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História O Procurado - Que a verdade seja dita


Escrita por: Jewelleyr e Heartshitty

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 4 - Que a verdade seja dita


Vi o falso guarda ruivo, chamaria-o assim, já que não sabia seu nome e nem fazia questão de saber. Ele entrou pela porta estreita da cabana e a trancou em seguida. “ Brincar “ o que seria brincar para ele ? Se antes ele teve a nojenta ideia de me dar aos cães, como ele chamará, minhas pernas tremiam só de imaginar qual seria a próxima ideia brilhante do falso guarda ruivo. 

 

-Já estou meio grandinha para brincar, não acha ? - Respondi com toda a coragem que eu não tinha. Minha resposta pareceu diverti-lo e com passos rápidos chegou até mim.

 

- Oh minha princesa, este tipo de brincadeira é diferente, é o tipo de brincadeira que crianças não devem brincar. - Dito isso abriu um sorrisinho doentio que calou qualquer resposta que teria pensado dar a ele. Deus me ajude do lado desse homem, não sei o que poderia fazer comigo ali. 

 

Engoli em seco e decidi não mover um músculo sequer. O falso guarda ruivo ficou me fitando sem dizer nenhuma palavra por pelo menos 5 minutos, aquele silêncio me assustava.

 

-Sabe Marinette, deve ser horrível estar em seu lugar. Quer dizer, além de ter sempre viver às custas do seu querido pai, vendo tudo o que ele fez ao seu povo e, não ter feito nada como princesa de Papillon para ajudá-los ? Que tipo de rainha você será ? Se é que você sairá daqui viva para ser uma rainha. - Minhas mãos se fecharam e tentei me acalmar, eu não poderia responder, não sabia do que ele era capaz. Mas não consegui me segurar.

 

- Isso é mentira, você sabe que é! Eu não faço ideia do que você está falando, meu pai jamais faria mal ao povo de Papillon. - Gritei furiosa. Era verdade, meu pai podia ser o que fosse, mas jamais faria mal ao seu povo.

 

- Será mesmo ? E todas as pessoas que ele matou injustamente, que torturou a troco de nada, todo dinheiro que roubou do reino e a miséria que fez nós passarmos. Se estamos contra a família real, não é por nada sua ingênua. - Não, ele estava mentindo.

 

- Isso é mentira ! - Gritei novamente me descontrolando. 

 

- Você não aceita a verdade porque esteve todo esse tempo trancada naquele castelo como uma garota mimada e nunca se importou em ir ver como Papillon estava deplorável, você não aceita porque foi criada com tudo do bom e do melhor, nunca sentiu fome e muito menos medo na pele! - Gritou me fazendo arregalar os olhos, eu odiava admitir que era a verdade,mas ele estava errado em uma coisa. 

 

- Se eu nunca havia sentido medo e fome de verdade, agora eu sinto, vocês me fizeram sentir isso. Satisfeitos ? - Respondi entre dentes, agora sem gritar. 

 

Um segundo depois meu rosto estava virado para a direita e minha bochecha ardia tanto que sentia que a qualquer momento lágrimas iam começar a cair, eu havia levado um tapa. Eu não queria lhe dar a satisfação de me ver chorando então engoli o choro o máximo que pude.

 

-Isso não chega nem perto do que vou fazer você passar nos próximos dias e, mesmo assim, não é nada do que os pobres do reino já passaram algum dia então, faça me o favor de pelo menos uma vez na vida não ser tão mimada e engolir a porra do seu choro. - Disse e se dirigiu até a porta, esperei que saísse mas antes parou e voltou a me olhar. - Juro que se contar a alguém sobre nosso momentinho juntos, eu não hesitarei em cortar seu lindo pescocinho. - Me ameaçou e finalmente me deixou sozinha.

 

Meus olhos marejaram e as lágrimas ameaçaram cair, mas impedi olhando para o teto a fim de me livrar delas. O falso guarda ruivo e babaca não iria me fazer chorar, não hoje.

 

Não sei o que havia doído mais, o tapa ou suas palavras. Eu tinha repulsa pelo falso-guarda-ruivo-babaca, tinha repulsa desse lugar nojento onde me trancafiaram e de todos esses homens rebeldes. Eu até conseguia entender o porquê deles se revoltarem a família real, mas não era certo, não era assim que todos os problemas do reino se resolveriam.

