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História O que é amor? - Estudante... comum?


Escrita por: Lolo_s2

Notas do Autor


Mais um capítulo para vocês!! Boa leitura <3

Capítulo 5 - Estudante... comum?


Fanfic / Fanfiction O que é amor? - Estudante... comum?

--- Acho que sim... --- ele me respondeu alegremente.--- Estamos atrasados para a aula de geografia.

--- Ah droga! Eu odeio essa aula--- comentou Castiel revirando os olhos.

--- Você odeia todas as aulas, Castiel.--- Lysandre replicou.

--- E não é que é isso mesmo--- o ruivo disse gargalhando.

--- Vamos--- o platinado disse virando-se. Porém eu estava ocupada arrumando minhas coisas desesperadamente a fim de acompanhá-los.--- Você não vem?--- ele perguntou me olhando.

--- Vamos logo, novata.--- Castiel complementou.

--- Claro!--- respondi me apressando mais ainda e seguindo-os pelo corredor.

--- Creio que não me apresentei devidamente, sou Lysandre e o esquentado aqui você já deve conhecer, o Castiel.--- disse-me o rapaz educadamente.

---Chegamos a nos entrosar, não é mesmo?--- ele me olhou e riu em seguida.

--- Sou Jenifer--- falei calmamente enquanto seguíamos pelo corredor até a sala de aula. Os garotos iam conversando sobre assuntos particulares e pelo que escutei superficialmente falavam sobre uma banda.--- Eles são totalmente opostos, como se aguentam?--- pensei comigo.--- O platinado é calmo e o ruivo agitado, como isso funciona exatamente?

Enfim chegamos à aula, porém meio atrasados. Fiquei bem preocupada, porque não queria despertar uma má impressão no meu primeiro dia, principalmente nas autoridades da escola, mas a situação até que se resolveu bem...

--- Senhores, estão um pouco fora do horário, não concordam?--- era o professor de geografia e, pelo visto, não bem humorado.

--- Estávamos atrás dessa ovelhinha novata perdida, professor...--- Castiel o respondeu com ironia, mas foi ignorado.

--- Ah! Então a senhorita é a Jéssica, bem vinda à escola!--- eu ri ao vê-lo confundir meu nome, aquela coisa de ser estudante era tão divertida.

--- Jenifer--- eu o corrigi.

--- Quem?--- ele claramente não tinha entendido o que provocou risos nos dois garotos. Pelo visto o professor era sempre assim, metido consigo, atrapalhado e lento.

--- Meu nome é Jenifer, Jenifer Ross--- repeti e dessa vez ele compreendeu.

--- Ah sim, perdoe-me pelo equívoco. Bem vinda à escola, Jenifer.

--- Obrigada.--- respondi sorrindo.

--- Agora, por favor, entrem para a aula--- o professor nos empurrou levemente para dentro da sala.--- Podem sentar-se, Castiel e Lysandre. Aguarde um momentinho aqui, senhorita Ross.

--- Tudo bem--- assenti aguardando por minha deixa.

Os alunos conversavam e se ajeitavam enquanto o professor fazia algumas anotações no quadro. Eu apenas analisava a classe em busca de rostos familiares, então encontrei Alexy, Armin, Nathaniel, Kentin, "as três espiãs demais", e claro, Castiel e Lysandre. Troquei um olhar rápido com o platinado e acabamos sorrindo um para o outro, por simpatia, imagino. O professor se virou para a classe pedindo silêncio.

--- Bom dia, classe! Espero que estejam animados para desbravar a melhor matéria desde sempre, a geografia.--- os alunos riram com a frase do professor e ele prosseguiu--- Mas antes, segurem essa ansiedade, para conhecer nossa mais nova aluna, Jenifer.--- disse me olhando.

--- Oi, pessoal. --- Eu não sabia exatamente o que falar, mas estava feliz pelo homem não ter errado meu nome.--- Sou a Jenifer!

--- Já entendemos. --- Ambre comentou do seu lugar no fundo da classe. E suas lacaias riram, só elas mesmo.

--- Algum problema, senhorita?--- o professor afrontou a aluna.

--- Nenhum, senhor.--- respondeu Ambre com ironia.

O clima tinha ficado tão tenso, aquela confusão poderia ter se alastrado se não fosse talvez a melhor pessoa de toda Sweet Amoris, Alexy.

--- Conte-nos mais sobre você, querida.--- ele disse sorrindo.

--- Certamente, senhorita--- prosseguiu o professor.

--- Bom, eu vim de Santa Catarina com meu primo, vou morar três anos aqui. Fico feliz em estudar com vocês.

