História O Professor - Capítulo 7

Não foi tão fácil quanto eu achei que seria. Nunca fiquei tão inseguro em fazer algo, talvez porque eu não seja tão cara de pau a esse ponto. 

Parecia que a cada passo que eu dava eram mais três para trás. Tento tomar coragem, mas minha ansiedade me levou a virar algumas taças de espumante, nada que me deixasse cambaleando, apenas para me dar o que eu precisava. 

Respirei fundo a fim de renovar minhas energias e fui a passos firmes em direção a Naruto, que havia se distanciado do círculo de pessoas no qual conversava, para ir até a parte do bar. Era a chance perfeita, não poderia desperdiçar, e mesmo não sabendo o que falar, fui em direção a ele. 

-Quem diria. - Disse chegando por trás do loiro e ocupando seu lado. 

O mais baixo se sobressaltou com o susto que lhe dei. Fiz questão de engrossar a voz, a deixando o mais arrastada e rouca que consegui. Vi seus olhos aumentarem de tamanho ao me ver, mas logo sua expressão mudou e ele ficou com cara de deboche. 

-Boa noite, senhor Uchiha. - Falou pegando a taça de Martini, uma bebida bastante cara, e a encostando em seus lábios para dar uma leve degustada. - Que grande surpresa o ver por aqui, creio que foi coisa de meu pai. 

Naruto trajava um incrível terno preto feito a mão, fazendo com que todas as curvas de seu corpr de destacassem, coisa que as roupas da escola na qual trabalhava não faziam. Uma de blusa social branca e gravata vermelha, na qual destacava a cor de seus olhos. 

-Eu que o diga, não achava que um professorzinho fosse tão ... - a palavra me fugiu e Naruto apenas me avaliava na espera da continuação com uma cara incrédula. - Importante.  

-Ora, não sei se sabe, mas os professores são importantes. - Enfatizou a palavra "são" me fazendo revirar os olhos.- Antes de você estar aonde está, teve que ter e aprender com um. - Sorriu de canto com o argumento completamente válido que me deu, quase me deixando sem palavras. Quase.  

-Bem, quero pedir desculpas pelo meu mal comportamento. - Falei chegando mais perto dele e olhando em seus olhos. As vezes, eu consigo ser bem persuasivo quando quero. -Sinto muito pelas palavras que usei contra você naquela sua salinha. Não quis lhe ofender. - Mentira. 

-Sente mesmo? - Perguntou me olhando dentro dos olhos. Seu tom era completamente debochado e sexy. - Não é o que parece. 

-Talvez eu não saiba me expressar direito. - Sorri de lado. - Tudo depende de como você vê as coisas. - Falei. 

-Amo esse livro. - Sorriu de canto quando viu minha cara de interrogação.  

-Bem, então me responda uma coisa: Como pretende ser dono de uma empresa desse porte e ao mesmo tempo ser o professor de minha filha? - Perguntei extremamente curioso. Logo em seguida pedi outro copo de minha bebida favorita. Whisky. 

Quando a recebi me virei de frente para Naruto que estava encarando o barman enquanto mantinha uma de suas mãos no balcão e a outra levava a taça ao lábios novamente. 

-Eu sei ser bem flexível quando quero... - Falou se voltando a mim. Sua voz estava em um tom arrastado e eu com certeza consegui sentir o duplo sentido que o loiro quis usar. O que me surpreendeu mesmo, e me fez sorrir, foi o fato de todo o meu corpo se arrepiar e eu sentir uma pontada em meu baixo ventre. 

-Uh! Talvez queira me mostrar suas habilidades no trabalho, adoraria reler os protocolos de nossas empresas e reafirmar nossa aliança. - Sorri tirando vantagem da situação. Afinal, eu estou aqui á trabalho. 

- Sinto muito, Senhor Uchiha, mas eu não estou aqui para tratar de negócios, apenas para me divertir. - Sorriu pegando sua taça de cima do balcão.- Podemos falar sobre isso em uma hora mais oportuna. Se me der licença. - Disse  enquanto passava por mim, quase me tocando, deixando o cheiro de seu perfume no ar, me deixando completamente perdido. 

