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História O Professor - Capítulo 2


Escrita por: Luhander

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction O Professor - Capítulo 2

Já é a terceira briga que tenho com Sakura desde o início da semana, não sei mais por quanto tempo eu irei aguentar essa mulher pregada em meus ouvidos. O tempo inteiro ela quer saber o que estou fazendo, com quem estou, aonde estou, como se eu fosse algum tipo de propriedade dela.  

Depois que eu cheguei da escola de Sarada ela não parou de tentar me ligar e falar comigo, até que eu resolvi atender apenas para ouvir mais um de seus sermões. Eu não mereço isso, tenho certeza. 

Eu a dei uma filha linda, uma casa grande, um carro importado, roupas que ela quer, o que mais ela deseja de mim? Amor? Não, isso eu não posso dar, por isso eu o substituo por coisas. Dou a ela tudo que quer, mas aprece que nunca é o suficiente.  

Eu tenho um dilema: " Não há nada que o dinheiro não compre, e se não der pra comprar, comercialize" Uma simples lógica. Você comercializa uma coisa que não se vende quando se tem muita propaganda e com isso você atrai mais clientes. No final você acaba vendendo algo melhor para essa pessoa do que o que ela queria de graça.  

A mente humana é uma armadilha infinita que quem a sabe controlar, é um artista com o dom supremo. 

Chego em casa já pensando em ligar o computador para terminar o relatório e os orçamentos da fatura final do produto, quando me lembro das palavras de um certo loiro. 

"Senhor Uchiha, preciso que a Sarada ganhe penas uma estrelinha até o final da semana. Você poderia conversar com ela? Ver se ela está com algum problema? Eu já perguntei a ela, mas acho que ela não queira me dizer." 

Respirei fundo e decidi ir ver minha filha, com certeza ela estaria no quarto com a babá. Deixei minha pasta no escritório, que ficava do lado da cozinha, subi as escadas enquanto afrouxava minha gravata.  

"Seria bom que o senhor viesse com a pequena, pra ver seu trabalho. Use sua visita como uma forma de incentiva-la a fazer o trabalho, por favor.  " 

Bati na porta duas vezes e a abri lentamente. Vi uma bonita moça de costas enquanto penteava os cabelos de Sarada, pareciam conversar animadamente antes que eu entrasse. 

-Atrapalho? - Perguntei para as duas e elas apenas me lançaram um sorriso me permitindo entrar no cômodo. - O que fazem? 

-Sarada está me contando como foi na escola hoje, fez um amigo. - Falou a morena completamente sorridente enquanto começava a fazer uma segunda trança nos cabelos da criança. 

-Sério? - Perguntei atordoado.  

-Huhum. -Disse minha filha um pouco tímida e cabisbaixa.  

Como os cabelos da menor não eram longos, não tardou para que a mulher terminasse de fazer o penteado que havia ficado lindo em minha filha. 

-Hinata, posso falar com Sarada um pouquinho? - Perguntei me direcionando a mulher que olhava para a criança com um olhar doce. 

-Ah, claro! Vou aproveitar e já vou indo. Não se importa não é mesmo? Ou quer que eu faça o jantar? - Perguntou preocupada. 

-Não se preocupe, eu faço. - disse mesmo sabendo que não iria fazer, provavelmente Sakura iria cozinhar algo, ou eu iria pedir alguma coisa. - Está dispensada. 

-Tudo bem.- Sorriu tímida e voltou a fala para Sarada. -Então, lindinha, amanhã a gente conversa mais? - Perguntou para depois beijar o topo da cabeça da outra.  

-Huhum. -Disse contente. 

Hinata saiu do quarto e me deixou com minha filha a sós, o problema é que agora eu não sei o que falar. Isso é normal entre pai e filha? Talvez seja, as mães tem mais facilidade com isso, mas eu precisava conversar com ela. 

-Então... filha... um amigo novo é? - Perguntei mostrando interesse. 

-S-Sim... - Falou um pouco acanhada e com vergonha. Eu não levo jeito com crianças, será muito difícil fazer o que o professor me orientou, mas eu vou tentar, pela Sarada. 

-E como ele se chama?  

-M-Mitsuki.  

-Filha, você consegue falar sem gaguejar? - Eu não queria a zoar, queria saber se ela estava com algum problema na fala para a levar em algum fonoaudiólogo. 

-Cons-sigo. - engasgou no meio da palavra. Sim, eu teria que a levar á um profissional para cuidar disso. Suspirei e disse: 

-Soube que você vai ter que fazer um desenho para uma grande exposição no final de semana, não é?  

-S-Sim. -Disse sorrindo um pouco mas nunca me olhando nos olhos.  