--- Ah, que fofa!--- falou o azulado.

--- Muito bom, Jenifer. ---o geógrafo parecia satisfeito com minha breve introdução. --- Podem sentar-se em dupla hoje, eu gostaria de realizar um trabalho sobre países que gostariam de visitar. Mas antes vou sortear essas duplas. Quero que vocês se misturem mais e, além disso, devemos passar uma boa impressão, certo?--- ele me olhou e eu ri de volta.

O sorteio foi bem rápido, formando algumas duplas indesejáveis como Castiel e Nathaniel, que se odiavam por algum motivo que eu ainda desconhecia, apesar de possuir minhas hipóteses sobre uma tal de Debrah, que li nas fichas, estar envolvida. Enfim sobramos eu e Lysandre. O professor sugeriu que ficássemos juntos.

--- Qual país, Jenifer? --- ele me perguntou prontamente assim que emparelhamos as carteiras.

--- Talvez você não conheça, é quase que um pequenino excluído europeu.--- repliquei sorrindo.

--- Talvez eu acerte...--- o platinado me encarou com um olhar de desafio.

--- Pode tentar, e eu tento acertar o seu, ok?

--- Justo!

--- Quero uma dica, você sabe que o meu é pequenino excluído europeu, mas não sei nada do seu.--- Apesar de possuir algumas desconfianças, afinal, a ficha dele constava apenas um país diferente do qual garoto habitara a vida toda, era o Japão.

--- É um asiático marinho perigoso, serve? --- Lysandre disse levantado uma sobrancelha.

--- Okay, quem começa?

--- Os dois ao mesmo tempo?

--- 3 --- eu comecei olhando-o.

--- 2 ---ele continuou.

--- 1 ---terminei a contagem. 

--- Liechtenstein!

--- Japão!

Nos entreolhamos assustados.

---  Como você...? --- Eu não acreditava porque quase ninguém sabia da existência do meu país favorito, tirando, claro, meu amigos da ME.

--- Eu que lhe pergunto... --- o garoto me respondeu.

Gargalhamos, porque aquele momento, mesmo que estranho, havia sido engraçado.

--- Novata, você pode ler mentes? --- Lysandre me perguntou sério.

--- Não saia espalhando, por favor.--- respondi com a  mesma seriedade e voltamos a rir.

Começamos o trabalho e terminamos sem nenhuma dificuldade, pois ambos sabíamos muito sobre os respectivos países e portanto foi necessária pouca pesquisa adicional. Ficamos conversando nos minutos finais. O platinado contou sobre seu irmão possuir uma loja de roupas e namorar uma garota da nossa classe, a Rosalya. Contei sobre minha viagem e apartamento, mas nada com muitos detalhes, afinal, uma mentira bem detalhada é muito mais propensa a ser desmascarada. O professor recolheu os trabalhos e os alunos voltaram ao lugar original; acabei me sentando na carteira em frente ao representante, Nathaniel. O resto das aulas passou despercebidamente até o intervalo antes das última aula e da saída. Saí em busca do meu armário no corredor e encontrei-o com certa facilidade. Era bem fofo na verdade. Eu coloquei minhas coisas no interior e colei o horário na portinha com algumas figurinhas que vieram na agenda.

Talvez aquele fosse meu momento de estudante comum, de repente tudo estava dando certo, não parecia que eu corria o risco de ser assassinada ou algo do tipo, por um momento parecia que meus pais estavam vivos e eu era apenas mais uma garota. Meu momento durou pouco, quando me virei e dei de cara com Dimitri.

--- QUE?--- não pude evitar meu grito de surpresa. --- O que raios você está fazendo aqui, Carlos? --- Apesar de tudo eu tinha que manter a personagem.

--- Está engajada na atuação, né priminha?--- ele replicou rindo.

--- Isso, priminho... Agora me explica o que está acontecendo?--- eu o repreendi.

--- Vim aqui te ver, e aproveitar para conversar com sua diretora. Pelo jeito ela gosta de conhecer os responsáveis dos alunos; e quando o responsável sou eu, ela deve fazer questão, não acha?--- Dimitri respondeu ainda rindo e dessa vez eu tive que sorrir.

--- Você não presta, Carlos!--- meu parceiro beijou-me levemente no rosto e seguiu até a sala da diretora que o aguardava.

De longe um grupo me observava com Dimitri havia algum tempo e eu sentia isso, depois que "meu primo" me deixou eu segui pelo corredor quando fui chamada por aquele mesmo grupo. Eram Alexy, Armin, Kim, Castiel, Iris e Lysandre.

--- Namorado gato... --- disse o gêmeo azulado.

