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História O Príncipe Do Mar - Coisas Humanas


Escrita por: aquelaesquisita

Notas do Autor


oiii! povo, tdb? vim lhes desejar uma boa leitura

Capítulo 10 - Coisas Humanas


Fanfic / Fanfiction O Príncipe Do Mar - Coisas Humanas

Ariel olhava apreensivo Urs jogar coisas diversas dentro do caldeirão, cujo conteúdo mudava de cor a cada novo ingrediente adicionado até o homem finalmente dizer:

                - pronto, coma isso aqui - o bruxo lhe estendeu algo que parecia uma bolacha de praia de um azul intenso que não parecia nada apetitoso

                - por que?

                - bem, peixe anjo, se não quiser comer isso tem sempre a opção de cortar sua língua fora, o que você preferir é claro

                Sem responder nada o ruivo pegou a bolacha e mordiscou a ponta. ela tinha um gosto ácido e amargo estranho que dóia ao descer pela sua garganta. ele entortou o nariz para a bolacha, Urs revirou os olhos

              - então? tem que comer tudo para funcionar - o garoto respirou fundo e engoliu a bolacha de uma vez

              Aquilo queimou sua garganta enquanto descia. sua cabeça começou a girar e sua garganta doía muito. ele engasgou com a própria surpresa antes de que sua cabeça voltasse ao normal. o garoto olhou surpreso para o homem, ele tentou abrir a boca para falar mas não conseguiu emitir som algum. Urs bateu as mãos sorrindo:

             - então? não consegue falar? que bom, isso quer dizer que funcionou, agora vamos arranjar um belo par de pernas para você - Ariel concordou atônito com a cabeça

              O bruxo sorriu antes de voltar a jogar coisas diversas no caldeirão. por um segundo ele pensou que Urs lhe daria outra bolacha de gosto ruim para comer e ele ganharia pernas, mas o homem pegou uma faca afiada e passou no conteúdo do caldeirão antes de dizer com um tom calmo:

               - prontinho, agora se sente aí e relaxe um pouco - o garoto olhou do homem para a faca - vamos lá, isso não vai doer quase nada

               Por algum motivo Ariel sentia muita confiança naquilo. ele tentou perguntar o porque da faca, mas antes que ele pudesse pensar em qualquer coisa Urs o empurrou no banco:

               - muito bem, agora você vai ficar bem quietinho e não se mexer nem um pouquinho entendeu?

                O príncipe engoliu em seco enquanto Urs aproximava a faca de sua cauda despreocupadamente

               - fique quieto senão isso vai sair errado

               O homem ergueu o braço que segurava a faca antes de descer com força com o instrumento de corte na cauda do menor.  Ariel gritaria se tivesse voz, mas não foi capaz de expressar sua dor com nenhum som audível. ele viu o vermelho rubro de seu sangue manchar a água, aquela visão o deixava nauseado. a sensação da lâmina fria o cortando não era nada prazerosa

              Então a dor começou a parar, sendo substituída por uma sensação estranha. apesar de não querer, o garoto tentou olhar para a própria cauda, mas sua visão estava turva e a luz do ambiente não parecia mais suficiente para seus olhos. de uma hora para outra ele não conseguia mais respirar. a água que entrava em seus pulmões parecia tentar matá-lo

           Ele começou a entrar em pânico e a tentar respirar, o que apenas piorava a situação até que ele sentiu as mãos de alguém o puxando para cima. a princípio ele tentou resistir, mas acabou cedendo e deixando que fosse levado

            Ariel finalmente conseguiu respirar quando tirou a cabeça da água e encheu o pulmão de ar. ele cuspiu a água que antes era possível de ser respirada e olhou para Sebastião que o segurava com uma expressão preocupada. Linguado também o segurava e, juntos, os dois levaram Ariel até uma parte mais rasa da água

             Os dois se encostaram nas pedras retomando o fôlego enquanto o ruivo se encostava na parte mais rasa possível. ele inspirou uma grande quantidade de ar e ficou surpreso ao notar que o ar não o incomodava em nada. mesmo podendo respirar fora d’agua antes aquilo não era necessariamente comodo para ele

             Assim que o ruivo acalmou sua respiração ele reparou o quanto era frio ali. ele nunca sentira tanto frio na superfície antes, mas ele não pensou muito no assunto pois bem naquele momento ele notou suas pernas. ele levantou a perna devagar sorrindo. ele tinha pernas! pernas de verdade com pés e dedos! ele observou uma cicatriz branca que ele tinha nas pernas onde um dia elas estavam unidas como sua cauda. ele começou a brincar com os dedos do pé sorrindo, aquilo era muito melhor do que ele tinha imaginado

              Ele sabia muito bem que sua mãe e irmãos iriam surtar se vissem ele naquele momento, mas no fundo ele realmente não ligava. ele tinha pernas humanas. pernas humanas de verdade. ele esticou as duas pernas e olhou para baixo confuso. duas pernas humanas e uma coisa estranha entre elas

             - Eu não acredito no que você fez! - Linguado o encarava esbaforido - i-isso…. você…..você quase morreu! ao menos isso deu certo?

