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História O Professor - Capítulo 17- Laços Desfeitos


Escrita por: Luhander

Capítulo 17 - Capítulo 17- Laços Desfeitos


Fanfic / Fanfiction O Professor - Capítulo 17- Laços Desfeitos

Depois de várias horas de trabalho, Sasuke finalmente conseguiu seus minutos de descanso. Se espreguiçou e levantou-se indo em direção a janela. A vista de seu escritório era uma das mais bonitas de todo o prédio. Estando no centro da cidade e sendo assim os prédios são muito altos, o moreno conseguia ver o horizonte lá pelo fundo, mesmo que a paisagem fosse na maioria cinza, o céu era completamente azul. 

O dia hoje estava Naruto.  

Radiante, claro e em um azul celeste perfeito. 

Sasuke mal percebeu o sorriso maroto em seus lábios até que levou seus dedos a toca-los. Se imaginava tento os lábios do outro no lugar de seus dedos, e isso, lhe causou arrepios. Ele estava pensando dessa forma pra valer? Não, não podia. Era casado, tinha uma empresa, uma filha e uma reputação a zelar. Seu pai devia estar se revirando no túmulo com seus pensamentos, já não bastava Itachi, Sasuke tinha que ser do mesmo jeito também? Eram uma desonra para toda a família Uchiha.  

O moreno trincou o maxilar com esse pensamento, não queria se comparar ao seu irmão como sempre era. Ele não era como Itachi, ele não gostava de homens, não gostava de Naruto, apesar de já saber que gosta e ter admitido isso. Sim, mesmo gostando do loiro, isso não poderia ir para frente, muitas coisas o impedia. E uma delas é o orgulho. Esse não pode ser ferido. 

Ele não podia gostar do homem que toma seus pensamentos pois tinha deveres maiores a serem cumpridos. Será que Naruto valia tanto sacrifício assim? Não, não valia. Afinal, era uma vida toda, certo? O moreno não pode jogar tudo que aguentou até agora no lixo.  

E ainda tinha sua esposa. Como será que ela reagiria ao saber que seu marido pensa em outro homem enquanto eles dividem a cama? Provavelmente ela o xingaria e tiraria sarro com sua cara, pediria divórcio e espalharia para todos o ocorrido.  

Que Sasuke Uchiha não era homem o suficiente para segurar uma mulher em casa, indo buscar um homem, o seu concorrente econômico.  

Mesmo depois de tudo que passou com Naruto, os sorriso, as memórias, as trocas de ofensas e provocações, nada disso importava agora. Nunca tinha que ter importado, esse foi o erro do Uchiha. 

Já cansado de seus pensamentos, o moreno pegou as chaves do carro e a carteira, saindo, logo em seguida, do edifico, iria buscar sua filha. 

 

Todas as criança já haviam saído da escolinha, menos Sarada. Já havia passado uns quinze minutos e isso preocupou o mais alto que saiu do carro e foi até a recepção do colégio. 

-Por favor, gostaria de saber porque minha filha ainda não foi liberada. - Sasuke perguntou a moça que estava sentada atrás do balcão aonde ele pedia a informação. 

-Senhor Uchiha? - O moreno ouviu uma voz atrás de si e logo em seguida um pequeno gritinho.  

-Papai!! - Sarada exclamou e correu em sua direção.  

-Filha, porque demorou tanto? - Perguntei a pegando no colo e me levantando, já que tive qu  me abaixar para pega-la em meus braços. 

-Tia Kurenai quer falar com você. - Falou embolada. 

-Sim, o senhor tem alguns minutinhos? - Perguntou a mulher vindo em minha direção. 

-Ah, claro. - Deixei Sarada no chão, que logo foi levada até uma salinha por outra professora. - O que queria falar comigo? - Perguntei sem demora assim que entramos em outra ala. 

-Bem, estou preocupada com Sarada. - O moreno respirou fundo. O que sua filha tinha de tão errado para causar preocupações em todos os professores que tinha?  

-Se for porque ela é tímida eu já estou cuidando disse, não se preocupe. - A professora soltou uma risada monossilábica. 

-Não, senhor Uchiha, na verdade Sarada está se dando muito bem na turma, fez até um colega o ... 

