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História O Proibido - Oito meses depois


Escrita por: LunArtic

Notas do Autor


E aeee pessoas belas e pacientes?

Eu sei. 500 anos sem postar. Perdoem a tia. Falta de inspiração e criatividade não é nada legal.
Por isso, não vou nem questionar se tiver poucas visualizações, poucos comentários, porque, fala sério, eu mereço é uma surra.

Maaas, como quem é vivo sempre aparece, aqui estou eu com um capítulo que era pra ter sido postado pouco antes do natal, como podem ver pelo conteúdo.

Agora, algumas explicações: Dei um salto no tempo da história, porque simplesmente não tive paciência, nem criatividade, nem tempo de relatar cada acontecimento durante oito meses de passagem na história. Pulei esse tempo pra que eu pudesse terminar O Proibido o mais rápido possível, porque odeio deixar coisas não finalizadas.

E, fala sério, vocês, leitores fiéis, merecem um final pra essa história.

E é isso, estamos caminhando para o desfecho do destino da família Allen-Keller e do casal proibido.
Calma, esse NÃO É O ÚLTIMO CAPÍTULO.

BTW, é um capítulo mais explicativo, sobre o que se passou durante esses oito meses, as mudanças nos personagens, na história. É claro que era pra ser bem mais emocionante, mas essa passagem forçada de tempo foi, infelizmente, necessária.

De qualquer forma, espero que gostem.

Seeem mais delongas

Boa leitura!