 

Suspirei e me levantei do chão indo até o pequeno banheiro improvisado. Lavei meu rosto na pia e olhei para o meu reflexo no espelho, meu estado era deplorável. Voltei para onde estava sentada e voltei a minha posição anterior. Minhas costas estavam doloridas e minhas pernas me matando, aqueles canalhas não haviam nem tido o bom senso de me arranjar um colchão. Meu cabelo estava nojento e eu estava precisando de um banho urgentemente. Me deitei no chão não me importando mais se estava sujo ou não, o vestido que eu vestia estava começando a me incomodar e o espartilho não ajudava muito, mas eu não ousaria tirar uma veste sequer enquanto estivesse perto desses homens imundos, principalmente do ruivo babaca.

 

O sono depois de muito tempo chegou e meus olhos começaram a fechar lentamente, até eu finalmente dormir.

 

 

- Já é hora de acordar, princesa! - Ouvi uma voz me chamando e balançando meu corpo em seguida. Bocejei e abri meus olhos estranhando o lugar que estava, mas logo me lembrei quando senti o chão duro em minhas costas me fazendo bufar. Às vezes nas poucas vezes que eu durmo, me esqueço de que sou uma prisioneira dos rebeldes.

 

Olhei para a pessoa agachada ao meu lado e reconheci sendo Chat. Todos conheciam Chat Noir como o líder dos rebeldes, mas ninguém nunca tinha ao menos visto seu rosto ou sabiam de sua localização. O que apenas me confirmava que estávamos bem longe de Papillon.

 

- Já é hora de acordar, vossa alteza. - Falou com seu tom irônico que nunca abandonava.

 

- Agradeço a nada delicadeza que teve ao me acordar, senhor. - Enfatizei o “nada” e me levantei lentamente ficando em pé me afastando do loiro. 

 

- Não seja por isso. E não me chame de senhor, tenho quase a mesma idade que você. - Disse com um sorriso de canto e eu dei de ombros. Olhei ao seu lado e vi um prato de sopa com um copo de suco, que pela cor parecia ser de laranja. Chat viu que eu havia percebido o prato de comida e o estendeu para mim.

 

- Achei que me deixaria morrer de fome. - Confessei pegando o prato em seguida e começando a comer. Nunca achei que ficaria tão feliz comendo sopa.

 

- Eu jamais deixaria minha diversão preferida morrer, não por enquanto. - Respondeu sorrindo sarcasticamente. Não sabia se ele estava brincando ou falando sério, apenas arqueei a sobrancelha e voltei a comer como um animal, estava com muita fome. 

 

Por todo o tempo Chat me observou comer, parecia se divertir me vendo comer depois de sei lá quantos dias que já estava aqui. 

 

Assim que acabei bebi o suco que confirmei ser de laranja ao colocar na boca e respirei fundo ao acabar. Era bom beber alguma coisa sem ser água da torneira da pia pra variar.

 

Visto que eu terminei, ele recolheu o prato e o copo onde eu havia comido e se levantou. 

 

- Sabe Marinette, eu não desejo fome nem para meu pior inimigo. - O seu tom sério me fez arrepiar, eu não queria Imaginar o que ele já teria passado para falar desse jeito. Continuou seu caminho até a porta e claro, não deixou de deixar seus comentários sarcásticos de sempre. - Eu tiraria o espartilho se fosse você, não são nada confortáveis para dormir, imagino. - Como se ele se importasse.

 

- Não é tão desconfortável quanto dormir no chão, bem que poderiam arranjar uns colchões ao invés de azulejos sujos. - Pedi ironicamente, claro que ele não se importava de verdade. Mas adorava fingir que sim. Meu medo em relação a Chat já não era tanto, porém eu sabia meus limites e não arriscaria tanto minhas palavras. 

 

Sorriu e saiu pela porta antes me desejando uma boa noite, o que indicava que provavelmente era de madrugada. 

 

Respirei fundo e voltei a deitar no chão duro, dormindo em seguida. 

  

 Point Of View Adrien Agreste

 

Deixei os pratos e talheres que Marinette tinha usado, em cima da pia da cozinha. Era aqui que algumas mulheres preparavam a comida para todos do acampamento. 