-Mitsuki. - Completou sorrindo. - sim, fiquei sabendo. 

-Bem, estou preocupada com o que ela falou para mim. Sei que não é da nossa conta, mas ela pode falar demais e até mesmo causar uma confusão desnecessária. - Disse lentamente para que o Uchiha pudesse entender cada palavra. 

-O que ela disse? - Perguntei preocupado. 

-Ela me perguntou hoje cedo se podia ter dois pais. - Disse sem rodeios e o Uchiha não pode deixar de pensar na hipótese de sua esposa estar o traindo. - Achei a pergunta incomum, mas mesmo assim respondi, disse que podia sim, mas a parte seguinte que me chocou. - Sasuke estava atento a cada gesto que a mulher fazia, o que fez com que ele ficasse angustiado pela pequena pausa que a mulher fizera antes de soltar a bomba. - Senhor Uchiha, o senhor está se envolvendo com Naruto? 

Foi como se fosse um tiro, só que sem a bala e nem perfurações, só a dor mesmo. Sasuke sentiu seu chão desaparecer e ele mergulhar em um breu sem fim.  

"O que? Porque? Está tão evidente até apara minha filha de 3 anos?" - O moreno se perguntava incessantemente.  

-O-O que? - Perguntou atônito. 

-Bem, se esse não for o caso, peço para que converse com sua filha e explique que ela não pode sair falando esse tipo de coisa por ai. Esse tipo de coisa é um grande empecilho e sua filha será afetada. 

Com o sangue fervendo e já fora de si, o moreno não conseguia absorver muito bem as informação, acabando por interpretar errado o que a mulher disse. 

-O que quer dizer com isso? Que se eu realmente estiver com um homem me traria problemas? Que só porque será cuidada por dois homens ela será afetada? Quem você pensa que é para ditar o que é certo e o errado na vida dos outros, ein? - O homem aumentava a voz assim como sua revolta aumentava.  

-Mas senhor Uchiha, não é... 

-Quer saber? Vou pedir pra trocar Sarada de sala, você não dará aulas para ela. Ela não irá crescer pensando igual a você e ... - Sasuke parou de falar na mesma hora. O que ele estava falando? - E-Eu... me dê licença. -Disse e saiu da sala. 

Foi atrás de sua filha e correu para o carro. 

Estava ficando cada vez mais dificil esconder o que realmente sentida.  

Uchiha. 

O peso desse nome em suas costas doía de uma forma tão imensa que chegava a ser insuportável. O que o moreno teve que fazer para mantê-la viva? Ele não aguentava mais, sua vida tinha sido toda e totalmente dedicada a isso.  

Na morte dos seus pais ele teve certeza que teria que lutar pelo que achava certo, pelo que ele pensava ser. Vendo seu irmão desistir das obrigações, o deixou com raiva, muita raiva. Quem Itachi achava que era? Ele não podia ter feito isso consigo. 

Olha quem ele se tornou. Sasuke se tornou em uma máquina de realizar sonhos passados, sonhos de seus ancestrais nos quais queria que o nome da família fosse imortal e poderoso. 

Mas e Sasuke? Aonde ele se encaixava na história?  

O moreno se lembrou do dia em que ele e Naruto foram almoçar e em alguma parte do dia, o loiro repetiu as mesmas palavras que sua mãe dizia: 

"Sasuke, se você não viver sua vida, seus sonhos, outra pessoa irá, porque ele não é só seu. Mas, cabe a você decidir quem é o protagonista dessa história."  

Claro, foram com palavras diferentes, mas era a mesma mensagem.  

Depois de colocar Sarada no banco de trás, Sasuke ficou parado, apenas segurando o volante enquanto sua mente borbulhava e um mix de sentimentos passaram a lhe invadir. E isso era horrível. 

-Papai, porque está chorando? - Sarada interrompeu seu pequeno momento de tortura com a pergunta. 

-Oque? - Ssuke perguntou mais para si mesmo do que para a pequena. Tocou com a ponta dos dedos suas bochechas para tirar  a prova. - A-Ah, o papai está apenas feliz em vir te buscar na escola, sua professora te elogiou bastante. Estou orgulhoso, filha. - O moreno se virou para trás e fez um carinho no pezinho da menina que sorriu. 

