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História O Príncipe Perdido. - A retomada.


Escrita por: TiaReh

Notas do Autor


~TiaReh

Oi gente...MIL DESCULPAS pelo hiato nos capítulos, mas foram tempos dificeis. Ainda bem que meus amigos e meu esposo estavam aqui pra animar o reveillon, senão eu choraria a noite toda.

Três perdas em tão pouco tempo...complicado.

É vida que segue.

Simbora.

Como disse o poeta, "the show must go on".

IMAGEM by: Jordan Grimmer.
Fonte: Devianart

Capítulo 9 - A retomada.


Fanfic / Fanfiction O Príncipe Perdido. - A retomada.

Os quatro Maskman nunca treinaram com tanto afinco em suas vidas. Defender a Terra é de extrema importância e todos eles sabem disso.

Mas agora não trata-se apenas do mundo. É também a vida de Akira que depende dos esforços de cada um deles. E, como a família que tornaram-se, não vão deixar o irmão caçula à mercê do Império Tube.

Só paravam quando a noite já caía pesada e a meia-noite quase os alcançava. Dormiam exastos não somente pelos treinos, mas também pela preocupação. Pouco falavam com Sugata, apenas obedeciam suas ordens sem demonstrar a mesma afinidade de antes de todos os acontecimentos.

Takeo certamente tornou-se o mais preocupado. Sempre cobrou demais de Akira e agora arrependia-se amargamente de todas as vezes em que foi duro com o jovem BlueMask.

Por isso estava desperto àquela hora da madrugada caminhando, sem saber, pela mesma faixa de areia que Akira andou dias atrás. O mesmo semblante aflito. O pensamento longe dali. 

Quase tropeçou numa das rochas presentes na praia. Coçou a cabeça, rindo entristecido pela própria distração. Ao olhar para a pedra, percebeu que havia algo preso nela. Ao pegar o objeto, mordeu o lábio inferior, forçando-se a não deixar uma ou duas lágrimas escaparem.

Suas mãos apertavam um lenço comprido, de seda. Muito parecido com o que Akira usava nos cabos de suas espadas.

- A ligação entre vocês é realmente impressionante. 

Takeo virou-se, surpreso com quem estava ali. Comandante Sugata mantinha as mãos nos bolsos, o rosto sereno, apesar da preocupação que pairava em seu olhar. 

O mais velho aproximou-se, olhando o lanço que estava nas mãos do RedMask e pegando-o gentilmente. As lembranças de dias atrás pairavam sua mente.

- Antes do despertar do Dark Stage, Akira teve um pesadelo. Levantou-se por esta hora, veio à esta mesma parte da praia e treinou por horas, apenas para esvaziar a mente de qualquer aflição. Eu o segui e o vigiei todo o tempo. Ele estava tão mentalmente distante que quase me atingiu com uma de suas espadas. - Sugata riu de canto. Um riso sem humor, sem alegria. Pesado como sua consciência. - Conversei brevemente com ele e, quando citei o pesadelo, ele ficou transtornado. Pediu desculpas e voltou à base. Mas antes de ir, perdeu um dos lenços que adornam suas espadas. Este lenço.

Takeo ouvia tudo em silêncio e não deixava de surpreender-se com a forte conexão entre todos os Maskman. Qualquer um deles sabia quando o outro estava em perigo ou precisava de ajuda. Por isso todos eles estavam com os corações pequenos de tanta preocupação; de alguma forma, Akira corria grande perigo. Só não sabiam dizer como.

- Por que o senhor não o ajudou? Eu sei que pode anular a aura maligna se ela se manifesta em um de nós. Poderia ter feito isso com Akira.

- Eu tentei, Takeo. A única forma de anulá-la é com auto-controle, e isto se consegue com muitas cargas de meditação. Akira já estava começando a conseguir isso. Mas foram passos de formiga. É extremamente difícil controlar algo que torna-se imenso e que nasceu com a pessoa. Eu daria qualquer coisa para estar no lugar dele.

- O senhor não é o único. - apertava as mãos, e logo depois secava aquelas poucas lágrimas teimosas que insistiram em cair. - Por isso eu fiz umas pesquisas sobre o lugar onde ele foi abandonado quando bebê.

- Não é muito distante da casa da mulher que o adotou, RedMask. Foi isso que descobriu?

Sugata e Takeo viraram-se no mesmo instante, assustando-se com a voz que se pronunciava. Takeo imediatamente fez menção de transformar-se, porém interrompeu o processo quando o ser ergueu as mãos, em sinal de paz.

Barabass, altivo e arrogante guerreiro do Império Tube, tinha o rosto pálido e amedrontado de uma criança que fez algo extremamente errado.

~~~~~~*~~~~~~

- Igan, minha irmã.

- Estou aqui, Majestade.

- Quero que fique aqui, em nosso refúgio, enquanto retomo o trono de nossa família.

- Mas...meu irmão...eu posso ajudá-lo com isso! Não quero que se machuque, Zehba é um monstro sem escrúpulos! Ele pode usar de métodos covardes para atacá-lo!

Ícarus sorriu com a doçura que um dia foi de Akira. Acariciou o rosto de sua irmã mais velha, que sentiu uma onda de calma e docilidade invadi-la. Quase como se quisesse dormir. Ao ajoelhar-se, Ícarus a ajudou, colocando-a recostada no velho tronco de uma das árvores mortas do Jardim de Sangue* e beijando sua testa.

- Você ajuda e muito ficando aqui. Não desejo outra princesa nas mãos de Zehba. Quando eu vencer, Miho será libertada de sua prisão, e vocês duas comandarão um novo Império Tube ao meu lado.

O príncipe então virou-se a Fuumin, que assistia à cena maravilhada. Aquele ser emanava poder, candura e pavor. Tudo ao mesmo tempo. Não conhecia uma criatura sequer capaz de tamanha proeza.

- Fuumin, você virá comigo.Suas habilidades serão de muita valia. - ele notou o brilho de orgulho que povoou os olhos da ninja, que fez uma breve reverência ao seu novo Rei.

- Sim, Príncipe Ícarus!