-Filha, porque não me olha nos olhos? Eu não mordo. - Fiquei ressentido. 

Aos poucos ela foi levantando os olhos e pode finalmente me ver. Parecia que ela tinha medo ou algo assim, mas porque? Eu não fiz nada. 

-Porque você não faz os deveres da escolinha, filha? - Perguntei. 

Ela olhou para o lado, mexeu nos dedinhos ansiosa assim como os pezinhos em movimentos circulares com a ponta dos dedos. 

-E-Eu não acho que o que eu faço v-vai ficar bom. - falou envergonhada. Ali eu pude me ver quando eu era menor. 

Sempre inseguro, mas nunca deixando de dar o meu melhor e tentar superar os outros. Mas Sarada não, ela é insegura e deixa por isso mesmo. É complicado. Suspirei novamente e então disse: 

-Sarada você não pode ser assim, tem que tentar e se esforçar! Não pode deixar de fazer algo porque acha que não é boa. Tente, oras! Se não ficar bom tente novamente, mas você precisa dar o pronto para seu professor. Fui chamado na sua escola por causa do seu desenvolvimento na escola. Eu não posso ficar indo lá o tempo todo. - Falei tudo de uma vez e tudo que ela fez foi abaixar a cabeça e olhar para o chão fixamente enquanto ouvia minhas palavras. 

Me levantei e beijei sua cabeça, fui andando até a porta e disse de longe: 

-Por favor filha, me dê o seu melhor. - E saí. 

Não sei se foi a coisa certa a se dizer a uma criança de 3 anos de idade, mas sei que agora ela irá se empenhar mais. Talvez algum dia ela me agradeça.  

-Estou em casa! - ouvi a voz de Sakura da sala e não tardei a me enfiar debaixo do chuveiro para não ter que falar com ela agora.  

 

Não podia acreditar que hoje já é quinta, me sinto aterrorizado ao saber que tenho poucos dias para fazer o roteiro da proposta que tenho para apresentar nesse final de semana para meus acionistas. Irei chegar em casa e me enfurnar em meu escritório para acabar isso o mais rápido que eu conseguir. Não posso deixar para ultima hora e também não poderei improvisar nada na hora. Tem que ser tudo perfeito, não posso perder essa oportunidade. 

Chegando em casa vi minha filha correr de um lado para o outro com a babá, como se fosse algum tipo de brincadeira. Sorri ao ver aquela cena, e eu não sorrio a muito tempo. Sarada parecia tão alegre, tão diferente de como ela foi comigo terça. Será que eu fui realmente muito rude? 

Tentei fazer com que as duas não percebessem minha presença na hora e fui para meu quarto trocar de roupa. Peguei meus materiais e fui descer para o escritório, mas não antes de ser barrado pela morena.  

-Senhor Uchiha, não vai jantar? - Perguntou sorridente.  

Eu iria negar, mas quando olhei para a cozinha e vi minha filha sentada em uma cadeira alta esperando a morena voltar e a servir, pensei em aceitar, mas logo me lembrei do que eu tinha que fazer. 

-Não posso agora, tenho que terminar um dever. - Falei me lamentando. 

-Ah, tudo bem. Só gostaria de te dizer que ela, finalmente, ganhou uma estrelinha hoje. - Falou sorrindo ao ver minha reação de espanto. 

-Ela ganhou uma estrelinha hoje? Tem certeza? 

-Porque duvida? - Perguntou começando a ficar brava. - Sarada é uma criança incrível, mesmo que ela não tenha ganhado nenhuma até agora, sua primeira tem que ser comemorada e não duvidada. 

Aquilo foi como um tiro, ou pode ter doído até mais. Eu realmente não sei como reagir com essas coisas de pai e filha, não sabia mesmo. Abaixei a cabeça percebendo meu erro e me curvei perante a moça pedindo desculpas para logo depois voltar para o meu escritório e terminar o bendito trabalho. 

 

-Vamos, Sarada. -Falou Sakura na mesa de café da manhã a chamando para ir a escolinha. - Vem que a mamãe te ajuda. 

-Sakura. -A chamei. 

-S-Sim? - Pelo visto não é só minha filha que tem assa mania de ficar gaguejando quando fala comigo.  

-Vou levar Sarada na escola hoje. -Falei decidido e já me levantando para pegar a menor no colo.  

-Porque? O que deu em você? - Perguntou espantada.  

-Não posso levar minha filha na escola agora? -A fuzilei com o olhar e ela ficou um pouco indignada. 

-Pensei que uma pessoa tão ocupada quanto você não tivesse tempo para coisas como essa. -Falou me provocando. E quem fala o que quer ouve o que não quer, não pude deixar isso barato. 

