Sábado, 09:30 AM
Movimentei a mochila pesada pendurada em minhas costas e puxei a pequena e preta de rodinhas para o meu novo lar, encarei o mini apartamento azul e entrei em esperança de não ficar escondida em meu quarto sem nenhuma presença. Cheguei perto do balcão da recepção e toquei no sino, esperei e não tive resposta e toquei-o novamente; até um garoto que aparentava ter vinte anos brota de algum lugar com um chiclete a mastigar, fazendo bolhas com o chiclete e estourando-o.
- Bom dia, o que deseja? - Ele diz entre bocejos, demorei a responder por observar a pequena recepção curiosamente, com os óculos quadrados a escorregar no rosto.
- Oi... É, eu sou a Alice e vim de longe, e meu quarto és o número 303. - O mesmo me encarou com um sorriso maroto estampado no rosto, lhe ignorei e ele some, voltando com minha chave em mãos. Peguei a chave de suas mãos geladas e com muita dificuldade subo as escadas, mesmo sendo poucas; encarei minha porta atentamente com um sorriso vitorioso e olhei o pequeno e pouco escuro corredor, olhei novamente para minha porta e vi escrito em tinta dourada "303".
- Está perdida? - Surgiu um garoto de algum lugar me olhando com um olhar curioso, dei um pulo e logo arregalei os olhos, olhei diretamente para seus olhos que se juntaram aos meus, ele logo se incomodou e tocou em meu braço gelado. Senti sua mão branquela e quente tocar ao meu moletom quentinho e florido da Adidas.
- Sim... Quer dizer, não! - Ele percebeu que não tirava meus olhos do seus. - Me... Meu nome é Alice!
- Do país das maravilhas? - Lhe olhei feio e percebeu que nunca gostei que me chamassem assim. - Desculpa, eu sou Cell... Rafael!
- Prazer, Rafael. - Penetrei a chave em sua fechadura e girei uma, duas, três vezes, até o fecho fazer um estranho barulho e eu colocar a mão na maçaneta fria e abaixá-la e revelar o simples e bonitinho quarto de apartamento, com uma pequena e fofinha cozinha. - De que quarto és?
- 302, seu sotaque é estranho...! - Ele diz com deboche.
- Eu não sou brasileira, eu acabei de chegar de Portugal. De onde tu és? - Disse forçando mais o sotaque.
- Eu sou de Santa Catarina mesmo... - Ele diz impressionado com meu próprio sotaque.
- Por que os olhos arregalados? - Disse, e ele negou, lhe ignorei e adentrei não completamente para meu quarto.
- Nada... Bom, tchau Alice! - Ele acenou e foi em direção a sua porta.
- Tchau, Rafael... - E fechei a porta, joguei minha mochila no sofá e deixei a mala de rodinhas ao lado da porta. Encostei na porta e escorreguei devagar.
Ele é muito... lindo! - Pensei.
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