O que foi isso que acabou de acontecer? Porque minha respiração está tão descompassada dessa maneira? Virei o copo inteiro e respirei fundo, dei uma volta pelo salão até que fiquei cansado, ou até mesmo um pouco claustrofóbico.  

Saí para dar uma volta pelo jardim, no qual eu achei deveras bonito. Uma curiosidade de saber aonde aqueles caminhos dariam levar me fascinavam e me incentivavam a continuar. Segui por um caminho estreito, cheio de flores, de todos os tipos, segui por onde achei que era certo, mesmo se eu não soubesse como voltar, eu só ia. 

Avistei um lindo jardim, tinha alguns bancos brancos com ramos de flores do lado e uma fonte, igualmente branca, borbulhava água quente, fazendo o ambiente ficar completamente agradável, já que estava uma noite incrivelmente fria.  

Me sento em um dos bancos e decido respirar fundo, tentar pensar um pouco mais, ou até mesmo não pensar em nada, mas com certeza relaxar.  

Escuto passos ao longe mas não dou a devida importância a isso, devia ser algum guarda e a essa altura a bebida já começava a fazer seu devido efeito sobre mim. Sou forte, mas não imune a bebidas. 

-Sozinho? - Me perguntou uma voz desconhecida, mas seu timbre era firme e grave. Abro meus olhos e vejo a figura de Naruto só que com os cabelos negros. Menma seu nome. 

-Ah, sim. - Falei simples, logo depois fechando meus olhos, já que uma dor de cabeça forte me atingiu como uma bala.  

-Posso me sentar? - Perguntou se referindo ao acento. Sorri cínico.  

-Claro, afinal, o banco é seu. - os dois riram do que eu disse mas logo depois o silêncio se alastrou pelo local.  

-Sabe, diferente de meu irmão, eu que cuido da parte administrativa da empresa, assim como meu pai. Então falar com ele seria mais como uma perda de tempo.  - Olhei para ele confuso e o mesmo logo sorriu constrangido. - Desculpa, não pude deixar de ouvir sua conversa com meu irmão. Vocês parecem bem íntimos. -Falou insinuando segundas intenções, mas logo em seguida tratei de explicar. 

-Não, não. Eu e Naruto não temos nada. - Falei sem graça, mas não deixando nada transparecer.  

-Hum...- Falou pensativo. - Sabe, eu tenho muito interesse em reafirmar nossos contratos. - A cada duas palavras que Menma falava ele se aproximava mais de mim. - Acho que nossas corporações são bastante compatíveis e eu tenho extrema vontade de explorar todas as possibilidades. - Falou de uma forma estranha, mas meu lado ganancioso gritou mais alto e eu acabei só ouvindo o que realmente me importava, o que eu queria. 

-Que ótimo! A corporação Uchiha também tem interesses com a sua. - Falei mantendo minha postura intacta, apenas me afastando aos poucos com a aproximação do outro. - Talvez devêssemos sair para falarmos mais sobre isso, o que acha? - Álcool... álcool, porque faz isso com as pessoas? Porque fui perceber tarde demais o que o moreno realmente queria? Talvez fosse sua culpa, ou talvez minha. Quem sabe? O que importa é que já não tinha mais saída de qualquer forma. Já era tarde demais. 

-Eu acho... uma ótima ideia. - Falou com seus lábios roçando contra os meus, para logo depois eu sentir sua mão em minha nuca, me agarrando e juntando de uma vez nossas bocas para um toque urgente e possessivo. Demorei muito para saber o que acontecia, até lá eu já tinha o correspondido de imediato e conseguia sentir sua língua praticamente foder a minha boca de forma bruta e envolvente. 

Quando consegui voltar a mim, o afastei rapidamente enquanto olhava seus incríveis olhos azuis. De azuis tão intensos e brilhantes, que quase me lembraram o de um certo alguém.  

