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História O Procurado - Tormento


Escrita por: Jewelleyr e Heartshitty

Notas do Autor


Eu e a ~Jewelleyr agradecemos por todos os favoritos e comentários, ficamos muito felizes em ver que nossa fanfic esteja agradando vocês!
Tenham uma boa leitura <3

Capítulo 5 - Tormento


Dez da noite em ponto. Esperava o rapaz que tinha mandando para pegar o relatório no castelo entrar pela porta, mas como esperado estava atrasado alguns minutos.

Joguei-me no sofá e respirei fundo. No momento estava sem mascará, só eu com minhas roupas normais, como Adrien.

Olhei para o teto e me perdi em pensamentos focando o olhar na lâmpada enquanto me lembrava da princesa na cabana e nas possíveis piores mortes que ainda darei a Nathanael, esse homem me fazia ter sentimentos infantis . Meus pensamentos foram interrompidos quando a porta se abriu e revelou a figura de Luke, a pessoa a qual foi pegar o relatório para mim.

— E então, Luke? – Perguntei me levantando do sofá e indo até ele.

— Tudo certo. – Se abaixou e colocou a mochila que estava em suas costas no chão, abriu o zíper de um bolso pequeno e tirou de lá um envelope. Voltou a sua postura e entregou o envelope em minhas mão. — Aqui está o relatório de Francis, sobre o castelo. – Completou e eu agradeci com um sinal. Em seguida, ele saiu e fechou a porta me deixando sozinho novamente.

Caminhei até minha cama e abri o envelope cuidadosamente para não rasgar o papel de dentro. Abri o mesmo e meus olhos percorreram toda a escrita de Francis, absorvendo cada detalhe.

 

“Depois do seqüestro da princesa Marinette, o rei está enlouquecendo. Ele mal consegue governar o reino, a rainha apesar de abalada, tenta minimizar os danos que a falta da princesa faz. O pretendente de Marinette, o chefe da guarda real Félix, já movimentou equipes e mais equipes de busca, o que deixa o castelo vulnerável por algum tempo.

O rei Tom, apesar de não estar cuidando das outras questões de Papillon, já ordenou a morte de mais de treze homens completamente inocentes que eles acham serem suspeitos, mas acredito que estão fazendo isso apenas para extravasar a raiva e mostrar o que vai acontecer a quem está com a princesa, mortes em praças, torturas pesadas e decapitação nas arenas de batalha, para todos verem.

Sugiro que não fiquem no mesmo lugar, se mudem ou ataquem logo o castelo. Cada vez mais eles ficam perto de nos encontrarem, está ficando cada vez mais difícil para os infiltrados como eu despistarem os guardas para não encontrarem a vila onde estão abrigados. Tomem cuidado e ajam rápido, cada vez mais inocentes de famílias pobres têm morrido por causa do rei e por nossa causa.

Até breve,

F.”

 

Malditos. Matando apenas por prazer. Amassei a carta e joguei-a com força na parede, Me levantei rapidamente e sai de minha tenda dando passos apressados e pesados em direção da tenda de Nino.

Bati na porta com mais força do que necessitava e me deparei com a face confusa de meu amigo.

— Está tudo bem, Adrien? – Perguntou provavelmente intrigado com o horário que o chamei.

— Recebi o relatório de Francis, quero todo o conselho na sala de reuniões daqui cinco minutos, convoque-os para mim. – Ordenei ríspido e já percebendo meu humor, Nino assentiu e saiu para chamar os outros sem dizer mais nada.

Continuei meu caminho até a sala de reuniões imaginando de que jeito mataria o rei quando pusesse as mãos nele. Era isso o que fazia quando estava com raiva de alguém, imaginava matando-a até a raiva diminuir, mas dessa vez, cada vez que imaginava matando o Rei Tom, minha sede pelo sangue dele em minhas mãos só aumentava.

Cheguei até o lugar combinado e vi que Nino tinha sido rápido ao contatar os demais membros do conselho, assim que vi suas figuras me esperando. Vi que faltava alguém além de mim.

— Onde está o cretino do Nathanael ? – Perguntei irritado. Nem para aparecer em uma reunião importante, esse cretino compareceu.

— Disse que tinha assuntos importantes para resolver e pediu para alguém passar os pontos importantes para ele depois. – Respondeu Nino revirando os olhos em seguida, aposto que também havia ficado frustrado pela falta de Nathanael em um assunto tão importante.

— Tanto faz, vamos começar. – Disse e me sentei na cadeira principal.

 

Point Of View Marinette Dupain-Cheng

 


Minha pele estava arrepiada pelo frio que fazia esta noite, meus dentes batiam um contra o outro, provocando um barulho irritante. Me envolvi em meus próprios braços a fim de diminuir um pouco o frio.

A porta se abriu lentamente me assustando e entrelacei os dedos torcendo para que não fosse o falso-guarda-ruivo-babaca.

Constatei que o universo me odiava ao ver a face dele. Bufei e além do medo que surgiu em mim, meu corpo esquentou rapidamente ao me lembrar do tapa que o maldito havia me dado.