 

Sakura- 

 

-Hinata eu tenho certeza! - A de cabelos rosas tentava com todas as suas forças, convencer a morena do que tinha visto. - O jeito que se olham, que riem um para o outro... é muito estranho e além do mais, Sasuke não tem amigos. 

A morena apenas suspirou, se levantou do sofá com o prato, pegando logo em seguida o que estava na mão da namorada, foi em direção a cozinha e começou a lavar a louça. 

-Mesmo que eles "tenham" algo o que você vai fazer? - Hinata não demonstrava, mas estava animada em saber que se fosse verdade, seu caminho estaria livre do Uchiha e que poderia ficar com quem amava sem problema, mas até lá, tinha muita coisa para acontecer. 

-Eu... - Sakura apareceu na pequena cozinha. - Eu não sei, mas se ele ama aquele loiro porque ainda está comigo? 

-Sakura, sei que você não é burra, então vamos, pense um pouco. Se souberem que uma pessoa tão importante como aquela é homossexual os negócios vão cair, sem contar que Sasuke não parece ser o tipo de pessoa que dorme com alguém do mesmo sexo e sim, julga quem faz. Não gosto dele. 

A de olhos verdes caminhou até a morena e a abraçou por trás beijando seu pescoço enquanto fazia carinho com as mãos na barriga alheia. 

-Até quando vamos ficar brincando de relacionamento, Sakura? - Hinata perguntou enquanto abaixava a cabeça e fechava a torneira. - Até quando vai ficar inventando viagens pra ficar comigo por um pouco mais de tempo? - Suspirou pesadamente. - Porque não é você que acorda todos os dias e sabe que a pessoa que você ama, está olhando para outro rosto ao acordar.  

A morena se desvencilhou dos braços da mulher e foi a passos fundo até seu quarto, que não era muito longe dali.  

-Hinata... - Tentou a seguir mas a porta foi fechada em seu rosto.  

Sakura dava total razão a namorada, mas pra ela também era difícil, ainda mais quando Sasuke queria toca-la. Se sentia culpada por prender um homem que não era dela, por dormir com um homem que não era seu enquanto ele, mentia para si mesmo sobre o amor. 

Sakura sabia que seu marido sentia algo bem forte pelo loiro que estava em sua casa. O jeito que se olhavam e de como se divertiam com sua filha lhe dava um certo sentimento triste, pois por alguns segundos queria que sua vida fosse assim, que pudesse viver assim com seu marido, que não precisasse sofrer tanto. 

Mas então lembrava de Hinata, e não se arrependia tanto. 

Sua família estava se quebrando, Sakura sentia que os laços estavam se desfazendo, que na verdade aquilo era tudo menos uma família. Amava Sarada como sempre vai amar, mas Sasuke, o que sobrou foi apenas fragmentos de uma vida passada. Talvez algum dia pudessem ser bons amigos e cuidar de sua filha juntos.  

Estava decidido, Sakura pediria o divórcio para Sasuke, mas antes tinha que fazer uma coisa. 

Tinha que mostrar para seu marido, quem ele realmente ama.  

 

Sasuke- 

 

Fazia exatamente cinco que eu tinha pedido para que Karin chamasse meu irmão até minha sala. Ouço batidas na porta e digo que, quem quer que fosse, pudesse entrar. 

-Me chamou, Sasuke? - Itachi disse entrando pela porta e a fechando logo em seguida. Sorri de lado e disse: 

-Sim, eu chamei sim. - Me levantei e fui até sua direção. 

-É alguma novidade? - Perguntou alegre ao ver meu sorriso no rosto, mas que logo se desfez quando lhe prensei contra a porta e deixei nossos rostos pertos um do outro. 

-Seu maldito, tudo isso é culpa sua! Seu pedaço de estrume! - Eu grunhia enquanto rangia os dentes. - É... é tudo culpa sua! Se você não tivesse ... - Não terminei de falar e o empurrei mais contra a porta e me afastei. 

-Sasuke, o que deu em você? - Perguntou indignado. - O que é culpa minha? 

