-Você pode mostrar fotos, cheiros e gostos. –Diz o médico. –Assim, aos poucos, ela pode se lembrar. Vou deixa-las a sós agora.
Entro no quarto de hospital. Max está sentada olhando para janela. Uma borboleta azul pousa em seu nariz. Sorrio quando a vejo ficar vesga para poder examinar a borboleta melhor. Depois de tudo isso e ela continua Max Caulfield.
-Oi. –Digo, com a voz fraca.
-Olá. Chloe Price, certo? –Ela pergunta. Engulo em seco e aceno com a cabeça.
-Max, preciso que faça algo. –Entrego uma foto para ela.
Na foto, uma Max distante sorri entre beijos e eu estou tirando uma foto minha e dela, nos beijando, abraçadas. Parece que se fazem milhares de anos.
-O que... Quando foi isso? E... Ainda não entendo por que todos me chamam de Max! –Um nó aperta minha garganta. Ela não se lembra de si mesma.
-Max, concentre-se na foto. Foque nela. –Digo. Eu sei o que vai acontecer.
-E o que eu faço depois?
-Tente se lembrar. –Reprimo um soluço.
-E depois?
-Siga seus instintos. Até em breve.
Max olha atentamente para a foto. Parece confusa e eu não sei bem se isso irá adiantar. Seus olhos se estreitam e, por fim, ela me entrega a foto novamente.
-Eu não sei o que você espera que eu faça. –Ela fala, apenas. Suspiro.
Eu não sei. Simplesmente não sei. Se eu não tenho a verdadeira Max aqui comigo, a Max que se lembra de mim, a Max que ao menos sabe quem ela é, eu não posso continuar assim. Não posso ficar parada, vendo-a desse jeito. Não posso.
Lanço minhas mãos para minhas costas e fecho meus dedos sobre um metal frio e duro: Uma arma. Aponto a arma para minha cabeça. A voz que sai pela minha garganta não parece minha quando digo “Adeus, Max”. Tudo soa irreal, como um sonho. Max levanta sua mão direita e acaba por derrubar um copo de água.
Não sei o que acontece a seguir.
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