— Com saudades, Mari ? – Perguntou ironicamente se aproximando de mim.

— Primeiramente, nem um pouco. Segundo, não me chame de Mari. – Respondi entre dentes.

— Não guarde tanto rancor de mim, Mari. – Disse destacando o apelido me fazendo bufar de ódio. Ninguém faz a ideia de como odeio esse homem promíscuo. — Desmarquei algo importante só pra vir te ver. – Minha vontade era de gritar e dar uns bons tapas em cada lado de seu rosto, mas me segurei. Não estava com vontade de levar outro tapa desse covarde.

Notei que segurava uma mochila, como as que eu usava no castelo quando ia viajar. Ele seguiu meu olhar e viu que observava sua bolsa.

— Sabe o que é isso ? – Olhei para seu rosto esperando prosseguir. — Nossos brinquedos de hoje. Da última vez vossa alteza me irritou e mal deu para fazer o que queria. – Minhas mãos começaram a tremer e dessa vez não foi de frio. Uma ideia iluminou minha mente, se da última vez ele não conseguiu porque o irritei, era só refazer essa artimanha. E como se o ruivo-babaca lê-se minha mente disse:

“Nem tente me irritar, hoje você não vai escapar, vossa alteza real.”

Dito isso abriu sua mochila revelando facas, alicates e alguns instrumentos que não reconheci e esperava não conhecer. Meus olhos lacrimejaram e senti que meu coração sairia pela boca a qualquer momento.

Tirou uma corda de lá e eu apenas conseguia pensar em fugir.

Corri até a porta e tentei abri-la, trancada claro, eu era tola de achar que estaria aberta. Ouvi a gargalhada do homem sem sentimentos atrás de mim, ele se divertia em ver meu desespero.

Comecei a esmurrar a porta e gritava por socorro com esperança que alguém ouvisse e viesse me salvar. Esse ato pareceu deixá-lo enfurecido, não que fosse tão difícil o fazer ficar irado. Senti que o coque mal prendido que eu havia feito se desmanchou e logo meus cabelos foram puxados com tanta força que meu corpo foi jogado para trás.

Queria gritar, mas tudo o que consegui fazer foi abrir a boca e não sair nenhum som. O ruivo-babaca soltou meus cabelos apenas quando caí e meu corpo se encontrou com o chão, provocando um som alto.

Ele se abaixou ficando próximo do meu rosto, segurou meu queixo em suas mãos com força e sorriu.

— Tão delicada quanto porcelana. – Ignorei o nó que se formou em minha garganta, olhei no fundo dos seus olhos e sem pensar, cuspi em sua cara.

Achei que agora ele iria me matar pra valer, mas ao invés disso, soltou sua mão que me segurava e limpou onde havia cuspido. Agora ele iria me matar, certo?

Ao invés disso, começou a rir exageradamente, mas não parecia estar achando graça de qualquer coisa. Esse homem era louco, eu precisava sair daqui o mais rápido possível, mas não conseguia pensar em nenhuma saída.

Engoli em seco vendo a corda que antes estava em suas mãos, indo em direção as minhas. Seus dedos foram rápidos e prenderam meus braços com tamanha força, me fazendo soltar um grunhido de dor.

Em seguida, amarrou minhas pernas e eu comecei a me debater assim que a ficha caiu, ele estava me amarrando para começar a sessão de tortura da mente doentia dele.

— Não adianta se debater, gritar por ajuda, nem tentar fugir. Ninguém vai te ouvir aqui e, a única opção que você vai ter, vai ser implorar pela morte. – Sem me segurar mais, comecei a chorar. Chorava como se fosse um bebê.

Meu corpo se amoleceu facilitando para amarrá-lo, meu pranto pareceu irritar ele. Foi até sua mochila e pegou um pano, voltando em minha direção.

— Abre a boca. – Ordenou e eu não o obedeci. O ruivo sem paciência, abriu com suas mãos minha boca, segurando minha mandíbula, e colocou o pano nela, amarrando atrás de minha cabeça.

Mesmo o pano abafando meu choro, ainda agia como quando era pequena e papai me repreendia por bobagens, a diferença era que não chorava por tolice nesse momento, chorava pela minha vida.

Voltou para sua bolsa dessa vez vindo com uma faca.

— Vamos começar com algo leve, vou ser bonzinho com a senhorita. – Dito isso levou a faca de encontro a minha bochecha esquerda, passou ela lentamente pela minha pele como se estivesse acariciando-a. Ficava olhando a faca com o canto dos olhos desesperadamente, aguardando o momento em que ela perfurar minha pele.

Colocou a faca levemente ao lado da minha orelha e foi a puxando até o canto do meu lábio superior, apenas pra eu sentir a lâmina da faca. Logo colocou mais força e repetiu o ato dessa vez me fazendo arregalar os olhos e soltar um grito abafado pelo pano.

Em seguida desceu a faca sem desencostar nem por um segundo de minha pele. Parou quando chegou ao fim do pescoço e desceu até o começo dos meus seios. Senti a ardência em seguida e o sangue sujando o vestido.