-Você! Você desistiu de tudo, todas as responsabilidades pra ficar rebolando no colo de Shisui enquanto EU, EU TIVE QUE CUIDAR DE TUDO SOZINHO! - Explodi enquanto não sabia se chorava de raiva ou de tristeza. 

-Olhe como fala de mim, Sasuke!- Fechou o punho enquanto me alertava. 

-Ou o que? Vai me bater? Se for bater, bata pra matar, porque se eu levantar eu que te mato! - Disse com raiva. - Você em vez de se casar com uma mulher e ter filhos pra poder não deixar a merda desse nome familiar morrer, se casou com o NOSSO PRIMO e agora não pode ter filhos! 

-Sasuke eu posso adotar, é a mesma... 

-Não é a mesma coisa. - Disse negando. Estava estressado com a calma que Itachi conseguiu reunir ao falar aquela fraze. Pareceu entender no ponto que eu queria chegar.- Ela não vai ter o sangue, não vai ser sua filha, essa criança não vai... - Parei de falar assim que senti uma ardência em seu rosto. Sim, Itachi tinha me batido. 

-Ela será minha filha de qualquer forma, carregará meu nome de qualquer forma e eu vou ama-la de qualquer forma. Não importa o sangue, Sasuke. 

-Importa sim! Mas não, você tinha que pensar na sua felicidade enquanto a minha era lacrada em um cofre e jogada em um oceano! 

-Sasuke, você mesmo fez isso consigo.  

-Não! Eu fui obrigado! E agora eu estou casado com uma mulher que eu não amo em uma casa grande demais só pra nós três. - Desabafei irritado. 

Um silêncio planou pelo recinto, até que Itachi falou: 

-Sasuke, porque isso tão de repente? Aconteceu algo com Sakura?  

Sasuke respirou fundo, nunca que ele iria admitir que estava sentindo fortes sentimentos por outro homem, ainda mais para o irmão, ao qual julgou por muito tempo. Não, ele não podia. Mas como explicaria?  

-Eu só... - Fui até a jenela e apoiei minha cabeça enquanto olhava para o trânsito la embaixo. - Eu só estou cansado dessa vida, Itachi, e eu não sei até quando eu irei conseguir suportar.  

E novamente o silêncio voltou, mas não por muito tempo. Logo escuto passos que se cessam ao chegarem atrás de mim. 

-Me desculpe Sasuke, me desculpe por tudo que eu fiz, por ter pensado na minha felicidade antes dos meus deveres e te fazer suportar tudo isso sozinho. - Itachi me abraçou e eu não consegui segurar mais. Deixei que algumas lágrimas corressem pelo meu rosto enquanto conseguia ouvir as batidas do meu coração falhando.- Mas uma coisa eu lhe prometo. - Disse virando meu corpo e segurando em meu rosto, assustado por me ver chorando, mas limpando as lágrimas que ainda teimavam em cair.  

-Prometo que vou lhe apoiar em qualquer decisão que tomar, que agora tentarei de tudo para consertar meus erros. - Disse me assustando. 

-Vai terminar com Shisui? - Perguntei afoito. 

-Claro que não, somos casados não namorados. Não trocaria ele por essa empresa, nem sob ameaça de morte. - Disse firme enquanto olhava em meus olhos. - Estou dizendo que vou passar a cuidar mais de você, quero sair pra almoçar com você, que você vá lá em casa mais vezes, que possamos conversar mais, que eu possa te ajudar em qualquer coisa. - suspirou. - Sasuke eu sou seu irmão, eu te amo muito e quero o seu bem, mas você precisa abrir o jogo comigo para que eu possa te ajudar.  

Abaixei o olhar vendo meu irmão se abaixar para captura-los novamente. 

-Hum? Temos um acordo? - Era sempre assim, desde pequenos, foi uma pena que a vida nos mudasse tanto.  

Concordei levemente com a cabeça recebendo um abraço em troca.  

-Eu te amo, Sasuke.


Notas Finais


Então nesse capítulo temos;
-Um Sasuke revoltado por homofobia, sendo homofóbico
-Uma sakura decidida a fazer sua família ser unida, porém de outra forma
-Um sasuke explosivo com sentimentos desconexos mas que para ele fazem sentido
- E um reconciliamento de irmãos <3
mt bom


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