--- Ele não é meu namorado... é meu primo--- eu respondi rindo do comentário.

--- O jeito que ele te olhava, não parecia amor de parente--- dessa vez quem falou foi Armin. --- É tipo o olhar do Arno para a Elise, sabe de AC...

--- Imagina, ele é um galanteador, só isso...--- repliquei corada. Os sentimentos de Dimitri por mim não eram tão claros, afinal eu não sabia direito o que era amor, além do amor de família; aliás nunca reparei no olhar dele para mim. Foi por conta desse turbilhão de pensamentos que corei naquele instante. E aquela explicação pareceu convencê-los um pouco.

--- Tanto faz, estou indo para o pátio--- comentou Castiel se retirando e sendo acompanhado por Lysandre que me fitou e sorriu antes de segui-lo. 

--- Vamos, garota, tenho que te apresentar essa escola toda. --- disse Alexy.

O tour que fiz com ele foi divertidíssimo, principalmente porque estava sendo acompanhado pelo irmão e aqueles dois juntos formavam uma dupla hilariante. Andei pelo clube de jardinagem, laboratório de ciências, porão e algumas outras salas. Quando terminamos fui até o armário pegar meus materiais para a próxima aula, que seria de física. Na ME éramos educados para apreciar todas as matérias, porém eu sempre tive uma "quedinha" por exatas, então eu estava muito ansiosa para aquela aula. 

Chegando na sala eu escrevia no caderno uns versos de uma música que apreciava muito: "Bad Liar" da cantora Selena. Lysandre se aproximou sem que eu percebesse e disse com um tom de voz baixo:

--- Temos aqui uma mentirosa... --- minha primeira reação foi olhá-lo com surpresa e certo desconforto, escutar que era uma mentirosa era, de certa forma, uma verdade, e eu fui treinada para se acostumar com isso; mas ainda assim me assustava. Sentia como se ele soubesse de tudo e por aquele instante, com aquele olhar, eu perdi o controle, porém me recuperei o mais rápido possível e tentei disfarçar.

--- Ah claro, essa música é muito boa. --- respondi prontamente.

--- Ela está apaixonada, certo? --- o garoto dos olhos bicolores se sentou atrás de mim, pois Nathaniel não havia chegado ainda.

--- Acho que sim, afinal todos os rostos lembram-na do amado. Apesar de que isso não faz muito sentido para mim.--- falei rindo.

--- Já se apaixonou, Jenifer? --- ele parecia tentar me intimidar com suas palavras.

--- Não exatamente.--- procurei em minha mente, o sentimento paixão, em especial, me soava curioso.

--- É por isso que não faz sentido para você. --- fitei-o desconfiada, porque não entendi o que ele pretendia insinuar. Mas talvez estivesse certo, eu não a entendia porque nunca tinha me apaixonado. 

A professora de física adentrou a sala seguida de Nathaniel, Lysandre se despediu rapidamente sorrindo e eu fiz o mesmo como resposta. Ela me parecia jovem e muito animada. Fui cumprimentada e a aula continuou normalmente, até que ela fez várias linhas no quadro e então se virou para a sala de maneira presunçosa:

--- Creio que todos já estejam familiarizados com as fórmulas físicas da cinemática, certo meus lindos?

--- Ah não... Lá vem ela... --- comentou Castiel baixinho.

--- Como é, Castiel?--- a professora interrogou-o com firmeza.

--- Nos lembramos claramente, querida professora... --- ele respondeu alto e sorrindo.

--- Quero que alguém, por favor, que não sejam Lysandre ou Nathaniel, afinal só eles participam da aula, escreva no quadro três fórmulas da cinemática.

Ninguém se manifestou e ela já ia se enfurecer quando eu levantei a mão. Eu bem que queria relembrar algumas coisas que aprendi na ME e conseguir uma moral com a professora parecia ser algo bom. Então levantei e  escrevi no quadro: 

v² = vo² 2aΔs             s = so vo . t (a . t² / 2)            v = vo a . t 

A professora satisfeita me olhou sorridente e pediu que sentasse. Os alunos me fitavam com certo receio e surpresa nos olhos. Lysandre tinha algo por trás do olhar que não consegui decifrar e estava sorrindo, então eu sorri de volta. Nathaniel me parabenizou assim que cheguei ao meu lugar. O resto da aula passou bem ligeiro. O sinal de saída foi dado e o corredor se abarrotou de alunos desesperados por suas vidas sociais e liberdade daquele ambiente estudantil que eu particularmente apreciava.

