seu peito, fazendo com que seu sangue jorrasse para todos os lados. Aquilo me assustou.

Eu havia matado uma pessoa.

E eu não demorei para tirar a lança do corpo do homem já sem vida e voltar a atacar outras pessoas, que me desafiavam também naquela luta. Acertei a lança no coração, na barriga, na cabeça, no rosto, nas costas. Matei um, matei dois, matei dúzias.

Procurei por Jimin dentre a multidão de homens batalhando, avistando pouco longe de mim, completamente ensanguentado de um sangue que não era seu. Seu olhar parecia sem vida, seus olhos pareciam sem brilho, as olheiras debaixo de seus olhos estavam aparentes. Ele também estava se sentindo como eu. Ele também era um assassino agora.

Foi então que vi o cavalo de Jimin fazer uma parada brusca, pois havia sido atingido com uma flecha em sua barriga. O animal caiu ao chão, enquanto Jimin acabou sendo jogado dele há alguns metros de distância.

Arregalei os meus olhos e então corri com meu cavalo até ele, largando minha lança ao chão enquanto puxava a espada de minha bainha, levantando-a no ar e então rasgando o céu para acertar no pescoço de um homem, que tentava apunhalar o príncipe pelas costas.

Desci rapidamente do cavalo e então me aproximei de Jimin, tocando em suas costas e perguntando se ele estava bem. Contudo foi naquele exato momento que eu notei que as coisas não estavam bem e que uma flecha havia sido cravada em uma região perto do seu ombro, quase em sua axila. Entreabri os lábios e então praguejei baixo, enquanto via o quanto aquilo havia deixado Jimin fraco agora, ele estava perdendo a sua consciência. Aquele era um ponto que poderia ser fatal.

Coloquei meus braços entre suas pernas e seu tronco, levantando-o em meu colo rapidamente, colocando-o em cima de meu cavalo. Com minha espada, defendi-me de novos soldados que agora tentavam me atacar. Usava da esgrima para me defender e tentar não morrer ali mesmo, acabando por conseguir cortar a cabeça dos dois homens que estavam ali. Eu havia acabado de decapitar dois homens.

Subi rapidamente no cavalo, ajeitando melhor Jimin ali em cima.

— O que está fazendo? — perguntou com sua voz fraca, usando os últimos momentos de sua consciência.

— Você disse que se acontecesse alguma coisa com você, eu poderia fugir. — falei e então bati as cordas do cavalo, fazendo-o correr. — Você não disse que eu não poderia fazer você fugir comigo. — completei.

Alguns homens tentavam impedir a minha fuga, entretanto eu conseguia me livrar deles com a ajuda da minha espada. Mesmo que eu não os matasse de fato agora, conseguia apenas empurrá-los para correr dali. Mas haviam muitos deles.

Sem ter outra alternativa, virei o cavalo bruscamente para o lado, fazendo-o entrar para dentro da floresta e então tentei fugir para cima da montanha. Jimin não havia falado mais nada, e eu percebi que o motivo disso era porque agora ele não estava mais acordado.

Aquilo momentaneamente fez meu coração gelar, entretanto pude me assegurar de que ele não estava morto quando notei que sua respiração fraca ainda estava presente. Eu continuei cavalgando ligeiro entre as árvores, tentando levar Jimin para longe daquele campo de guerra. Nós não poderíamos morrer ali.

Foi então que o barulho das espadas foi ficando mais baixo, o vento começou a ficar menos denso ao ritmo em que íamos subindo por entre aquelas pedras. Contudo, pude ouvir barulhos de outro cavalo se aproximando logo atrás de nós, fazendo-me virar para ver de quem se tratava.

E eu reconheci aquele rosto do dia em que Hyuna foi capturada em sua execução. Quem estava atrás de mim agora era Kim Namjoon, o próprio. Ele tinha um sorriso de vitória no rosto, enquanto sua espada cheia de sangue estava empunhada em uma de suas mãos. Ele havia corrido atrás de nós apenas para ter certeza de que finalmente mataria o príncipe de Daegu.

Percebi então que meu cavalo fez uma parada brusca, arrastando algumas pedras junto consigo e quase me fazendo cair. Olhei desesperado para frente e então notei o pior: estávamos frente a um penhasco. Não havia mais para onde correr, havia somente aquela enorme parede de pedra com um rio estreito.

— Acha mesmo que iria conseguir fugir, soldado? — perguntou com um sorriso ladino, enquanto parava e descia de seu cavalo. — Você está levando consigo uma mercadoria que me interessa.

Olhei para Jimin e então entortei os lábios, ele estava completamente apagado.

Desci do cavalo e então empunhei minha espada, logo indo frente ao Namjoon para enfrentá-lo.

— Você ainda quer lutar? — perguntou e então gargalhou. — Você é mesmo corajoso, garoto… Qual o seu nome?

— De que te interessa saber o meu nome? — perguntei sem delicadeza.

— Eu gosto de saber o nome das pessoas que eu mato. — ele falou e então sorriu em deboche.

Grunhi baixo e então peguei impulso em um dos meus pés, logo correndo em sua direção e levando a espada até si, entretanto ele conseguiu se defender com sua própria espada, chocando as duas em uma disputa de força. Acabei retirando minha espada dali quando percebi que não conseguiria pressionar mais por muito tempo e então dei alguns passos para trás.

Dessa vez foi ele quem correu até mim, segurando sua espada de lado, na tentativa de que eu não tivesse como me defender, mas com sorte eu consegui desviar de seu golpe e levar minha espada até o corpo dele também.

Mas ele era verdadeiramente rápido, então não demorou muito para que começássemos a travar uma batalha de esgrima com nossas espadas, lutando com força pela sobrevivência. Ele era mais forte do que eu pensava e, para o meu espanto, a todo momento ele sorria. Ele parecia gostar de lutar e estava sedento pela vontade de cravar aquela espada em mim e me matar logo. Ele era como um animal.

Na verdade, ele era pior que um. Era como uma besta.

Quando nossas espadas estavam pressionadas uma na outra novamente, ele conseguiu acertar um chute em minha barriga, fazendo-me cambalear para trás. Assustado, agarrei-me a corda do cavalo atrás de mim para que não caísse, entretanto como reflexo do cavalo, ele andou para trás, acabando por se desequilibrar.

Namjoon pareceu ter ficado surpreso e então se aproximou rapidamente, tentando segurar em meu braço, contudo com o medo que eu estava apenas cortei minha espada nos céus e consegui atingir o seu rosto. E foi então que eu caí.

Junto com o cavalo e com Jimin… Eu caí daquele penhasco.


Notas Finais


E aí, o que acharam? Digam nos comments pra eu saber :B
Não esqueçam de adicionar a fanfic aos favoritos e também de me seguir para que possam ver meus conteúdos no momento em que são postados certinhos.

Beijos e até a próxima <3


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