Capítulo 26 - Oito meses depois


Fanfic / Fanfiction O Proibido - Oito meses depois


    Voz Lucy

Dizem que não existe diferença entre um pecado e outro.
    Que todos, aos olhos de Deus, são vistos como uma coisa só: Desobediência. E que todos podem te condenar ao inferno.
    Bem, talvez realmente não exista. Mas tenho certeza que o diabo tem um lugar especial para aqueles que tem relações impróprias com membros de sua própria família. 
    Oito meses se passaram desde que essa coisa louca entre mim e Daniel começou. Agora eu tenho dezessete anos, a um ano da maioridade e a diferença de anos entre meu irmão e eu voltou a ser de cinco.  Prosseguimos juntos, quase como um casal normal. Isso longe da família, claro. Andamos de mãos dadas nas ruas (as vezes um conhecido vê e estranha, mas não é algo que poderia nos comprometer se nossos pais soubessem), vamos ao cinema, parque, shopping, restaurantes, etc. 
     E também fazemos sexo. 
     Essa é uma parte engraçada de se falar. Não é como se pudéssemos transar todos os dias, muito pelo contrário. Se saíssemos todos os dias juntos, nossos pais poderiam desconfiar. Se eu saísse de casa o tempo todo, eles iriam começar a barrar. Então, bem, nosso desejo só aumentava. Nos controlávamos tanto quando estávamos em público, que qualquer oportunidade de ficarmos a sós (que eram raras), aproveitávamos para tirar o atraso. Eu me sentia cada vez menos envergonhada com Daniel. As vezes é um pouco difícil entende-lo, confesso. Digo, num dia temos uma transa romântica e carinhosa, onde ele realiza todas as minhas vontades; noutro, ele parece um leão sedento, enlouquecido, dominador e mal. De qualquer forma, as duas maneiras me excitam. 
   Um belo dia, jogávamos videogame no quarto dele, de madrugada. Um beijo de comemoração por termos passado de uma fase difícil já esquentou as coisas. E lá estávamos nós num amasso quando meu pai abre a porta e pede para que fizéssemos menos barulho. Por sorte, Eliot estava sonolento e as luzes do quarto apagadas, ele não nos flagrou no ato e não deve ter percebido meu rosto ruborescido e as respirações ofegantes. 
    Nem a mão do Daniel dentro do meu short. 
   Entretanto, após mais dois quase flagras como esse, Daniel decidiu que era melhor se mudar de vez. Chega de tentação, chega de correr riscos demais. Foi aquela confusão. Meu namorado esperou até que Catherine tivesse o bebê para não estressá-la grávida. Duas semanas depois do nascimento de Julia, Dan deu a notícia. Catherine fez o mesmo drama da primeira vez, entretanto, acabou se conformando, depois de meu pai ter uma longa conversa com ela e convencê-la de que deveria estar orgulhosa de Daniel por ser um cara independente e com uma carreira promissora a vista, mesmo ainda tão jovem. Além de sugerir que seria melhor abrir espaço para o novo membro da família, entende-se, dar o antigo quarto de Daniel para Julia.
    E meu namorado então saiu de casa, o que, de certa forma, diminuiu nosso desconforto. Parecíamos menos “irmãos” e mais namorados. 
   Outras coisas mudaram durante esses oito meses. Sem dúvida, a maior mudança foi Ronie. Durante certo tempo, ele continuava a me provocar as vezes. Porém não houve mais ameaças. Uma noite, flagrei Lia e ele conversando algo sobre mim. Ronie parecia estar ameaçando minha prima. No dia seguinte, a garota foi embora; voltou para sua cidade. Quis confrontar meu irmão, mas as coisas estavam indo bem... Ele diminuía as provocações conforme a gravidez de Catherine avançava. Quando descobrimos que era menina, Ronie cessou de vez. 
    Parou mesmo. Ele mal olhava para mim nos últimos meses. 
    Não quis questionar. Apesar de, depois de que meu um dos meus irmãos passou a me ignorar completamente, outro saiu de casa, minha mãe engravidou e meu pai teve uma filha nova, comecei a me sentir, de certa forma, sozinha. É horrível dizer isso. Soa como se eu tivesse inveja ou ciúmes de Julia. Não tenho. Ela é a coisinha mais preciosa que já entrou nessa casa. Uma princesinha que todos os membros da família aprenderam a amar.
   É só que...
   Terminamos as aulas e eu ainda não voltei a falar com Brian e Zoe. Quer dizer, não é como se não tivéssemos trocado uma palavra sequer durante esses meses. Ambos me desejaram feliz aniversário, ambos me felicitaram pelo nascimento da minha irmã e até vieram me perguntar se eu não ia ao show de Ronie realizado na nossa própria escola para promover um evento interescolar de caridade que acontecia todos os anos. Aliás, esse fora seu último show até então. Depois do lançamento do clipe, Ronie se afastou dos palcos, da TV e do próprio público. Continuava um mau aluno, bagunceiro, daqueles que vive pela coordenação. Não me surpreenderia que suas notas fossem lamentáveis; entretanto, também não me surpreenderia uma considerável melhora na média final. 
    Aliás, outro assunto que me preocupava: o resultado do vestibular. É claro que eu queria passar. Precisava passar. E tinha de ser na UNET, a universidade ao leste da cidade, próximo à casa de Daniel. Era a mesma que ele havia estudado e mesma pra qual Zoe e Brian queriam entrar. Um lugar grande, bonito e cheio de ótimas oportunidades. Foi com ela que Daniel conseguiu seu estágio remunerado (e posteriormente seu emprego) na VAUGAHN, empresa desenvolvedora de programas de computador, jogos e aplicativos tecnológicos. 