Guardei minhas coisas, despedi-me dos meus mais novos amigos e segui andando para minha casa. O caminho de volta foi tranquilo, eu sentia o vento batendo nos meus cabelos, misturado com o cheiro de grama molhada de algumas casas, um sol que trazia um calor confortável e a satisfação de um ótimo primeiro dia. Comecei a relembrar os momentos e me veio na mente o comentário de Armin:

"--- O jeito que ele te olhava, não parecia amor de parente."

E seguidamente, o de Lysandre:

"--- É por isso que não faz sentido para você."

Não é estranho que falassem sobre amor na escola, afinal é a coisa que mais perturba os adolescentes e que fomenta as fofocas. Pelo menos era isso que eu havia aprendido na aula de análise comportamental da ME. Mas por que aquilo estava me rondando agora? Procurei ignorar aqueles pensamentos, porque não precisava pensar exatamente nas mesmas coisas que aqueles jovens, afinal mesmo que quisesse, eu não era como eles.

Cheguei no apartamento, tomei um banho, me troquei e peguei um livro para me distrair: "Dom Casmurro" de Machado de Assis, foi quando me deparei com o um trecho curioso:

" A emoção era doce e nova, mas a causa dela fugia-me, sem que eu a buscasse nem suspeitasse. Os silêncios dos últimos dias, que me não descobriam nada, agora os sentia como sinais de alguma coisa, e assim as meias palavras, as perguntas curiosas, as respostas vagas, os cuidados, o gosto de recordar a infância. Também adverti que era fenômeno recente acordar com o pensamento em Capitu, e escutá-la de memória, e estremecer quando lhe ouvia os passos. Se se falava nela, em minha casa, prestava mais atenção que dantes, e, segundo era louvor ou crítica, assim me trazia gosto ou desgosto mais intensos que outrora, quando éramos somente companheiros de travessuras. Cheguei a pensar nela durante as missas daquele mês, com intervalos, é verdade, mas com exclusivismo também. Tudo isto me era agora apresentado pela boca de José Dias, que me denunciara a mim mesmo, e a quem eu perdoava tudo, o mal que dissera, o mal que fizera, e o que pudesse vir de um e de outro. Naquele instante, a eterna Verdade não valeria mais que ele, nem a eterna Bondade, nem as demais Virtudes eternas. Eu amava Capitu! Capitu amava-me! E as minhas pernas andavam, desandavam, estacavam, trêmulas e crentes de abarcar o mundo. Esse primeiro palpitar da seiva, essa revelação da consciência a si própria, nunca mais me esqueceu, nem achei que lhe fosse comparável qualquer outra sensação da mesma espécie. Naturalmente por ser minha. Naturalmente também por ser a primeira. "

Então repeti comigo a ultima oração: 

--- "Naturalmente também por ser a primeira." --- fiquei com aquela frase na cabeça, porque justamente agora, no início de uma nova fase em minha vida, mais que nuca, os sentimentos assombravam-me. Eu nunca tive esse problema, talvez por nunca estar sujeita a um contato tão amplo. Talvez conhecer novas pessoas tivesse aberto meus horizontes internos. Eu estava prestes a lidar com algo além de frieza e ódio. Algo... que era... amor? 

Dimitri chegou e foi até meu quarto, eu estava tão perdida em meus pensamentos que quando escutei-o abrindo minha porta puxei um canivete e o segurei com força, mas quando senti o aroma de seu perfume particular me acalmei e abaixei a guarda, escondendo a arma para não despertar desconfiança em meu parceiro.

--- Como foi seu dia, Raposinha?--- Dimitri perguntou-me.

--- Foi incrível, meu caro companheiro--- respondi rindo.

--- Fico feliz que esteja bem, Alice. --- ele me encarou e senti a sinceridade de suas palavras. Foi quando reparei, talvez verdadeiramente pela primeira vez, no seu olhar. E os pensamentos voltaram repentinamente a estalar em minha mente, como fogos de artifício, espantei-os.

--- Como foi o seu dia? --- foi eu quem perguntou dessa vez.

--- Não melhor que o seu, garanto. Tanta papelada e eu só queria morrer, mas eu tenho uma assistente bem gata.--- Dimitri disse rindo.

--- Que ótimo, não foi de todo mau! Galanteador... --- respondi gargalhando.--- O que vamos comer hoje?

--- Hum.... que tal um cachorro quente?

--- Mais que aceito.

Decidida a refeição rimos e a noite acabou calma. Tudo estava perfeito, tão perfeito que não parecia real; ou simplesmente parecia ser uma situação de vidro, prestes a estilhaçar... Mas enquanto possível, eu queria continuar daquele mesmo jeito, apenas como uma estudante comum.


Notas Finais


Desculpem a demora, amores <3


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