História O problema é que te amo! - Como as coisas mudaram!!

    ASH POV’S ON

    Como a vida é engraçada não é, um dia você descobre que está cegamente apaixonado pela sua melhor amiga, e no outro ela some sem ao menos dizer um adeus, deixando seu coração partido.

    Ok, ok, eu sei que ela só foi embora pelo meu ato idiota de julga-la sem ao menos saber dos fatos reais, mas se coloque no meu lugar, na hora da raiva você não raciocina direito, muito menos pensa em perguntar o que realmente aconteceu, ainda mais quando é você que assistiu tudo acontecer de camarote.

    Três anos, três longos e severos anos se passaram desde que a Dawn foi lá em casa me contar o que aconteceu na casa do Gary aquela noite, e também me dizer que, que a Serena, a minha loira, minha anja, dizer que ela foi embora, droga, só de lembrar já me dá uma angústia e uma vontade de chorar, mas também de qual idiota foi a culpa de isso tudo acontecer, lógico que foi a culpa do grande Ash Ketchum, por favor uma salva de palmas para mim, que merda, nem mesmo com sarcasmo eu consigo me aliviar da dor.

    Eu sei que muitos de vocês pensam “meu Deus Ash, porque de todo esse drama… porque simplesmente você não vai até a casa da mãe da Serena e conversa com a loira?”, bom, a resposta é simples, ninguém, ninguém mesmo sabe onde a mãe da Serena mora, dona Grace foi embora assim que a filha completou a maioridade, Dawn me disse que nem mesmo a Serena sabia ao certo pra onde sua mãe foi, Serena só sabia que ela se mudou para Kalos, nada além disso, eu até perguntei pra minha mãe, ela é muito amiga da Grace, até perguntei se ela sabia de alguma coisa, mas ela só sabia o mesmo que Serena, então voltamos a estaca zero, “ah, mas se é assim, então porque você não ligou pra ela, ou até mesmo conversou com a loira pelas redes sociais?”, também é simples de responder, bom, Serena se desligou de tudo, não entra mais no Facebook, nunca mais ficou online no Whatsapp, provavelmente ela trocou de número, e muito menos ela atende alguém aqui de Pallet ou alguma amiga ou amigo dela, nem mesmo Dawn que era sua melhor amiga conseguiu alguma notícia da loira, então acho que agora vocês entenderam o meu drama.

    Bem, eu sei que vocês estão curiosos para saber como está a minha vida agora, posso ter certeza que sim, bom, pra começar, hoje eu estou com os meus vinte e quatro anos, cresci um pouco e deixei a barba crescer, em relação ao físico, eu não mudei muita coisa, eu só ganhei um pouco de massa muscular é minha pose esta mais madura assim por dizer, agora profissionalmente, eu comecei em um trabalho de médico auxiliar em um hospital particular aqui de Pallet, não é grande coisa, o salário é razoável pra quem tem diploma como eu, mas ao menos já tenho o meu próprio escritório, assim que eu peguei meu primeiro salário, eu saí de casa, não sei quem chorou mais, se foi a dona Delia ou eu, mas eu tinha que ser forte, se eu queria uma vida nova, eu teria que começar em outro lugar, bem longe da casa onde Serena morou, agora para não esquecer dos meus amigos, Gary e Dawn estão namorando, sim, exatamente, esses dois cabeças ocas deixaram as diferenças de lado, por algum milagre, e oficializaram um namoro, isso fez muito bem para ambas as partes, Gary agora com a azulada largou de ser um cara safado e mulherengo, aparentando atualmente ser um homem mais maduro e romântico, já a Dawn parou de se preocupar tanto com ausência da sua melhor amiga e começou a cuidar do seu namorado, foi uma festança quando eles oficializaram o compromisso deles, pelo jeito que as coisas vem acontecendo, eu não dou mais de um ano para eles dois estarem casados.

    TOC, TOC, TOC, escuto bater na porta da minha sala:

    – Pode entrar! – assim que batem sou tirado dos meus pensamentos, a porta é aberta e o loiro fica na porta
    – Oi Ash, será que podemos conversar? – pergunta o meu amigo ainda na entrada
    – Oi Clemont, podemos sim, entre e sente-se por favor... – o loiro entra na minha sala, fecha a porta e senta em uma das cadeiras dos pacientes – bom, o porque da visita agradável? – eu pergunto o olhando
    – É que eu vim ver como você está! – ele me diz com um olhar de preocupação, eu fiquei meio que sem entender, então o pergunto
    – Como assim, eu estou bem! – o respondi mas ele percebe que a minha voz é de tristeza
    – Não parece Ash, faz quase uma semana que você não sai desse escritório, nem o refeitório você tem frequentado enquanto fica aqui no hospital, você praticamente chega, se senta nessa cadeira e fica aí até dar a sua hora... – ele suspira – você sabe que somos amigos, então me diz Ash, me diz o que está acontecendo? – ele terminou de falar me olhando com um olhar sério, eu fiquei até sem graça, eu não havia notado que me isolei tanto nesse período, mas tem uma razão para eu ter feito isso
    – Nossa, desculpa Clemont, desculpa mesmo, mas é que... – me levanto da cadeira e vou até a janela, assim ficando de costas para o loiro – essa semana, nessa semana se completou três anos que a Serena foi embora! – aproveitei que eu estou de costas e deixei uma lágrima cair
    – Ash! – Clemont pareceu ficar triste com a minha justificativa