~~~~~~*~~~~~~

Zehba não estava gostando daquilo. Convocou uma reunião com Barabass, Igan e Anagumas, pois precisava saber o andamento das buscas ao portador do Dark Stage na superfície. Ainda sentia ondas daquele imenso poder, então certamente o traidor não morrera.

Já estava ali há horas e somente Anagumas deu o ar da graça. Seus olhos faiscaram de ódio por ser ignorado daquela forma. Matou um dos Soldados Angla somente para extravasar a raiva.

- IGAN! APAREÇA AGORA MESMO!

BAN. O choque de um corpo caindo do teto chamou a atenção. Um dos monstros de seu exército de aniquilação.

- Mas o que...BARABASS! ONDE ESTÁ VOCÊ?!

BAN. Outro corpo. Outro monstro. Zehba moveu seus vários horrendos tentáculos, emanando seu poder em direção ao teto, às paredes, à entrada do Salão.

Outro corpo caiu. E depois outro. E mais um.

Dezenas de corpos de soldados Angla agora faziam companhia aos cadáveres dos monstros.

No portal de entrada surgiu Ícarus, imponente e letal, olhar fixo em Zehba. Aquelas orbes cor de topázio encaravam o usurpador como se uma lata de lixo precisasse se explicação sobre a própria aniquilação.

Por outro lado, Zehba começava a sentir algo que nunca experimentou em sua centenária vida: medo. Ele ergueu seus tentáculos, lançando-os em direção ao "visitante".

- Quem é você?! Como entrou no Império sem a minha autorização?!

Ícarus não precisou sequer se esforçar para escapar do ataque. Apesar de rápidos e cheios de poder, os tentáculos de Zehba não conseguiram encostar no príncipe. Foram pulverizados pela emanação do Dark Stage e tornaram-se poeira fétida no chão do Salão. Enquanto Zehba urrava de dor, o jovem aproximava-se a passos calmos e decididos.

- Não preciso de sua permissão para entrar em minha casa. Este é meu lar por direito e dever. Mas admito que a ajuda de minha irmã foi crucial para meu despertar e meu retorno.

O monstro ficou paralisado de terror. Ele soube quem era aquele homem no momento que mirou suas orbes. A última vez que viu olhos assim foi quando matou o Rei. A possibilidade de sobrevivência daquela maldita criança sequer passou pela cabeça do ser grotesco.

Até aquele momento.

- Impossível! Eu mesmo matei o Príncipe e a Rainha! Eu mesmo queimei seus corpos!

- Zehba...você é tão facilmente manipulado. - Ícarus sorriu, olhando para Anagumas, que estava um pouco distante do Imperador. O velho monstro saiu dali, aproximando-se de seu Príncipe e prestando reverência com certa dificuldade, devido ao peso do corpo e da idade.

- Anagumas...como pôde trair o Império assim?!

- Muito pelo contrário, grande Zehba. Tudo o que fiz foi pelo Império Tube. Tudo o que você fez foi somente para seu bel-prazer.

Zehba tentou mover-se. Conseguiu por um segundo. O suficiente para lançar um raio de energia em Ícarus. Atingiu-o no estômago, fazendo o nobre curvar-se. Quando Anagumas, preocupado, tentou ajudar, percebeu que o rapaz ria. Primeiro baixo, depois numa gargalhada alta e gostosa, como se acabasse de ouvir a melhor das piadas.

O ferimento fechou-se em segundos. O sangue que escorreu pelo canto dos lábios do Príncipe  evaporou como puro encanto. ícarus Aproximou-se um pouco mais, e então apenas com o olhar paralisou todo o corpo e mente de Zehba.

- Uma criatura inferior como você jamais atingirá meu nível de poder. Chegou a hora do acerto de contas, Zehba. E fico feliz que você morra agora, porque sabe de uma coisa?...

Fuumin aproximava-se por trás de Zehba. Uma de suas shurikens atingiu a jugular do monstro, enquanto com uma adaga longa, transpassava seu coração.O sangue nojento e de cor estranha brotava dos ferimentos e da boca da criatura, enquanto as pontas dos dedos de Ícarus apenas resvalaram em sua pele. Sem poder reagir à própria extinção, escutou as últimas palavras de sua vida:

- Já estava em tempo de você ser deposto. 


Notas Finais


* Jardim de Sangue = o local sagrado da família Igan nesta fanfic. Somente quem tem o sangue real pode adentrar. Ou quem é convidado pela família

Anagumas foi convidado pela Rainha, anos atrás. Fuumin foi convidada por Igan. Barabass foi chamado por Ícarus.

Zehba não foi convidado, mas tinha acabado de assassinar o rei quando entrou no Jardim. Estava sujo com o sangue dele. A magia presente no local entendeu que Zehba fazia parte da família real.


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