Após alguns minutos, meu corpo todo ardia e estava sujo de sangue, após mais alguns cortes, cada vez mais fundos, desisti de gritar e só conseguia chorar.

Parei de contar após o décimo corte em meu corpo e comecei a me lembrar de momentos felizes, tentava me lembrar de quando era criança, quando brincava com minha mãe e... Não conseguia mais raciocinar.

Depois de uma eternidade, ele guardou a faca e desamarrou meus braços e pernas.

— Até a próxima, princesa Mari. – Riu alto e se levantou me deixando sozinha, finalmente.

Tentei me levantar, mas apenas consegui ir de encontro com o chão. Tentei novamente, dessa vez conseguindo caminhar me segurando nas paredes.

Cheguei até a pia, tinha que lavar os ferimentos. Se eu não morresse de dor, morreria de infecção. Abri a torneira com a pouca força que me restava, fiz uma concha improvisada com as duas mãos e comecei a jogar água por todo meu corpo onde estava machucado.

Mordi o lábio sentindo o gosto metálico do sangue na boca, a dor da água em contato com os ferimentos só não era pior dá que eu sentia por dentro.

Sentia-me humilhada, odiava esse homem mais que tudo em minha vida. Ele me trouxe para cá, me torturou, me fez chorar, me afastou da minha família e eu que pensei que nunca odiaria alguém, me fez sentir cada partícula do meu corpo desejar que sua morte fosse lenta e dolorosa.

 


 Point Of View Adrien Agreste


— Reunião encerrada. – Disse após terminarmos a reunião. Todos começaram a sair.  — Você não Nino. – Disse ao ver ele saindo com a Alya.

— Não demora. – Ela disse saindo em seguida. Nino foi se aproximando ainda atônito por conta da nossa conversa na reunião.

— Desculpe te atrapalhar. – Sorri maliciosamente. — Mas eu estava precisando falar com você. Bem você sabe como vai ser corrido pra mim durante esses dias, então vou precisar que você fique encarregado de alimentar a princesa.

— Só isso ? – Perguntou. Assenti juntando algumas coisas minhas em cima da mesa.

— Só preciso que a alimente, e fique de olho. – Ele assentiu. — Pode ir, vou terminar de arrumar algumas coisas, peça pro George apagar as luzes, está tarde, e se prontifique que todos estejam despertos nos primeiros raios de sol.

Nino saiu antes murmurando um “Boa noite”. Terminei de organizar os mapas e guardar alguns livros na grande estante e tranquei tudo indo para casa.

 

Point Of View Marinette Dupain-Cheng

 

Eu não conseguia dormir, sempre que fechava meus olhos era como se toda a dor e humilhação se ampliasse, seu sorriso de satisfação não saía de minha mente.

Outra pergunta que insistia em ficar era do porquê de tudo isso, porque o Ruivo-Babaca deveria, ou faria isso? Eu sei que existem pessoas sem coração - como ele, por exemplo - mas ele deveria ter um motivo para me fazer se sentir um lixo.

Encostei minha cabeça na parede suspirando frustrada. Toquei com as pontas dos dedos no corte em meu rosto, não era fundo então não ficaria cicatriz, mas não posso dizer o mesmo dos meus braços, o que se salvarão eram as minhas pernas que não foram tão feridas por causa dos vários panos de tecido do vestido, e o espartilho ajudou a proteger um pouco o meu quadril.

Fechei meus olhos fortemente agora massageando as pálpebras até escutar batidas fracas na porta, por algum motivo fiquei feliz em pensar ser Chat, talvez por ele nunca ter me machucado ou feito qualquer coisa parecida com o Ruivo-Babaca, e por pensar dessa forma Chat com seu jeito se ofenderia se o comparasse com o Babaca.

- Posso entrar? - Escutei uma voz desconhecida do outro lado da porta dizer baixo.

- P-pode. - Disse me encolhendo e abraçando os joelhos. Um homem entrou devagar com um prato de comida e um copo na mão. - Quem é você? - Perguntei forçando a vista por conta da escuridão.

- Já nos conhecemos, sou Nino, digamos que eu fui uma das primeiras pessoas a te ver, contando com o Nathanael e com o Chat, ou melhor, Adrien.

- O Ruivo-Babaca chama se Nathanael?- Perguntei vendo o mesmo rir

- Parece que você também não vai com a cara dele. - Assenti. – Bem, Chat pediu que eu trouxesse, se quiser posso vir buscar tudo logo pela manhã. - Ele disse após me entregar o prato e o copo. - Assim você fica mais à vontade.

- Obrigada. - Disse vendo o mesmo sorrir e sair trancando a porta em seguida.

Olhei para o prato de comida e sorri novamente ao ver que está tudo separado, e o suco parecia ser de manga. Era a primeira vez que me sentia razoavelmente bem hoje.


Notas Finais


Vocês não fazem ideia de como esse Nathanael me irrita, gente!
Espero que tenham gostado e comentem suas opiniões, amo ler os comentários.


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