   Eu queria ser designer, Zoe também. Brian optou por alguma engenharia. A prova para UNET tinha sido bem difícil. Talvez porque eu não tivesse dado tanta atenção quanto deveria aos estudos com todos os acontecimentos dos últimos meses. Mas eu gostaria de saber como meu amigos tinham se saído... Também gostaria de saber como Ronie foi. Eu ainda me importo e me preocupo com ele, apesar de tudo. 
   Ainda sobre escola, descobriram que não havia sido Thomas Bolton o autor das minhas fotos no banho, apesar de tê-las, sim, compartilhado. O professor David ainda exigiu que se fizesse uma investigação mais funda sobre isso, mas “assuntos mais importantes” tornaram-se prioridade dos investimentos escolares. Ah, por falar em David, o professor gato decepcionou suas alunas baba ovo ao começar um relacionamento com a nova diretora da escola. Fiquei surpresa, mas achei que os dois até que combinavam. 
    Andava sozinha pelos corredores daquele colégio ignorando olhares e cochichos, além do assédio dos garotos, que as poucos foi diminuindo. Nunca cessou completamente. Thomas Bolton continuava a me provocar sempre que nos víamos e, por isso, fazia de tudo para não encontra-lo. A escola havia se tornado um inferno. Minha casa, um vazio. 
   O único lugar de paz era nos braços de Daniel.
— Queria poder passar o natal bem aqui, desse jeitinho. – Falei enquanto repousava com a cabeça em seu peito, na cama, nus, seu braço envolta de mim e ele fazendo carinho em meus cabelos.
— Que natal profano. – Ele falou com a voz baixa, porém maliciosa. – Eu adoraria. – Meu namorado riu e beijou o alto da minha cabeça. 
— Porém – O cortei. – Não podemos. Inclusive, preciso ir pra casa agora para não levantar suspeitas. 
— Ah não. – Ele me apertou. – Fica aqui. Podemos transar de novo, cozinhar algo gostoso, assistir um filme legal e transar de novo. 
    Soltei uma risada com suas palavras.
— Hm, natal perfeito. – Respondi e o encarei. – Mas não podemos. Prometi à Catherine que a ajudaria com as sobremesas. E você também precisa aparecer em casa mais tarde. 
— Preciso mesmo? – Daniel resmungou. 
— Sim! – Respondi firme. – Vamos lá... Vai ser o primeiro natal da Juju. Papai comprou até uma fantasia de mamãe noel pra ela, acredita? A coisa mais fofinha. 
   Meu irmão sorriu quando contei e fez uma cara de irmão babão. Julia era linda e todos lá em casa estavam completamente apaixonados por ela. Usá-la como fator de convencimento para Daniel passar o natal com a família foi golpe baixo.
— Está beeem... – Disse ele, cedendo. – Apareço lá as oito. Preciso terminar um relatório de projeto antes. 
— Ué, não iríamos passar o dia transando e comendo? 
— É que você me deixa muito irresponsável, dona Lucy. Tinha esquecido completamente, sabe... – Ele disse num tom irônico.
— Ah, sei. – Sorri. – As seis. Nos ajude  a arrumar a casa. – Falei.
— Nããão... – Daniel fez manha. 
— Siiim. – Respondi. Beijei-o e me levantei rapidamente, tentando não ser agarrada a puxada para a cama de volta por ele. 
   Vesti as roupas enquanto ele me observava.
— Nunca vou me cansar de você. – Ele falou quando terminei. 
— Hum, nem quando eu ficar velha e caída? – Brinquei. 
— Não mesmo. – Ele disse, sorrindo. – E você? Vai desistir de mim quando eu ficar velho e caído?
— Não. – Falei. – Eu fecho os olhos. 
    Sorri e saí do quarto rapidamente, mas não sem antes ouvir Dan dar uma risada. 
                                                    ***********************************************************************************
   Cheguei em casa e Catherine e Eliot haviam saído com Julia para algum lugar. Mas vi Ronie na sala assim que entrei. Bem... Estávamos a sós. Era natal. Deveríamos, ao menos, conversar? Tentar entender o que havia acontecido? 
    Ele era meu irmão no fim das contas. 
— Onde estão os outros? – Perguntei como quem não quer nada. 
    Ronie me olhou por alguns segundos. Talvez tentando decidir se deveria me dar um gelo ou responder. Talvez planejando algo babaca para fazer. 
— Foram visitar a tia Anne.
    Tia Anne morava num bairro próximo e estava muito doente. Ela não era minha tia de verdade, era da parte da família de Catherine. Lembro dela trazendo dezenas de presentes para a família no natal, principalmente para os afilhados queridos, Daniel e Ronie.
— Queria ter ido. – Tentei continuar a conversa. – Será que ela está bem?
— Não, Lucy, ela tá doente. 
    Hummm... Não estamos bem. Nada bem. 
    Fiz um esforço para ignorar a grosseria e tentar continuar puxando conversa.
— Por que você não foi? – Perguntei tentando não soar intrometida.
— Fiquei pra cuidar da Julia. Tá no quarto, dormindo. Não achou que iriam levar um bebezinho para visitar alguém doente, achou? 
    Ok, vá se foder, Ronie.
— Se ficou para cuidar dela, por que deixou a criança no quarto sozinha enquanto veio para a sala? – Provoquei. 