-O que pensa que está fazendo? - Perguntei atônito enquanto limpava minha boca com a manga de meu terno caríssimo. Quando vi que não adiantaria muito, cuspi no chão. 

-Entrando em um acordo. - Falou sorrindo e se sentando direito no banco. 

-É assim que você trata de trabalho? Atacando as pessoas? - Perguntei incrivelmente tenso e possesso de raiva. 

-Bem... -Sorriu cínico. - Não o ataquei, afinal, você me correspondeu.  

-Eu estou bêbado! - Me defendi. - Não pode fazer esse tipo de coisa! Eu sou casado! - Falei mostrando minha aliança, que para mim não significava nada, mas que nessas horas me servem para alguma coisa. 

-Não me parecia casado quando praticamente comia meu irmão com os olhos. - Falou debochado, com certeza querendo se aproveitar da situação. 

-O que? Eu não quero nada com seu irmão! - Falei firme enquanto olhava em seus olhos. Menma se levantou e se aproximou, me fazendo recuar alguns passos. 

-Ah, por favor, aquele flerte estava tão forte que mais parecia uma cena de um filme heterogêneo do que uma simples conversa. - Falou não tentando controlar sua ironia, que saía com tanta facilidade. 

-Você não me conhece! - Cutuquei em seu peito com força e o vi fazer uma expressão de dor, para logo depois me mirar com um olhar malicioso. 

-Você é bruto assim na cama também? Nossa, mas eu daria tudo para te der sob mim agora. - Colocou sua mão em minha cintura e me puxou com rapidez, fazendo nossas cinturar se chocarem, segurou minha bunda com força a apertando. Pude sentir uma leve elevação em suas partes baixas, e aquilo me assustou realmente.  

-Me solta! Não volte a me tocar! - Disse gritando e saindo dali o mais rápido o possível. Eu não sabia o caminho de volta, mas mesmo se eu ficar preso naquele jardim seria melhor do que estar com aquele maluco. 

Corri para dentro da mansão novamente. Tentei controlar minha respiração e arrumar minhas roupas, aquilo já tinha fugido de meu controle. Assim que avistei Itachi fui até ele, quase que correndo e o virei para mim.  

-Itachi, precisamos ir. - Falei um pouco alterado. Não pela bebida, mas sim pela raiva. 

-Sasuke! Estava te procurando. Conversei com muitos acionistas e eles estão interessadíssimos em... - Não o deixei terminar a frase e falei: 

-Itachi, vamos embora. - Disse pausadamente e, finalmente, o mais velho conseguiu me entender. Fomos embora, mas não antes de nos despedimos dos demais e principalmente do senhor Namikaze. 

-Então, não vai me falar o que aconteceu? - Perguntou meu irmão do outro lado do veículo. 

-Não tenho nada para contar. - Falei simples. 

-Ah, então aquela sua euforia no salão foi atoa? Me poupe Sasuke. Houve alguma coisa sim. - Falou convicto, agora me fitando. 

-Já falei que não houve nada.  Agora podemos mudar de assunto?- Embora eu tivesse sugerido, não tocamos mais em assunto nenhum, até eu me lembrar de algo. - Itachi... - O chamei. 

-Hum?  

-Você acha que consegue um livro pra mim? - Perguntei tentando não demonstrar muito interesse.  

-Um livro? E você tem tempo para isso? - Disse desconfiado. Respirei fundo e falei: 

-Só vê se você consegue esse livro pra mim. - Digitei o nome do livro e enviei para seu celular.  

-O que quer com esse livro? - Perguntou. 

-Da pra parar de me perguntar as coisas? Você está me estressando. - Bufei inconformado. 

-Desculpe.- olhou novamente o nome e disse: - Eu tenho esse livro, posso te emprestar. - sorri e falei: 

-Ótimo.

Enquanto isso na mansão Namikaze, Menma volta para o centro da casa a procura de um certo loiro. Assim que o avista conversando com alguns senhores, respira fundo e vai até o loiro, com um sorriso vitorioso de missão cumprida, e sussurra em seu ouvido:

-O Uchiha é todo seu.