    Clemont se tornou um grande amigo meu, ele foi uma das poucas pessoas a quem contei sobre a minha história com a Serena, mas não foi por acaso, numa tentativa de nos conhecermos melhor, ele me acabou dizendo um pouco mais da vida dele, me contou sobre como quis ser médico, até chegar a um ponto que me tocou muito, ele me disse sobre como sua irmã mais nova morreu, ele me contou que ele e Bonnie eram inseparáveis, até um certo dia em que descobriram que a pequena tinha câncer de pele, o que foi uma tragédia na vida da garotinha tão feliz e energética como Clemont me descreveu que ela era, não passou nem cinco meses depois da descoberta da doença, e a pequena veio a falecer, Clemont me disse que estava junto com sua irmã na hora da morte, a pequena apertava a mão do irmão e dizia “irmão eu te amo muito, nunca se esqueça disso” então a menina fechou os olhos e dormiu, dormiu para nunca mais acordar, eu fique muito emocionado após ouvir a história, eu e Clemont choramos igual a duas crianças, foi a partir desse momento que ele ganhou a minha confiança, pois Clemont sabia e sabe da dor que é perder alguém, então eu o contei sobre a minha vida até o momento em que perdi Serena, eu percebi que ele se emocionou muito com a minha história, desde então viramos grandes amigos, um dá apoio ao outro nos momentos que lembramos de nossas perdas:

    – Tudo bem Clemont, as vezes eu me pergunto, onde ela deve estar nesse momento! – digo e fico olhando entre a janela um casal de namorados num banco na praça, eles pareciam tão felizes, me deu inveja
    – Não sei onde ela está e nem sei como ela está, mas com certeza ela deve estar pensando em você, relaxa meu amigo, o destino vai juntar vocês de novo! – ele me disse com esperança na voz, esperança é algo que me faz falta
    – Obrigado Clemont, obrigado mesmo! – me viro e vou até ele, primeiro apertamos as mãos e depois nos abraçamos, um abraço de irmãos, irmãos que sentem a dor um do outro
    – De nada cara... – nos separamos pois ouvimos alguém bater na porta – bom, acho que é ela, eu já vou indo... – nós dois sorrimos e ele foi em direção a porta, ao abrir deu de cara com a morena – oi May, tudo bem? – ele pergunta
    – Oi Clemont, estou bem sim, e você! – May respondeu com um sorriso
    – Estou mais ou menos, mas estou prosseguindo, mas olha, o Ash está meio pra baixo, cuida dele! – Clemont dá um riso
    – Pode deixar... – depois de uma pequena conversa que pude ouvir entre a morena e o loiro, May entra na minha sala, mas fica parada na porta – oi amor, posso entrar? – ela me pergunta
    – Claro que sim! – eu respondi gentilmente

    Eu esqueci de contar um pequeno detalhe para vocês, eu e May estamos namorando, já faz quase dois anos que estamos juntos, desde que Serena se foi, a morena sempre tratou de cuidar de mim, e depois de um ano sem notícias da loira, eu resolvi dar uma chance para a morena, ela sempre quis isso, e eu estava precisando de alguém pra esquecer de vez da Serena, mesmo eu sabendo que isso seria impossível, mas a May vem me fazendo muito feliz, eu diria que já criei uma certa paixão por ela, mas como não gostar dela, a morena além de linda é gentil e amável, sempre está me dando força e carinho, tudo o que mais preciso no momento, realmente eu não me arrependo de aceitar namorar com ela:

    – Clemont me disse que você está um pouco mal! – ela disse vindo até mim, ela me abraçou e em seguida me beijou calmamente, logo nos separamos
    – Não é nada demais, só um pouco de dor de cabeça e um pouco de cansaço! – menti pra não entristece-la, May sabe que eu ainda amo Serena, mesmo a própria não gostando nada disso ela ainda continua comigo
    – Entendo, vamos pra casa, lá eu te faço uma massagem e... – ela beija o meu pescoço e coloca a mão por dentro da minha camisa – quem sabe eu posso te fazer relaxar! – May me olhou sedutora
    – Desculpa May, mas não estou com disposição para fazer sexo hoje! – ela para com o olhar sedutor e me encara, ela percebeu que eu estou sério então ela me abraça mais forte
    Desculpa amor, eu só quis te ajudar! – percebo que ela ficou triste por não ter me ajudado, eu percebi isso então beijo a testa dela e acaricio os cabelos dela
    – Ei, não fique triste, sei que quis me ajudar, vem vamos para casa, estou precisando dessa sua massagem! – me separo da morena e percebo que a mesma abriu um sorriso de satisfação pra mim, lhe dou um último selinho, logo que me separo dela pego na mão e fomos embora

                                       CONTINUA