— Vim beber um copo d’água e ouvi alguém entrando em casa. Fiquei pra ver. Se eu soubesse que era você teria evitado. – Ele respondeu sem se alterar. – Inclusive, com licença, tenho uma irmã pra cuidar.
— Afinal, de irmã você entende não é? – Eu não queria chegar a esse nível, não mesmo. Mas as palavras... Apenas saíram. 
— Quer mesmo ter essa conversa? – Meu irmão pareceu começar a se irritar. 
    E continuaram a sair:
 – Deveriam ter cuidado em deixar a Julia com você. Tomara que quando  ela cresça nunca tenha que passar pelo que eu passei na sua mão.
   Uh. Essa doeu em mim. E, pelo visto, em Ronie também. Meu irmão franziu o cenho e cerrou o punho. Abriu a boca para me dar alguma resposta, mas antes que pudesse fazê-lo, ouvimos barulhos na babá eletrônica da nossa irmã. Ronie pegou-a e subiu as escadas apressadamente. Fui atrás.
— Shh. Não foi nada, Jujuba. Vamo dormir de novo? – O vi conversando com a nenê no berço. – Não quer? 
    Julia o encarava com seus grandes olhos cor de mel. A semelhança entre os irmãos era impressionante. 
— É claro que quer, não é? Você é uma mocinha muito dorminhoca mesmo. – Ronie deu tapinhas bem leves no corpinho de Julia, o que a fez dormir em segundos. 
    Ele levava jeito.
   Ronie continuou olhando para a bebê por alguns minutos antes de me encarar, ainda parada na porta do quarto, observando a cena. Esse não era, nem de longe, o mesmo Ronie de meses atrás.
    Lembrava mais o irmão da minha infância. 
— Não vai querer discutir na frente da Julia, né? – Ele perguntou, ácido.
    Balancei a cabeça negativamente.
   Ronie percebeu que eu não iria desistir daquela conversa. Então pegou a babá eletrônica da Ju, me encarou pesadamente e caminhamos para fora do quarto. 
— Então... Será que você pode me explicar o que... – Comecei a falar, mas Ronie me cortou.
— Desculpe, Lucy. – Ele falou num tom baixo. Com uma voz que soava envergonhada. 
    O encarei. Quando ele percebeu que eu não iria falar nada, continuou:
— Desculpe pelas coisas que fiz contigo. Eu sinto muito, de verdade. – Ronie respirou fundo. Imagino que para postura de badboy que ele tenta manter, pedir desculpas não deva ser algo fácil. – Eu não quero ser seu amigo. Eu ainda gosto de você... Foda-se, eu ainda sinto o maior tesão em ti. 
    Ruboresci. O que eu esperava? Um Ronie totalmente polido, educado, legal?
— Ronie. – Tentei repreender, mas fui cortada novamente. 
— Mas, caralho, quando eu te vi chorando... Quando me dei conta da merda que estava fazendo contigo... Com a nossa família... Não que eu super me importe com a opinião dos outros, mas... – Ronie parecia estar escolhendo as palavras cuidadosamente. – E quando eu descobri que eu teria uma irmãzinha? Digo, uma irmã de verdade? 
— Mas... Eu sou sua irmã. – Falei.
— Eu nunca te vi como irmã, Lucy. – Ele respondeu, sério. – Primeiro eu te odiava, depois eu quis te comer. 
    Mais uma na minha cara. Meu coração estava apertando.
— Fiquei pensando no quanto eu iria querer matar o cara que fizesse algum mal assim pra Julia. E então de repente eu notei que poderia me matar, pelo babaca que eu estava sendo. Quer dizer, se algum cara fizer isso com a Julia... – Ronie pareceu se irritar com a ideia. – Eu a amo. Amo como minha irmã. E eu jamais gostaria que ela me visse como o cara que assedia irmãs. 
— Ronie... – Falei. – Eu fico feliz que tenha mudado... Eu...
— Eu não quero te ver triste, Lucy. Deixa eu esquecer o que aconteceu, por favor? 
    Se Zoe estivesse aqui, mandaria Ronie tomar no cu e diria que o que ele tinha feito era estupro que ia denunciá-lo para polícia. 
    Mas eu não sou Zoe.
   Posso ser besta, idiota ou fraca. Mas Ronie mudou, eu vejo isso há meses e agora confirmo. A pior coisa para alguém que está tentando mudar, é ter alguém que continue prendendo-o ao passado. 
— Vamos esquecer, Ronie. 
    Então nos abraçamos. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, mas não tenho certeza se o mesmo aconteceu com ele. Não que fizesse alguma diferença. Só o fato de estarmos dando um abraço sem segundas intenções já era suficiente. 
    Nos afastamos e sorrimos um para o outro. Andei pelo corredor e, antes que eu pudesse descer as escadas, Ronie me chama:
— Só mais uma coisa, Lucy. 
— O que? – Perguntei.
— Eu sei que você e Daniel ainda estão juntos. – Ele falou num tom sério.
     Meu coração disparou. Ele já havia nos flagrado juntos, claro, mas ninguém tocava nesse assunto. O que Ronie faria com essa informação?
— Vocês não podem, Lucy. Vocês precisam terminar. 
— O que? – Questionei. – Olha, Ronie, você não tem o direito de...
    Fui interrompida, outra vez. Ronie me olhou muito sério nos olhos, como se algo terrível estivesse acontecendo.
— Lucy, você e Daniel NÃO PODEM ficar juntos. 














Notas Finais


Será que essa mudança do Ronie é real? Será que ele sabe sobre as origens de Lucy? Ou será que tudo não passa de mais um plano?

Se gostou, deixe seu favorito, comente e indique pros amigos. A tia aqui adora e se sente muito mais motivada <3

Beijo na teta esquerda ;*

Fui!!!


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