-Sabe, Sakura... -Falei pegando Sarada no colo e a mochilinha dela, assim como minha pasta. - Em vez de ficar ao seu lado na cama tentando dormir, eu fui fazer algo melhor, que era terminar meu trabalho. Consegui com êxito, caso interesse a você, então agora eu posso levar minha filha a escola. - olhei dentro de seus olhos e disse: - Já terminou? 

Não a deixei responder e apenas saí de casa levando minha filha em meus braços.  

 

Mais uma vez eu estava rodeado com aqueles pequenos demônios sugadores de energia e dinheiro, correndo de um lado para o outro sem parar, gritando e esperneado. Como alguma pessoa pode gostar de trabalhar em um ambiente como esse? Que burla todas as leis de civilidade e respeito ao espaço do outro? Não consigo me imaginar nessa situação, nem que por um segundo sequer.  

Depois de algum tempo eu pude finalmente ver a cabeleira loira do professor de Sarada passar pela porta e cumprimentar os pequenos que ainda não paravam quietos. 

-Oh, senhor Uchiha, que surpresa o ver por aqui! - Falou sorridente vindo em minha direção. - O que o trás aqui novamente? Oi Sarada- A cumprimentou enquanto brincava com as mãozinha dela em meu colo. 

-Fiquei sabendo que ela ganhou uma estrelinha. -Falei e vi Sarada ficar de uma coloração rosada e o loiro sorriu com a atitude infantil da menina. 

-Sim, sim! Fico muito feliz por ela!- Aquele sorriso era tão branco e brilhante, parecia sem falhas, me fez sentir melhor e confortável no meio de todo aquele caos.- Senhor, o senhor pode ficar um pouquinho? Quero trocar uma palavrinha com você, pode ser? 

-Sim. -Falei breve e ele foi até a porta da sala falar com uma das professoras. Coloquei minha filha no chão para que ela pudesse seguir o restante das crianças para o lado de fora da sala. 

A observando pude ver, finalmente, seu novo amiguinho. Era a mesma criança que alguns dias atrás estava quase engolindo o próprio boneco e fiquei me questionando se seria um boa amizade para minha filha.  

Meu pensamentos foram interrompidos pelo loiro radiante que voltou ao meu encontro. 

-Então, conversou com ela? -Perguntou interessado enquanto se sentava na mesma cadeira da ultima vez. Puxei a outra e me sentei de frente para o outro. 

-Digamos que sim. -Falei simples. 

-Como assim? - Sorriu confuso, inclinando a cabeça um pouco para a direita. 

-Digamos que eu não levo jeito com crianças, como disse da ultima vez. Mas fico contente de finalmente ver algum resultado. 

-Ah, entendo. Mas... o senhor vem no sábado não é ? Vai ser a apresentação de Sarada com o incrível desenho que ela está fazendo. Está demorando um pouquinho mais porque ela está fazendo cheio de detalhes, ela disse que tinha que ficar muito bonito. - Sorriu mais uma vez. - Creio que fez um bom trabalho para quem não sabe falar com crianças. 

Fiquei feliz ao ouvir o que o loiro falou, mas não demonstraria isso.  

-Ah, fico aliviado de saber que ela vai bem. Fez até um colega, mesmo ele sendo um completo desnorteado. -Falei me lembrando da criança estranha.  

-Não fale assim do Mitsuki! Ele é uma ótima criança! -Falou agora indignado.  

-Mil perdões. -Falei irônico. - E  eu não poderei comparecer no sábado, tenho uma reunião muito importante. Não posso faltar. 

-Você não vem ao sábado? - Perguntou assustado. - Mas Sarada... 

-Eu já disse que não posso faltar. Se der tempo eu venho. - Disse já me levantando. - Mais alguma coisa? 

O jovem ainda me olhava, mas agora sem nenhum sorriso e sim com um olhar assustado e decepcionado. Fiquei até meio sem graça com isso, mas tentei não demonstrar. O loiro se levantou e disse: 

-Não, senhor. Já terminei por aqui. - Me virei e ia sair, mas como da ultima vez ele me chamo me impedindo de ir embora. - Você conta ou eu conto para Sarada que o pai não vai vir ver o que ela está preparando com muito cuidado? 

Ele estava me provocando, tenho certeza. 

-Ah, isso eu deixo você encarregado. Afinal, foi sua ideia. - Falei olhando por cima do ombro e logo em seguida eu deixei o estabelecimento.  

Se tem uma coisa que é certa agora é que: Esse loiro me irrita.


Notas Finais


mil desculpas pela demora!
isso não irá se repetir eu juro! (pelo menos vou tentar ne T-T)
bem, espero que tenham gostado!! até o prox!


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