           O ruivo balançou a cabeça positivamente e esticou a perna fazendo um sinal de “tchans” com as mãos. o loiro olhou para o amigo:

            - você tem pernas! pernas humanas! - Ariel sorriu enquanto concordava - posso tocar?

           Ariel concordou mais uma vez enquanto Linguado observava seus dedos do pé fascinado

          - isso é muito legal - de repente Sebastião se levantou gritando:

          - LEGAL?LEGAL? isso não é “legal”, ele tem pernas! eu não acredito que você fez isso mesmo! - o homem gemeu antes de cobrir o rosto enquanto reclamava em alto e bom som do príncipe até que ele disse - é isso, Linguado, fique de olho em Ariel enquanto eu vou chamar Anfitrite

           O garoto se agarrou no braço do conselheiro rapidamente enquanto balançava a cabeça freneticamente

          - Não! nada de balançar essa cabeça avoada para mim, mocinho! talvez se eu for rápido sua mãe pode convencer Urs a devolvê-lo ao normal e assim você vai poder voltar para casa conosco!

        O tom dele era animado e persuasivo, mas Ariel apenas olhou para ele triste. ele não queria voltar ao normal, ele queria poder ser humano

         - você não me parece muito feliz com isso, vamos Ariel se anime, eu juro que você nem precisa mais ir aos concertos se não quiser e eu vou tentar falar com sua mãe para ela deixar você ter a sua coleção de volta! eu até te ajudo a encontrar coisas humanas se você quiser! - o garoto o soltou e se encostou triste em uma pedra, todo aquele trabalho e ele nem pudera conhecer o mundo humano. Sebastião olhou para o mais novo e suspirou:

         - está bem, eu te ajudo a encontrar seu príncipe, mas fique sabendo que no primeiro sinal de perigo eu vou direto falar com sua mãe, estamos entendidos?

       O ruivo sorriu e balançou a cabeça positivamente. Linguado, que estava observando tudo em silêncio, perguntou:

       - e como vamos fazer isso? nós não podemos nos aproximar muito da praia ou um humano pode nos ver, e isso seria muito ruim - ele olhou para o amigo - você não pode ir andando pela praia até ele? você pode andar, né?

      O ruivo concordou. ele já tinha pernas, andar seria super fácil. ele tentou se levantar mas acabou perdendo o equilibrio e caindo no chão. Sebastião revirou os olhos irritado:

       - faça-me o favor! até crianças humanas podem andar! deixa de preguiça e comece a fazer uso dessas pernas malditas! - o ruivo moveu os ombros irritado, aquilo não era tão fácil quanto parecia. - já estou me arrependendo de te ajudar, fique aí tentando se levantar enquanto eu e Linguado procuramos para ver se encontramos o príncipe

       Dizendo isso os dois saíram, cada um de um lado, para procurar Eric. assim que se viu sozinho Ariel retornou a sua missão de ficar em pé. depois de três tentativas ele finalmente conseguiu ficar em pé. o garoto sorriu orgulhoso de si mesmo até algo pular em cima dele, o derrubando no chão novamente

         A criatura peluda começou a lamber o rosto do garoto até que ele finalmente conseguiu se soltar quando o animal se distanciou até alguém que gritava:

         - Max! Max, o que você está fazendo? - Max soltou o garoto e correu na direção do príncipe Eric. assim que viu o príncipe o ruivo ficou imóvel feito uma estátua enquanto ele falava:

         - desculpa pelo meu cachorro, ele é um brincalhão inofensivo e…. - o homem olhou para ele - ….você está bem? e o que aconteceu com as suas roupas? você foi assaltado?

          Por um segundo o garoto se esqueceu que não tinha mais sua voz e tentou falar, se lembrando do motivo de estar ali quando nenhum som veio

           - você precisa de ajuda? - Eric o encarou, provavelmente esperando uma resposta. o ruivo tocou no próprio pescoço triste - você….você não pode não falar?

           O garoto concordou triste. de repente a ideia de ter vendido sua voz não lhe parecia mais tão boa assim. o homem olhou para ele e disse com pena:

           - você deve ter vindo de um dos naufrágios da última tempestade, eu quase morri naquela noite também, não se preocupe que eu vou te ajudar, fique aí um pouco que eu já volto

          Dizendo isso ele correu pela praia e deixou o garoto sozinho. assim que ele voltou Eric ajudou Ariel a se levantar e o cobriu com uma toalha. Ariel se apoiou no homem que o ajudava a andar até o castelo

 



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