 

Sai dali indo até a minha tenda com meus olhos cansados, meu corpo pedia por uma boa noite de sono. Já se passava das duas horas da madrugada e quando havia decidido dormir, pensei em fazer uma visita para a princesinha e por que não as duas da madrugada ? Ri com meu pensamento.

 

Levei comida a ela hoje quando me lembrei que a dois dias que ela não comia, e se fosse esperta beberia a água da torneira.

 

Respirei fundo e cortei meus pensamentos sobre ela, ultimamente tudo que tinha feito foi sobre a princesa Marinette e já fazia um bom tempo desde que não organizamos um novo ataque. O novo líder da guarda deveria estar orgulhoso de não haver mais ataques, mas não por muito tempo querido Félix.

 

Eu tinha infiltrados dentro do castelo, invadi-lo era tão fácil quanto roubar doce de criança, ainda mais depois do sequestro da princesa, todos deveriam estar ocupados demais atrás dela, o que deveria abrir uma grande brecha. A não ser que eles aumentassem ainda mais a segurança com medo de pegarem o rei ou a rainha, mas provavelmente a mudança seja só no reforço deles e não do castelo em si.

 

Bocejei com sono, amanhã convocaria uma reunião e veria essa questão, um novo ataque aconteceria em breve com certeza.

 

Meus olhos finalmente se fecharam e cai no sono.

 

 

Acordei primeiro que todos no acampamento como sempre, não importava o quão tarde dormia sempre acordava cedo.

 

Agora estava com todos do conselho o que incluía eu, Nino, Alya, para minha infelicidade Nathanaël, Chloe e alguns outros que ocuparam lugares na mesa.

 

-Creio que todos saibam por qual razão estão aqui, um novo ataque será planejado. - Vi suas expressões sérias imaginando isso. - Só que dessa vez será diferente, vai ser um ataque direto no castelo. - observei suas faces antes sérias, agora com surpresa no rosto.

 

- Mas Chat, não seria arriscado de mais uma invasão dentro do castelo ? - Perguntou Chloe preocupada.

 

- Na verdade, esse momento seria propício já que o sequestro da princesa deve ter deixado o castelo de ponta cabeça e ainda temos nossos espiões dentro do castelo facilitando nossa entrada. - Respondeu Nino me fazendo sorrir.

 

-Tirou as palavras da minha boca, por isso é meu braço direito. - Eu disse orgulhoso e ele apenas sorriu fraco.

 

Todos concordaram e Alya levantou sua mão.

 

-Algo a dizer, Alya ? 

 

- O que faremos a respeito da princesa ? - Perguntou e vi todos olharem curiosos para mim esperando que eu tivesse um plano.

 

Nathanaël revirou os olhos, ele sabia que eu só havia o mandado pra lá para morrer e não chegar aqui com a princesa em mãos. Não tinha pensado na parte deste maldito  conseguir.

 

-Eu não tenho uma ideia formada ainda, Alya. Mas creio que logo depois do ataque faremos uma outra reunião para decidir o seu destino. 

 

- Sim, mas já adianto que com a princesa aqui é mais provável que os guardas reais nos achem e não podemos simplesmente deixá-la apodrecer lá. - Alya continuou séria.

 

- Não podemos ? - Perguntei brincando e ela apenas revirou os olhos. Se eu não brincasse em momentos como esse não seria eu.

 

-Decidido então, hoje mandarei alguém no castelo para atualizar as informações e podermos entrar com mais facilidade no castelo e amanhã faremos o plano. Reunião encerrada. - Disse me levantando e saindo do local das reuniões.

 

Fui até minha tenda e peguei alguns papéis, sai andando novamente até o campo de treinamento e vi todos eles lutando e dando seu máximo.

 

Chamei qualquer um deles e o entreguei os papéis.

 

-Vá até o castelo e volte até às dez da noite no máximo. Assim que chegar lá procuro um homem com cabelos ruivos, mediano que estará no portão. Entregue estes papéis a ele e guarde tudo o que ele falar. Depois que chegar venha direto a minha tenda antes de qualquer coisa. Boa sorte. - o garoto concordou e sai dali dando uma volta pelas redondezas para ver se estava tudo certo.

 

Pensei em ir ver Marinette, mas ultimamente tenho pensado nisso demais. Mais tarde pediria a Nino para mandar comida e água para a garota. 

 

Continuei andando e logo voltei ao acampamento.



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